“Carnalium: A Sinfonia dos Prazeres Proibidos”



Capítulo I: A Ceia do Desejo Eterno
A casa de pedra escura, adornada por gárgulas sensuais e janelas coloridas como pecados confessos, pulsava suavemente sob a lua de Praga. Dentro, o salão principal parecia suspenso entre o tempo e o delírio: cortinas de veludo dançavam com uma brisa invisível, lustres vibravam como corações em transe, e os aromas de cardamomo, âmbar e carne assada flutuavam em redemoinhos hipnóticos.

Na cabeceira da longa mesa de madeira entalhada, Darian Veyrûn estava sentado como um regente à frente de sua sinfonia de luxúria. Túnica aberta, colares brilhando entre os pelos do peito, um cálice de cristal escuro em mãos. O vinho dentro parecia vivo, espesso, quase carnal.

Do outro lado da mesa, Ahmed El-Narîm surgia como um eclipse sensual: túnica dourada semi-transparente, tatuagens acesas como runas vivas, olhos âmbar fixos em Darian como se lesse sua alma em voz baixa. Seus dedos passavam sobre o tampo da mesa como quem traça um selo.

- Estamos prontos? - murmurou Darian, sua voz um canto baixo que acariciava.

- Sempre estivemos, só faltava o tempo certo. - Ahmed respondeu, erguendo o cálice ritual.

Eles beberam.

Com o primeiro gole, as luzes da casa tremularam. Com o segundo, o tempo desacelerou. E com o terceiro, o ritual começou.

Ahmed se levantou e caminhou até o altar improvisado: uma plataforma baixa com tecidos púrpura e ouro, onde pétalas de rosa e especiarias formavam um sigilo antigo - o Selo de Ishtar, desenhado com vinho e mel.

Darian aproximou-se, tirando lentamente sua túnica, expondo seu corpo dourado e hipnótico. Ahmed ajoelhou-se, marcando a testa de Darian com um beijo e murmurando um encantamento:

> "Ishtar, Senhora das Portas e dos Gemidos, recebe nossa aliança. Que o prazer seja o contrato. Que a entrega seja a chave."


Ambos se deitaram sobre o símbolo. O ar estalou. Véus se ergueram sozinhos. As velas dançaram.

O Vinculum Carnalis de Darian ativou-se com o toque da pele de Ahmed. Um calor pulsante se espalhou entre eles, sensação de séculos em segundos. Ahmed respondeu com o Sopro Rubro, que dissipou a última ilusão de separação entre os corpos. Agora eram dois sóis girando um em torno do outro.

Gargalhadas de entidades distantes ecoaram pelos espelhos. Um portal se abriu acima do altar, e olhos cósmicos os observaram com fome e bênção.

E então, entre beijos ungidos, gemidos devocionais e promessas sussurradas, a aliança mágica foi selada.

Ishtar aceitou.

A casa onde moravam Darian e Ahmed, no coração velado de Praga, era conhecida apenas entre os iniciados como Domus Desiderii - A Casa do Desejo. Um casarão antigo com arquitetura gótica tardia, misturada a toques mouros e ciganos. Por fora, janelas altas com vitrais que vibravam com a luz da lua. Por dentro, sombras com vontade própria, tapetes orientais que aqueciam os pés nus de visitantes proibidos, e paredes cobertas de livros, espelhos e relíquias sensuais roubadas do tempo.

Ahmed El-Narîm, a Rosa Ardente do Oriente, movia-se entre os véus do salão como um poema encarnado. Suas unhas negras e amendoadas - pintadas com esmalte de obsidiana líquida - refletiam as velas enquanto traçavam gestos rituais no ar. Seus dedos tatuados pareciam cobras arcanas que invocavam com um toque. Seus olhos, âmbar queimado, atravessavam a alma e acalmavam demônios.

Darian Veyrûn, o Maestro da Luxúria Insondável, era um templo de músculos e intenção. Cada joia em seu corpo não era mero adorno: eram talismãs de condução sensorial, amplificadores de poder. Seu peito peludo subia e descia como um tambor cerimonial, e sua voz era uma melodia que desobedecia a gravidade.

Enquanto seus corpos se entrelaçavam sobre o sigilo de Ishtar, Darian sussurrou em voz baixa o primeiro encantacanto da noite:

> "Vertigem de Vênus"


Uma melodia grave e lasciva preencheu a sala. Começou com um ritmo lento de tambores abafados e cordas trêmulas, como o prenúncio de um orgasmo divino. Aos poucos, flautas orientais se misturaram, criando espirais de som que subiam pelas paredes e pelos corpos dos dois.

A música não era apenas som - era feitiço. Com cada nota, o Vinculum Carnalis se intensificava. Os sentidos de Ahmed eram afinados como um instrumento de prazer: ele sentia o calor de Darian como se fosse seu próprio sangue fervendo, o toque como se fosse prece.

Ahmed, por sua vez, soprava lentamente palavras esquecidas sobre o corpo de Darian. Cada sílaba ativava o Sopro Rubro, limpando qualquer influência externa, exorcizando velhos pactos malquistos. Apenas os dois existiam. E Ishtar, que observava com prazer.

As paredes da casa pareciam respirar. Espelhos tremeluziam como lagos encantados. E por um instante, o altar se tornou um trono para a deusa. Ela estava lá - nos sussurros, nas chamas, no suor.

Quando a música atingiu o ápice, o portal se abriu por completo: entidades sensuais, cobertas de véus e salmos, espiaram e sussurraram bênçãos. A aliança mágica foi selada com o beijo final entre os dois - um beijo que era pacto, oração e profanação.

O salão ficou em silêncio. Mas no âmbar dos olhos de Ahmed e no fogo líquido dos olhos de Darian, uma nova era havia nascido.

A era dos rituais do desejo.

?O Êxtase como Pacto

A música se dissolvia como mel quente nos ouvidos.

Darian, nu sobre o trono de língua dourada, tinha Ahmed montado em seu colo como um sacerdote montaria um altar vivo. Os corpos suados, entrelaçados como serpentes famintas, pulsavam em uníssono - seus poderes, seus desejos, seus feitiços, todos colidindo como cometas em combustão.

Ahmed, com as unhas cravadas nos ombros largos de Darian, deixava trilhas vermelhas como runas vivas. Suas tatuagens ardiam, suas palavras viravam gemidos ritmados com as batidas do coração da casa. Ele sussurrava o nome de Ishtar como uma amante secreta - e a deusa respondia com ventos quentes e suspiros invisíveis.

Darian, em transe, usava seu dom supremo. O Vinculum Carnalis fazia com que Ahmed sentisse cada onda de prazer como se fosse milagre. E ele devolvia com o Olho de Essência - penetrando não o corpo, mas a alma de Darian, arrancando dele todos os segredos não ditos.

As entidades ao redor, invisíveis a olhos profanos, batiam palmas com línguas, assobiavam com olhos, e entoavam cantos proibidos.

E então, ao som de uma última nota grave - uma explosão de fogo dourado e âmbar iluminou o salão.

Eles gozaram juntos, como deuses em colisão.

Não foi um orgasmo. Foi um selo místico, uma fusão de corpos, magias e promessas que ecoou além do plano físico. Uma assinatura arcana gravada no éter. Um rugido que atravessou véus e atravessou séculos.

Quando seus corpos tombaram exaustos, os espelhos estavam embaçados, os véus úmidos e a casa... satisfeita.

Do altar, uma rosa vermelha floresceu subitamente. Sem raiz. Sem terra.

Ahmed a pegou com dedos pintados e a ofereceu a Darian, que a mordeu com um sorriso lascivo.

> "Agora somos um ritual vivo, Maestro," murmurou Ahmed.

"E não há mais volta, Rosa Ardente," respondeu Darian, com os olhos ainda brilhando como brasa.


Eles riram juntos.

A noite estava apenas começando.

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Comentários


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engmen Comentou em 25/04/2025

Tantas mística, rituais, efervescência praticamente poética e lasciva torna esse conto apoteótico! Espetacular!!




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Ficha do conto

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Nome do conto:
“Carnalium: A Sinfonia dos Prazeres Proibidos”

Codigo do conto:
234074

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
23/04/2025

Quant.de Votos:
2

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