A gente aproveitava pra beber vinho, maratonar filme ruim (e bom também), cozinhar umas besteiras e, claro, tomar aquele solzinho pra garantir o bronze. Nada como um bom verão com a pele dourada, né?
A maioria de nós namorava, mas éramos bem de boa… curtíamos mesmo estar entre a gente, sem os boys por perto. Tipo retiro espiritual, só que com vinho e risadas impróprias.
A Juliana, minha amiga riquíssima, tem um apê pé na areia que é um escândalo: piscina, academia, área de lazer… o pacote completo de “vida que pedi a Deus”!
A verdade é que a gente sempre chamava atenção dos caras, sem querer parecer convencida, tá? Rs. Mas é que o meio ajuda, e modéstia à parte, todas são lindas. Cada uma com seu charme.
A Ju, por exemplo, é morena, baixinha, peituda e super bravinha, um furacão em 1,60m. Já eu sou o oposto: alta (1,77), viciada em academia, corpo definido, silicone no lugar, loira de olhos azuis. As mais próximas me chamam de Gi, dizem que pareço com a Gisele Bündchen… um exagero, eu sei, mas começaram com isso e pegou! Hahaha
Enfim, essa é minha primeira vez escrevendo aqui… tô até com um pouco de vergonha rsrs. Mas vamos lá. Era o último dia na praia. Tínhamos chegado na quarta e ficaríamos até a outra quarta, uma semaninha de paraíso.
O apê da Ju é todo de vidro, então a gente sempre tem que ficar esperta pra fechar tudo antes de trocar de roupa. Nesse dia, tava rolando uma obra no prédio ao lado… ou seja, movimentação intensa de homens por ali.
Nesse dia, depois de voltarmos da praia, fui tomar banho primeiro. As meninas estavam na sala, enrolando pra decidir o que iam comer. Eu, como boa ariana impaciente, já fui tirando o biquíni no meio do quarto mesmo.
Mas esqueci um pequeno detalhe: a bendita da cortina aberta.
Tava lá, peladinha, pegando minha toalha, quando percebo um movimento diferente no prédio ao lado. Dei uma olhadinha meio de canto e, juro por tudo, tinha uns 20 pedreiros parados, estático, olhando direto pra mim.
Na hora me deu aquele susto misturado com adrenalina. O que eu fiz? Corri? Me escondi? Nada disso.
Fingi que não vi e continuei andando pelo quarto, de costas pra eles, com a maior calma do mundo… mas confesso, dei uma empinadinha discreta. Só pra garantir o entretenimento do trabalhador do dia. Missão dada é missão cumprida, né?
Fechei a cortina depois rindo sozinha. Quando voltei pra sala, soltei:
— Meninas, acabei de alegrar o dia dos pedreiros da obra.
A Juliana quase cuspiu o vinho.
— Você tá zoando…
— Juro! Mas ó… ele não tava reclamando, não. Tava com cara de que ganhou até 14º salário.
Aí já viu, né? Virou piada interna pelo resto da viagem. Toda vez que passava algum pedreiro na calçada, uma de nós soltava: “Esse aí já viu a Gi pelada.” Hahaha.
Mais tarde, quando fui dormir, achei que ia apagar em dois segundos. Tava cansada, queimada de sol, corpo mole de tanto rir e andar o dia todo. Mas aí… não consegui parar de pensar na cena.
Aquele olhar dele. A surpresa. A forma como eles ficaram ali, parados, tipo cena de novela mexicana.
E eu? Tô acostumada a ser olhada, não vou mentir. Mas aquele olhar foi diferente. Tinha uma mistura de susto, admiração… e, sei lá, um tesão bruto, quase inocente, que me deixou acesa de um jeito estranho.
Fiquei virando na cama, sentindo o lençol geladinho na pele quente, lembrando do momento. A adrenalina tinha passado, mas ficou um calor interno, meio que uma energia que eu não sabia onde enfiar. Sabe quando o corpo fica ligado, mesmo sem motivo?
Meu coração batia mais forte, meu corpo formigava… e tudo por causa de uns caras que nem sei o nome, que talvez nem me vejam de novo.
Mas não sei, tinha alguma coisa naquela situação que mexeu comigo de verdade. Aquela liberdade de estar nua, de ser vista, de provocar sem falar uma palavra. Me senti… poderosa. Desejada. Viva.
E por mais louco que pareça, dormi com um sorriso no rosto, imaginando o que aqueles homens estariam sonhando naquela noite.
No dia seguinte, acordamos cedo e descemos pra praia. As meninas já estavam animadíssimas, carregando canga, cooler, guarda-sol… um caos gostoso. Eu coloquei meu biquíni mais cavado, amarrado de um jeito “inocente” na frente e “perigoso” nas costas.
Enquanto caminhávamos pela areia, soltei casualmente:
— Gente, esqueci meu protetor solar lá em cima. Vou subir rapidinho, tá?
Elas nem deram bola, já estavam ocupadas.
Subi sozinha, de propósito. E dessa vez, fiz questão de passar bem devagar em frente à obra.
Sentia os olhos em mim, como se cada passo ecoasse no concreto. O barulho das marteladas até diminuiu, juro que ouvi menos marretadas e mais suspiros.
Cheguei no apê, deixei a porta encostada. A cortina? Óbvio que deixei aberta.
Tirei a saída de praia devagar, meio “sem querer”, como se estivesse apenas me preparando pra passar protetor. A peça caiu no chão sem pressa. Depois, a parte de cima do biquíni… escapou pelas costas, desamarrando como se fosse culpa do calor.
Fiquei de costas pro vidro, sabendo exatamente o que eu estava fazendo e pra quem.
Foi aí que eu ouvi o primeiro assobio.
Depois, um apito.
E então… o caos.
Olhei de canto, discreta, e o que vi me deixou acesa de um jeito que nem sei explicar.
Alguns pedreiros estavam paralisados e olhos arregalados. Outros, descarados, já passavam a mão com força por cima das calças sujas de cimento, como se nem lembrassem que estavam num canteiro de obra.
Teve um, ah, esse eu nunca vou esquecer, que não aguentou:
puxou discretamente seu pau pra fora, na cara dura, se tocando sem nem tentar se esconder, ali mesmo, no meio dos outros, enquanto me devorava com os olhos como se eu fosse a última coisa viva no mundo.
A obra inteira simplesmente… parou.
Era como se o tempo tivesse congelado, só existiam eu e eles
Fechei o vidro bem devagar, mordendo os lábios, deixando a visão desaparecer aos poucos… como quem encerra o último ato de um espetáculo proibido.
A última cena que ficou gravada na minha memória?
Alguns operários desesperados, entregues ao próprio prazer, incapazes de fingir qualquer controle, como se o mundo tivesse sumido ao redor comigo fechando aquela cortina.
Da próxima vez… quem sabe eu não entre de verdade numa obra?
O verão mal tinha acabado… e eu já sabia qual seria meu próximo projeto.
Que sexy!
Tudo com uma boa dose de safadezas e bem melhor...