Nem toda entrega é traição



               Ele andava calmamente pela casa, reunindo o que havia programado levar, depois tomou um banho, barbeou-se, e pentear o bigode, vestiu uma calça de tecido escuro e uma camisa azul escura, sóbria e elegante. Olhou no espelho e encarou o homem que sempre fora. Antes de sair repassou o cronograma que estava martelando em sua cabeça há dias e, minutos depois, tudo estava preparado. As caixas de presente foram colocadas dentro de sua bagagem junto com as outras coisas. Antes de sair com o carro, mandou uma mensagem para Marina avisando que chegaria em breve e que era para estarem prontos.
                  Enquanto se dirigia à casa de Lucas e Marina, se pegou imaginando o fim de semana que teriam. Ele esperava surpreendê-los, mas principalmente deixar claro qual era o seu papel naquela situação. Se divertiu ao imaginar as possibilidades e esboçou um sorriso de satisfação.
                  Quando estacionou o carro, respirou fundo por um instante. Sabia que assim que eles entrassem no carro, não teria mais volta e o que vinha se desenhando até aquele momento, se tornaria real.
         Desceu do carro e parou diante do portão, apertou a campainha, não para entrar, mas para avisar que estava esperando. Instantes depois avistou Marina com um sorriso de felicidade no rosto e Lucas vinha logo atrás dela com a chave da casa na mão e carregando toda a bagagem.
        Tudo pronto para o fim de semana!, disse Lucas, sorrindo esfuziante como quem espera o natal e apertando a mão de Ricardo.
                  Marina se aproximou, abraçando Ricardo com espontaneidade. Ele pode sentir seu perfume que exalava fresco como manhã de primavera. Ela estava linda, usava um vestido leve de cores claras que valorizava suas curvas, seus cabelos caídos sobre os ombros nus e na boca um batom convidativo. Lucas, de longe, via o jeito como ele admirava sua mulher, e quando Ricardo olhou na sua direção, ele esboçou um sorriso meio torto, meio cúmplice e a seguir permaneceu em silêncio, baixando o olhar.
                  Lucas se sentou na frente, como já fizera anteriormente, estava se sentindo muito bem e confiante e se ajeitou no assento enquanto Ricardo abriu a porta de trás para Marina entrar; ele fazia questão que ela fosse ali, para poder olhá-la com firmeza pelo espelho retrovisor e deixar claro o porquê estava ali, para declarar sem palavras o seu desejo.
                  O veículo desliza veloz ao comando ágil de Ricardo que estava satisfeito com o que acontecera até aquele momento, tudo corria dentro do esperado. Não se surpreendeu quando pegou-se imaginando o era viria a seguir e divertiu-se ao visualizar o futuro inevitável. Lucas o observava atentamente num misto de admiração e subserviência.
Quando chegaram ao destino, Ricardo acionou o botão do controle remoto para abrir o portão da garagem do edifício à beira mar. Assim que descarregaram o carro, rumaram para o elevador e enquanto esperavam, Ricardo se aproximou de Marina e voluntariamente apertou-lhe a nádega com firmeza fazendo-a estremecer e de forma incisiva, deixar sua marca indelével.
Ela recebia seu toque e quando se olharam, um sorriso maroto surgiu em seus lábios. Ao mesmo tempo, se virou para Lucas e apoiando as mãos sobre seu ombro beijou sua face num misto de ternura e selvageria calculada, enquanto Ricardo ganhava espaço tateando sob seu vestido.
_ Ah, que apartamento lindo! exclamou Marina encantada com o espaço assim que as luzes se acenderam.
Ela rodopiou pela sala suavemente enquanto Lucas sorriu ao vê-la tão feliz.
Este fim de semana promete!, disse ele esfregando as mãos uma na outra. Ao mesmo tempo, Ricardo se aproximou dele e pousando a mão direita sobre seu ombro disse com chipas nos olhos: -Sim, é claro que sim.
Ele serviu bebidas para todos e ficaram por ali algum tempo. Marina aproveitou para ir até a sacada. No décimo segundo andar, pôde ver a imensidão do mar que estava à sua frente. Lucas se aproximou dela, a abraçou e, com sinceridade, disse que a amava. Eles ficaram ali sentindo o aroma da maresia e o vento da noite. De longe, Ricardo os observava em silêncio e enquanto bebia sua bebida, pensava em seu jogo que estava apenas começando.
Assim que Lucas se afastou da sacada e foi para o quarto com as bagagens, Ricardo se aproximou da mulher que cobiçava, a envolveu num abraço firme e beijou-lhe a boca. Ela retribuiu com satisfação, deixando-se levar por ele e no instante seguinte se pegou pensando em como podia ter se tornado cativa deste sentimento abrupto que se formou entre eles. Ela estava completamente entregue.
Quase uma hora depois, todos já estavam devidamente instalados, Lucas e Marina já haviam tomado banho e estavam à vontade. Ricardo foi tomar um banho também e quando voltou para a sala, vestia apenas um robe. Sua presença era tamanha, assim como era enorme o contorno, que embora tentasse, o tecido era incapaz de ocultar. Marina olhava para ele como quem olha o adorável. Seu olhar se perdia na grandeza dos sentimentos que cresciam dentro dela. Já Lucas parecia imóvel e de alguma maneira mantinha uma postura solene perante o peso que emanava daquele homem.
Quando Ricardo falou, sua voz direta e firme pareceram despertar os dois de seus devaneios.
Venham até aqui, tenho algo para vocês.
Quando chegaram ao quarto encontraram Ricardo mexendo dentro de sua bolsa; retirou de lá dois embrulhos. Estendeu a mão e entregou o primeiro presente à Marina.
Ela o tomou de sua mão, ansiosa com o que poderia haver ali. Ricardo observou-a enquanto ela desfazia o embrulho e quando viu, olhou para ele com satisfação no olhar. Retirou a peça da caixa, uma lingerie de tecido translúcido preta que mostrava mais do que cobria.
_Vista para mim!, falou ele calmamente. Não era um pedido.
Ela correu com a peça na mão e os dois permaneceram sozinhos e em silêncio por um tempo. Ricardo observava atentamente a reação de Lucas que parecia entender perfeitamente o que ele queria.
Quando ela voltou vestindo a peça, Ricardo a pegou pela mão e ela automaticamente girou lentamente, exibindo-se a ele.
Você está magnífica, meu amor! disse ele olhando para ela e em seguida desviando o olhar para Lucas e perguntando a ele se não era a mais pura verdade.
_Sim, Marina, você está muito bonita, querida, respondeu ele.
A seguir, Ricardo entregou a outra caixa nas mãos de Marina e disse a ela que a entregasse ao marido.
Ela pegou o objeto e entregou ao marido. Ajudou-o a abrir a caixa e quando olharam o conteúdo, Lucas sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha. Marina sorriu sem conseguir esconder uma ponta de satisfação. Dentro da caixa havia um objeto de metal, um cinto de castidade no qual havia algumas marcas de oxidação.
Este é o seu presente, Lucas. Para que você não esqueça do seu papel, disse Ricardo com certo escárnio.
Lucas olhou novamente para o objeto e naquele momento olhou nos olhos da esposa e depois para Ricardo e pela primeira vez em muito tempo, sentiu um alívio por não precisar ser outro senão ele mesmo, aceitou a sua sina. Naquele momento entendeu que nunca seria o homem que Marina precisava.
Vamos, tire suas roupas, disse o homem ao Lucas e em seguida falou à Marina que colocasse o objeto nele. Ela fez o que ele lhe disse para fazer, colocou o objeto de metal no marido, fechou a tranca e em seguida Ricardo estendeu a mão para pegar a chave. Em seguida foi até uma poltrona que havia no quarto e chamou Marina para estar ao seu lado.
_ Vem até aqui, Lucas. Fique de joelhos, disse ele com autoridade, mas sem violência.
Ele se aproximou do homem, como quem ascende a um altar, postando-se humilde perante ele.
Ricardo afastou as pernas, deixando à mostra seu membro viril. Naquele momento Lucas permaneceu em adoração muda. Ele não era mais marido. Era apenas vestígio.
A seguir, Ricardo puxou Marina para ainda mais perto de si, beijava-a descaradamente, como quem tem fome. Enquanto se beijavam, ela subiu em seu colo e de joelhos, Lucas viu a verga descomunal de Ricardo crescer e em seguida, como um imenso invasor, encontrar o caminho até a gruta preciosa de Marina, cravando-se fundo dentro dela.
_ Você sabe o que é ser homem, Lucas?, perguntou maliciosamente sem realmente esperar uma resposta. Enquanto estava fundo a delicada flor de Marina, falou: - Um homem não pede, ele toma o que quer!
Marina riu quando ouviu suas palavras, Ricardo sabia perfeitamente bem como conduzir. Ele a puxou novamente e se preocupou apenas em beijá-la com sofreguidão, selar o destino dela como sua. Lucas ficou os observando de forma contida e reverenciosa, porém uma vontade súbita se apoderou dele. Estendeu o braço e tocou o mastro do homem que agora era também o seu senhor. Sentiu desejo, mais do que isso, era como um culto ao que aquele homem representava.
Ricardo não esperava por isso, mas continuou beijando sua musa enquanto sentia o toque suave. Lucas sentiu o calor, rigidez e o peso daquilo que não era apenas carne, era poder.
A seguir, Ricardo se levantou e foi direto para a cama, retirou toda a roupa da sua mulher e em seguida deixou cair o robe no chão. Deitou-se sobre ela e a penetrou como um garanhão cobre sua fêmea. Lucas os observava, com desejo confinado no frio metal.
Viu sua esposa delirar de prazer nas mãos de Ricardo que sem qualquer esforço dava a ela o prazer que Lucas sabia, nunca seria capaz de dar. Ele via o suor escorrer por entre os pelos do tórax de Ricardo, era o estigma do prazer. Marina estava completamente entregue, sentia o homem em suas entranhas, deslizando, de forma rítmica, arrancando-lhe suspiros e orgasmos infindáveis. Ricardo, depositou no fundo de sua gruta seu sêmen e Lucas era a única testemunha.
Eles adormeceram juntos, e dormiram o doce sono dos amantes. Até que Ricardo abriu os olhos no escuro. Ainda era madrugada; Marina estava deitada sobre seu peito. Lucas adormecido do outro lado da cama ainda preso pelo vil metal. Ricardo levantou-se logo após acordar Marina dizendo a ela que o seguisse.
Nus, eles cruzaram o quarto e a seguir atravessaram a porta, foram para a sala. A luz fraca do abajur embalava o encontro. Ele a tomou nos braços, dançaram uma música que somente eles ouviam enquanto seus corpos roçavam um no outro. Ricardo era de fato um homem potente e em pouco tempo já estava pronto novamente. Suas mãos tornaram a passear pelo corpo de Marina, buscando, buscando…
Em seguida ele a colocou de joelhos sobre o sofá, afastou suas nadegas e com ferocidade lambeu-lhe o orifício anal. Marina se assustou com aquilo, mas era incapaz de negar a explosão de sentimentos e sensações. Ela foi só gemidos, e ele carícias. Quando ele sentiu que ela estava pronta encostou-se nela e a cabeça da pica forçou a entrada.
Ela sentiu suas carnes se abrirem para ele, doía, claro, mas não se recusou a ele que a dominava como sempre sonhou; quando virou a cabeça, notou que na parede havia um quadro de um domador sobre uma égua. Ela sorriu da ironia do destino e bravamente aguentou seu homem empalá-la por trás. Com o tempo, aquilo que era dor virou prazer e ela percebeu que era possível encontrar novos prazeres.
Quando deu por si, viu que Lucas os observava. Ele estava em pé, completamente nu e em seus olhos era possível ver que tinha adoração.
Lucas, em silêncio, tentava inutilmente tocar-se e diante de toda masculinidade daquele homem, pela primeira vez o desejou, o queria tanto quanto Marina o queria.
Ela olhou em seus olhos enquanto era possuída e entendeu tudo.
Ele o quer, disse a Ricardo. Não percebe?
      Lucas se aproximou deles, se ajoelhou e em silêncio se prostrou diante de Ricardo que olhava para ele atônito.
Marina, se virou e começou a chupar o pau de Ricardo enquanto olhava para Lucas que se aproximou dela. Ele se atreveu, sim, ele o fez, e juntos compartilharam o sexo do homem que era objeto de sua adoração. Marina sentiu ciúmes, mas entendeu que aquilo era inevitável. Ricardo se entregou à experiência e minutos depois deu ordem para que Lucas se deitasse no tapete.
Lucas deitou-se de bruços como um servo a obedecer uma ordem. Ricardo deitou-se sobre ele e como num ritual, mergulhou dentro de Lucas que imóvel recebia sua benção.
Marina os observava e entendeu que a partir daquele momento ela e Lucas seriam agraciados pela dádiva de poder ser parte daquilo. De ter Ricardo como seu baluarte de consagração. O que tinham não era profano. Era puro amor e devoção.
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Comentários


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sabrinasaskia Comentou em 04/05/2025

Adorei muito tesão




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Nome do conto:
Nem toda entrega é traição

Codigo do conto:
234832

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
04/05/2025

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