O cheiro de terra molhada me pegou de surpresa quando desci do carro. Choveu a noite inteira, e o barro da estrada de terra ainda grudava nas botas do caseiro que me esperava encostado na porteira. Alto, ombros largos, pele queimada de sol. A barba por fazer escondia o que pareciam ser covinhas duras demais pra sorrir. E ele não sorria. Só me olhava com uma cara de quem sabia mais do que eu queria que ele soubesse.
— Veio mesmo? — ele perguntou, a voz grave vibrando como trovão abafado.
— Prometi, não foi?
Ele assentiu devagar, como quem mede o outro com o olhar. Eu estava de calça de moletom justa, camiseta colada no corpo — não foi sem querer. Sou bailarino, o corpo é meu cartão de visita, e eu sabia exatamente como me mexer quando queria provocar.
O nome dele era Raul. Tinha mãos grandes, veias saltadas, uma cicatriz na sobrancelha esquerda e um jeito bruto até pra dizer "bom dia". Era vinte anos mais velho que eu, e cheirava a cigarro, suor e madeira cortada. Era tudo o que eu não era — e exatamente o que eu queria.
Ele me levou até o galpão, onde guardava ferramentas e onde disse que podia me "mostrar umas coisas". Mal fechou a porta, eu já estava com o coração na garganta. Ele me encarou por um tempo que pareceu uma eternidade. Depois veio até mim. Me encostou na parede com o antebraço no meu peito.
— Vai continuar me olhando assim ou vai ajoelhar?
Senti o corpo inteiro esquentar. A pergunta não era realmente uma pergunta. Eu sabia disso. E também sabia o que queria. Me ajoelhei no chão sujo, entre as botas dele, sem desviar os olhos. Ele abriu o cinto devagar, com um meio sorriso nos lábios. Cruel. Lento.
O pau dele era grosso, pesado, semi-erecto, e pendia como um desafio entre as coxas fortes. Ele pegou minha cabeça com uma das mãos — dedos firmes, ásperos — e disse:
— Mostra que sabe usar essa boca, bailarino.
Eu lambi a glande devagar, provocando, sentindo o gosto de pele e sal e luxúria. Ele gemeu baixo, e a mão na minha nuca apertou. O ritmo se impôs. Rude. Sem espaço pra hesitação. E eu gostava assim. Me sentia submisso, usado, desejado. Era como dançar — mas quem comandava agora era ele.
Depois, me puxou pela gola da camisa, rasgando o tecido com um puxão só. Me virou de costas, abaixou minha calça e passou a mão firme pela minha bunda, abrindo, explorando. Cuspiu na palma e me tocou sem aviso, dois dedos entrando devagar, depois mais fundo. Soltei um gemido rouco.
— Você veio querendo isso, né? Veio se oferecer como putinha no meio do mato.
Eu gemia, mordia os lábios, jogava a cabeça pra trás.
— Sim, Raul... me fode... me usa.
E ele usou.
Me deitou no chão, pressionou meu corpo contra a terra fria e entrou com força, sem me deixar pensar. Cada estocada era um soco no meu orgulho, uma entrega sem volta. Me sentia vivo, pequeno, completamente dele.
Horas depois, com o corpo ainda tremendo, fui buscar minha roupa rasgada. Raul me olhou, suando, com um cigarro nos lábios e um sorriso sacana nos olhos.
— Da próxima vez, traz roupa velha. Aqui, a gente suja mesmo.
Fotos reais minhas, sou de Campinas caso alguém se interesse...
A forma com narrou o acontecido por si só já excita. Delicioso conto.
Nasceu para levar rola. Um tesão