Ele era seu instrutor — olhar firme, voz calma, segurança no volante e nas palavras. Desde a primeira aula, ela sentiu algo diferente, algo que não sentia há anos: um frio na barriga. Não era medo. Era excitação.
As mãos dele, ao ajustar a posição do banco, se aproximaram demais. O toque sutil no ombro ao explicar sobre os espelhos fez a pele dela arrepiar. Durante as aulas, os olhares se cruzavam mais do que o necessário. Os silêncios entre as explicações se tornavam cheios de tensão.
Naquela tarde, ela foi dirigindo até o supermercado, onde teria uma aula focada em estacionamento. Era sua quarta aula. Mas havia algo mais pulsando dentro dela — um sentimento novo, inquietante. Suas mãos estavam firmes no volante, mas o coração acelerado.
Ao chegar, ele já a esperava próximo ao carro de instrução, encostado com os braços cruzados, usando aquela camisa preta que realçava ainda mais os ombros largos.
— Hoje vamos treinar baliza, pode ser? — ele disse com um leve sorriso.
— Pode… — respondeu, tentando manter o tom firme, mas a voz saiu mais baixa do que o normal.
Ela entrou no carro, e ele assumiu o banco do carona. A cada instrução — “vira mais o volante”, “encosta um pouco mais” — ele se inclinava, e o cheiro dele, uma mistura de colônia e pele aquecida, invadia os sentidos dela.
— Isso, agora engata a ré devagar… — ele sussurrou, com a boca quase tocando a orelha dela.
A tensão entre os dois era palpável. Ao terminar a manobra, ela virou o rosto para ele, sorrindo. Ele olhou nos olhos dela e não desviou. Sem pensar, ela se aproximou, e foi ele quem selou o momento.
O beijo começou calmo, mas rapidamente se intensificou. As mãos dele se moveram para a nuca dela, enquanto a língua explorava com urgência e desejo. O banco do carro tornou-se pequeno demais para o calor que crescia entre os corpos.
Ela se sentia viva, desejada, acesa. As mãos dela foram para a coxa dele, ainda inseguras, mas famintas. Ele correspondeu, puxando-a suavemente para cima de si, mesmo com o volante e o câmbio no caminho.
Ali, dentro daquele carro comum, nas vagas do estacionamento quase vazio, o mundo lá fora desapareceu. Só existia o toque, os sussurros, o prazer de viver algo proibido — e absolutamente inevitável.
Ele a olhou, suado, ofegante.
— Aqui tá apertado demais pra tudo que quero fazer com você.
Ela sorriu, mordeu os lábios e respondeu quase num sussurro:
— Então me leva pra um lugar onde a gente possa terminar isso... como deve ser.
Ele não precisou ouvir duas vezes. Com um último beijo intenso, ela voltou para o banco do motorista, ainda com as pernas trêmulas. Ele deu a direção:
— Vira à direita... lá no fim da rua tem um lugar discreto. Calmo. Já pensei em você ali algumas vezes.
Enquanto dirigia, sentia a mão dele deslizando lentamente pela sua coxa, subindo sem pressa, reacesa a cada toque. O motel se aproximava, e com ele, o começo de uma nova Menina Moleca — uma mulher que havia dormido por décadas e agora despertava com fome de vida.
O portão do motel se abriu silenciosamente. Entraram numa suíte com garagem privativa. Assim que a porta se fechou, os dois se encararam por um instante. A tensão explodiu.
Ele a puxou pela cintura com urgência. As bocas se encontraram com fome, os dentes arranhando de leve, as línguas se buscando, se testando, se dominando. As mãos dele já estavam embaixo da blusa, que foi arrancada com facilidade. O sutiã caiu logo depois. Os seios dela ficaram expostos, firmes, desejando toque — e ele os tomou nas mãos com reverência e desejo.
Ela gemeu baixo, se entregando. Sentia-se viva como nunca.
As roupas foram caindo pelo caminho, até que ambos estavam nus, diante um do outro. Os olhos dele percorriam cada centímetro do corpo dela com fome, mas também com respeito.
— Você é linda... — ele murmurou, antes de se ajoelhar aos pés dela.
Menina Moleca arqueou as costas ao sentir a língua quente deslizar pela parte interna das coxas. Quando ele alcançou o centro do prazer, ela segurou nos cabelos dele, gemendo mais alto, abrindo-se por completo, corpo e alma.
Ele a deitou na cama, subiu sobre ela e a penetrou devagar, olhando dentro dos olhos dela. Menina Moleca mordeu os lábios, jogou a cabeça para trás, sentindo-se completa. Os movimentos começaram lentos, profundos, depois aceleraram, com ritmo, com sede.
As mãos se entrelaçaram. O suor escorria. Os corpos batiam forte, com força e ternura. Não era só sexo. Era libertação.
Ele veio logo depois dela, com um gemido baixo e um último impulso profundo, caindo exausto ao lado dela, ofegante.
O silêncio que veio depois era leve. Satisfeito. Eterno.
Menina Moleca olhou para o teto, sorrindo com os olhos marejados. Ela sabia: naquele quarto, naquele instante, uma nova mulher havia nascido.