Mariana chegou com passos contidos e olhar baixo. Era casada, mãe de dois, dentista. A imagem da mulher bem-resolvida por fora escondia um turbilhão interno: anos sem se tocar, sem se permitir, sem sentir.
Ela foi clara na mensagem antes de agendar:
> “Sinto vergonha. Não sei se vou conseguir relaxar. Mas preciso tentar. Estou com medo… e desejo, ao mesmo tempo.”
Na sala, o ambiente era aquecido, com aroma de lavanda e uma música leve preenchendo o ar. Mariana hesitou em tirar as roupas, pediu que eu apagasse todas as luzes. Não por insegurança com o corpo — mas com o próprio prazer.
— Pode começar — disse, cobrindo-se com a toalha até o pescoço.
Comecei com toques sutis nas extremidades, pés e mãos. A energia dela era trancada, como se gritasse silenciosamente: “eu não posso”.
Aos poucos, o toque deslizou pelos braços, costas, nuca. Quando senti que ela respirava mais profundamente, usei uma técnica sensitiva mais próxima da pele — lenta, envolvente, quase sem peso nas mãos.
— Você pode relaxar… está tudo bem aqui — murmurei com calma.
Ela não respondeu. Mas chorou.
E não era tristeza. Era libertação.
Com muito cuidado, explorei a lateral do corpo dela, a barriga, a cintura. Em um gesto instintivo, passei de leve a barba sobre o abdômen — e a resposta foi imediata: um suspiro profundo, o primeiro som de prazer que escapava daquela mulher há tempos.
Ela não tirou a calcinha. Mas o corpo reagia. Se arqueava. Se entregava sem pressa.
Quando a energia subiu, o quadril dela se movimentou, sem controle, buscando algo que não era físico — era interno.
E pela primeira vez em muitos anos, Mariana sentiu.
Não era só prazer. Era reconhecimento. Era reencontro.
Ao final, ainda deitada, ela disse:
— Eu não sabia que isso existia… sem culpa, sem medo. Obrigada.
Saí da sala, deixei que ela se vestisse em silêncio. Quando saiu, o rosto estava leve. E no abraço de despedida, eu soube:
ela não voltaria a ser a mesma.