Morpheu nos tomou em seus braços, ambos nus, e nos levou em viagem pelo infinito, na rota das estrelas, até a clareira onde as bacantes dançavam.
Nos depositou no chão e fomos rodeados por Dionísio, Pã, os satiros, e as ninfas.
Aos gritos de Evoé, dos vapores do vinho e da dança orgiastica, nossos corpos nus se entrelaçavam, se possuíam e se penetravam em puro frenesi, nos levando ao êxtase.
O som da flauta de Pã nos transportou para um nível ainda mais profundo onde toda a luxúria e todo o obsceno se fundiam no prazer liberado pelo vinho.
Toda a noite e a madrugada se fundiram nessa orgia, como um ritual que nos aproximava do divino.
Quando a aurora chegou nos encontrou jazidos, ébrios de vinho, de sexo e das emoções avassaladoras da paixão.
O despertar foi triste e decepcionante pela certeza de ter sido apenas mais um sonho.