Já passava das quatro da tarde quando Mariana tirou a saída de praia com um gesto despreocupado, revelando o biquíni fio dental cor vinho que mal cobria o essencial. A parte de cima era mínima; a de baixo, ainda mais ousada. A pele branquinha dela contrastava com a cor do tecido e com o bronzeado de Kelson, que vinha logo atrás, carregando uma canga e a bolsa térmica.
A praia era meio deserta, mas não completamente. Um grupo de quatro homens jogava frescobol não muito longe dali, e duas outras barracas improvisadas protegiam casais que tomavam cerveja sob o sol. Mas assim que Mariana passou, foi impossível não notar: os olhares se voltaram. Alguns disfarçados. Outros, nem tanto.
Kelson viu tudo. Sentiu. E gostou. Mas só até certo ponto.
Ela caminhava como quem sabe que está sendo observada — e não se importava. Sabia o que vestia, sabia o corpo que tinha e o efeito que causava. Os cabelos presos em um coque despretensioso, os óculos escuros e a pele protegida por uma fina camada de protetor davam a ela uma beleza natural, quase selvagem.
— Você viu os olhares? — ela perguntou, jogando a toalha na areia e se abaixando devagar, sem nenhuma pressa, o biquíni se ajustando ainda mais ao corpo.
Kelson sentou ao lado dela, observando os homens à distância. Um deles segurava a bolinha do frescobol sem bater, claramente distraído.
— Vi — ele respondeu, seco.
— E?
— E eles que olhem. Só olhem.
Ela sorriu de canto, satisfeita com a reação.
— Você gosta disso, né?
— De você, sim. Do resto? Nem um pouco.
Mariana virou de lado, deitou sobre a canga e puxou a lateral do biquíni como quem ajusta o fio — mas sabia exatamente o que fazia. Kelson estava de óculos escuros, mas seus olhos estavam nela, cravados. Um dos homens chegou a tropeçar ao passar mais perto. Mariana não disfarçou o sorriso.
— Eles desejam o que você já tem — disse ela, em voz baixa.
Kelson se inclinou por cima dela, a sombra do corpo dele caindo sobre o dela. Passou a mão pela lateral de sua coxa exposta e disse, com um tom firme e baixo, só para ela ouvir:
— Eles olham... mas quem te toca sou eu.
— E quem te faz gemer. Quem te conhece por dentro.
— Esses aí, só podem imaginar.
Mariana mordeu o lábio inferior. O ar entre os dois ficou denso, carregado.
Kelson se afastou lentamente e foi até o cooler buscar uma cerveja, mas sentia o sangue quente correndo no corpo. A visão dela deitada, com o corpo marcado pela areia fina, o biquíni escondendo quase nada, e os olhares em volta... tudo aquilo era provocação.
E Mariana sabia. E gostava.
Ela deitou de bruços agora, o fio dental deixando quase todo o bumbum à mostra. Um dos homens, mais ousado, lançou um olhar descarado, mordendo os lábios.
Kelson voltou e se sentou ao lado dela.
— Vamo dar um mergulho? — ele sugeriu, estendendo a mão.
Ela aceitou com um sorriso lento.
Enquanto caminhavam até o mar, ele a puxou pela cintura, com mais firmeza dessa vez. O mundo podia até olhar — mas o que aconteceria depois, quando voltassem pro bangalô, não era pra ninguém ver.
A porta mal tinha batido atrás deles e já era como se o mundo lá fora não existisse mais. O som do mar vinha abafado pelas janelas entreabertas, e o cheiro do sal ainda pairava no ar. Mas ali dentro, tudo era calor.
Kelson encostou Mariana contra a parede branca do bangalô, as mãos firmes em sua cintura, os olhos escuros mergulhados nela. Os lábios dele pairavam a milímetros dos dela, mas não se apressavam. Queria senti-la tremer antes de tocá-la.
Mariana, ainda com os cabelos úmidos do mar e a pele salpicada de areia, respirava mais rápido. A ousadia da praia ainda pulsava nela, aquecida pelo álcool e por tudo que não foi dito entre os olhares.
— Você tem ideia do que fez comigo hoje? — ele murmurou, com a voz baixa, quase rouca.
— Eu… só tava me divertindo — disse ela, com um sorriso que misturava culpa e provocação.
Kelson passou a mão pela lateral de seu corpo, subindo até o fecho do top. Ela mordeu o lábio, tensa. Mas não era medo — era desejo. Intenso, novo, como se nunca tivesse sido tocada daquele jeito.
— Primeira vez com um fio dental desses, e já me deixa louco... — ele disse, deslizando os dedos pelas costas dela.
— E se eu tiver gostado? — ela sussurrou.
Ele riu baixo, colando o corpo no dela.
— Então se prepara.
Com um movimento lento, Kelson desfez o nó do top e puxou o tecido molhado, deixando os seios de Mariana livres, expostos ao ar morno do quarto. Ela inspirou fundo, os olhos fechados por um instante, sentindo-se vulnerável e poderosa ao mesmo tempo.
As mãos dele cobriram os seios com cuidado, os polegares brincando com os mamilos enrijecidos. Mariana soltou um suspiro baixo, quase um gemido contido. A timidez que sempre teve não impedia o corpo de reagir, e ali, com ele, ela se permitia ir além.
Ele a beijou com intensidade, a boca faminta, a língua explorando com fome contida. As mãos desceram para a parte de baixo do biquíni, que já parecia inútil — colado à pele, fino demais, úmido e provocante.
— Isso aqui não esconde nada — ele disse, puxando o tecido com firmeza.
Ela olhou para ele, o rosto corado, a respiração trêmula.
— Então tira.
A frase saiu baixa, quase tímida. Mas com um fogo que fez o corpo de Kelson endurecer inteiro.
E ele tirou.
O fio dental desceu pelas coxas dela, lentamente, até cair aos pés. Ele a ergueu no colo e a levou até a cama do bangalô, de onde dava pra ver o mar azul lá fora, quase brilhando sob a luz do entardecer.
Deitou-a com cuidado e se ajoelhou diante dela, admirando a mulher que agora se mostrava sem pudor, entregue, faminta. A mesma Mariana de sempre, mas como nunca antes.
Ali, entre lençóis leves e calor no ar, não havia espaço pra timidez.
Só para toques.
Respirações entrecortadas.
E a certeza de que aquele verão seria lembrado para sempre.