A Bela e a Fera: nem tudo é o que parece (capítulo 1)



Aconteceu no fim de uma tarde de sábado. Estava descansando no sofá quando bateram palmas em meu portão. Ao abrir o portão, dei de cara com um coroa com mais de meia idade trajando roupas sociais surradas e uma bíblia de capa trincada na mão, ao lado dele, uma piriguetinha crente com olhar de sonsa e vestido comprido de cor azulada.
__boa tarde, meu amigo, o moço tem um tempinho para ouvir o evangelho de salvação?
Não era a primeira vez que os dois batiam em minha porta, eram figurinhas carimbadas na minha rua. Sendo um homem gay, eu não tinha a mínima disposição para ouvi-los e para ser sincero até tinha pena por serem eficientes enquanto massa de manobra. Eu os atendia e como dizia estar sem tempo, contentavam-se em me dar um folheto e em me convidar para um culto na igreja. Mas, como eu não era mal-educado com eles e deixava uma pontinha de esperança de ouvi-los, acabaram voltando no sábado seguinte. Apesar de serem figurinhas carimbadas, eu não sabia nada sobre eles e fiquei intrigado que uma moça tão jovem estivesse gastando seu tempo para evangelizar com um coroa, e por esse motivo apelidei-os de Bela e Fera. Na minha cabeça, o coroa não passava de um safado tentando passar a rola na crentinha; e a crentinha era uma sonsa esperando o bote da cobra. Foi assim que pensando besteiras acordei encapetado naquele sábado, decidido a desmascarar o casalzinho de prosélitos. Não só falei que tinha tempo como convidei-os para entrar em minha sala. Os dois sentaram-se no mesmo sofá, um sofá de dois, e então dei início à minha trama.
__como o senhor se chama mesmo?
__Jaime, irmão Jaime.
__e a menina aí, como se chama?
__Elinai. Ela se chama Elinai.
__então, seu Jaime, como o senhor deve saber, eu sou gay, né?
__não, não... não sabia não...
__mas eu sei que o senhor tá aqui pra me ajudar. Quero que o irmão e a irmã me ajudem a se libertar do pecado. Quero desejar mulher. O senhor me entende?
__claro, a gente veio aqui pra te trazer um evangelho de libertação e salvação...
__então! eu nunca vi uma mulher pelada. Como vou saber se gosto de mulher, não é? O senhor acha que eu preciso de ver uma mulher pelada para me libertar desse desejo profano e insano, desse tesão por homens?
Minha pergunta ecoou na sala como um banho de água fria. Jaime ficou me encarando sem dizer uma só palavra, parecia esquecido todas as palavras da língua portuguesa. Elinai abaixou a cabeça e ficou olhando para o chão. Então continuei.
__se eu me libertar posso até ser crente...
E ele, retornando com os pensamentos na cabeça, respondeu:
__o senhor só vai se libertar se ficar crente.
Continuamos a conversa enquanto Elinai não tirava o olhar de sonsa do chão.
__mas o senhor acha que a irmã Elinai pode me ajudar?
__a Elinai?
__ela mesmo. O senhor ora pra mim e ela faz isso para me libertar...
__mas não entendi. Elinai faz o que?
__eu falo com respeito, viu. O senhor sabe que sou gay, não sabe. A irmã sabe, não sabe?
Nisso Elinai me olhou com olhar se perdendo no horizonte e respondeu:
__eu ouvi falar disso. O senhor é bem conhecido aqui... por isso...
Continuei o assunto com Jaime, pois na minha maquinação a fraqueza estava nele, e Elinai era uma crentinha sonsa esperando o bote da cobra.
__viu, irmão Jaime? O senhor ora pra mim. A irmã Elinai pode ajudar a gente a me libertar.
__mas ajudar como, homem do céu?
__eu falo assim: o senhor ora pra mim e a Elinai faz a parte dela para ajudar. O senhor não acha que preciso ver uma mulher pelada para me libertar do desejo por homem?
Nisso Elinai interveio na conversa e eu continuei com ela:
__mas eu não vou ficar pelada não.
__minha querida, eu sou mona, sou gay, entendeu? Não vou te atacar não. O irmão Jaime vai orar, ele não vai fazer nada, não é irmão? O que eu falei é que eu preciso da oração dele, mas preciso que você me ajude a me libertar do pecado.
__mas não posso ficar pelada, isso é pecado...
__não é pelada, pelada, pode ser de calcinha e sutiã. Entende? Você não quer me ajudar? Então? Como que diz? Quem quer rir, tem que fazer rir. Fala pra ela, irmão Jaime, o senhor não quer me libertar? Tenho certeza de que se o senhor orar e ela se mostrar pra gente a coisa vai mudar... a coisa vai mudar.
Nesse instante eu já estava convencido de que, naturalmente, se fossem pessoas sérias, já teriam saído da minha casa me xingando. Fiquei calado por um instante, observando os dois, percebendo que estavam embaraçados com a minha ousadia. Por algum motivo senti a necessidade de envolver dinheiro.
__eu pago 100 reais para vocês me ajudarem.
Nessa hora os dois se entreolharam e pelo jeito de olhar ficou evidente que a proposta tinha provocado interesse neles. Nisso Jaime completou.
__posso orar pra você, mas não posso cobrar pela oração.
__eu sei, irmão Jaime, sua oração é de graça. Mas o dinheiro não é pela oração não, é pelo sacrifício da irmã Elinai, pra ajudar a gente na minha libertação. O senhor não concorda comigo?
Ele ficou calado, e senti que continuavam interessados na proposta:
__150 reais, para melhorar.
Os dois entreolharam novamente, deixando mais claro o interesse. Nisso Elinai entregou os pontos da conversa:
__o pai orou pedindo 200 reais hoje...
Sem entender a referência ao “pai”, perguntei:
__quem, seu pai?
Nisso Jaime interpelou a conversa.
__é porque tô com conta atrasada num juro brabo.
Fiquei embaraçado, pois naquele momento, ao contrário que tinha suposto, a Bela não era a Bela e a Fera não era a Fera, começava ali a suspeitar que Jaime era, na verdade, pai de Elinai.
__não entendi nada. Quem orou pedindo dinheiro?
E os dois responderam ao mesmo tempo:
__ele (Elinai) / __eu (Jaime).
Então, disfarçando a descoberta e o fiasco das minhas suspeitas, passei a dobrar a aposta.
__eu pago os 200 reais, mas para ver dois pelados então.
Os dois ficaram embaraçados com minha loucura, mas a necessidade do dinheiro continuava atraindo os dois, pois eles se entreolharam novamente. Nisso seu Jaime disse.
__mas seu Ricardo, o senhor sabe que tá escrito na palavra: “filha não conhecerás a nudez do seu pai” e “pai não conhecerás a nudez da sua filha”? eu não posso ver Elinai pelada não e ela não pode me ver pelado. Não tô entendendo o que o senhor quer.
Eu poderia ter sugerido ver os dois separadamente e talvez tivesse conseguido desmascarar a crentice deles. Mas eu não tinha interesse em ver Jaime pelado, muito menos Elinai. Mas, de alguma forma, eu sentia uma vontade imensa em desafiar a crença deles e ver o quanto seriam capazes de pecar por uma merreca de dinheiro.
__então ela fica de calcinha e sutiã e o senhor fica de cueca. Olha, desse jeito ela não vai tá te vendo pelado, nem o senhor vai ver ela pelada, e ainda vão ganhar 200 reais...
E Jaime se esquivou:
__o senhor vai me desculpar, mas a gente não pode fazer isso não. A gente não pode pecar para te libertar do pecado. Entende? E no mais, a gente tá de saída se o senhor não se importar, porque ainda tem muita casa que a gente ainda não passou e a hora não para... mas, o convite tá de pé e a gente te espera na igreja hoje.
Nisso Jaime se levantou. Pensei em replicar, mas o coroa continuou falando energicamente sobre o culto de libertação, da cantora e do pregador que participariam naquela noite; pelo que pensei que seria melhor deixar que fossem embora logo, pois a julgar pela minha ousadia, nunca mais pisariam no meu portão para fazer proselitismo.
Quando saíram de minha casa, entrei em euforia. Eu tinha sido muito afoito, mas estava feliz por ter assustado os crentinhos. Nunca mais pisariam no meu portão, pensei. Depois tentei assimilar meus erros e acertos: nessa história de a Bela e a Fera, errei quando julguei sem conhecer, afinal não eram a Bela e a Fera que eu desconfiava; acertei quando tentei desmascarar a Fera sacrificando apenas a Bela, afinal, o dinheiro tinha mexido com a cabeça deles; errei quando tentei sacrificar a Fera junto com a Bela, afinal isto fez o Jaime se encrespar na hora. Nisso me dei conta que minhas impressões iniciais não estavam tão erradas e que perdi o jogo por detalhes. Então, entrei no mundo do SE, no mundo das possibilidades do que poderia ter acontecido: teria desmascarado não um casalzinho de prosélitos, mas um pai e uma filha prosélitos, isto se eu não tivesse dobrado a aposta, se eu tivesse apostado apenas em despir Elinai. Jaime precisava dos 200 reais e pareceu não se importar em sacrificar sua filha. A própria Elinai parecia disposta a sacrificar-se pelo dinheiro. Apostei que minha oferta era suficiente para levar os dois ao abatedouro, mas a Fera recuou carregando com ele sua Bela. Fazia as contas do meu jogo perdido quando, de repente, a campainha tocou. Ao abrir o portão, dei de cara com a piriguetinha crente, com aquele olhar de crentinha sonsa.
__você quer falar de novo sobre aquilo com meu pai?
Atordoado olhei ao redor para ver onde estava o irmão Jaime.

O que você acha que aconteceu a seguir?
A história continua em A Bela e a Fera: nem tudo é o que parece (capítulo 2)


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Comentários


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morenotzaum Comentou em 05/09/2025

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Ficha do conto

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Nome do conto:
A Bela e a Fera: nem tudo é o que parece (capítulo 1)

Codigo do conto:
241764

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
05/09/2025

Quant.de Votos:
5

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