Os dias que se seguiram àquela manhã no chalé foram um turbilhão de emoções contraditórias que me consumiam por dentro. Eu voltara para casa com o corpo marcado por toques que não podiam ser apagados, o cheiro dele impregnado na minha pele apesar do banho apressado que tomei no caminho de volta. Elcio me recebeu com um beijo distraído, os meninos correndo para me abraçar, e eu sorri para eles como se nada tivesse mudado. Mas tudo havia mudado. Meu casamento, outrora um porto seguro, agora parecia uma prisão de mentiras. A culpa era uma serpente venenosa enrolada no meu estômago, me fazendo acordar no meio da noite com o coração acelerado, suando frio ao lembrar das mãos de Maicon na minha cintura, da sua voz rouca me chamando de "neguinha".
"Como pude fazer isso?", eu me perguntava no espelho, encarando uma mulher que mal reconhecia. Eu era mãe, esposa, uma mulher de quarenta e um anos que sempre valorizara a família acima de tudo. Elcio era bom, leal, o pai dos meus filhos. Ele não merecia isso. E os meninos? O que seria deles se tudo desmoronasse? O remorso me dilacerava, uma dor aguda que se misturava ao medo de ser descoberta. Mas, ah, o desejo... Ele era uma chama que não se apagava, um vício que me fazia reviver cada momento proibido em pensamentos febris. Eu queria Maicon com uma intensidade que me assustava, queria sentir novamente aquela eletricidade, aquela sensação de ser desejada como nunca antes. Era como se ele tivesse acordado uma parte de mim que eu nem sabia que existia – selvagem, livre, faminta.
Tentei me afastar. Jurei para mim mesma que aquilo fora um erro, um lapso momentâneo. No dia seguinte ao chalé, bloqueei o número dele no WhatsApp, ignorando as mensagens que chegavam antes do bloqueio: "Bom dia, Adri. Já sentindo sua falta." Meu peito doía ao apertar o botão, mas era necessário. No trabalho, evitei os corredores onde ele poderia estar, mergulhei nas tarefas mundanas da assistência social como se fossem uma âncora para a sanidade. Mas o CREAS era pequeno demais para segredos. Nossos olhares se cruzavam inevitavelmente – durante uma reunião da equipe, no café da manhã coletivo, ou quando ele passava pela minha mesa com um sorriso que era ao mesmo tempo inocente e predatório. "Tudo bem, Adri?", ele perguntava, e eu murmurava um "sim" seco, sentindo o calor subir pelo meu corpo.
O convívio diário era uma tortura. Minhas colegas, as mesmas que haviam me avisado sobre o encanto dele, notavam a tensão no ar, mas atribuíam a uma adaptação ao novo emprego. Eu tentava me convencer de que o tempo curaria tudo, que o desejo se dissiparia como fumaça. Mas cada vez que o via rindo com alguém, cada vez que sua voz ecoava no escritório, o fogo reacendia. Bloqueá-lo no celular foi inútil; o trabalho nos unia como imãs irresistíveis. Uma semana depois, durante uma pausa para o almoço, ele me encurralou na copa, os olhos escuros fixos nos meus. "Por que está me evitando, neguinha? Acha que pode simplesmente apagar o que aconteceu?" Eu neguei, mas minha voz tremia. Ele se aproximou, o cheiro dele – uma mistura de colônia e masculinidade – me deixando tonta. "Não consigo parar de pensar em você", sussurrou, e eu saí correndo, o coração em disparada.
CAPÍTULO 8: O DIA DA INDEPENDÊNCIA E O CIÚME
Sete de setembro chegou como uma ironia do destino. O Dia da Independência do Brasil, um feriado de desfiles cívicos, patriotismo e multidões. Nossa equipe do CREAS fora escalada para participar dos eventos em São Lourenço – um desfile pela manhã na avenida principal e outro à tarde, em um bairro periférico. Era obrigatório, uma forma de integração comunitária, mas para mim era um campo minado. Maicon estaria lá, e eu não tinha como escapar.
Cheguei cedo, vestida toda de preto – nada que chamasse atenção, ou assim eu pensava. O ponto de encontro era uma praça arborizada, onde a equipe se reunia para aguardar o início. Foram duas horas intermináveis de espera, com o sol da manhã escaldante batendo em nós enquanto conversávamos em grupos dispersos. E foi ali que o ciúme me atingiu como um soco no estômago.
Maicon era o centro das atenções, como sempre. Mulheres de outras secretarias – assistentes sociais de outras unidades, professoras, até algumas voluntárias da comunidade – o rodeavam como mariposas atraídas pela luz. Elas riam alto das suas piadas, tocavam seu braço casualmente, inclinavam-se para perto dele com olhares que não deixavam dúvidas sobre suas intenções. Uma loira alta, com um decote generoso, praticamente se jogava nele, sussurrando algo que o fez sorrir. Outra, uma morena curvilínea que eu reconheci de uma reunião anterior, elogiava sua "energia incrível" enquanto batia os cílios. Ele respondia com aquele carisma magnético, educado mas flertador o suficiente para alimentá-las. Eu observava de longe, fingindo mexer no celular, mas o ciúme queimava como ácido no meu peito. "Ele é meu", pensei irracionalmente, mesmo sabendo que não era. Ou era? A culpa se misturava ao desejo possessivo, me deixando nauseada.
Não aguentei. Quando ele se afastou um pouco do grupo para pegar água, chamei-o para um canto atrás de uma árvore frondosa, longe dos olhares curiosos. "O que você pensa que está fazendo?", sibilei, minha voz baixa mas carregada de raiva. "Flertando com todas essas mulheres na minha frente? Acha que sou idiota?"
Ele ergueu uma sobrancelha, surpreso, mas um sorriso lento se formou em seus lábios. "Ciúme, Adri? Achei que você tinha me bloqueado. Que não queria mais nada comigo."
"Não é ciúme!", menti, cruzando os braços. "É ridículo. Você age como se fosse solteiro e disponível para todo mundo. E eu aqui, me sentindo uma idiota por... por tudo."
Sua expressão suavizou, e ele deu um passo mais perto, o suficiente para eu sentir seu calor. "Você é a única que importa, neguinha. As outras? São só conversa. Mas você... você me deixa louco." Ele estendeu a mão para tocar meu braço, mas eu recuei, o coração batendo forte.
"Não faça isso aqui. Não agora."
CAPÍTULO 9: A DECLARAÇÃO E A ENTREGA
O desfile começou logo depois, uma marcha organizada com bandeiras tremulando, música patriótica ecoando dos alto-falantes e a multidão aplaudindo nas calçadas. Caminhávamos em formação, eu na fileira da frente da nossa equipe, Maicon algumas posições atrás. O sol batia forte, o suor escorrendo pelas minhas costas, mas minha mente estava em outro lugar – na briga, no ciúme, no desejo que eu não conseguia sufocar.
Então, no meio do percurso, ele se aproximou sutilmente, aproveitando uma curva na avenida onde a formação se afrouxava. Seu ombro roçou o meu, e ele se inclinou, sua boca perto do meu ouvido, o hálito quente me arrepiando apesar do calor do dia. "Adri, ouça", sussurrou, a voz grave e urgente cobrindo o barulho da multidão. "Eu te quero de verdade. Não é só sexo, não é uma aventura. Você me faz sentir vivo, como ninguém mais. Seu sorriso, sua força, o jeito como você me olha... Eu estou apaixonado por você. Vamos fazer isso direito, neguinha. Eu te amo."
As palavras me atingiram como um raio, paralisando-me por um segundo. Amor? De um homem como ele, jovem, bonito, com o mundo aos pés? Meu coração disparou, uma mistura de terror e êxtase. Não respondi – não podia, não ali –, mas o resto do desfile foi um borrão, minhas pernas movendo-se no piloto automático enquanto sua declaração ecoava na minha mente.
No final, quando a multidão se dispersou, eu o esperei perto do carro dele, um SUV preto estacionado em uma rua lateral. Meu corpo tremia de ansiedade, a culpa lutando contra o desejo. Ele apareceu minutos depois, os olhos escuros fixos nos meus. Não dissemos nada. Ele apenas abriu a porta do passageiro, um gesto silencioso e carregado de intenção. Entrei sem hesitar, o cheiro dele no carro me envolvendo como um abraço.
Dirigimos em silêncio para o interior da cidade, deixando as ruas movimentadas para trás, rumo a uma estrada de terra que levava a um matagal isolado, onde ninguém nos veria. O ar estava carregado, a tensão sexual palpável. Ele parou o carro em uma clareira sombreada por árvores altas, o motor morrendo com um suspiro.
"Maicon...", comecei, mas ele se virou para mim, os olhos queimando.
"Shh, Adri. Não diga nada ainda." Sua mão encontrou a minha, os dedos entrelaçando-se. "Você sabe o que eu quero. O que nós queremos." Ele se inclinou, seus lábios roçando os meus em um beijo leve, provocador. "Diga-me o que sente quando penso em você nua, montada em mim como no chalé. Seu corpo tremendo, seus gemidos enchendo o ar."
Minha respiração acelerou, o calor se espalhando pelo meu ventre. "É loucura... Eu sinto culpa, remorso. Mas desejo você mais do que tudo. Seu toque me deixa louca, Maicon. Quero sentir você dentro de mim novamente, me preenchendo, me fazendo esquecer tudo."
Ele sorriu, um sorriso predatório e terno ao mesmo tempo. "Então venha aqui, neguinha. Deixe-me mostrar o quanto te desejo." Ele reclinou o banco do motorista e me puxou para o colo, mas eu o empurrei gentilmente para o banco de trás, onde o espaço era maior. Caímos juntos em um emaranhado de membros, roupas sendo arrancadas com urgência. Seus lábios devoraram os meus, descendo pelo meu pescoço, mordiscando a pele sensível enquanto suas mãos exploravam meu corpo. "Você é perfeita", murmurou contra minha clavícula. "Quero provar cada centímetro de você."
Eu o montei novamente, guiando-o para dentro de mim com um gemido que ecoou no carro confinado. O ritmo era frenético, desesperado – minhas unhas cravando em seus ombros, seus quadris se erguendo para me encontrar em investidas profundas. "Mais forte, Maicon... Me faça gozar como da última vez", supliquei, a voz rouca. Ele obedeceu, virando-nos para que eu ficasse deitada, suas mãos firmes nas minhas coxas enquanto ele me penetrava com uma intensidade que me levou ao limite. O orgasmo veio como uma explosão, meu corpo convulsionando ao redor dele, e logo depois o dele, enchendo-me com seu calor.
Ficamos ali, ofegantes, suados, o carro fedendo a sexo e desejo. Ele me beijou suavemente. "Isso não pode acabar, Adri."
CAPÍTULO 10: O RETORNO E O DILEMA
Voltamos para o desfile da tarde fedendo a sexo, o cheiro disfarçado por perfume apressado e janelas abertas no caminho. Nossos olhares se cruzavam na multidão, cúmplices e carregados de segredos. Mas enquanto marchávamos novamente, a realidade me atingiu. Eu tinha que fazer uma escolha: continuar nessa loucura, arriscando tudo – minha família, minha estabilidade – ou terminar de vez, sufocando o desejo que me consumia. O remorso voltava, misturado ao êxtase recente, e eu sabia que o pesadelo delicioso estava longe de acabar. Maicon me queria, e eu o queria de volta. Mas a que preço?
Nossa que delícia de buceta muito linda já até votei
Que bucetao lindo.
k delicia, adorei e até gozei....