Desliguei a luz principal, deixando apenas o abajur no meu gabinete aceso, lançando um cone de luz quente sobre a minha escrivaninha. Foi então que me lembrei. Deixara o casaco no carro. A noite de outono estava fria, e eu só vestia o tailleur de seda fina. Respirei fundo, pegando as chaves.
O estacionamento subterrâneo do prédio estava deserto àquela hora. O ar era frio e parado, cheirando a concreto e gasolina. Meus saltos ecoavam no vazio, um som solitário e preciso. Caminhei até meu carro, destranquei e peguei o casaco de lã do banco do passageiro. Ao me virar para trancar novamente, uma figura se moveu na penumbra, ao lado de um pilastra.
Meu coração deu um salto no peito, um instinto primitivo de alerta. Mas então, ele saiu da sombra.
Era ele. Mateus. O síndico do prédio. Nós nos cumprimentávamos no elevador, trocávamos sorrisos educados. Ele era alto, sólido, com ombros largos e mãos que pareciam capazes de consertar qualquer coisa. Seus olhos, de um castanho quase dourado, sempre me observavam com uma intensidade que ia além da cordialidade.
“Dra. Carla,” sua voz era mais grave do que eu lembrava, ecoando suavemente no espaço vazio. “Tudo bem? Estava fechando o prédio e vi a luz do seu andar. Pensei que pudesse ser algo.”
“Tudo bem, obrigada,” respondi, minha voz soando estranhamente controlada, profissional, um reflexo condicionado. “Só vim buscar meu casaco.”
Ele deu um passo à frente, saindo completamente da escuridão. Estava de jeans e uma camiseta preta justa, que delineava cada músculo do seu torso. A luz fluorescente pálida do estacionamento cortava seus traços de maneira dramática.
“Dias difíceis, hein?” ele disse, e não foi uma pergunta retórica. Foi uma afirmação carregada de uma compreensão estranha. Seus olhos percorreram meu rosto, como se lessem a fadiga nos meus olhos, a tensão leve no meu maxilar. Eu, que passava o dia decifrando pessoas, me senti completamente lida.
“Dias,” confirmei, deixando a máscara profissional rachar um pouco. Um suspiro escapou dos meus lábios.
Ele se aproximou mais. Não de uma forma ameaçadora, mas com uma deliberação que fez o ar ao meu redor parecer ficar mais denso. Estávamos a talvez meio metro de distância. Eu conseguia sentir o calor emanando do corpo dele.
“Às vezes,” ele sussurrou, sua voz agora um roçar de veludo na minha pele, “a doutora precisa parar de analisar e… apenas sentir.”
Seu olhar desceu do meu rosto para o meu pescoço, depois para o decote do meu vestido de seda. Era um olhar pesado, físico. Como se suas mãos já estivessem me tocando. E, Deus, eu senti. Uma pontada quente e úmida brotou no meu baixo-ventre, uma resposta involuntária e brutalmente honesta. Minha mente, sempre tagarela, analítica, ficou em silêncio. Havia apenas aquele desejo, cru e simples.
Ele ergueu a mão lentamente, dando-me todo o tempo do mundo para recuar, para dizer não. Eu não me mexi. Seus dedos tocaram minha têmpora, afastando um fio de cabelo que caíra do meu coque. O contato foi um choque. Sua pele era áspera, de quem trabalhava com as mãos, e o contraste com a fina seda do meu vestido foi eletrizante.
“Mateus,” disse meu nome, e soou como uma súplica.
Foi o convite que ele precisava. Sua mão desceu para a nuca do meu pescoço, firmemente, e ele puxou meu rosto para o dele. O beijo não foi gentil. Foi possessivo, urgente, uma reivindicação. Seus lábios eram quentes e insistentes, sua língua invadiu minha boca com uma confiança que fez meus joelhos tremerem. Eu respondi com a mesma moeda, minhas mãos subindo para seus ombros, agarrando a camiseta, sentindo os músculos duros sob o tecido.
Ele me empurrou contra a lateral fria do carro, o metal gelado um contraste violento com o calor que queimava sob a minha pele. Seu quadril se encaixou entre as minhas pernas, e eu arquei contra ele, um gemido baixo escapando da minha garganta. Ele enterrou o rosto no meu pescoço, seus dentes mordiscando levemente o meu lobo, enquanto suas mãos desciam pelas minhas costas, moldando-se às minhas curvas através do tecido fino do vestido.
“Aqui?” ele rosnou no meu ouvido, sua respiração quente. “Ou vamos para o seu consultório?”
A audácia da pergunta, a quebra de todas as regras do meu espaço sagrado, do meu mundo controlado, foi o que me levou ao limite.
“O consultório,” ofeguei. “Agora.”
A caminhada de volta para o elevador foi uma blur. Seus braços estavam ao meu redor, sua mão grande espalmada na parte baixa das minhas costas, guiando-me. Dentro do elevador, ele me prensou contra a parede espelhada, e nosso reflexo—uma mulher de negócios desgrenhada e um homem com olhos famintos—me excitou ainda mais. Beijamos novamente, um frenesi de línguas e mãos, até que o ding suave anunciou nosso andar.
Entramos no consultório às pressas. Ele trancou a porta e, por um momento, ficou parado, olhando para a sala. Para o divã.
Um sorriso lento e perverso cruzou meus lábios. A ironia era intoxicante.
“Deita,” eu ordenei, a psicóloga voltando à superfície, mas com um comando totalmente novo.
Seus olhos brilharam de entendimento. Ele se deitou no divã, de costas, me observando enquanto eu tirava meus sapatos e caminhava até ele. A luz do abajur iluminava seu corpo de maneira íntima, teatral.
Eu subi no divã, cavalgando seus quadris. Daqui, eu estava no controle. Daqui, eu era quem observava, quem tocava. Inclinei-me para frente, meus seios quase tocando o peito dele, e sussurrei:
“Hoje, você não vai falar. Você só vai sentir.”
Desabotoei a camisa dele, expondo seu torso. Minha boca seguiu o caminho que minhas mãos haviam aberto, beijando, lambendo, mordiscando sua pele. Ele gemeu, suas mãos agarrando meus quadris com força, seus dedos pressionando através do tecido do meu vestido. Senti sua ereção dura contra mim, e esfreguei-me sobre ela, um movimento lento e deliberado que fez seus olhos se fecharem de prazer.
Minhas mãos trabalharam para abrir seu cinto, o som do metal sendo puxado ecoando no silêncio do quarto. Quando o prendedor cedeu, foi como um suspiro final de rendição. Ele me ajudou a puxar a calça e a cueca para baixo, libertando seu membro, que pulsava de desejo. Era como o resto dele: sólido, imponente.
Eu o guidei para dentro de mim, afundando sobre ele num movimento fluido e profundo que nos fez gemer em uníssono. Um som gutural, de pura carnalidade. Parou de ser o síndico e a psicóloga. Éramos apenas um homem e uma mulher, um corpo e outro, uma necessidade urgente que precisava ser saciada.
Comecei a me mover, lenta no início, depois com um ritmo crescente e implacável. Meus olhos estavam fixos nos dele, vendo cada nuance de prazer que cruzava seu rosto. Ele segurou meus quadris, acompanhando meu ritmo, seus empurrões para cima encontrando meus mergulhos para baixo numa sincronia perfeita. O divã rangia suavemente, um som profano naquele espaço de tantas confissões silenciosas.
A pressão dentro de mim crescia, uma espiral de calor que se apertava na base da minha espinha. Meus gemidos ficaram mais altos, menos contidos. Eu jogara a cabeça para trás, meus cabelos soltos agora caindo sobre meus ombros. Ele sentiu minha iminência e sentou-se de repente, envolveu-me em seus braços e, ainda dentro de mim, inverteu nossas posições, deitando-me de costas no divã.
Agora ele estava por cima, seus braços enquadrando meu rosto, sua expressão era de uma concentração feroz.
“Quero ver você chegar, Carla,” ele rosnou, sua voz um fio. “Quero ver a doutora perder o controle.”
E eu perdi. Seus empurrões ficaram mais profundos, mais precisos, atingindo um ponto dentro de mim que fez as luzes explodirem atrás das minhas pálpebras. Um grito abafado rasgou minha garganta enquanto meu corpo era tomado por uma onda de espasmos violentos, um êxtase que me esvaziou de todo pensamento, de toda a fadiga, de tudo, exceto da sensação pura e arrebatadora do prazer. Sentir suas próprias contrações finais dentro de mim, seu gemido rouco no meu ouvido, foi a culminação perfeita.
A quietude que se seguiu foi diferente de qualquer silêncio que eu já conhecera. Não era o silêncio vazio do cansaço. Era um silêncio pleno, pesado, satisfeito. Nosso respiração ofegante lentamente se acalmou. Ele ainda estava sobre mim, seu peso uma âncora quente e reconfortante.
Ele se moveu, saindo de mim, e se deitou ao meu lado no divã estreito, puxando-me contra seu corpo. Ficamos ali, entrelaçados, ouvindo os batimentos dos nossos corações desacelerarem.
Pela janela, as luzes da cidade cintilavam. Eu, Carla, a psicóloga que passava o dia desvendando os segredos dos outros, havia encontrado, naquele estacionamento e depois no meu próprio divã, uma verdade muito mais simples e muito mais poderosa. Às vezes, a única análise que importa é a do toque, do sabor, do gemido no escuro. E, naquele momento, era a única verdade que eu precisava saber.
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Opa! Festa?!
Oie. Eletrizante! Nada menos que eletrizante, porque pude sentir uma corrente de energia percorrendo a minha espinha enquanto eu lia. Parabéns pela sensacional aventura. Bxos.
Que conto Dra.!!!! Muito excitante
Delícia de conto! Adoro um conto bem escrito e excitante! E curti ainda mais por vir com um convite, ao qual eu adoraria a possibilidade de ser um dos escolhidos. Parabéns pelo conto e pelo noivado!
Que delícia, amo peitão! 😍Conto , gostoso!!