Conundrum - parte 1



Meu marido não merecia sofrer uma traição, assim como eu não suportei sofrer os rigores ingratos da repressão dos desejos.


Curiosamente, a solução desse conundrum se mostrou diante da falha de tentar evitar o sofrimento.


Meu nome é Izabela, mas todos me chamam de Bel. Tenho 25 anos, e sou casada desde os 18 anos. Me casei virgem com Pedro, meu primeiro e único namorado.


Sou baixa, 1,56 de altura, o suficiente pra acalentar o julgamento competitivo da maioria das mulheres. Mas, tenho um corpo e uma beleza notórios o bastante pra incomodar a crítica feminina de qualquer altura.
Perfil curvilíneo com uma cintura surpreendentemente fina, que fica ainda mais destacada pelos meus peitos e bumbum proporcionalmente salientes.
Durante a adolescência, ficou notório pra mim que essas proporções eram uma raridade cativante pros homens e invejável pelas outras garotas. À medida que estas últimas começavam a se pronunciar com zombarias sobre minha altura, eu optei por me cuidar e "aumentar o tamanho dos meus valores naturais".
Em pouco tempo de academia, se desenvolveu uma musculatura maliciosamente pertinente ao meu perfil curvilíneo.
Confesso que minha pele bronzeada é um fruto da minha natureza pueril e brincalhona de curtir Sol e praia. Por outro lado, admito que as marquinhas de bikini foram mudando com ousadia à medida que meu desenvolvimento foi cativando olhares.


Hoje em dia, quando penso sobre esse período da minha formação, noto que a insegurança sobre o julgamento pelas outras garotas e por meus pais pode ter influenciado bastante nas minhas escolhas. De modo que, apesar de eu ter me tornado a garota gata e gostosa (3G), eu não tive a coragem de admitir que eu gostava de ser desejada, nem tive coragem de usufruir os dotes que produzi com esse intuito.
A exemplar cínica da "santinha boazuda".


Eventualmente, a primeira experiência de romance e namoro representou distorcidamente a oportunidade tão desejada de vivenciar a idealização de segurança, conforto, paixão, narcisismo e alguma luxúria saudável das minhas fantasias. Mas, idealização é uma tentativa pífia de reproduzir a perfeição. E, o idealizado costuma ser distante tanto do perfeito quanto do real.


Pedro tem 30 anos, 1.67 de altura, magro, de olhos verdes e cabelos louros. Apesar de muito jovem, já chefia uma equipe de vendas de uma multinacional, e tem uma rotina de viagens nacionais e internacionais bem atribulada. Então, é comum ele ficar fora de casa entre uma a duas semanas por mês.


Se, inicialmente, isso foi encantador em meio a presentes importados, surpresas românticas, conforto e requinte, então, há algum tempo, prevalece uma rotina no mínimo tediosa e com frustrações tão bem negligenciadas quanto flatulência no elevador. Primeiro, passei a sentir falta da companhia dele. Mas, eventualmente, senti falta de com-pa-nhi-a.
A ausência de sexo seguiu o mesmo padrão, mas suscitou uma dúvida estranha e inevitável. Eu senti sim falta de sexo com Pedro ; até porque eu sempre achei muito bom. Ao contrário do que vi acontecer em alguns relacionamentos de pessoas conhecidas nossas, o tesão e o prazer nunca diminuíram. Mas, um pouco depois de começar a sentir falta de transar com Pedro, eu comecei a sentir falta de transar! Não era mais falta de sexo com Pedro. Era apenas falta de sexo com alguém. E, alguém foi exatamente o problema estranho e inevitável, pois, além do Pedro, eu não tive mais alguém.


Sentir falta de sexo com alguém que não se conhecesse é estranho, e germina a imaginação e a idealização.
Inicialmente, a gente parte com o que se conhece. Pedro era um homem muito bonito, esguio, atraente como um modelo fotográfico (baixo pra passarela), inteligente, engraçado, com uma bunda gostosa e um pênis de uns 12 centímetros que cabia bem na minha mão. Eu me masturbava lembrando de todos esses detalhes.


Porém, ocasionalmente, o inevitável acontece. Mesmo que seja de forma tão sutil, que nos permita negligenciar o ocorrido, o fato existe. Pode ser uma descomprometida fotografia de propaganda de perfume com um modelo viril de músculos bem torneados. No momento em que sua imaginação responder às demandas do desejo, mais cedo ou muito mais cedo, ela resgatará a memória da fotografia daquele modelo musculoso com detalhes tão vívidos e precisos a ponto de se estranhar como a percepção original da fotografia não havia relevado tantos encantos.
Essa memória idealizada, por definição, perverte a memória original para agradar e estimular ainda mais o desejo. E, no meu caso, logo me entreguei a idealizar as possíveis sensações de prazer diferentes daquelas que eu conhecia.
E, por algum tempo, essas idealizações ocuparam boa parte dos meus dias solitários. Nada mais além disso, pois eu não descumpriria meu compromisso conjugal em função de sandices caprichosas até então.


Moramos em uma casa bem arquitetada, bem localizada, numa propriedade ampla. E, num período de boaventura da empresa em que Pedro trabalhava, ele conseguiu comprar parte na sociedade. E, tanto por conveniência empresarial quanto para evitar mais viagens, construímos uma edícula executiva com heliporto e estrutura técnica tanto para sediar reuniões empresariais curtas quanto para hospedar eventualmente algum visitante. Como a edícula fica afastada da casa principal, os ocupantes ficam abrigados com privacidade. E, apenas se nota o trânsito de convidados pelos pavimentos de acesso à garagem ou pelo próprio heliporto evidentemente.


Foi então que, já em dezembro, antes do recesso de festas de fim de ano, um representante norueguês ficou hospedado na edícula, enquanto Pedro adiantava procedimentos de aquisição de frigoríficos na Noruega. Com isso concluído, Pedro planejava desfrutar um recesso de fim de ano comigo sem preocupações.


Hiuge é um norueguês apaixonado pelo Brasil. Tem seus 50 anos bem vividos com bons tratos, e seria justo dizer que esse homem amadureceu como um bom vinho a ser degustado. Na juventude, trabalhou na pesca, o que concebeu a ele um porte viril com uma musculatura enxuta muito bem definida e algumas marcas de expressão facial que estrategicamente destacam uma mandíbula e queixo robustos em contraste a um sorriso surpreendentemente cativante e charmoso. Ele é o tipo de homem que te olha e te faz pensar que aquele azul dos olhos encararam mistérios e tesouros dos mares e subjugaram sereias incautas.
Hiuge é um homem alto, 1,91 m, forte, e sua pele só não é alba como se esperaria, porque pratica regularmente triathlon. A esse respeito, ele mostra com uma exaltação quase infantil suas premiações do IRON MAN®. Confesso que achei um tanto fofo quando ele me mostrou.


Nosso convívio era muito bom, apesar de formal. E, jamais percebi nele nenhum olhar ou palavra que denotasse algo menos respeitoso.


        Numa sexta-feira pré-verão, eu me confortava na piscina enquanto conversava no celular com uma amiga. Eu estava usando um biquíni branco que Pedro adorava. Tinha uma calcinha de lacinho lateral, e top pequeno de cortininha. Pedro tinha saído pro trabalho de pau endurecido, me chamando de peituda malvada: “Você sabe que esses side-boobs e under-boobs vão me dar dor no saco durante o dia, né?”. Claro que eu sabia. Respondi esticando os braços enquanto pedia um abraço, e mostrava caprichosamente as laterais e as bases dos meus peitos que o bikini não conseguia cobrir. “Eu cuido de você a noite. Acho que as marquinhas do bikini vão te agradar mais ainda.” - eu disse. Então, no meio do abraço, me ajoelhei e dei “um beijo gostoso” de bom dia pra ele ir trabalhar relaxado. Confesso que adoro fazer sexo oral. A sensação de pegar um pau bonito na mão e sentir ele bem duro dentro da boca enquanto a outra pessoa fica entregue ao domínio do prazer que você dá é algo erogenamente empoderador.


    --- Um pouco mais tarde ---

Pedro já devia ter chegado na empresa, e eu imaginava as suas tentativas “forçadamente naturais” de evitar a "pau-durecência" enquanto carregava sua pasta na frente do quadril e “persistia desistente” em me afastar dos pensamentos. No meio de um mergulho de topples sozinha na minha piscina, eu imaginava o esforço em vão de Pedro ao abrir a maleta e encontrar o Top branco de cortininha que eu havia escondido dentro enquanto estava "ajoelhada" me despedindo dele.
"hehehe" - rir embaixo dágua gera bolhinhas de ar, que faz a gente parecer um personagem de cena de história em quadrinhos (HQ)... Talvez, uma "DRUUNA®" Ruiva de olhos Verdes no meu caso ..... (hihihi).

De qualquer forma, essa atitude de sedutora sumiu ainda durante o mergulho no momento em que olho pra cima para emergir.
Na borda da piscina, era visível, mesmo debaixo dágua, uma silhueta atlética em trajes colados de ciclista tão nítida quanto uma miragem vibrante no deserto. E, encantada e entorpecida pela imagem, o ar me faltou assim que meus olhos saíram da água. Então, a boca ainda submersa se engasgou e tossiu, e, de certa forma, expressou minha admiração mais honestamente do que qualquer palavra que eu tivesse dito.
Hiuge veio avisar que estava de saída pro treino.


Como se eu já não tivesse agido adequada e sutilmente, tipo alguém desorientado tendo um AVC no meio de uma piscina doméstica diante daquela miragem, pra piorar e sem qualquer comedimento, ao estilo fantasmagórico da cabeleira molhada da Samara®, desgrudo meus cabelos da frente dos olhos como se fosse uma cortininha.
Só após me recuperar minimamente do choque, e agora ao ver as fartas dimensões do volume destacado entre as pernas naquele short colado de ciclista, eu então noto que meu topples também veio à superfície e sem um fiozinho de cabelo na frente pra disfarçar depois que eu joguei os cabelos pra trás numa tentativa de disfarçar o papelão de Samara® com AVC na piscina.
Enfim, o que restava era responder o aviso do Hiuge como uma boa sequelada de derrame : “ahãm” _ eu assenti.

Ele sai.
Eu mergulho e tento me afogar.


... Continua!


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Comentários


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fernando1souza2 Comentou em 20/10/2025

Delícia, votado! Continue.




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Conundrum - parte 1

Codigo do conto:
245106

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
19/10/2025

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2

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