O ar no nosso pequeno apartamento em Queens parecia mais denso do que nunca, pesado com o fardo de medos não ditos e anseios ocultos. Havia seis meses desde que Ricardo — meu marido de 14 anos — fora arrancado por agentes do ICE na calada da noite. A reeleição de Trump havia desencadeado uma tempestade sobre imigrantes como nós, sombras indocumentadas em um país que outrora prometia sonhos, mas agora nos caçava como presas. Incursões eram constantes, postos de controle surgiam como armadilhas, e cada sirene enviava um calafrio pela minha espinha. Éramos brasileiros, misturando-nos nos bairros latinos, mas agora éramos só eu e Pedro, o filho de Ricardo do primeiro casamento. Pedro tinha 24 anos agora, alto e taciturno, com o queixo afiado do pai e olhos escuros que pareciam perfurar direto através de mim. Ele tinha 10 anos quando me casei com Ricardo, um garoto carrancudo que mal falava comigo no início. Mas o tempo o mudara — nos mudara.
No começo, após a deportação de Ricardo, a sobrevivência era tudo o que importava. Contas se acumulavam como acusações na mesa da cozinha. Eu trabalhava por baixo dos panos limpando casas, mas o medo me mantinha dentro de casa mais do que o necessário. Pedro largou a faculdade comunitária para pegar turnos em um armazém, seus ombros largos se esforçando sob caixas, voltando para casa encharcado de suor e silencioso. Compartilhávamos refeições em um silêncio tenso, a TV zumbindo notícias de mais repressões. "Eles estão em todo lugar, Marize", ele dizia, sua voz baixa e rouca. "Não podemos sair a menos que seja necessário."
O confinamento gerava intimidade. Nosso apartamento de dois quartos se tornara uma jaula, mas nessa jaula, nos encontramos. Noites tardias, quando a insônia me arranhava, Pedro se sentava comigo no sofá gasto, sua mão roçando a minha ao passar uma xícara de café. "Você é forte, madrasta", ele sussurrava, usando a palavra portuguesa para madrasta que sempre me enviava um arrepio proibido. "Vamos superar isso." Seu toque demorava mais a cada vez, seu olhar escurecendo com algo não dito. Eu me convencia de que era luto, o vazio que Ricardo deixara. Mas no fundo, eu sabia que era mais. O desejo fervilhava como uma tempestade no horizonte.
Dois meses atrás, ele irrompeu. Era uma noite úmida de agosto, do tipo em que o suor gruda na pele como o abraço de um amante. Eu estivera chorando no meu quarto — nosso quarto, outrora compartilhado com Ricardo — quando Pedro bateu suavemente. "Marize? Você está bem?" Sua voz era rouca, preocupada. Abri a porta, minha camisola fina e grudada, lágrimas riscando meu rosto. Ele entrou sem pedir, me puxando para seus braços. Seu corpo era sólido, quente, o cheiro de sua colônia misturado com o leve pó do armazém inebriante.
"Não consigo fazer isso sozinha", solucei contra seu peito.
"Você não está sozinha", ele murmurou, suas mãos deslizando pelas minhas costas. "Estou aqui. Sempre estarei aqui." Seus lábios roçaram minha testa, depois minha bochecha. Olhei para cima, nossos olhos se travando na luz fraca do corredor. O tempo congelou. Então, sua boca colidiu com a minha, faminta e desesperada. Arfei, mas não me afastei. Em vez disso, o beijei de volta, meus dedos se entrelaçando em seus cabelos, puxando-o para mais perto. Era errado — Deus, tão errado — mas naquele momento, parecia salvação.
Caímos na cama, aquela que eu compartilhara com seu pai. As mãos de Pedro estavam por toda parte, ásperas e possessivas, arrancando minha camisola com um rosnado. "Porra, Marize, você tem me deixado louco", ele respirou contra meu pescoço, seus dentes roçando minha pele. "Vendo você todos os dias, desejando você. Pai se foi, e agora você é minha."
"Pedro... não podemos", sussurrei, mesmo enquanto meu corpo se arqueava contra ele, me traindo.
"Já estamos", ele disse, sua voz escura e dominante. Ele prendeu meus pulsos acima da minha cabeça com uma mão, a outra deslizando entre minhas coxas. Eu já estava molhada, doendo de meses de solidão. Seus dedos me encontraram, provocando meu clitóris com círculos lentos. "Diga que não quer isso. Diga para eu parar."
Não consegui. "Não pare", gemi, meus quadris se erguendo. "Por favor, Pedro... preciso de você."
Ele sorriu, aquele brilho perigoso em seus olhos. "Boa garota. Essa é a minha madrasta." Ele soltou meus pulsos, arrancando sua camisa para revelar os músculos tensos de seu peito, tatuado com uma pequena bandeira brasileira sobre o coração. Suas calças seguiram, seu pau saltando livre — grosso, duro, veiado com promessa. Eu encarei, minha boca salivando apesar da culpa torcendo no meu estômago.
Ele subiu sobre mim, se posicionando na minha entrada. "Vou te foder como nunca foi fodida", ele prometeu, sua respiração quente na minha orelha. "Fazer você esquecê-lo. Fazer você minha."
Com uma estocada, ele se enterrou dentro de mim. Gritei, o alongamento queimando deliciosamente. Ele era maior que Ricardo, me preenchendo completamente. "Oh Deus, Pedro... sim!"
Ele começou devagar, saboreando cada centímetro ao sair e bater de volta. "Você é tão boa, Marize. Tão apertada. Como se fosse feita para mim." Suas mãos apertaram meus quadris, machucando com intensidade. A cama rangeu sob nós, o quarto se enchendo com os sons molhados de nossos corpos colidindo.
"Mais rápido", implorei, minhas unhas arranhando suas costas. "Mais forte, por favor."
Ele obedeceu, martelando em mim com força implacável. "Diga que é minha", ele exigiu, sua voz rouca.
"Sou sua", arfei. "Toda sua, Pedro."
Viemos juntos naquela noite, gritando na escuridão. Mas não era só sexo — era posse. Daí em diante, Pedro me reivindicou como sua esposa de todas as formas. Vivíamos nas sombras, portas trancadas contra o mundo, mas dentro, nossa paixão queimava descontrolada.
Dias se misturavam a noites de desejo infinito. O medo lá fora só intensificava a intensidade aqui dentro. Uma noite, após um susto — eu vira uma van do ICE no nosso quarteirão — Pedro voltou para casa cedo, seu rosto tempestuoso. Ele me encontrou na cozinha, picando vegetais com mãos trêmulas.
"Marize", ele disse, sua voz baixa. Ele agarrou meu pulso, me girando. "Você parece assustada. Deixe-me fazer você esquecer."
Antes que eu pudesse responder, ele me ergueu no balcão, empurrando a faca e a tábua de corte para o lado. Sua boca reivindicou a minha em um beijo machucante, sua língua invadindo, dominando. Envolvi minhas pernas ao redor dele, puxando-o para perto. "Pedro... as janelas", sussurrei, olhando para as cortinas finas.
"Foda-se o mundo", ele rosnou, puxando minha blusa para baixo para expor meus seios. Sua boca se fixou em um mamilo, chupando forte o suficiente para me fazer gritar. "Eles não podem ter você. Só eu posso."
Suas mãos empurraram minha saia para cima, dedos mergulhando na minha calcinha. "Já molhada para mim? Garota safada." Ele rasgou o tecido para o lado, caindo de joelhos. Sua língua passou pelo meu clitóris, lambendo avidamente. "Tem um gosto tão bom, Marize. Como mel."
Enfiei meus dedos em seus cabelos, me esfregando contra seu rosto. "Não pare... oh, Pedro, bem aí!"
Ele adicionou dois dedos, curvando-os dentro de mim, acertando aquele ponto que fazia estrelas explodirem atrás dos meus olhos. "Goze para mim, madrasta. Grite meu nome."
Eu fiz, meu orgasmo me atingindo como uma onda. Mas ele não terminou. Levantando-se, ele libertou seu pau, escorregadio com pré-gozo. "Vire-se", ele ordenou.
Obedeci, me curvando sobre o balcão. Ele me penetrou por trás, uma mão enfiando no meu cabelo, a outra estapeando minha bunda. "Isso é o que você precisa", ele ofegou, estocando fundo. "Eu te possuindo. Cada centímetro."
"Sim! Me possua, Pedro!" Gritei, empurrando de volta contra ele.
Nossos ritmos se sincronizaram, selvagens e crus. Ele sussurrou promessas sombrias no meu ouvido: "Matarei qualquer um que tente te tirar de mim. Você é minha esposa agora. Minha para foder, minha para amar."
Caímos em uma pilha, exaustos e saciados. Mas a escuridão persistia — a emoção do proibido, a borda do perigo.
Com o passar das semanas, nosso vínculo se aprofundou em obsessão. Pedro se tornava mais possessivo, seus toques constantes, seus olhos me seguindo por toda parte. Uma noite, após ouvir sobre outra incursão no bairro, nos barricamos. A energia piscava de uma tempestade lá fora, lançando sombras estranhas.
"Eles estão se aproximando", sussurrei, enrolada contra ele no sofá.
Ele me puxou para o seu colo, me montando nele. "Então vamos fazer cada momento contar." Suas mãos emolduraram meu rosto, me beijando suavemente no início, depois ferozmente. Esfreguei contra sua protuberância endurecendo, precisando da distração.
"Tire suas roupas", ele comandou, sua voz veludo sobre aço.
Eu me despi devagar, provocando-o. Seus olhos me devoraram, escuros com luxúria. "Linda. Toda minha."
Nua, afundei de joelhos entre suas pernas, abrindo o zíper de suas calças. Seu pau saltou para fora, latejando. Tomei-o na boca, girando a língua ao redor da cabeça. "Porra, Marize", ele gemeu, sua cabeça caindo para trás. "Me chupe assim. Mais fundo."
Obedeci, esvaziando as bochechas, levando-o até o fundo da garganta. Suas mãos guiaram minha cabeça, fodendo minha boca gentilmente no início, depois mais forte. "Boa garota. Engula cada gota quando eu gozar."
Mas ele me puxou para cima antes de terminar, me virando no sofá. "Quero estar dentro de você." Ele abriu minhas pernas amplamente, me penetrando em um movimento suave. Movemo-nos juntos, devagar e fundo, nossos corpos escorregadios com suor.
"Diga que me ama", ele exigiu, suas estocadas pontuando cada palavra.
"Eu te amo, Pedro", gemi. "Mais do que tudo."
"Maior que o pai?" Sua voz se tornou afiada, ciumenta.
"Sim... Deus, sim. Você é tudo agora."
Isso o inflamou. Ele me fodeu mais forte, sua mão envolvendo meu pescoço — não sufocando, mas possuindo. "Goze comigo, esposa. Agora."
Nos despedaçamos juntos, nossos gritos ecoando no apartamento vazio.
Mas o romance sombrio não era só sexo; era entrelaçado com dor. Memórias de Ricardo nos assombravam. Uma tarde, encontrei uma foto antiga de nós três, sorrindo em uma praia. Lágrimas vieram sem convite.
Pedro entrou, me vendo. "O que há de errado?"
Mostrei a foto. "Sinto falta dele às vezes."
Seu rosto escureceu. Ele pegou a foto, rasgando-a ao meio. "Ele se foi. Eu estou aqui." Ele me empurrou contra a parede, seu corpo me prendendo. "Você não precisa dele. Você precisa disso."
Ele me beijou rudemente, suas mãos vagando. Derreti, culpa misturando-se com excitação. "Pedro... desculpe."
"Mostre-me", ele disse, guiando minha mão para sua virilha. "Prove que é minha."
Caí de joelhos novamente, adorando-o com minha boca. Ele assistiu, olhos intensos. "Isso mesmo. Tome tudo."
Mais tarde, na cama, ele me segurou perto. "Não quis ser rude. Eu só... não posso te perder."
"Não vai", prometi, traçando sua tatuagem. "Sou sua para sempre."
Nossas noites se tornaram rituais de paixão. Uma noite particularmente tempestuosa, trovões roncando como incursões distantes, Pedro acendeu velas ao redor do quarto. "Esta noite, quero explorar cada parte de você."
Ele amarrou meus pulsos na cabeceira com um lenço de seda — macio, mas inabalável. "Confie em mim?"
"Sempre", respirei.
Ele começou com toques leves como plumas, seus dedos traçando minhas curvas, provocando meus mamilos até doerem. Então sua boca seguiu, lambendo, mordendo. "Você tem gosto de pecado", ele murmurou.
Mais baixo ele foi, abrindo minhas coxas. Sua língua mergulhou em mim, lenta e torturante. "Pedro... por favor", implorei, me debatendo contra as amarras.
"Ainda não." Ele inseriu um dedo, depois dois, abrindo-os enquanto chupava meu clitóris. Meu corpo tremia, na borda.
Quando ele finalmente me penetrou, foi agonizantemente devagar. "Sinta cada centímetro, Marize. Isso somos nós — amarrados, inquebráveis."
Construímos para um crescendo, suas estocadas se tornando frenéticas. "Goze para o seu marido", ele rosnou.
Eu fiz, ondas de prazer colidindo. Ele seguiu, me enchendo com sua liberação.
No resplendor, ele me desamarrou, me puxando para seus braços. "Eu te amo. Escuramente, completamente."
Mas o mundo exterior pressionava. Notícias de deportações aumentavam, amigos desaparecendo da noite para o dia. Pedro ficava paranoico, instalando trancas extras. "Ficamos dentro. Juntos."
Um dia, saí para comprar mantimentos — estúpido, arriscado. Quando voltei, ele estava andando de um lado para o outro. "Onde você estava? Achei que te levaram!"
"Estou bem", disse, mas ele me agarrou, batendo a porta.
"Nunca mais sem mim." Seu beijo foi punitivo, me empurrando para o quarto. Ele nos despiu, me jogando na cama. "Você precisa se lembrar a quem pertence."
Ele me tomou rudemente, por trás, sua mão estapeando minha bunda vermelha. "Diga!"
"Sou sua!" Gritei, dor se misturando com êxtase.
Ele me virou, penetrando no estilo missionário, nossos olhos travados. "Eu possuo essa boceta. Esse corpo. Esse coração."
"Sim... tudo isso", ofeguei.
Fodemos por horas, múltiplas posições — eu por cima, cavalgando-o forte; ele por trás, puxando meu cabelo; de lado, devagar e íntimo. Diálogos fluíam como confissões:
"Mais forte, Pedro. Faça doer tão bom."
"Porra, Marize, você está tão molhada. Aperta em mim."
"Amo seu pau... tão fundo."
"Goze de novo. Me esprema seco."
Exaustão nos reivindicou, mas o vínculo se fortalecia.
Com os meses passando — dois agora desde nossa primeira noite — meu amor por ele me consumia. Ele era meu protetor, meu amante, meu cavaleiro sombrio em um mundo de ameaças. Uma manhã quieta, luz do sol filtrando pelas frestas das persianas, nos deitamos entrelaçados.
"Casa comigo", ele disse de repente. "De verdade. Quando essa merda acabar."
Ri suavemente. "Já estamos vivendo assim."
Ele rolou por cima, me penetrando gentilmente. "Então vamos praticar nossos votos."
Fizemos amor devagar, sussurros de para sempre se misturando com gemidos.
"Eu aceito", arfei enquanto ele estocava fundo.
"Eu aceito", ele ecoou, nossos clímax selando a promessa.
Mas a escuridão pairava. Uma carta chegou — inquérito do ICE sobre a família de Ricardo. Pânico surgiu.
Aquela noite, nosso sexo foi frenético, desesperado. "Se eles vierem, eu lutarei", ele jurou, martelando em mim.
"Não me deixe", implorei, pernas enroladas apertadas.
"Nunca." Sua liberação desencadeou a minha, uma explosão catártica.
Nos abraçamos depois, planejando fugas, mas em nossos corações, sabíamos que nosso amor era nossa fortaleza.
Nesse mundo confinado, Pedro se tornara meu tudo — marido, amante, obsessão. O romance sombrio de nossa união proibida prosperava nas sombras, alimentado por medo e fogo. E enquanto tivéssemos um ao outro, a tempestade exterior poderia rugir.
Delícia demais cada detalhe as imagens aperfeiçoando mais ainda o relato