?Naquela turma de "coroas", como ela mesma dizia, Roberto era a sombra inconveniente. Desde o primeiro dia, dava em cima dela sem pudor. Ele morava só uma quadra depois da nossa, e o trajeto da escola se tornou um calvário diário para mim. Ela reclamava, eu mandava ignorá-lo, mas ela, teimosa, acabou ignorando o que eu disse. Eles conversavam. Deixaram de ser colegas para se tornarem "íntimos". A palavra me queimava a boca só de pensar.
?Uma noite, a inquietude me venceu. "Vou buscar a Rosa hoje", decidi. Eu precisava ver com meus próprios olhos essa "amizade". Estacionei o carro discretamente a alguma distância da escola. Quando eles saíram, o estômago embrulhou. Rosa estava "soltinha", rindo de um jeito que eu não via há anos, inclinada na direção dele.
?Comecei a segui-los, mantendo uma distância segura. A rua principal deu lugar a uma via mais estreita e pouco iluminada. Eu caminhava apressado, mas tentando parecer casual. E então, aconteceu. As mãos. Naquele trecho a sós, as mãos se encontraram. Não um aperto firme, mas um toque suave, a ponta dos dedos de Rosa se enlaçando na ponta dos dedos de Roberto. Gelei. Como ele pode? Justo ela que era tão tímida! Mas o pior ainda estava por vir.
?O pior, como dizem, estava reservado para o final.
?Chegaram ao ponto onde a luz da rua era quase inexistente. Era o antigo bar "O Ponto", fechado há anos, com as janelas empoeiradas e a porta trancada. O dono havia se mudado e não quis alugar. E ali, à beira da estrada, Rosa fez o impensável: ela o puxou. Puxou Roberto para trás do prédio abandonado. Ela tomou a iniciativa!
?Eu não podia mais vê-los. A adrenalina me inundou, um gosto de fel na boca. Resolvi dar a volta pelo terreno baldio ao lado. O mato estava alto, a escuridão era total, exceto pela vaga luz da lua. Eu tropeçava, mas a dor na alma era maior que a física.
?Cheguei ao outro lado, atrás da construção. E lá, na sombra úmida e fria do antigo bar, a cena terrível se desenrolava. Não havia mais vestígio da minha Rosa, a mulher tímida do EJA. Havia apenas uma mulher, sem qualquer receio, abraçando Roberto. De repente, Roberto colocou a mão na cabeça dela e a forçou para baixo. Rosa se abaixou e abocanhou o membro de Roberto, começando a fazer movimentos com a cabeça, chupando freneticamente.
?Depois, ela se levantou, virou-se de costas para aquele homem que, sem perder tempo, abaixou a calcinha de Rosa e a penetrou. De onde eu estava não dava para ouvi-los, mas os movimentos lentos e depois acelerados eram visíveis em meu campo de visão. Diminuíram o ritmo até pararem e logo eu os vi se vestindo.
?O chão sumiu sob meus pés. O barulho do meu coração batendo era o único som audível no silêncio daquela noite. A estrada mal iluminada havia se tornado o cenário de um filme de terror. E saí dali apressado para casa, antes que ela chegasse.
?Quando ela chegou, fui logo perguntando, com a voz mais calma que consegui: "E então, querida, como foi a aula?" Ela sorriu e disse: "A aula? Foi maravilhosa, hoje teve teste, prova oral, estava muito fácil, eu acho que fui bem na prova".
Que safada! Deu pra outro e ainda zombou na minha cara!




