o escritor



Na penumbra de seu pequeno apartamento, o jovem escritor Marco estava sentado à mesa da cozinha, com o coração ainda acelerado pelo acidente quase fatal que havia sofrido no dia anterior. Seu mundo havia virado de cabeça para baixo e, agora, tudo o que ele olhava parecia estar adornado com uma escrita intrincada e brilhante, como uma cena de filme. Ele estendeu a mão hesitantemente para tocar a escrita na mesa, seus dedos atravessando-a como se fosse um holograma.

"O que é isso...?", murmurou, arregalando os olhos ao ver a escrita reagir ao seu toque, as palavras se movendo e mudando como uma entidade viva. Uma súbita percepção o atingiu: ele podia mudar as coisas. Com as mãos trêmulas, começou a escrever, sua caneta deslizando pela página, alterando a escrita que parecia governar tudo ao seu redor.

Ele escreveu sobre um farto café da manhã aparecendo em sua mesa e, ao terminar a frase, uma xícara fumegante de café, frutas frescas e doces materializaram-se diante dele. Seu estômago roncou em resposta, mas sua mente estava a mil, consumida pelas possibilidades. Ele podia mudar as coisas. Ele podia mudar sua vida.

Uma batida repentina na porta o assustou. Ele abriu e encontrou Dona Lourdes, sua senhoria severa e bonita, com os olhos faiscando de raiva. "Não pense que só porque meu marido está em alto mar você pode ficar pagando o aluguel atrasado", disse ela, com a voz como um trovão. "Me desculpe, Dona Lourdes", gaguejou Marco, "O acidente... tive que usar o dinheiro que tinha guardado para o aluguel. Vou pagar assim que puder."

Enquanto ela se virava para sair, murmurando baixinho, os olhos de Marco captaram a escrita acima dela. Uma ideia surgiu em sua mente. Ele rapidamente pegou sua caneta e rabiscou na escrita, com o coração palpitando com uma mistura de medo e euforia. "Vamos ver se consigo mudar isso também", sussurrou para si mesmo, um leve sorriso brincando em seus lábios.

Ele escreveu sobre Dona Lourdes tendo um desejo secreto por ele, sobre ela o convidando para sua casa sob o pretexto de precisar de ajuda. Ao terminar a última palavra, não pôde deixar de sentir uma pontada de culpa. Mas a possibilidade de mudar sua vida era tentadora demais para resistir. Ele abaixou a caneta, com um olhar determinado nos olhos. "Vamos ver o que acontece", disse ele, com a voz quase inaudível, enquanto esperava que ela ligasse.
Marco suspirou ao desligar o chuveiro, o som do seu telefone tocando ecoando pelo banheiro. "Quem será a essa hora?", murmurou, enrolando uma toalha na cintura. Saiu do chuveiro, deixando um rastro de água atrás de si, e pegou o telefone. Suas sobrancelhas se arquearam quando viu o nome de Dona Lourdes piscando na tela. "O que ela quer agora?", perguntou a si mesmo em voz alta, apertando o botão de retorno de chamada.

"Dona Lourdes, o que posso fazer pela senhora?", perguntou, tentando disfarçar a surpresa na voz.

"Marco, desculpe incomodá-lo, mas estou com um pequeno problema", disse ela, com a voz soando estranhamente nervosa. "Estou com um vazamento na cozinha e não consigo consertar. Você poderia vir dar uma olhada?"

Marco hesitou por um momento, lembrando-se das alterações que havia feito no roteiro dela. Mas também se lembrou do aluguel que lhe devia. "Claro, Dona Lourdes", disse, com a voz firme. "Estarei aí em um instante."

Ele terminou de se secar rapidamente e se vestiu, com a mente a mil. Esta era a sua chance de ver se as suas alterações tinham funcionado. Pegou sua caixa de ferramentas e foi para a casa de Dona Lourdes, com o coração disparado.

Ao bater na porta, não pôde deixar de sentir uma sensação de déjà vu. A porta se abriu e lá estava ela, Dona Lourdes, seus olhos encontrando os dele com uma intensidade que o fez engolir em seco. Ela usava um vestido decotado, com os cabelos soltos sobre os ombros, um contraste gritante com sua aparência geralmente austera. Marco ergueu uma sobrancelha, surpreso. "Dona Lourdes, a senhora está... diferente", disse, tentando manter a voz neutra.

Ela corou levemente, desviando o olhar. "Ah, isso? Eu só... pensei em experimentar algo novo", disse, gesticulando com a mão. "Mas chega de falar de mim, o vazamento é por aqui."

Marco a seguiu até a cozinha, arregalando os olhos ao observar a cena. O roteiro acima dela estava realmente diferente, repleto de novos desejos e emoções. Ele não pôde deixar de sentir uma certa inquietação, mas a ignorou, concentrando-se na tarefa em questão. Ele conseguiria consertar isso. Ele tinha que fazer isso.
Marco estava deitado no chão frio da cozinha, seus olhos percorrendo os canos embaixo da pia, tentando localizar a origem do vazamento. Ele resmungou de frustração, suas ferramentas fora do alcance. "Dona Lourdes, a senhora poderia me passar a chave de fenda, por favor?", perguntou, sua voz ecoando no pequeno espaço.

Ele a ouviu se mover, e então suas pernas estavam sobre ele, o vestido roçando em suas costas. Ele congelou, surpreso, enquanto ela se inclinava sobre ele, sua respiração quente em seu ouvido. "É esta que você precisa, Marco?", perguntou ela, com a voz baixa e sensual, estendendo a chave de fenda.

Marco engoliu em seco, tentando ignorar o calor que subia em suas bochechas - e em outros lugares. Ele podia ver a borda de sua calcinha de renda e rapidamente desviou o olhar, o coração disparado no peito. "S-sim, é essa", gaguejou, pegando a chave de fenda e concentrando-se na tarefa em questão.

Mas Dona Lourdes não havia terminado de provocá-lo. Ela se inclinou ainda mais, de costas para ele, o vestido subindo para revelar suas pernas torneadas e a curva de seu bumbum. Marco tentou desviar o olhar, mas estava preso, seu corpo reagindo à visão à sua frente. Ele podia sentir o calor irradiando dela, podia sentir o cheiro do perfume dela, doce e inebriante.

Ele respirou fundo, tentando acalmar seu coração acelerado. "Dona Lourdes, acho que encontrei o vazamento", disse, com a voz mais firme do que se sentia. "Só preciso apertar esta conexão aqui."

Ela se virou, seus olhos encontrando os dele, um pequeno sorriso brincando em seus lábios. "Claro, Marco", disse ela, sua voz voltando ao tom severo de sempre. "Vou deixá-lo terminar."

Marco soltou um suspiro de alívio quando ela se afastou, dando-lhe o espaço tão necessário. Ele voltou sua atenção para os canos, suas mãos firmes enquanto trabalhava. Ele conseguiria. Ele conseguiria consertar isso. E talvez, só talvez, ele conseguisse descobrir o que estava acontecendo com Dona Lourdes. Mas uma coisa de cada vez. Primeiro, ele tinha um vazamento para consertar.
Marco estava quase na porta, o coração ainda acelerado pelo encontro embaixo da pia, quando a mão de Dona Lourdes envolveu seu braço, detendo-o. "Espere, Marco", disse ela, em voz baixa. "Só mais uma coisa."

Marco virou-se para encará-la, os olhos arregalados ao observar sua aparência. Ela ainda usava o vestido decotado, os cabelos soltos sobre os ombros, os olhos brilhando com uma intensidade que o deixou com a boca seca. "S-sim, Dona Lourdes?", conseguiu dizer, a voz quase um sussurro.

"Meu chuveiro não está esquentando", disse ela, com um leve bico. "Com esse frio, é muito inconveniente. Você poderia dar uma olhada?"

Marco hesitou por um momento, depois assentiu. "Claro", disse ele, seguindo-a até o banheiro.

Ele subiu os degraus até o chuveiro, a mente a mil. Sentia os olhos dela sobre ele, ouvia sua respiração atrás dele. Tentou se concentrar na tarefa, mas seus pensamentos estavam em outro lugar.

"Pronto", disse ele, virando-se para encará-la. "O chuveiro está esquentando agora."

E então ele a viu. Ela estava parada atrás dele, enrolada em uma toalha, os cabelos úmidos, a pele brilhando. Seus olhos se arregalaram, a boca abrindo e fechando como um peixe fora d'água. "Dona Lourdes, o que a senhora está fazendo?", conseguiu dizer, a voz rouca.

Ela sorriu para ele, um sorriso lento e sedutor que fez seu coração disparar. "Como mais eu testaria se a água está quente, Marco?", disse ela, com a voz sensual. "Com a roupa vestida?"

Antes que ele pudesse responder, ela deixou a toalha cair, revelando seu corpo nu. Marco tentou desviar o olhar, ele realmente tentou, mas seus olhos foram atraídos para ela como uma mariposa para a chama. Sentiu seu corpo reagindo, a ereção pressionando contra a calça jeans.

"Dona Lourdes, eu não posso... nós não podemos...", gaguejou, tentando encontrar as palavras certas, mas elas lhe escaparam.

Ela deu um passo à frente, os olhos fixos nos dele. "Não pode o quê, Marco?", sussurrou, a voz aveludada. "Você é um homem adulto. Pode fazer o que quiser."

Marco engoliu em seco, com a mente a mil. Sabia que deveria ir embora, deveria pôr um fim a isso antes que fosse longe demais. Mas seu corpo tinha outros planos. Sentia o calor que emanava dela, via o desejo em seus olhos. E, apesar dos sinais de alerta que soavam em sua cabeça, ele se viu dando um passo à frente, estendendo as mãos para puxá-la para perto de si.
A determinação de Marco desmoronou como um castelo de areia na maré alta. Ele avançou, capturando os lábios de Dona Lourdes em um beijo ardente, suas mãos percorrendo o corpo dela, explorando cada curva, cada centímetro de pele macia. Ela gemeu contra a boca dele, suas mãos se enroscando nos cabelos dele, puxando-o para mais perto.

Seus dedos encontraram os mamilos dela, duros e eretos, e ele os massageou entre o polegar e o indicador, provocando um suspiro dela. Ele se afastou dos lábios dela, sua boca descendo para o pescoço, a clavícula, enquanto a outra mão deslizava entre as pernas dela, encontrando o clitóris e esfregando-o em círculos lentos e deliberados.

Os quadris de Dona Lourdes se arquearam contra a mão dele, sua respiração ofegante. "Marco", ela sussurrou, a voz rouca de desejo. "Quero ver que tipo de lápis você está escondendo."

Marco riu, um som baixo e rouco, enquanto se afastava dela, suas mãos indo para o cinto. Ele o desabotoou com movimentos rápidos, abaixando as calças e a cueca em um movimento fluido. Os olhos de Dona Lourdes se arregalaram ao ver o tamanho dele, sua língua saindo para lamber os lábios.

"Impressionante", ela murmurou, sua mão envolvendo-o, acariciando-o da base à ponta. Marco gemeu, a cabeça caindo para trás, seus quadris se movendo no ritmo da mão dela.

"Chega", ele rosnou, agarrando o pulso dela e interrompendo seus movimentos. "Quero estar dentro de você."

Os olhos de Dona Lourdes encontraram os dele, um desafio em suas profundezas. "Então me pegue", disse ela, sua voz o desafiando.

Marco não precisou que lhe dissessem duas vezes. Ele a levantou, as pernas dela envolvendo sua cintura, e a pressionou contra a parede. Ela ofegou, suas unhas cravando-se nos ombros dele enquanto ele a penetrava, preenchendo-a completamente.

"Oh, Marco", ela gemeu, a cabeça caindo para trás, os olhos fechados. "Você é tão bom."

Marco não respondeu, seu foco inteiramente na mulher em seus braços, na sensação do corpo dela ao redor do seu. Ele começou a se mover, lento e constante no início, depois mais rápido, mais forte, enquanto o desejo os consumia. O banheiro se encheu com o som de seus corpos se unindo, seus gemidos e suspiros ecoando nos azulejos. E enquanto atingiam o clímax juntos, com seus corpos tremendo de prazer, Marco soube que sua vida nunca mais seria a mesma. Não depois disso. Não depois de Dona Lourdes
Enquanto seus corpos ainda tremiam com os tremores posteriores da libertação, Dona Lourdes olhou para Marco, seus olhos brilhando com uma fome insaciável. "Isso foi só o começo, Marco", disse ela, com a voz baixa e sensual. "Eu quero o serviço completo. Quero que você me foda de todas as maneiras possíveis."

Os olhos de Marco se arregalaram, surpresa e desejo lutando dentro dele. Ele nunca havia estado com uma mulher tão aberta, tão sem vergonha de seus desejos. E isso o excitava, fazia seu sangue ferver nas veias.

Dona Lourdes se virou, suas mãos alcançando as nádegas para abri-las, oferecendo-se a ele. "Me pegue aqui, Marco", disse ela, sua voz um comando rouco. "Foda meu cu."

Marco hesitou por um momento, sua mente a mil. Ele nunca havia feito isso antes, nunca sequer havia considerado. Mas olhando para Dona Lourdes, seu corpo exposto, seu desejo tão claro, ele se viu querendo dar a ela tudo o que ela pedia.

Ele estendeu a mão, suas mãos se juntando às dela, abrindo ainda mais suas nádegas. Ele podia ver o orifício, apertado e enrugado, e sentiu uma onda de desejo àquela visão. Ele se inclinou, sua língua saindo para saboreá-la, para prepará-la para o que estava por vir.

Dona Lourdes gemeu, seu corpo pressionando contra a língua dele, suas mãos agarrando seus cabelos. "Sim, Marco", ofegou. "Mais. Me dê mais."

Marco atendeu, sua língua penetrando nela, fodendo seu ânus enquanto seus dedos brincavam com seu clitóris. Ela se contorcia contra ele, seus gemidos preenchendo o banheiro, seu corpo se contorcendo de prazer.

E então, quando ela estava molhada e pronta, ele se levantou, suas mãos guiando seu pênis até o ânus dela. Ele penetrou lentamente, dando a ela tempo para se ajustar, tempo para se acostumar com a sensação. Ela era apertada, tão apertada, e ele teve que lutar contra a vontade de penetrar completamente, de preenchê-la por inteiro.

Mas ele se conteve, deixando que ela ditasse o ritmo, deixando que ela dissesse o que queria. E quando ela pressionou contra ele, recebendo-o mais fundo, ele soube que ela estava pronta. Ele começou a se mover, lenta e firmemente no início, depois mais rápido, mais forte, enquanto o desejo os consumia. O som de seus corpos se unindo preencheu o banheiro, seus gemidos e suspiros ecoando nos azulejos. E, enquanto atingiam o clímax juntos, seus corpos tremendo de prazer, Marco soube que havia dado a Dona Lourdes exatamente o que ela queria. Exatamente o que ambos precisavam.
Marco recostou-se no sofá, com um copo de água na mão, a mente ainda atordoada pelos acontecimentos do dia. Mal teve tempo de processar o que havia acontecido com Dona Lourdes quando bateram à sua porta. Ele abriu e encontrou Emily e Sofia, suas duas vizinhas, paradas ali com sorrisos radiantes nos rostos.

"Oi, Marco!", disseram em uníssono, entrando no apartamento. "Como você está?"

Marco piscou, surpreso. "Estou... bem", disse, com a voz hesitante. "O que vocês duas estão fazendo aqui?"

Emily deu de ombros, seus olhos percorrendo o ambiente, observando os roteiros espalhados sobre a mesa. "Só pensamos em dar uma passada, ver como você está", disse, passando os dedos pelas páginas. "O que são estes?"

"Nada", disse Marco rapidamente, pegando os roteiros e empilhando-os. "Só... coisas do trabalho."

Sofia riu, os olhos brilhando com malícia. "Coisas do trabalho, é? Parece interessante."

Marco sentiu um rubor subir pelo pescoço. Sabia que deveria pedir para elas irem embora, mas hesitou. Havia algo no jeito que elas o olhavam, algo nos olhos delas que o fez parar.

E então, antes que pudesse dizer qualquer coisa, Emily agarrou Sofia pela gola da blusa, puxando-a para perto. Botões se soltaram, revelando o sutiã de renda de Sofia e o volume de seus seios. Os olhos de Marco se arregalaram, a boca seca.

"O que vocês estão fazendo?", perguntou, a voz quase um sussurro.

Emily olhou para ele, um sorriso malicioso nos lábios. "Estamos apenas começando, Marco", disse, com a voz baixa. "Queremos brincar com o seu lápis, escritor. Queremos que você escreva em nossos corpos."

Marco engoliu em seco, a mente a mil. Nunca havia estado com duas mulheres antes, nunca sequer havia considerado isso. Mas olhando para Emily e Sofia, seus corpos colados, seus olhos cheios de desejo, ele se viu querendo dar a elas exatamente o que pediam.

Mas hesitou, lembrando-se de Dona Lourdes, lembrando-se do poder que detinha. Não queria machucá-las, não queria usá-las. Queria ter certeza de que era isso que elas realmente queriam. "Espere", disse ele, levantando a mão. "Vamos conversar sobre isso primeiro. Não quero fazer nada que vocês não queiram fazer."

Emily e Sofia se entreolharam e depois olharam de volta para Marco, com os sorrisos se alargando. "Ah, Marco", disse Emily, com a voz suave. "Nós queremos isso. Nós queremos você. Confie em nós."

E com essas palavras, Marco soube que estava perdido. Perdido nos olhos delas, perdido em seus corpos, perdido no poder que ele detinha. E ele soube, enquanto se aproximava delas, enquanto as abraçava...
Depois de um dia repleto de paixão e prazer, Marco deitou-se entre Emily e Sofia, seus corpos entrelaçados, suas respirações em um ritmo suave e constante. Sentia-se saciado, contente, mas também com uma sensação de inquietação. Ele havia usado seu poder novamente, havia mudado o curso de suas vidas sem o conhecimento ou consentimento delas. Precisava ser mais cuidadoso, precisava pensar nisso com mais calma.

Ele se levantou da cama, com cuidado para não acordá-las, e foi até sua escrivaninha. Sentou-se, com a caneta pairando sobre uma folha de papel em branco, e começou a pensar.

Pensou sobre o poder que possuía, sobre os roteiros que governavam tudo e todos ao seu redor. Pensou sobre a maneira como o havia usado, sobre as mudanças que havia feito. E percebeu que não podia simplesmente sair por aí mudando a vida das pessoas por capricho. Precisava ser responsável, precisava usar esse poder para o bem.

Começou a escrever, a caneta deslizando suavemente sobre o papel. Escreveu sobre Emily e Sofia, sobre o desejo delas por ele, sobre o prazer que sentiam. Mas também escreveu sobre seus sonhos, suas esperanças, suas aspirações. Escreveu sobre a paixão de Emily pela pintura, sobre o amor de Sofia pela música. Escreveu sobre como elas poderiam usar sua nova confiança, sua recém-descoberta liberdade sexual, para alimentar suas paixões, para perseguir seus sonhos.

Escreveu até o sol começar a nascer, até sua mão ficar dormente de tanto segurar a caneta. E quando finalmente terminou, olhou para o roteiro, uma sensação de satisfação o invadindo. Isso estava certo. Isso era bom.

Levantou-se, alongou os braços acima da cabeça e voltou para o quarto. Emily e Sofia ainda dormiam, seus corpos aconchegados um ao outro para se aquecerem. Ele se deitou ao lado delas, abraçando-as, e fechou os olhos.

Enquanto adormecia, fez uma promessa a si mesmo. Usaria esse poder com responsabilidade. Usaria para ajudar as pessoas, para melhorar suas vidas. Não abusaria dele, não o usaria para seu próprio benefício. Seria uma força para o bem.

E com esse pensamento, adormeceu, seus sonhos repletos de roteiros e possibilidades, de amor e risadas, de um futuro cheio de esperança.
Marco acordou com o sol filtrando pelas cortinas finas de seu apartamento, um brilho dourado que dançava sobre a pele nua de Emily e Sofia, ainda entrelaçadas ao seu lado como vinhas selvagens em uma cerca velha. O ar estava impregnado com o cheiro residual de suor e perfume misturado, um aroma terroso e doce que o ancorava à realidade do que havia acontecido na noite anterior. Ele piscou, sentindo o peso reconfortante de seus corpos contra o seu, e por um momento, permitiu-se saborear a paz que se instalara, como um rio calmo após uma tempestade furiosa. Mas logo a inquietação rastejou de volta, uma serpente fria enrolando-se em sua mente, lembrando-o do poder que pulsava em suas veias, invisível e onipotente.

Ele se esgueirou para fora da cama com cuidado, os pés tocando o chão frio de madeira que rangeu levemente sob seu peso, como um sussurro de protesto. Emily murmurou algo incoerente no sono, virando-se para Sofia, cujos lábios se curvaram em um sorriso sonolento mesmo adormecida. Marco observou-as por um instante, o peito apertado com uma mistura de ternura e culpa. Elas eram reais, vivas, com desejos e medos que ele havia entrelaçado com os seus próprios caprichos. Mas agora, com as palavras que havia escrito na madrugada, ele via camadas mais profundas nelas: Emily, a pintora de mãos calejadas por pincéis e telas, sonhando em expor suas obras em galerias distantes; Sofia, a musicista cujos dedos dançavam sobre cordas de violão como folhas ao vento, ansiando por um palco que ecoasse sua voz rouca e verdadeira. Ele havia dado a elas não apenas prazer, mas sementes de ousadia, e isso o enchia de uma orgulhosa determinação, como se estivesse tecendo um tapete de destinos mais brilhantes.

Vestindo uma camisa velha e jeans desgastados, Marco foi até a cozinha, onde a xícara de café da manhã anterior ainda pairava como uma relíquia de seu primeiro experimento. Ele pegou sua caneta, sentindo seu peso familiar na palma da mão, e sentou-se à mesa, os olhos vagando para os roteiros etéreos que flutuavam no ar como névoa luminosa. O mundo era um livro aberto agora, e ele era o autor, mas com cada traço de tinta, sentia o eco de uma responsabilidade que crescia como raízes profundas em solo fértil. "Não mais impulsos", murmurou para si mesmo, a voz rouca pela falta de sono. "Só o que constrói, o que eleva."

O dia se desenrolou devagar, como páginas virando em um romance preguiçoso. Emily acordou primeiro, esticando-se com um bocejo que revelou dentes brancos e um sorriso preguiçoso. "Bom dia, escritor misterioso", disse ela, sua voz um ronronar suave enquanto se aproximava, vestindo apenas uma de suas camisetas velhas que mal cobria suas coxas. Ela se inclinou sobre ele, os seios roçando seu ombro, e roubou um gole de sua caneta – não, de seu café, rindo quando ele ergueu uma sobrancelha. "Você parece pensativo. O que está tramando nessa cabeça cheia de histórias?"

Marco sorriu, mas seus olhos traíam a seriedade. "Só pensando em como o mundo poderia ser melhor", respondeu, girando a caneta entre os dedos. "E você? Sonhou com aquelas pinturas suas de novo?"

Emily parou, surpresa, como se ele tivesse tocado uma corda escondida em seu peito. "Como você sabe? Eu... sim, sonhei com uma galeria em São Paulo, luzes quentes batendo nas telas, gente parada, absorvendo cada traço." Seus olhos se iluminaram, e ela se sentou ao lado dele, as pernas cruzadas sob a mesa. "É bobo, né? Eu mal saio do apartamento, mas sinto que... que algo mudou. Como se eu pudesse realmente tentar."

Sofia surgiu momentos depois, os cabelos emaranhados caindo como cachoeiras selvagens sobre seus ombros, vestindo nada além de uma calcinha fina e um colar de contas que tilintava suavemente. "Ei, vocês dois, conspirando sem mim?", brincou ela, inclinando-se para beijar Marco na nuca, seus lábios quentes e úmidos deixando um rastro de formigamento. Ela se jogou na cadeira oposta, roubando uma maçã da fruteira mágica que ainda persistia na mesa. "Eu acordei com uma melodia na cabeça, uma que nunca escrevi antes. Tipo, algo selvagem, com ritmos que batem como coração acelerado."

Marco observou-as, o coração inchando com uma emoção que ele não conseguia nomear – orgulho, talvez, ou o alívio de ver suas palavras ganharem vida além do papel. Ele havia escrito sobre isso na madrugada: "Emily encontrará coragem para pintar sem medo, exibindo sua arte em um mundo que a verá; Sofia comporá canções que ecoarão em palcos lotados, sua voz libertando almas presas." Não era manipulação, ele se convencia; era um empurrão gentil, como o vento enchendo as velas de um barco à deriva. "Vocês duas são incríveis", disse ele, a voz baixa e sincera. "O que acham de sairmos hoje? Emily, vamos comprar suprimentos para você pintar. Sofia, um violão novo, talvez? Meu presente."

Elas trocaram olhares, surpresas e deliciadas, e o apartamento se encheu de risadas e planos, um redemoinho de energia que dissipou as sombras da noite anterior. Mas enquanto caminhavam pelas ruas movimentadas da cidade, o sol batendo em fachadas de prédios antigos como holofotes em um palco, Marco não pôde ignorar os roteiros que dançavam ao redor de estranhos: um homem de terno amarrotado com linhas de frustração e dívida; uma mulher idosa carregando sacolas, suas palavras etéreas sussurrando solidão e memórias perdidas. O poder o cutucava, uma coceira insistente, mas ele resistiu, apertando a caneta no bolso como um talismã. "Pequenos passos", pensou, observando Emily escolher tintas com olhos faiscantes, Sofia dedilhando cordas em uma loja lotada.

A tarde se transformou em crepúsculo, e eles voltaram ao apartamento carregados de sacolas, o ar vibrando com uma camaradagem recém-nascida. Sofia montou seu violão novo no canto da sala, os dedos voando sobre as cordas em uma melodia improvisada que falava de noites quentes e toques proibidos, sua voz rouca entrelaçando-se como fumaça. "Isso é para nós", cantou ela, os olhos fixos em Marco e Emily, que se sentava no chão com um pincel na mão, traços ousados de vermelho e ouro surgindo em uma tela em branco, representando corpos entrelaçados em um banheiro enevoado – uma memória velada da noite anterior, transformada em arte.

Marco assistia, sentado no sofá, o peito apertado com uma emoção que transbordava. Ele pegou sua caneta discretamente, rabiscando no ar um roteiro sutil: "Emily venderá sua primeira pintura esta semana, o dinheiro abrindo portas para mais; Sofia gravará sua canção, uma gravadora a notando em meio ao ruído." Nada de desejos carnais dessa vez, só sementes de crescimento. Mas o desejo não desaparecera completamente; quando Sofia terminou de tocar e se aproximou, puxando-o para um beijo lento e profundo, com o gosto de maçã e paixão em sua língua, ele sentiu o fogo reacender. Emily se juntou, suas mãos pintadas de tinta sujando sua camisa enquanto o beijava do outro lado, um trio de respirações entrecortadas preenchendo o ar.

Eles se moveram para o quarto como uma unidade fluida, roupas caindo como folhas no outono. Sofia montou em Marco primeiro, seus quadris girando em um ritmo que ecoava sua música, gemendo "Ahh, sim, Marco, mais fundo" enquanto ele a preenchia, suas unhas cravando em seu peito como âncoras. Emily observava, os olhos escuros de luxúria, antes de se posicionar sobre o rosto dele, sua umidade doce contra sua boca enquanto ele lambia e chupava, "Mmm, oh Deus, sua língua...", ela ofegava, os seios balançando como frutos maduros. O prazer os consumia em ondas, corpos suados colidindo em um sinfonia de "Uhn, uhn" e suspiros roucos, culminando em um clímax coletivo que os deixou tremendo, entrelaçados novamente, mas agora com laços mais profundos do que mera luxúria.

Dias se passaram em um borrão de rotinas transformadas. Marco usava seu poder com parcimônia, como um jardineiro regando flores específicas. Ele escreveu para o homem de terno: uma promoção inesperada, linhas de alívio substituindo as de dívida. Para a idosa: um neto redescobrindo-a, visitas semanais enchendo seu roteiro de risadas. E para si mesmo, ele hesitou, mas rabiscou: "Marco encontrará equilíbrio, seu dom servindo ao mundo sem consumir sua alma." Dona Lourdes reapareceu uma vez, batendo à porta com um sorriso tímido e um cheque de aluguel perdoado – "Você me ajudou mais do que imagina", disse ela, os olhos brilhando com uma gratidão genuína, sem o fogo anterior, mas com uma amizade recém-forjada.

Emily vendeu sua pintura em uma feira local, o comprador um galerista que prometeu mais, e Sofia postou sua canção online, viralizando em horas, convites para shows chovendo em sua caixa de mensagens. Elas o arrastavam para aventuras: noites de pintura nua no ateliê improvisado, sessões de música onde Marco batucava em potes como bateria, e, inevitavelmente, retornos à cama onde o prazer era uma dança voluntária, sem roteiros forçados. "Você nos mudou, Marco", sussurrou Emily uma noite, traçando linhas em seu peito com o dedo. "Mas para melhor. Não pare."

Ele não parou, mas aprendeu a pausar, a observar o mundo sem alterar cada página. O acidente que o despertara para esse dom agora parecia um catalisador distante, uma faísca em uma fogueira que se espalhava controlada. Caminhando pelas ruas ao entardecer, com Emily e Sofia de mãos dadas à sua frente, rindo de uma piada boba, Marco sentiu uma paz profunda se instalando, como o silêncio após uma sinfonia grandiosa. O mundo era seu livro, mas as histórias nele eram compartilhadas, entrelaçadas, vivas. E pela primeira vez, ele se perguntou não o que poderia mudar, mas o que poderia criar junto.

Então ele fez uma promessa a si mesmo. Usaria esse poder com responsabilidade. Usaria para ajudar as pessoas, para melhorar suas vidas. Não abusaria dele, não o usaria para seu próprio benefício. Seria uma força para o bem.


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Nome do conto:
o escritor

Codigo do conto:
248568

Categoria:
Fantasias

Data da Publicação:
04/12/2025

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