Quando chegou ao alto da favela, o som do baile batia no peito: grave forte, luzes coloridas piscando, gente dançando colada, o ar carregado de calor humano.
Era exatamente o que ela queria.
Denise caminhou até o centro da festa com aquele jeito provocante natural, o vestido marcando cada movimento do quadril. Os homens viravam o pescoço para olhar. Alguns murmuravam comentários. Outros apenas engoliam seco.
E ela amava cada segundo.
Chegou no bar improvisado e pediu:
— Um copão… bem forte.
O cara serviu um drink pesado, daqueles que queimam descendo.
Ela virou metade sem medo.
O corpo esquentou na hora.
A mente soltou.
O pudor desapareceu.
Depois do segundo copo, Denise já estava diferente.
Os olhos brilhavam mais.
O sorriso era malicioso.
O corpo dançava sozinho, como se tivesse vida própria.
Ela se jogou no meio da pista, perdida na batida do funk, jogando o cabelo, descendo até o chão, subindo devagar, mostrando o corpo sem pudor nenhum. Aquele vestido colado parecia feito para provocar o mundo inteiro.
Vários homens começaram a cercá-la, sem encostar, só assistindo — hipnotizados.
Denise percebeu.
E ficou ainda mais safada.
Ela dançava olhando diretamente para eles, com aquele olhar de quem estava pedindo para ser desejada, mas não para ser tocada.
Era domínio puro.
Era poder.
Era provocação no nível máximo.
O telefone tocava dentro da bolsa, abafado pela música.
Era Fábio.
Denise nem pensou em atender.
Ela estava bêbada, completamente entregue à própria vontade, vivendo exatamente do jeito que ela gostava: sem regras, sem limites, sem ninguém mandando.
Um dos homens chegou perto, todo cheio de coragem, achando que poderia aproveitar aquela vibe dela.
Denise colocou a mão no peito dele, empurrou devagar e disse, com a língua solta pelo álcool:
— Pode olhar… mas tocar, só se eu quiser. E hoje… eu quero brincar, não quero dono.
Ela virou outro copo.
Depois mais um.
E foi ficando cada vez mais solta, cada vez mais quente, cada vez mais atrevida.
A dança dela ficou mais intensa.
Os movimentos mais ousados.
O corpo mais entregue ao ritmo.
Denise estava safada de verdade, daquele jeito que ela mesma dizia:
“Hoje eu quero perder a linha… e tô perdendo bonito.”
A música, a bebida e o desejo transformavam ela em pura energia, pura provocação.
Os homens na volta não sabiam se falavam, se chegavam, se ficavam só olhando — ela deixava todo mundo sem reação.
E enquanto a favela inteira vibrava, o celular continuava tocando dentro da bolsa…
Desesperado.
Insistente.
Fábio tentando falar com ela.
Mas Denise, naquele momento, só queria uma coisa:
