O homem mais comentado da favela.
Alto. Forte. Negro. Peito largo. Correntes de ouro brilhando no pescoço.
Respeitado por todos.
Temido por muitos.
Mas para Denise…
ele era pura tentação.
Quando ele entrou no baile, a multidão automaticamente abriu espaço — não por medo, mas por respeito.
E ele parou exatamente na frente dela.
Denise levantou os olhos, já com aquele sorriso quente de quem estava pronta para se perder ainda mais. O olhar dele era pesado, firme, como se atravessasse ela por dentro.
— Você tá soltinha hoje, hein? — ele disse, com aquela voz grave que vibrava no peito.
Denise riu, mordeu o lábio e chegou mais perto, já atirada, já sem filtro nenhum.
— Eu tô do jeito que eu gosto… e do jeito que você gosta também.
Ele segurou o queixo dela de leve, só para olhar mais fundo.
— Você sabe quem eu sou, né?
— Sei… — Denise respondeu, passando a mão pelo peito dele, devagar, provocando. —
Você é o dono disso tudo. E hoje… eu quero me perder aqui.
O sorriso que ele deu foi lento, quase perigoso.
A música mudou para uma batida mais pesada, mais quente.
E Denise não pensou duas vezes.
Ela encostou o corpo inteiro no dele.
Sem vergonha.
Sem medida.
Sem limite nenhum.
O quadril dela seguindo o ritmo, se encaixando no dele, se esfregando como quem estava tomada por uma fome antiga.
Os olhos dela fechavam e abriam, perdidos entre o calor da música e o cheiro dele.
Era pura liberdade.
Puro tesão.
Pura entrega.
Ele colocou as mãos na cintura dela, firme, dominando sem machucar — apenas mostrando que tinha presença, que sabia exatamente quem ele era e o poder que tinha ali.
E Denise gemeu baixinho no ouvido dele, não de dor, mas de intenção.
— Eu queria isso… — ela disse, ofegante. —
Queria sentir alguém de verdade. Queria sair da linha… até o fim.
Ele respondeu no ouvido dela, com a voz grave arrepiando a pele dela inteira:
— Então vem comigo. Aqui no meio do baile eu não vou fazer nada… mas você já sabe onde eu levo quem me provoca desse jeito.
Denise riu.
Era a risada de uma mulher bêbada, quente, livre… e completamente entregue à própria vontade.
Sem olhar para trás, ela segurou a mão dele.
E deixou ser levada.

