Ruptura silenciosa.




Caros leitores. Este conto é introdutório. Espero que gostem. Em breve postarei a continuação.

Naquela manhã, durante o café, a avó de Daniel se sentou à mesa. Estava exausta; as olheiras denunciavam não só o cansaço físico, mas principalmente o desgaste de quem já não tinha tempo a perder.
Quando ela falou, sua voz saiu fraca, arrastada, mas de nenhuma forma a velha poderia saber que suas palavras jogariam Daniel direto na cova do leão, ele sabia disso perfeitamente bem.
_ Vá à loja, Otávio, e compre uma cama, daqui pra frente Daniel deve dormir no quarto dos homens, já está grande para permanecer no meu quarto.
_ Você sabe, mãe, o quarto é pequeno demais, não vai caber outra cama.
_ Então, compre na casa de móveis de segunda mão. Lá deve ter uma cama de casal e um bom colchão onde vocês possam se instalar. Além do mais, você deve se casar em breve e Daniel fica com a cama só para ele mais tarde.
Otávio, antes de sair, e a contragosto, pegou o dinheiro que a mãe estava guardando há tempos para fazer o que ela lhe pediu. E quando chegou, veio no carro junto com o entregador que trouxe a cama e colchão.
_ Eu consegui um desconto porque coloquei a cama velha no negócio. Ele deixa uma e leva a outra, disse Otávio à mãe que estava sentada na pequena varanda da casa.
No final da tarde a nova cama estava montada, a roupa de cama limpa estava no lugar e quando Daniel, depois do banho, retornou ao quarto da avó para se trocar; ficou ali por mais tempo que o necessário, pensando no quanto aquele local o havia protegido, até mesmo de seus sentimentos.
Agora, teria que encarar a verdade e viver com o que restava.
Quando o tio saiu do banheiro depois do banho, Daniel estava colocando algumas roupas no armário. O tio se aproximou, o cheiro do sabonete grudado na sua pele úmida.
Otávio era um homem de quase trinta anos, como filho de mãe branca e pai negro, tinha a pele morena, no rosto uma barba cerrada e o peito coberto por densa pelagem.
Daniel tremeu quando o tio se aproximou para abrir a gaveta e de lá retirar uma cueca, daquelas antigas que têm abertura na frente. (as únicas que ele usava). Otávio, entretanto, não percebeu o que se passava com o sobrinho.
O tio Otávio saiu logo ao anoitecer. Depois de jantar, a avó se recolheu em seu quarto e adormeceu rapidamente. Daniel pode ficar no seu novo quarto sozinho e pensando no que tinha acontecido.
_ De jeito nenhum, pode passar pela cabeça dele o que senti…, bem o que sinto na verdade, pensou Daniel, enquanto seus batimentos cardíacos insistiam em permanecer acelerados.
Já era madrugada quando Otavio abriu a porta do quarto e Daniel, involuntariamente, despertou, porém não se atreveu a se mexer na cama. Mantinha a cabeça coberta e na penumbra pode ver o tio se aproximar da cama.
Ele viu o tio tirar a camisa, em seguida a calça e ficar só de cueca. Um calafrio subiu pela espinha do sobrinho quando percebeu o volume que se formava entre as pernas do tio.
_Daniel, disse o tio tocando seu ombro, vá para o canto. Eu durmo na beirada.
Quando o tio Otávio se deitou só de cueca ao seu lado, Daniel percebeu que ele havia bebido um pouco. Exalava um leve cheiro de bebida alcoólica e ao mesmo tempo tinha um perfume impregnado em sua pele; e era bem diferente do que ele costumava usar. Não era difícil entender que o tio havia estado com uma mulher.
Para ele, a presença do tio naquele momento, era tudo o que ele mais sonhara, porém fez brotar nele um sentimento de ciúme e inveja. E foi nesse turbilhão de pensamentos e sentimentos que ele adormeceu.
Na manhã seguinte, ao acordar, o tio ainda estava ao seu lado e os pelos do seu peito roçavam de leve o braço de Daniel que decidiu permanecer imóel por mais tempo antes de se levantar.
Os dias que se seguiram foram muito diferentes de todos os outros que havia dormido no quarto da avó. Lá estava longe da proximidade que se não cuidasse o denunciaria. Mas depois que se mudou de quarto, muitas vezes desejou deliberadamente que o tio se aproximasse mais dele, como de fato aconteceu, mas foi ele, Daniel, quem sutilmente se deixou tocar.
Certa noite, quando já era alta madrugada, percebeu que o tio Otávio estava virado para o seu lado na cama e que seus corpos estavam muito próximos um do outro. Os pelos do tórax do tio tocavam suas costas, fazendo-o se arrepiar enquanto ao mesmo tempo percebeu que o membro do tio estava ereto e tocava-o por trás.
Em meio à descoberta e numa mistura de sensações, se viu enredado pelo desejo reprimido há tanto tempo. Daniel tomou coragem, e se inclinou um pouco mais de modo que o corpo do mais velho lhe tocasse intimamente. Sentia-o pulsar ao toque, enquanto seu coração acelerava dentro do peito tamanha a adrenalina do momento.
Ele permaneceu ali, sentindo, se entregando à experiência e sonhando, se deleitando quando subitamente o tio se move na cama. Daniel não podia ter certeza se ele tinha percebido algo ou não, mas em seguida o tio se virou na cama.
Depois daquela noite, em silêncio esperou que o tio, entorpecido pelo sono, lhe entregasse novamente momentos como aqueles vividos, o que de fato aconteceu, mas em nenhum momento ficou evidente que o tio percebesse suas intenções.
O tempo passou e o inevitável aconteceu. O tio Otávio se casou com Ana e se mudou de casa, deixando Daniel e sua avó na casa antiga.
É claro que eles vinham fazer visitas, e o tio continuava tratando-o do mesmo jeito, como um pai que sempre fora. E embora Daniel entendesse a situação, teve que se contentar com sua ausência e as lembranças.
Cerca de dois anos depois que o tio havia saído de casa, a avó de Daniel adoeceu. Todos ficaram muito preocupados, porém, numa tarde fatídica, foi socorrida, mas faleceu a caminho do hospital.
Depois do funeral, o tio não teve outra escolha senão levá-lo para morar consigo, uma vez que a mãe de Daniel, por vontade própria, partiu e nunca mais dera sinal de vida.
A presença na casa nova exercia pressão sobre Daniel, não só pelo ambiente, mas pelo tio que havia se tornado vigilante. Sua aparência estava ainda mais dominante: trocara a barba fechada por um bigode volumoso e escuro, quase predador aos olhos atentos do sobrinho.   
Daniel, curioso, desenvolveu o hábito de ouvir os tios durante a intimidade em seu quarto. Ouvia-os ter relações e como o tio Otávio, normalmente saia do quarto depois do ato. Daniel corria para dentro do seu quarto escuro e esperava o tio passar pelo corredor coberto apenas por um roupão.
O contorno formado no tecido era enorme e praticamente impossível de ser ignorado.
Assim, se passaram meses, até que certa noite, decidiu ir à cozinha depois que o tio passasse como pretexto de ir beber água.
Fez tudo como o planejado e assim que o tio passou, não muito depois saiu do quarto fingindo que havia acabado de acordar. Foi à cozinha, pegou um copo d'água e se sentou ao lado do tio que estava no sofá.
Otávio não parecia bem, estava com o semblante carregado e aproveitando-se disso, Daniel se dirigiu ao tio indagando-o se havia acontecido algo.
O tio Otávio se mexeu no sofá e a abertura do roupão expôs mais do que o necessário. Com as pernas afastadas e completamente nu por baixo, seu membro extremamente avantajado pendia entre as pernas.
Aquilo foi como uma explosão aos olhos de Daniel que ficou hipnotizado olhando para o membro do tio.
_ O que foi Daniel, nunca viu um homem nu, por acaso?
_ Não, tiio, nunca. Não sabia que poderia ser assim, tão…
_ Grande, perguntou Otávio com um certo olhar zombeteiro de quem sabe que carrega bem mais munição do que a maioria dos homens.
_ E grosso, também, completou o sobrinho, sem jeito.
Otavio não pareceu incomodado ou receoso com o que ocorreu, também não se fez de pudico e resoluto disse ao sobrinho.
_ Nenhum homem deve se envergonhar do que é, Daniel. Nem eu, nem você.
Aquelas palavras fizeram Daniel entender que o tio já sabia de algo sobre ele e a confirmação veio quando o tio sem qualquer cerimônia olhou em seus olhos e perguntou:
_ Você gostaria de tocá-lo?
Daniel não respondeu com palavras, mas o gesto afirmativo que fez com a cabeça foi tudo o que Otávio precisava para entender que sim.
_ Então vá até a porta do meu quarto e se certifique que sua tia está dormindo, disse ele.
O sobrinho se levantou devagar, os passos silenciosos atravessaram o pequeno corredor. Olhou para dentro do quarto e encontrou a tia respirando profunda e pesadamente, o que sugeria que não acordaria tão cedo.
Ao retornar, encontrou o tio com o roupão aberto e as pernas afastadas.
_Vem, pega nele, exclamou Otávio, em cujos olhos havia um lampejo de excitação.
Daniel se aproximou com cautela e em silêncio. Seu coração saltava dentro do peito, afinal ansiou por isso tantos anos. Se abaixou diante do tio e tocou seu membro. Era realmente muito longo quente ao toque.
Com incentivo do tio, Daniel passou a manipular o membro que em segundos começou a crescer em sua mão. Ele se assustou com o que estava acontecendo. O volume era enorme. Em poucos minutos estava em sua mão um pau de homem adulto e cujas dimensões eram descomunais. Mal conseguia segurá-lo.
O tio Otávio, sorria para ele e segurou a mão do sobrinho em volta de sua pica, ajudando-o e ensinando como fazer.
Daniel sentiu um forte e inebriante cheiro alcançar suas narinas. Um cheiro que misturava suor, urina e desejo e sem que conseguisse relutar, envolveu a cabeça da rola do tio Otávio e começou a mamar como um bezerro.
O tio se surpreendeu com a ousadia do sobrinho, mas não pode deixar de sentir e soltou um gemido longo e profundo com sua voz extremamente grave.
Daniel sonhara tanto com aquele momento que se entregou ao momento. Estava muito excitado e chegou a molhar a roupa com tanta volúpia.
       Otávio, sabia que não poderiam continuar. Não era seguro. Então disse ao sobrinho que parasse e fosse para o quarto.
_ No fim de semana sua tia vai para a casa da mãe dela em Minas. Vai ficar lá por quinze dias. Aí o titio vai te ensinar muitas coisas.
Daniel fez o que o tio lhe ordenou. Se levantou e seguiu para a cama. Mas nele ficaram impregnados os vestígios de algo que esperou muito para que acontecesse.
Quando o sobrinho já estava longe o suficiente, Otávio se deixou derramar sobre o abdômen, relembrando de coisas as quais já havia sentido antes, mas que por medo ou insegurança havia prometido enterrar bem fundo. Agora entendia ser impossível.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Ruptura silenciosa.

Codigo do conto:
249200

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
13/12/2025

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4

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