Miguel já conhecia aquele olhar de Lara. Era o tipo de olhar que não pedia nada, mas prometia tudo.
— Você está me encarando de propósito — ele disse, apoiado no batente da porta, sem se mover.
Lara cruzou as pernas devagar, consciente do efeito.
— Não. Eu estou te deixando desconfortável… é diferente.
Ela se levantou com calma calculada, caminhando pela sala como se estivesse apenas passando o tempo. Parou perto dele, perto demais, e inclinou a cabeça.
— Sabe o que eu mais gosto em você, Miguel? — murmurou.
— O quê? — ele respondeu, já sabendo que não gostaria da resposta… ou exatamente o contrário.
— Você finge que está no controle… mas adora quando eu te tiro dele.
Miguel sorriu, aquele sorriso contido, perigoso.
— E você finge que quer provocar… quando, na verdade, quer ser provocada de volta.
O ar entre eles ficou denso. Nenhum toque. Ainda não.continua
andersongeraldo