Não houve pressa. Nem necessidade de provar nada.
Lara encostou a testa na dele, num gesto íntimo demais para ser casual.
— No fundo, a gente sabe — ela murmurou — que esse jogo nunca foi sobre controle.
Miguel fechou os olhos por um instante.
— Foi sempre sobre confiança.
Ela assentiu.
— Sobre saber até onde provocar… e quando parar.
— Ou quando continuar — ele corrigiu, sorrindo de leve.
A proximidade virou promessa silenciosa. Não precisavam ir além para saber o que vinha depois. O prazer estava ali: na cumplicidade, no acordo implícito, no desejo sustentado sem pressa.
Quando se afastaram, foi com aquele olhar cúmplice de quem já viveu aquilo antes — e sabia que viveria de novo.
Porque alguns casais não precisam de cenas explícitas.
Eles transformam conversa em tensão.
Silêncio em provocação.
E espera em prazer.
Fim — ou apenas mais uma pausa no jogo?
andersongeraldo