Eu sei que muitos vão me julgar por ter traído o Carlos assim na cara dura, mas eu não tinha maturidade na época, e sempre vou usar isso como desculpa. Eu precisei apanhar muito na cara para poder aprender. Como eu falei no início, essa é uma história de amadurecimento, uma história em que eu precisei ferir e me ferir. Mas claro, isso não será capaz de apagar o meu passado e as coisas que eu fiz. Eu sei que errei e hoje reconheço. Eu poderia ter feito tudo diferente, poderia ter tomado outras decisões, mas talvez se eu tivesse feito essas escolhas diferentes, hoje em dia eu não teria a maturidade que tenho. O Carlos, infelizmente, foi um efeito colateral, mas não vou adiantar esse lado da história.
Voltando... O Carlos queria dormir comigo na sexta, mas eu estava cansado ainda. Tinha aula à tarde, mas iria faltar. Precisava dormir, e essa seria minha última noite com o Paul. Ele voltaria para Nova York no sábado à tarde, mas eu ainda não tinha ideia de como iria me livrar do Carlos. Eu só estava com sono e precisava dormir algumas horas para poder resolver isso.
Claro, o Paul já havia me mandado diversas mensagens, mas optei por não responder. Eu queria dormir, e foi o que eu fiz assim que cheguei em casa. Nem almocei e fui direto pro meu quarto deitar um pouco.
Quando acordei, havia mensagens do Carlos, do Paul e da Chanel no grupo querendo fazer algo. Acabei respondendo o Carlos primeiro.
— Não fui pra aula porque estava com dor de cabeça e não estava me sentindo bem — digitei rapidamente.
Ele me ligou na mesma hora.
— Oi, amor — atendeu com a voz preocupada. — O que você tem? Quer que eu vá pra aí?
— Não, não precisa. Tá tudo bem, só precisava descansar um pouco.
— Tem certeza? Não quero que você fique mal sozinho.
— Tenho sim. Já estou melhor, só vou continuar deitado.
Depois respondi ao Paul. Ele queria dormir novamente comigo, mas era tecnicamente impossível. Eu tinha minha mãe em casa e o Carlos querendo me ver. Não fazia ideia do que inventar, até que tive uma ideia: pensei em falar pro Carlos não vir pra casa, e quando minha mãe fosse dormir, o Paul viria pro meu quarto escondido. Era arriscado, mas parecia a melhor solução.
A Chanel queria se reunir pra assistir filme e comer, mas eu disse que estava com mal-estar.
— Não vai dar hoje, Chanel. Estou me sentindo péssimo ainda. Fica pra próxima, ok?
— Que pena! Melhoras então. Qualquer coisa me avisa.
À noite, o Carlos apareceu em casa de surpresa. Trouxe comida e ficamos namorando, só com beijos e abraços. E então ele pediu para dormir comigo. Eu não podia simplesmente dizer: "Não, Carlos, não durma aqui porque o Paul vem". Então não tive saída. O Carlos dormiu comigo e mandei mensagem para o Paul:
— Não vai dar mais certo hoje.
Ele ficou furioso.
— Como assim? Pensei que tivéssemos combinado!
— Não posso fazer nada. O Carlos apareceu aqui de surpresa com comida e tudo mais. Não tinha como dispensar.
— Você é um moleque mesmo. Me faz perder tempo.
— Desculpa. Não tinha como prever.
O Carlos foi um verdadeiro cavaleiro comigo. Trouxe comida, me deu beijos, e fiquei mal por querer traí-lo. Eu já tinha aproveitado o Paul bastante, então decidi que não iria mais vê-lo. Aquilo não era o certo, eu não podia fazer aquilo novamente com o Carlos, seria cruel da minha parte. E então adormecemos.
No sábado pela manhã, o Carlos acordou cedo e foi passear com o Thanos, meu cachorro.
— Está se sentindo melhor? — perguntou, ajeitando o cabelo que caía sobre meus olhos.
— Sim, bem melhor — respondi, ainda sonolento.
Ele me deu um beijo suave.
— Vou levar o Thanos pra caminhar um pouco. Volto logo.
Fiquei deitado enquanto ele saía. Quando voltou, estava ofegante e sorridente.
— Thanos estava animado hoje. Corremos bastante — disse ele, sentando na beirada da cama.
— Imagino. Ele é cheio de energia.
— Escuta, preciso ir embora. Tenho aula e depois vou para um aniversário de um primo, mas à noite a gente pode se encontrar. O que acha?
— Tudo bem. Vou ficar deitado mesmo, ainda estou cansado.
Trocamos um beijo e então ele foi. E mais uma vez, em questão de horas, fui contra tudo o que eu tinha dito para mim mesmo. Mandei mensagem pro Paul:
— Estou livre agora. O Carlos só volta à noite. Que horas você viaja?
O Paul respondeu rapidamente:
— Tenho que estar às 17h no aeroporto, mas não quero te ver. Beijo.
Respirei fundo e digitei:
— Tem certeza?
E mandei uma foto para ele. Ele então respondeu:
— Ai, ai... você acaba comigo, moleque. Chego na sua casa daqui a 45 minutos.
Sorri ao ler a mensagem. Pelo menos assim teria uma despedida do Paul. Não fazia ideia de quando ele iria voltar para o Brasil.
Enquanto esperava por ele, comecei a arrumar meu quarto e a me preparar. Minha mãe tinha saído para fazer compras e eu teria a casa toda só para mim por algumas horas. Uma mistura de excitação e culpa tomava conta de mim. Era sempre assim quando se tratava do Paul – ele exercia um magnetismo sobre mim que me fazia esquecer de todos os meus princípios.
O interfone tocou exatamente 43 minutos depois. Corri para atender, meu coração batendo acelerado. Alguns minutos depois Paul estava lá, encostado na porta, com aquele sorriso de lado que me deixava sem ar.
— Pensei que não viria — falei, tentando soar casual.
— E eu pensei que teria aprendido a lição depois de ontem — respondeu ele, entrando e fechando a porta atrás de si. — Seu namoradinho não se importa de você receber visitas quando está "doente"?
Senti o rosto esquentar.
— Ele não sabe que você está aqui.
— Claro que não sabe — Paul riu, se aproximando. — E é melhor continuar não sabendo.
Naquele momento, eu sabia que estava sendo uma pessoa horrível. Estava traindo o Carlos pela terceira vez em menos de três dias. Mas havia algo no Paul, alguma coisa que me puxava como um ímã, que me fazia ignorar a voz da razão dentro da minha cabeça.
— É a última vez — disse, mais para mim mesmo do que para ele.
— Sempre é a última vez, não é? — provocou Paul, tocando meu rosto com os dedos. — Até a próxima vez que eu voltar.
E assim, mais uma vez, me entreguei àquela loucura, sabendo que me arrependeria depois, mas completamente incapaz de resistir ao momento, o Paul ficou na minha casa a manhã toda, só foi embora quando minha mãe ligou dizendo que estava voltando, fomos para escada de incêndio do meu prédio, e lá o Paul me comeu pela última vez, enquanto ele metia em mim, seu pai havia ligado furioso porque já era pro Paul está em casa, teria um almoço com uns familiares, então o Paul terminou de me comer, e a gente se beijou, aquele beijo de despedida e com a incerteza de quando seria o próximo encontro. Por um lado fiquei aliviado, já que não iria precisar mais trair o Carlos.
À noite, o Carlos foi para minha casa. Minha mãe disse que iria sair com umas amigas e iria dormir fora, o que achei estranho. Acho que minha mãe estava de namorado, finalmente seguindo em frente. Fiquei feliz por ela, mas optei por não confrontar ou coisa do tipo. Iria esperar ela falar algo.
O Carlos chegou, me deu um beijo, e falei a ele que estaríamos sozinhos, que minha mãe tinha saído e meu irmão estava na casa do meu pai. Ele sorriu e começou a me beijar com vontade, passando a mão no meu corpo, foi tirando sua camisa e então o Carlos me fodeu, me comeu de forma lenta e gostosa. Depois que terminamos, o Carlos falou:
— Às vezes sinto falta de mulher. Você não sente?
— Não, definitivamente não. Acho que hoje me vejo como um gay. Você quer ficar com alguma menina?
— Depende, isso seria um problema pra você? — perguntou o Carlos me olhando, e aquilo me deu uma dor na espinha da nuca.
— Não sei — pensei um pouco. — Seria estranho.
— Você ficaria comigo e uma outra menina? Como nos velhos tempos? Só teria graça se você tivesse junto, não queria fazer nada sem você.
— Ai Carlos, acho que não. Sei lá, gosto tanto de homem, gosto de você do seu jeito. Do seu pau, da sua bunda, sinceramente… não me vejo mais com nenhuma mulher, mas tive uma ideia. Conheço uma pessoa que poderia resolver esse problema.
— Quem? — perguntou o Carlos curioso, e eu sorri e respondi:
— A Chanel.
— Tá doido? — falou o Carlos surpreso.
— Ué, ela é quase uma mulher. Podemos pedir pra ela se montar igual no carnaval. Foi bom estar com você e com ela ao mesmo tempo, eu gostaria de repetir. Prefiro ir pra cama com ela do que com qualquer outra mulher.
— Você acha que ela toparia?
— Eu acho que sim, e acho que ela adoraria. Quer que eu ligue pra ela?
— Veja, acho que seria divertido — falou o Carlos me beijando.
E então liguei pra Chanel.
— Oi amigo, tá fazendo o quê? — perguntei.
— Amigo, tô em casa assistindo filme. Hoje ninguém animou pra sair. O Luke tá com o Theo, a Taty com a Karla, e o Yan e o Isaac estão com o Luke. E você deve tá com o Carlos.
— Exatamente, mas pensei em você vir pra cá. O que acha?
— Vocês vão fazer alguma coisa?
— Sim, queremos foder com você. Topa?
— Jura?
— Sim, estávamos aqui lembrando do carnaval, mas você teria que se montar. O Carlos queria uma mulher, na verdade, mas sinceramente não estou afim. Preciso de você.
— Ai amigo, assim você enche minha bola. Vocês estão na sua casa?
— Sim, vem.
— Vou pegar as coisas e chego já por aí. Mas, oh, OFF hein? Não quero que ninguém fale de mim.
— Certo, vem logo, amor.
E então desliguei e disse ao Carlos que iria dar certo. Ele me puxou para um beijo e disse:
— Não era bem isso que eu esperava, mas acho que vai ser divertido. O que eu não faço pra realizar todos os gostos do meu namorado?
— Por isso você é o melhor do mundo — e então puxei ele para um beijo.
Enquanto esperávamos a Chanel, o Carlos e eu ficamos deitados na cama, conversando. Ele parecia ansioso, se mexendo o tempo todo e checando o celular a cada cinco minutos.
— Relaxa — falei, passando a mão pelo seu cabelo. — Ela vai chegar.
— Não é isso. Estou só pensando em como vai ser... interessante.
Ri baixinho.
— Vai ser melhor do que você imagina. A Chanel montada fica incrível, será melhor que uma mulher de verdade, eu gostei muito de assistir seu pau entrando e saindo dela no Carnaval.
Carlos se virou para mim, me encarando com um olhar curioso.
– Se você gosta, quem sou eu pra negar algo que meu namorado lindo gosta – Falou ele me beijando.
__
Algum tempo depois o interfone tocou e era a Chanel:
— Deve ser ela — disse, levantando-me rapidamente da cama.
O Carlos ajeitou a roupa e passou a mão pelo cabelo, tentando parecer casual. Ri da sua tentativa de disfarçar o nervosismo.
— Calma, você já fez isso antes.
Corri até a porta e, quando abri, me deparei com Chanel. Ela estava vestida de homem – calças jeans largas, camiseta oversized e boné. Carregava uma mala enorme que parecia pesar toneladas.
— Kd a Chanel? — perguntei surpreso.
— Amor, não podia sair montada de casa, né? — ela respondeu, revirando os olhos. — você sabe como meu pai é. Onde posso me arrumar?
— Ah, claro — balancei a cabeça, entendendo. — Pode usar o banheiro do meu quarto. O Carlos já está lá.
— Ótimo — ela sorriu, entrando e me dando um beijo no rosto. — Me dê uns vinte minutos e vocês nem vão me reconhecer.
Enquanto Chanel se dirigia ao banheiro, voltei para o quarto. Carlos estava sentado na beirada da cama, mexendo no celular, tentando parecer despreocupado.
— A Chanel já está se arrumando no banheiro.
— Ah... legal — respondeu ele, sem tirar os olhos do celular.
— Nervoso?
— Não, claro que não — respondeu rápido demais.
Deitei-me ao seu lado, puxando seu rosto para um beijo.
— Vai ser divertido, relaxa.
Ficamos deitados na cama, conversando sobre coisas banais, tentando não pensar no que estava por vir. De vez em quando, ouvíamos barulhos vindos do banheiro – o som da maquiagem sendo aberta, o secador de cabelo, pequenas exclamações de frustração quando algo não saía como planejado.
Depois de quase meia hora – bem mais do que os vinte minutos prometidos – a porta do banheiro se abriu lentamente. Carlos e eu nos sentamos na cama, curiosos.
Chanel surgiu na porta como uma aparição. Estava completamente transformada. Usava uma peruca longa e sedosa de um castanho avermelhado que caía em ondas até o meio das costas. Seus olhos, agora com lentes de contato azuis, pareciam maiores e mais expressivos graças à maquiagem perfeitamente aplicada. O vestido preto justo moldava-se ao seu corpo esguio, terminando um pouco acima dos joelhos, e os saltos altos completavam a transformação, dando-lhe uma postura elegante.
Carlos e eu olhamos para ela sem conseguir acreditar. Não era apenas a aparência – era a presença, a aura feminina que emanava dela.
— E então, meninos? — perguntou Chanel com uma voz suave, girando lentamente para mostrar todos os ângulos. — O que acharam?
Fiquei sem palavras, mas Carlos se levantou imediatamente. Caminhou até ela como se estivesse hipnotizado.
— Você está... incrível — disse ele, e sem mais hesitação, segurou o rosto dela entre as mãos e a beijou.
Fiquei observando os dois, uma mistura de emoções tomando conta de mim. Era estranho ver meu namorado beijando outra pessoa, mas ao mesmo tempo, havia algo de fascinante na cena. Chanel correspondeu ao beijo com entusiasmo, suas mãos deslizando pelos ombros de Carlos.
Quando finalmente se separaram, ambos olharam para mim.
— Não vai se juntar a nós? — perguntou Chanel, estendendo a mão em minha direção.
Levantei-me e caminhei até eles. Carlos me puxou para um beijo enquanto Chanel beijava meu pescoço. Era uma sensação estranha e excitante ao mesmo tempo.
A noite seguiu entre beijos e carícias, os três explorando os limites um do outro com respeito e cuidado. A experiência foi intensa e diferente de tudo que já havíamos vivido. Carlos parecia encantado com Chanel, admirando cada detalhe da sua transformação, enquanto eu alternava entre participar ativamente e observar os dois juntos, o Carlos tinha uma pegada forte, ele sabia beijar com fúria, ele tinha um jeito sedutor na sua energia, eu já estava sem roupa e observa eles, o Carlos foi tirando o short e ficando pelado, Chanel tirou seu vestido e ficou com os saltos e de calcinha, o Carlos colocou ela pra chupar, e eu observava ela engolir todo o pau do Carlos, com calma e a maestria, e então o Carlos disse que não estava aguentando mais, e queria meter, Chanel disse para colocar camisinha, o Carlos pediu pra meter sem capa, mas com ela não tinha isso, o que era um saco, então Carlos colocou a capa e foi metendo na Chanel como um touro, ele gemia e pedia mais, e eu observava o pau do Carlos entrar e sair, olhava para sua bunda, sem dúvida a bunda do Carlos era minha parte favorita do seu corpo, fui até o Carlos, e sussurrei no seu ouvido, que queria meter, ele acenou com a cabeça, então passei lubrificante no meu pau e meti no Carlos, como no carnaval, após enfiar todos meu pau no Carlos, fiquei olhando sobre o seu ombro ele metendo, eu não fazia movimentos, era ele quem fazia, a medida que ele metia na Chanel, seu cú engolia meu pau, o Carlos era gostoso e fodia gostoso sem dúvidas, após alguns minutos fui ate onde a Chanel estava e dei meu pau para ela chupar, enquanto o Carlos metia, depois de alguns minutos pedi pra meter um pouco, ela pediu pra eu colocar a capa, eu coloquei mas acabei broxando, a verdade era que eu estava viciado em meter capa, ainda tentei insistir pra meter sem capa, mas ela não deixou, então a gente se beijou os três, e ela chupou meu pau e o do Carlos, até que gozamos na sua boca.
Quando tudo acabou, ficamos os três deitados na minha cama, cansados mas satisfeitos. Chanel foi a primeira a quebrar o silêncio.
— Isso foi... uau — disse ela, ajeitando a peruca que havia ficado levemente torta. — Vocês dois são incríveis juntos.
Carlos sorriu, passando o braço ao redor dos meus ombros.
— Você também foi incrível, Chanel — ele disse sinceramente. — Obrigado por... isso.
— O prazer foi todo meu, literalmente — respondeu ela com uma risada.
Ficamos conversando por mais algum tempo, a atmosfera leve e descontraída. Não havia constrangimento entre nós, apenas uma intimidade compartilhada que parecia ter fortalecido nossa amizade de alguma forma estranha.
Eventualmente, Chanel decidiu que era hora de ir embora. Voltou ao banheiro, removeu a maquiagem e a peruca, e emergiu novamente como o amigo que eu conhecia há tanto tempo.
— Isso fica entre nós, certo? — perguntou ela, já à porta.
— Claro — respondemos Carlos e eu em uníssono.
Depois que Chanel partiu, Carlos e eu voltamos para a cama. Ele me abraçou por trás, seu corpo quente contra o meu.
— Isso foi... diferente — murmurou contra o meu cabelo.
— Diferente bom ou diferente ruim? — perguntei, repetindo sua pergunta anterior.
— Definitivamente diferente bom — ele respondeu, apertando-me mais contra si. — Mas acho que por enquanto prefiro só você e eu.
Assenti, sentindo um alívio inexplicável com suas palavras. Adormecemos assim, abraçados, enquanto eu pensava em como a vida podia ser estranha e imprevisível. Em menos de 24 horas, havia estado com Paul e agora estava ali, com Carlos, depois de uma experiência que nunca imaginei que teríamos novamente.
Pensei que talvez, finalmente, poderia me entregar completamente ao relacionamento com Carlos. Que depois daquela noite, não precisaria mais da adrenalina de trair, da excitação do proibido. Mas no fundo, eu sabia que estava mentindo para mim mesmo. Era apenas questão de tempo até eu voltar aos meus velhos hábitos.
E como eu disse no começo, esta é uma história sobre amadurecimento. Sobre os erros que precisamos cometer para aprender as lições mais importantes. E eu ainda tinha muito a aprender.
No outro dia acordei e o Carlos não estava na cama. Me levantei e o encontrei na cozinha fazendo nosso café.
— Bom dia, cabeção — falei, esfregando os olhos.
— Olha só quem resolveu acordar. Isso são horas? — ele sorriu, virando-se para mim.
— Que horas são?
— 08h. Já passeei com o Thanos e fui na padaria comprar umas coisas — ele respondeu enquanto mexia algo no fogão. — Você sabe que horas sua mãe vem?
— Ela não me disse nada, mas vou ligar pra saber.
— Vou terminar o café e já te chamo.
Peguei meu celular e falei com minha mãe. Ela disse que só iria voltar no final da tarde e perguntou o que eu iria almoçar. Respondi que estava com o Carlos, e ela então ficou despreocupada, deixei meu celular de lado e não tinha optado por abrir o whats, poderia ter mensagem do Paul e eu não estava com cabeça para isso.
Fui no banheiro, tomei um banho e escovei os dentes. Quando voltei para a sala, o Carlos tinha preparado uma bela mesa de café. Havia pães, bolos, frutas cortadas, sucos e café fresco. Tudo arrumado com cuidado.
— Uau! — exclamei, genuinamente surpreso. — Você fez tudo isso?
— Achei que seria legal — respondeu ele, puxando uma cadeira para mim. — Depois de ontem à noite, pensei que merecíamos um café da manhã especial.
Sentei-me e começamos a comer. Conversamos sobre coisas banais, rimos de piadas internas, e por um momento, me senti verdadeiramente feliz por ter um namorado tão incrível. Ele era atencioso, carinhoso, e parecia realmente se importar comigo. Enquanto observava o Carlos me contando alguma história sobre o passeio matinal com Thanos, pensei em como eu era sortudo. E como eu estava sendo idiota por colocar tudo em risco com o Paul. O Carlos merecia alguém melhor, alguém que o valorizasse de verdade.
Mas como diz um certo ditado, depois da calmaria vem a tempestade. E ela estava chegando, pronta para devastar tudo.
Depois do café, arrumamos a cozinha juntos e fomos para o meu quarto. Deitamos na cama, um nos braços do outro, procurando algo para assistir na TV.
De repente, o Carlos pegou o celular e franziu a testa.
— Eita, olha o grupo — disse ele, aproximando a tela do rosto. — Tá uma movimentação grande. O Theo mandou uma sextape com o Luke por engano no grupo da sala.
Meu coração deu um salto.
— Como assim? — perguntei, tentando soar casual.
— Putz, já está no Gossip isso. Foi de madrugada, mas eu só tô vendo agora.
Olhei incrédulo e peguei meu celular imediatamente. Abri o grupo, encontrei a mensagem com o vídeo e então baixei o arquivo e, quando o vídeo começou a rodar, meu mundo desabou.
Era o Luke e o Theo numa sextape onde o Luke estava sendo passivo. O Theo metia no Luka, pelo cenário logo reconheci que era o quarto do Luke,e o que me deixou mais perturbado foi reconhecer que aquilo tinha sido filmado no dia em que estávamos na casa do Luke. Eu reconheci a sunga do Theo e do Luke que eles usavam naquele dia, e aquilo me deixou mal, porque muitas vezes eu tentei comer o Luke e ele sempre se recusou, e agora do nada eu assistia ele sendo fodido pelo seu namorado ou seja lá o que fosse, e isso me deixou puto e chateado, senti um frio na barriga. Não conseguia acreditar no que estava vendo. Era como se todo o personagem que ele construía tivesse desmoronado em segundos.
— Você está bem? — perguntou Carlos, notando minha expressão. — Parece que você ainda tem sentimentos pelo Luke.
Aquelas palavras caíram como um raio sobre mim. Senti meu rosto esquentar de raiva.
— Ai Carlos, CALA A BOCA! Me deixa em paz... — falei de forma grossa, muito mais agressiva do que pretendia. — Eu nunca imaginaria o Luke... assim.
Carlos deu de ombros, então se levantou e começou a vestir sua roupa com movimentos bruscos. Seu rosto estava fechado, a mandíbula tensa. Percebi que ele estava prestes a ir embora.
— Você é patético, Lucas, juro. Não sei por que perco meu tempo com você.
— Carlos, estou surpreso, não esperava isso. Só isso.
— O que tem de mais? O Luke e o Theo estão juntos, isso não diz respeito a você — ele jogou as palavras, seu tom cada vez mais alto. — A menos que você ainda esteja apaixonado por ele!
— Do que você está falando? Eu não estou apaixonado pelo Luke!
— Ah não? — Carlos soltou uma risada amarga. — Então por que essa reação toda? Por que esse choque? É só um vídeo, Lucas! Um maldito vídeo, uma porra de um vídeo do seu ex tendo o rabo sendo fudido pelo atual namorado – Falou o Carlos ficando vermelho e com a voz alta.
— Não é só isso, eu...
— Você o quê? — Carlos me interrompeu, seus olhos brilhando de raiva. — Vai mentir de novo? Vai inventar outra desculpa? Estou cansado das suas mentiras!
Levantei-me também, sentindo a raiva crescer dentro do meu peito.
— Que mentiras, Carlos? Você está sendo ridículo! Estou surpreso porque o Luke sempre se gabou de ser só ativo..
— SEMPRE O LUKE! — Carlos gritou, me interrompendo. Ele jogou a camiseta que segurava no chão. — Sempre, sempre o Luke! Desde que começamos a namorar, é “Eu amo o Luke e tô com você", "O Luke aquilo", "No namoro com o Luke isso..." PORRA, você é um idiota, isso que você é Lucas, você namora comigo mas sempre jogando na minha cara seu amor pelo Luke.
— Isso não é verdade!
— É sim! E eu tentei ignorar, tentei fingir que não via como seus olhos brilham quando fala dele, como você fica quando ele está por perto.
Fiquei sem palavras por um momento, chocado com a intensidade da sua raiva.
— Carlos, você está delirando. O Luke é meu ex, eu fui sincero com você desde o inicio.
— Engole essa porra de sinceridade, e enfia no seu cú, um ex que você não consegue superar! — a voz dele falhou, e percebi que seus olhos começavam a se encher de lágrimas. — Você acha que eu não percebi como você ficou abalado vendo esse vídeo? Não é sobre ele estar com um cara, é sobre ele estar com OUTRO cara que não seja você!
A acusação me atingiu como um tapa. Senti meu coração acelerar.
— Isso é loucura! Eu estou com você, não estou?
— Está mesmo? — as primeiras lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dele. — Porque às vezes eu sinto que sou só um substituto, alguém para preencher o vazio que o Luke deixou.
— Carlos, por favor...
— Eu fiz de tudo por você! — ele continuou, sua voz entrecortada por soluços. — Tudo! Tentei ser o namorado perfeito. Ontem mesmo aceitei aquela loucura com a Chanel porque pensei que era o que você queria. Fiz todos os seus gostos, todas as suas vontades!
Tentei me aproximar, mas ele recuou.
— Não me toca! — ele disse, enxugando as lágrimas com raiva. — Sabe o pior? Eu sabia. Lá no fundo eu sempre soube que você nunca ia superar o Luke. Eu achei que com o tempo você ia esquecer, que ia me amar de verdade.
— Eu amo você de verdade! — protestei, sentindo um nó na garganta.
— Não, Lucas, não ama. Se amasse, não teria reagido assim a esse vídeo estúpido. Se amasse, eu não teria que competir com um fantasma do seu passado.
Carlos pegou sua mochila e começou a guardar suas coisas.
— O que você está fazendo? — perguntei, sentindo o pânico crescer.
— Indo embora. Acabou, Lucas.
As palavras me atingiram como um soco no estômago.
— Você não pode terminar assim, por causa de uma besteira!
— Besteira? — ele parou e me encarou, os olhos vermelhos. — Você acha que é besteira o que estou sentindo? Essa insegurança que carrego há dias? Sempre me perguntando se um dia você vai perceber que ainda ama ele e vai me deixar?
— Carlos, você está exagerando...
— NÃO ESTOU! — ele gritou, e vi toda a dor nos seus olhos. — Você sabe quantas vezes eu te ouvi falar o nome dele dormindo? Quantas vezes percebi como você muda quando estamos todos juntos? Você acha que sou idiota?
Fiquei em silêncio, sem saber o que dizer. Nunca tinha visto Carlos assim, tão vulnerável e ao mesmo tempo tão furioso.
— Eu errei no passado — ele continuou, a voz mais baixa agora, quase um sussurro. — Sei que não fui perfeito. Mas eu tentei, Lucas. Juro que tentei ser tudo o que você precisava. Fiz todos os seus gostos, aceitei suas loucuras, ignorei quando você ficava distante...
— Carlos...
— Não! — ele levantou a mão, me impedindo de falar. — Não quero mais ouvir suas desculpas. Estou cansado. Cansado de sempre me sentir insuficiente, de sempre me comparar com ele.
Carlos terminou de colocar suas coisas na mochila, colocou-a no ombro e caminhou até a porta. Parou por um momento, de costas para mim.
— Espero que um dia você encontre alguém que faça você esquecer o Luke de verdade — ele disse, sem se virar. — Porque eu tentei e não consegui.
E então ele saiu, fechando a porta atrás de si. Fiquei parado no meio do quarto, atordoado, ouvindo seus passos se afastarem pelo corredor, a porta da frente batendo com força.
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor.
Desabei na cama, tentando processar o que tinha acabado de acontecer. Como tudo tinha saído do controle tão rápido? Como uma simples observação tinha se transformado naquela explosão de mágoas e ressentimentos?
Peguei meu celular, ainda com o vídeo aberto. Olhei para a imagem pausada de Luke e Theo juntos. Foi como se algo quebrasse dentro de mim. Uma raiva inexplicável tomou conta do meu corpo.
Com um grito de frustração, arremessei o celular contra a parede. O aparelho se chocou com um estrondo e caiu no chão, a tela estilhaçada.
Caí de joelhos, lágrimas quentes escorrendo pelo meu rosto. Carlos tinha razão? Eu ainda tinha sentimentos pelo Luke? Era por isso que eu não conseguia seguir em frente, que continuava sabotando meu relacionamento com Carlos, que tinha corrido para os braços do Paul na primeira oportunidade?
Olhei para os cacos do meu celular espalhados pelo chão, uma metáfora perfeita para o estado da minha vida naquele momento. Tudo estava quebrado, despedaçado, e eu não fazia ideia de como consertar.
E o pior de tudo: desta vez, eu não tinha ninguém para culpar… além de mim mesmo.
Quando chega a parte de traição do Lucas, eu nem leio, passo toda a historia e só volto a ler quando continua. rsrsrs Cada dia mais sem vontade de ler sobre o Lucas e me "apixonando" pelo Carlos.
Se isso foi algo que Théo fez sozinho ou se foi combinado ele e Luke bem só saberemos no próximo capítulo. Quanto a Paul algo me diz me sopra no ouvido que ele ainda vai aprontar. E Channel nem se fala uma ótima personagem. Vamos vê como as peças desse tabuleiro vão se movimentar agora
Ah como eu amei lê que o Carlos não está mais com Lucas. Isso foi libertador talvez ele não veja agora mas lá pra frente ele verá o quanto foi sadio pra ele se libertar de um relacionamento onde ele só tinha migalhas. Quanto a revelação do vídeo foi surreal eu achava que o Lucas ia pegar os dois transando mas foi pior todo mundo do LEI viu e como diria o grande filósofo Chaves: eu acho que isso do Théo mandar no grupo da Escola foi "sem querer querendo" só falta saber se isso foi algo que Théo.