No caminho para o prédio, minha cabeça fervilhava. Pensar em Thales queimado, desfigurado e cheio de ódio por mim era como saber que um cachorro raivoso tá solto pela cidade e sabe exatamente o cheiro do seu medo. Ele com certeza quer vingança. E eu sei que, se ele tiver alguma chance, vai tentar me destruir. A imagem dele todo coberto de marcas, andando por aí como um espectro vingativo, me fez gelar por dentro. Mas também me deu raiva. Porque no fundo, eu sabia que ele não ia parar. E nem eu.
Assim que cheguei no prédio, o síndico já estava me esperando na portaria com aquela cara de quem se acha importante demais por mandar em meia dúzia de câmeras e um grupo de WhatsApp. Ele me levou até uma sala que parecia mais uma sala de interrogatório de série policial. Luz branca, mesa fria, cadeira desconfortável.
— Pedro... precisamos conversar sobre algumas coisas. — Ele cruzou os braços como se fosse meu pai.
Revirei os olhos sem disfarçar.
— Suas roupas... às vezes um pouco... chamativas demais para os padrões do prédio. Alguns moradores comentaram sobre seus “trajes de treino”, como posso dizer... ousados.
— Ousados? — perguntei, com um sorriso debochado. — Ué, pensei que fosse um condomínio, não um convento.
Ele ignorou o comentário.
— Além disso, sua postura nos corredores... às vezes falta cordialidade. Já tivemos relatos de respostas ríspidas, olhares atravessados... Acho que você poderia tentar melhorar um pouco a convivência.
Cruzei os braços e soltei uma risadinha.
— Claro, senhor síndico. Prometo que vou tentar ser mais... encantador da próxima vez. Quem sabe até dou bom dia sorrindo. - Ficamos conversando durante algum tempo, sobre regras e comportamentos até que ele me encarou, mas não disse nada. Sabia que não ia tirar mais nada de mim, então me levantei e fui embora sem olhar para trás.
Subi para meu apartamento até que relativamente calmo, até girar a chave na porta e sentir um cheiro estranho. Umidade. Água.
Quando empurrei a porta, senti logo a sola do tênis se molhar. Meu apartamento estava completamente alagado. Água se espalhava por todo o chão da sala, escorrendo por debaixo das portas, molhando tapetes, móveis, tudo. Parecia que um cano tinha estourado enquanto eu não estava. Entrei devagar, como se estivesse andando em um pesadelo.
Fiquei parado ali por uns minutos, sem saber se ria ou chorava. A única certeza que me veio foi uma só: eu precisava sair daquele inferno. Daquele prédio. Daquele apartamento onde tudo parecia querer me engolir.
Assim que consegui pisar no chão da sala sem afundar até o tornozelo, puxei o celular do bolso e disquei o número de Flávio. Toquei uma, duas, três vezes… até cair na caixa postal. Óbvio. Justo agora ele resolve desaparecer? Suspirei fundo, fechei os olhos e pensei rápido. Odiava ter que recorrer a ele, mas não tinha opção. Liguei para Arthur.
— Alô? — atendeu com a voz levemente desconfiada.
— Arthur, meu apartamento tá um caos. Estourou algum cano, tá tudo alagado! — falei, já exausto, passando a mão nos cabelos molhados da umidade do ar.
— Tá brincando? — ele respondeu.
— Tô rindo, por acaso? — rebati. — Se você tiver por perto… sei lá… dá um pulo aqui?
Nem quinze minutos depois, escuto batidas fortes na porta. Abri. Arthur estava lá, ofegante, e o olhar dele desceu direto pro chão da sala.
— Que porra é essa? — exclamou, entrando sem esperar convite. — Pedro, isso aqui tá um rio!
— Bem-vindo à minha represa particular — ironizei.
Sem perder tempo, começamos a tentar secar o chão. Panos, rodo, baldes, até toalha de banho entrou no esquema. Arthur foi direto pra cozinha, achou o registro, abriu um armário, tentou entender de onde vinha o jato maldito. Enquanto isso, a gente se movia como dois desesperados dançando sobre água.
— Cuidado aí — eu avisei, mas foi tarde demais.
Arthur escorregou numa poça traiçoeira, caiu de costas com um baque surdo, molhando ainda mais o que já estava ensopado.
— Porra! — ele gritou, rindo de nervoso.
Eu fui até ele, estendi a mão e o ajudei a levantar. A camiseta dele grudava no corpo, revelando cada curva dos músculos. O jeans pesado, pingando, parecia mais um castigo. Ele balançou a cabeça, tirou a camisa e a jogou no chão.
— Vou tirar tudo antes que fique doente. Onde é seu quarto?
Apontar pro quarto foi fácil. Difícil foi vê-lo entrar e, minutos depois, sair de lá só de cueca, o corpo ainda úmido, o cabelo caindo nos olhos. Mesmo com a tensão, a bagunça, o caos ao redor... eu só consegui focar nele. Terminamos de secar tudo e, graças a ele, a tubulação também teve um jeito improvisado.
Arthur se sentou na beira da minha cama, respirando fundo. Me aproximei sem pensar muito. Sentei ao lado dele. O quarto ainda tinha um cheiro misto de mofo e desinfetante. O silêncio pesou, mas não do tipo desconfortável. Era o silêncio antes de alguma coisa acontecer.
Meu olhar caiu na curva do abdômen dele. Na cueca colada ao corpo. Minhas mãos foram antes do meu cérebro. Encostei. Ele não se afastou. Pelo contrário.
Arthur virou o rosto na minha direção e, num movimento quase instintivo, me beijou.
Foi intenso. Quente. Confuso. Tinha gosto de desejo guardado, de raiva reprimida, de uma história que nunca foi bem contada.
Os lábios de Arthur eram mais firmes do que eu lembrava — ou talvez fosse a raiva, a tensão, o acúmulo de tudo o que ficou engasgado entre nós durante anos. O beijo foi ficando mais urgente, mais faminto. Ele me puxou pela nuca, me deitando na cama ainda um pouco úmida nas bordas, mas eu nem liguei.
Nossas respirações se misturaram num ritmo que não dava espaço para dúvidas. As mãos dele exploravam meu peito, minhas costas, meus quadris, como se quisesse ter certeza de que eu era real, ali, debaixo dele. Eu passei os dedos pela pele quente do seu pescoço, pelas costas largas, sentindo cada músculo se tensionar com meu toque.
Ele roçou o nariz no meu, a testa encostada na minha, e sussurrou, com a voz rouca:
— Queria tanto fazer isso!
Minha resposta foi puxá-lo de volta para mim, nossas bocas se reencontrando, dessa vez mais suaves, mais íntimas. A roupa que ainda nos separava foi sendo tirada com pressa, mas sem brutalidade. Era como se estivéssemos tentando desfazer o tempo perdido, os erros, as palavras atravessadas.
Nossos corpos se alinharam, encaixando com uma naturalidade assustadora. Não tinha medo, nem hesitação. Apenas calor, toque, gemidos abafados entre beijos. O quarto parecia girar em volta do momento, como se tudo lá fora — Thales, o apartamento alagado, a vingança — tivesse sido silenciado por um instante raro de conexão.
- Arthur por favor - ele sugava meus mamilos me tirando bons gemidos - Por ...favor ...
- O que ? - Ele agora chupava meu pescoço enquanto apertava com força minha bunda - Me diga o que você quer... Talvez eu atenda seu pedido!
- Eu não quero naa..aa..da - Senti ele apertar meu mamilo direito com os dedos - Por favor!
- Tá me incomodando ...- Ele levantou da cama e então se livrou daquela cueca revelando aquele pau grosso e veiudo- Fica de quatro pra mim! Não tô pedindo! Tô mandando!
Tiro minha roupa rapidamente e fico de quatro pra ele, antes que consiga formar alguma frase, sua mão estala na minha bunda, fazendo um eco pelo quarto! Tento ficar quieto, mas acabo gemendo baixinho!
- Cê tem lubrificante? - Aponto para o criado mudo ao lado da cabeceira da cama! Ele abre a gaveta e pega - Vou começar devagar! Se doer você me avisa que eu paro! - Concordo com a cabeça e sinto o friozinho do lubrificante enquanto ele pressiona lentamente seu pau! Sinto uma dor enorme e seguro seu braço e ele para - Relaxa esse cuzinho vai - Ele mordiscava minha orelha ! Porém eu não tava conseguindo relaxar totalmente!
Então ele me levantou da cama e ficamos em pé, me beijou de forma feroz e brutal e pude sentir as mãos dele deslizando pelas minhas costas e ele se inclinando, procurando meu cu. Empinei!
- Relaxa...- sugeriu enquanto me beijava e enfiava dois dedos no meu cuzinho!
Que beijo bom, caralho! Um beijo com pegada, barba roçando em mim. Que homem !
- Vira pra mim?
Obediente, deitei na cama e empinei.
E sem esperar recebo uma linguada. Que beijo grego gostoso, a barba roçando, ele metendo a língua com vontade.Parecia que ele queria me fuder só com a língua!
- Vem aqui.
Virou minha cabeça, puxou meus cabelos! Se ajoelhou na cama do meu lado e colocou o pau na minha boca.
- Deixa bem babado, deixa... Sua putinha!
Deixei.
Cuspiu três vezes no meu cu, massageou, foi enfiando novamente dois dedos e fui relaxando aos poucos!
- Mete, por favor!
- Deixa comigo.
Então senti aquela rola me arregaçando. Fui controlando até que senti tudo lá dentro. Pedi uns segundos pra acostumar, ele foi se movimentando aos poucos, até que puxei uma das minhas pernas no sentido do umbigo, ficando meio de lado,com minha bunda levemente empinada e a dor desapareceu!
- Pode meter um pouco mais forte - pedi baixinho!
Então ele meteu. Meteu sem dó. Tava sem dor então deixei ele comandar o ritmo. Conforme ele ia e voltava, ele bem suado, cheirão de macho no quarto, uma mão segurando a minha e a outra na minha boca, entrelacei as pernas dele nas minhas, deixando ele “preso” e assim conseguia ganhar mais impulso. As vezes ele continuava metendo e virava meu rosto com força pra beijar ou pra dar tapas leves no meu rosto. Foram várias estocadas, os dois gemendo e suando, até que ele anunciou o gozo. Então enfiou o pau todo e gozou, porém continuou metendo.
- Agora é você, deixa eu bater uma pra ti - Coloquei os dois pés no chão e senti ele atolar o pau bem lá no fundo! - Assim tá gostoso ? - Confirmei com a cabeça, enquanto ele fazia o movimento com as mãos de vai e vem no meu pau!
Gozei pra caralho! Tanto que se ele não tivesse me segurado eu teria caído, devido as minhas pernas bambas!
Ele sorriu de novo e levantou pra ir tomar banho.
Fiquei uns minutos deitado ainda, todo lambuzado, estasiado com tudo aquilo e depois me limpei.
— Ô, Pedro! Vem logo! A água tá quente! — ouvi a voz de Arthur me chamar lá do banheiro, com aquele tom brincalhão que ele sempre usava quando queria me desarmar.
Caminhei até lá, ainda meio desnorteado com tudo o que tinha rolado. Entrei no box e deixei a água quente escorrer pelos ombros. Arthur me olhou com um sorriso de canto, mas logo depois o olhar dele ficou mais sério.
— Pedro… eu não quero estragar a nossa amizade. Não me sinto confortável em assumir nada… não agora — ele disse, a voz baixa, quase sussurrada, como se estivesse com medo de quebrar alguma coisa entre nós.
Eu ri, tentando aliviar o clima.
— Relaxa, Arthur. Só foi sexo. Amizade colorida tá aí pra isso, pra bagunçar sem compromisso.
Ele soltou uma risada curta e me puxou pra um abraço forte. Ficamos ali, em silêncio, com os corpos colados e a água quente caindo sobre nós, abafando qualquer ruído do mundo lá fora.
Mas enquanto eu encostava a cabeça no peito dele, senti um peso crescer dentro de mim. A lembrança de Flávio veio como um soco — o jeito como ele me olhava, a confiança que colocava em mim. Ele não merecia isso. Não merecia a traição. E por mais que eu tentasse dizer pra mim mesmo que “só foi sexo”, a culpa já tinha se instalado no meu peito, silenciosa e incômoda como a água que escorria sem parar.
(...)
Arthur se vestiu em silêncio. O vapor do banho ainda pairava pelo quarto, e o cheiro dele continuava impregnado nos lençóis — e em mim. Antes de sair, ele se aproximou devagar, como se hesitasse, e depositou um beijo leve na minha testa. Um gesto doce, simples... íntimo.
— Cuida de você, tá? — ele disse, com um sorriso cansado.
Assenti, sem dizer nada. E então ele foi embora.
Fiquei ali parado por alguns minutos, olhando pra porta fechada, sentindo um misto estranho de emoções. Culpa, sim. Mas também leveza. Meu corpo estava saciado, minha mente esvaziada, como se tivesse liberado algo que precisava sair. Ainda assim, deitei na cama sentindo o peso de um nome: Flávio. Ele não merecia isso. Mas o pensamento não durou muito. O sono veio, pesado, me puxando pra longe da realidade.
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Acordei antes do sol nascer. Não sei se foi culpa, ansiedade ou só meu corpo querendo me lembrar de que precisava se mexer. Coloquei o tênis, ajustei os fones de ouvido e saí pra correr. Mas dessa vez mudei a direção. Sempre fazia o mesmo caminho, o mesmo trajeto. Era prático, mas previsível. E hoje… hoje eu não queria ser previsível. Não queria dar margem pra ninguém me encontrar se estivesse procurando por mim — nem mesmo pra mim.
Corri por ruas paralelas, cortando quarteirões diferentes, desviando de tudo o que era familiar. As músicas da Adele estourando nos meus ouvidos, como sempre. “Take it easy on me, baby”, ela cantava, e eu me permitia respirar mais fundo.
Quando percebi, tinha chegado perto da biblioteca municipal. Em frente a ela, tinha uma pracinha pequena, charmosa, quase esquecida pela cidade. Me joguei em um banco de madeira, completamente suado e ofegante. Tirei os fones, sentindo o zumbido do silêncio se misturar aos batimentos acelerados.
Foi então que ouvi uma voz atrás de mim:
— Cara, eu juro que tentei te alcançar.
Virei na mesma hora, surpreso. Flávio vinha trotando em minha direção, com a respiração pesada e um sorriso cansado no rosto.
— Eu te vi virando a rua lá perto da padaria. Saí correndo pra te acompanhar, mas você corre igual o vento. Te chamei umas três vezes, mas nada.
— Ah… — sorri, meio sem graça. — É que eu sempre coloco Adele no máximo quando corro. Me desconecto de tudo.
Flávio riu, se sentando ao meu lado, ofegante.
— Bom saber. Mas, da próxima vez, vou tentar correr mais rápido. Vai que um dia eu consigo te alcançar.
Ele disse aquilo num tom leve, mas alguma coisa dentro de mim se mexeu. Flávio, ali, tão próximo, tão sincero… e eu tão longe. Tão dividido.
— Acho que realmente vou me mudar — falei encarando Flávio — Meu apartamento alagou ontem... foi uma bagunça. Mas o pior já passou. Mesmo assim, acho que tá na hora de procurar uma casa. Algo com mais espaço, sabe? Um canto só meu, onde eu possa ter mais paz.
Flávio sorriu de leve e assentiu.
Ele era tão fofo. Gentil. Tinha essa calma que me desarmava sem esforço. Enquanto conversávamos ali na praça, com o sol já alto e o movimento da cidade aumentando aos poucos, eu me peguei reparando nos detalhes: o jeito que ele ajeitava o cabelo bagunçado, o modo como olhava nos meus olhos sem medo. Flávio era presença. Era cuidado.
Meu celular vibrou. Peguei distraído e desbloqueei. Era uma mensagem de Arthur.
Abri.
Era uma foto. Daquelas que não deixavam margem pra dúvidas. Arthur deitado, com aquele sorrisinho provocador nos lábios, e o "meninão" dele duro, em destaque, acompanhado da legenda:
"Só de pensar em ontem... olha como fiquei."
Fechei o celular na mesma hora. Fiquei um tempo olhando pro nada, tentando processar a enxurrada de sensações que aquilo despertava em mim. Excitação. Culpa. Raiva. Vontade. E uma tristeza amarga no fundo da garganta.
Arthur era isso: um jogo perigoso. Um desejo que machucava. Um plano que virou armadilha. Eu tinha me envolvido demais. Me iludido achando que podia controlar o que sentia, que podia brincar com fogo e sair ileso. Não podia.
Olhei pra Flávio de novo. Ele me observava com um meio sorriso, sem saber da tempestade que tinha acabado de passar por dentro de mim.
Naquele instante, decidi.
Chega de Arthur. Chega desse plano idiota de conquistar o coração dele só pra destruir depois. Eu me perdi no meio disso tudo. Me enrosquei nas próprias armadilhas.
Agora, vou me vingar. De verdade. Rápido, antes que algo me distraia de novo. E quando tudo estiver resolvido… eu vou dar uma chance real ao Flávio.
Porque ele merece. E, no fundo, eu também.
Continua...
POR FAVOR COMENTEM!
Às vezes acho que tô escrevendo pra ninguém ler!