Era por causa dela.
Lara.
Desde que ela começara a frequentar a casa para estudar com sua irmã, ele não conseguia tirar os olhos dela. A forma como ela passava a mão nos cabelos castanhos quando pensava, como mordia a pontinha da caneta... e aquele sorriso tímido, quase envergonhado, toda vez que o flagrava encarando.
Lara era sensual sem saber. Ou talvez soubesse.
Ele subiu para o quarto, largando a mochila e a gravata na cadeira. Tirou a camisa e foi até o banheiro, lavou o rosto com água fria. Precisava se acalmar. Mas quando voltou ao quarto, encontrou a porta entreaberta — e Lara ali, parada, meio envergonhada, com o livro contra o peito.
— Oi... Desculpa invadir, tua irmã foi atender o interfone e eu... queria perguntar se tem marca-texto. O meu acabou.
Ele a olhou por um segundo. Estava de short jeans e uma camiseta que deixava a barriga à mostra. Aquilo não era roupa de quem queria estudar. Era provocação.
Talvez até sem querer. Ou não.
— Tem sim. — Ele foi até a escrivaninha, pegou o marca-texto. Quando estendeu, os dedos se tocaram. O olhar demorou um segundo a mais.
Ela abaixou o olhar, tímida. Mas não saiu.
— Cê tá bem? Parece cansado. — disse ela, com um tom suave.
— Tô... cansado, mas não o suficiente pra não notar que você entrou aqui por mais do que um marca-texto.
Ela corou. Mordeu o lábio. Ele se aproximou devagar, sem pressa, como quem testa a temperatura antes de mergulhar.
— Se eu estiver errado, você me empurra, tá?
Lara apenas ergueu o olhar para ele. E ficou.
Foi o bastante.
A boca dele encontrou a dela com uma mistura de delicadeza e fome contida. Os lábios dela tremiam levemente, mas não recuavam. A respiração acelerou. Ele a puxou pela cintura, colando seus corpos.
— A gente não pode... — ela sussurrou. — Sua irmã tá lá embaixo...
— Então fica quietinha pra ninguém ouvir — ele respondeu, mordendo de leve a orelha dela.
Lara gemeu baixinho, como se aquilo explodisse algo dentro dela que ela nem sabia que precisava.
Ele a empurrou com cuidado contra a parede, as mãos explorando sua cintura, subindo pela camiseta até encontrar os seios nus por baixo. Ela estremeceu quando ele apertou com firmeza e chupou seu pescoço. As mãos dela foram parar no cós da calça dele.
— Você é muito gostosa, sabia? — ele sussurrou entre beijos.
Ela riu nervosa, mordendo o lábio, mas não respondeu. As mãos dela tremiam ao desabotoar a calça dele. Estavam tensos. Excitados. Qualquer barulho do andar de baixo poderia interromper tudo — e era exatamente isso que deixava ainda mais intenso.
Ele a deitou na cama com cuidado. Tirou seu short com pressa, deixando à mostra a calcinha rendada. Passou os dedos por cima do tecido, sentindo a umidade.
— Tá molhadinha assim por minha causa? — ele perguntou, os olhos cravados nos dela.
Ela assentiu, com vergonha, mas desejando.
Ele afastou a calcinha de lado e passou a língua devagar, provocando. Lara segurou o travesseiro, tentando conter o gemido. Ele chupava, lambia, explorava, com vontade de deixá-la louca. E conseguiu. Ela tremeu inteira quando gozou, mordendo o lábio até quase sangrar pra não fazer barulho.
— Porra... — ela sussurrou, sem ar. — Eu nunca...
— Primeira vez que goza com alguém? — ele perguntou, satisfeito.
Ela assentiu. Os olhos brilhando, confusos, entregues.
Ele se despiu completamente, o pau duro, pulsando. Lara arregalou os olhos.
— Cê quer parar?
— Não — ela respondeu, mais firme do que antes. — Eu quero muito.
Ele colocou uma camisinha, se posicionou entre suas pernas e a penetrou devagar. Os dois gemeram.
Ela estava apertada. Quente.
Ele se conteve pra não meter com força de cara. Começou devagar, sentindo cada centímetro sendo envolvido.
— Ai... — ela sussurrou, entre dor e prazer.
Ele parou.
— Certeza que tá tudo bem?
— Sim. Continua, por favor...
Aos poucos, o desconforto virou prazer. Ela começou a rebolar contra ele, pedindo mais. E ele deu. Meteu com força, com vontade, segurando firme sua cintura enquanto ela mordia o travesseiro pra não gritar. A cama fazia barulho, o ar cheirava a sexo e adrenalina.
Os dois estavam suados, tensos, intensos.
Ele sussurrava sacanagens no ouvido dela. Chamava de gostosa, perguntava se ela queria ser fodida mais fundo, se gostava de transar escondido. E ela só gemia e rebolava mais.
Quando ele gozou, foi intenso. Junto com ela. O corpo dos dois tremeu, se colou. Depois, ficaram em silêncio, apenas respirando, abraçados.
— Isso não pode acontecer de novo, né? — ela disse, com um sorrisinho tímido.
Ele olhou pra ela, levantando uma sobrancelha.
— A gente vai fingir que acredita nisso ou vai marcar a próxima quinta?
Ela riu. Beijou o ombro dele.
O barulho da irmã subindo as escadas os fez pular da cama, se vestirem às pressas, tentando parecer inocentes.
Mas sabiam que não eram.
E sabiam que queriam mais.