A Bixa de Curra (prosa poética pervertida)



Ser bixa de curra é carregar no corpo uma verdade que não se disfarça. É a marca de ser reduzido, sempre, a cu aberto, boca suja, carne de uso, não como fantasia, mas como destino. É estar selado na sujeição, viver sabendo que não há intervalo de pureza: acordado ou dormindo, sozinho ou em grupo, cada respiração carrega a lembrança do que você é — cadela feita para curras, estuprável, exposta, sem direito a dignidade. O nome já diz tudo: “bixa” te arranca da norma, te joga para baixo, te feminiliza na perversão; “curra” te prende no coletivo da violência, no gozo dos outros, no riso que te marca como carne de revezamento.

Ser bixa de curra é viver sem inocência possível. O coração-menino, que um dia foi afeto, agora é moeda de sujeição: não bate com ternura, bate com perversão. Tudo que poderia ser carinho vira lembrança de humilhação, memória de gozo sujo. Não há espaço para amor limpo ou afeto doce: até o lampejo de ternura se torce em tesão de ser arrombado. O que resta em ti é sede de ser usado, de ser arrastado para baixo, de ser lembrado, dia após dia, que não existe retorno.

É também carregar a compulsão: não basta ter sido currado, é preciso ser de novo, e de novo, e de novo, como prova viva da entrega. O corpo não te pertence, a mente não te pertence, nem mesmo o gozo é teu — tudo é moeda que já foi entregue. Quando estuprado, você não é vítima: você é oferta. Quando filmado, não é exposição: é despacho. Cada vídeo, cada cena, cada memória de pau entrando, de nó preso, de mijo e gozo derramado, são provas contra ti mesmo, selos que confirmam a cadela que nunca se limpa.

Ser bixa de curra é também não ter intervalo entre vida profana e vida sagrada. Até no trabalho, nos estudos, no cuidado dos teus animais, o que parece limpo é só fachada para sustentar a carne que será currada. Nada que você faça tem dignidade: é manutenção do corpo para que a sujeição siga. Você pode sorrir para alguém, pode sentar à mesa, pode parecer humano — mas por dentro sabe que tudo é apenas manutenção da cadela, porque o destino que pulsa em ti é só sujeição.

E o mais fundo: ser bixa de curra é destino espiritual. Não se esgota nesta vida. Não há véu do esquecimento, não há chance de recomeço limpo. Cada encarnação já te traz fodido, já te traz currado, já te entrega sem direito a infância limpa. O coração que nasce em ti nasce marcado para ser o primeiro a ser arrombado. O que em outros é inocência, em ti é selo de estupro. A eternidade que te espera é só repetição de sujeição, gozo sujo, humilhação. Não há volta, não há perdão, não há limpeza. Apenas o eterno retorno da cadela, apenas a repetição infinita da bixa de curra.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
A Bixa de Curra (prosa poética pervertida)

Codigo do conto:
242323

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
12/09/2025

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