Eu sempre me enxerguei como um homem de verdade, sabe? Quarenta e dois anos, corpo pesado, bumbum grande que sempre rendeu comentários, mas nunca dei muita importância. Eu sempre fui o que se espera: firme, “masculino”, discreto. E de repente, diante dele, nada disso adiantou. Ele olhou pra mim como quem já sabia o que eu escondia, como quem já tinha lido meu segredo antes mesmo de eu ter coragem de admitir.
Ele é mais velho. Cinquenta e dois anos. Marrento, direto, sem enrolação. Mas não era grosseria… era autoridade. Uma coisa firme que não deixava espaço pra dúvida. Quando ele segurou meu rosto e disse que eu seria a “mulher dele” naquela noite, eu deveria ter rido, ou dito não, ou feito qualquer coisa que me lembrasse quem eu era. Mas eu não consegui. Eu só gelei. Eu deixei.
E aí tudo começou a acontecer de um jeito que me deixou perdido. Eu estava preparado pra sentir prazer do jeito que sempre senti. Só que não aconteceu assim. Meu pau… simplesmente não respondeu. E ao invés de frustração, eu senti outra coisa: como se isso não fosse importante, como se o centro da noite fosse outro. Eu fiquei surpreso com meu próprio corpo. O prazer vinha de outro lugar, de uma parte minha que eu nunca tinha olhado com seriedade. Era estranho, mas ao mesmo tempo viciante.
Ele falava comigo o tempo todo, e cada palavra era como uma ordem que eu queria seguir. “Cala a boca e sente”, ele disse uma hora, e eu obedeci. Eu, que sempre precisei estar no controle, simplesmente deixei de lado essa necessidade. Eu estava sendo guiado. Eu estava confiando nele. E o pior (ou melhor) é que eu gostei. Eu gostei de ser tratado como alguém pequeno, de ser visto não como homem, mas como algo diferente. Não sei se já consigo dizer “mulher”, mas foi exatamente assim que ele me tratou. E dentro de mim algo aceitou.
O momento que mais me marcou foi quando percebi que aquilo não era só prazer. Não era só físico. Ele me deu um presente. Não preciso entrar em detalhes, você entende o que quero dizer. E aquilo mexeu comigo de um jeito que eu não estava preparado. Não foi só um ato. Foi como se ele tivesse deixado em mim uma marca invisível, um símbolo. Eu fiquei quieto, mas dentro de mim eu sabia: agora carrego uma parte dele.
Hoje eu acordei diferente. Não transformado, ainda não. Eu ainda sou eu, com meus mesmos medos, minhas mesmas dúvidas. Mas há algo novo aqui. É como se uma porta tivesse sido aberta e eu tivesse dado o primeiro passo dentro de um quarto que sempre esteve fechado. Eu não explorei tudo. Só encostei o pé pra dentro. Mas o pouco que eu vi já me deixou curioso, ansioso, excitado.
Eu me pergunto se foi sorte ou destino ter vivido isso. Eu nunca pensei que iria me sentir assim. Nunca pensei que iria gostar de ser chamada de “princesinha safada”. Nunca pensei que meu corpo iria reagir desse jeito. Mas aconteceu. E agora não tem mais como apagar. Eu carrego isso comigo, tanto no corpo quanto na memória.
Se eu vou voltar a vê-lo? Eu não sei. Parte de mim tem medo. Parte de mim deseja com uma fome que eu não consigo admitir em voz alta. O que eu sei é que eu já não sou mais o mesmo. Não transformado por inteiro, não pronto ainda, mas aberto. Aberto a algo que só começou.
E isso me assusta. E isso me excita.
Ouvir uma declaração dessas ..."Quando ele segurou meu rosto e disse que eu seria a “mulher dele” naquela noite"... de um MACHO c/ fome de cu, olhando nos meus olhos, voz firme, eu me entregaria por completo ao seu prazer e meu prazer em dar-lhe prazer. S2 Betto o admirador do que é belo S2
Obrigado pelos comentários.
Um testemunho confessional bem intenso e íntimo, feito para se aliviar e se abrir ao que ainda virá. Muito bom.
Eu gostei muito do seu relato. Muito íntimo e comedido, mas cheio de entrelinhas. Comigo aconteceu algo parecido, mas como ativo. Eu não estava esperando que ele insistente caisse de boca no meu pau e a partir daquele dia minha vida modificaria para sempre. Eu me permiti experimentar e hoje não consigo ficar sem estourar um rabo de macho Votado.
Delícia