Giana 2 - A ginecologista



Ter deixado meu único amigo me comer como se eu fosse menina causou uma confusão enorme na minha cabeça. Fingi estar doente (e acho que até adoeci de verdade) e fiquei uma semana sem sair de casa. Minha vó, coitada, era incapaz de perceber o que havia comigo e achou que eu estava com "virose". Me deu sopa e chá todo dia. Porém, minha tia Eulália morava perto e sempre estava conosco. Era professora, conhecia bem os adolescentes. Viu logo que algo tinha acontecido.

Na época ainda não se falava em "bullying", porém ela, com muito jeitinho, veio falar comigo, querendo saber se estavam "me judiando" na escola. Inicialmente, neguei, tentando manter a versão da virose, contudo, estava tão desesperado e necessitado de alguém para conversar que fui me abrindo. Obviamente, não tive coragem de contar tudo, seria inconcebível pra mim naquela idade confessar que tinha "dado" pra um garoto. Falei sobre minha aparência, de como me incomodava ter um corpo mais feminino do que masculino e de como isso era motivo de zoeira na escola...

- Gian, eu sei que a adolescência é um período complicado, mas todos passam por isso... - tentou me consolar a titia.

- Mas nenhum dos garotos é como eu! - respondi.

- Calma, meu bem... eles são mais precoces, só isso. Em pouco tempo, você vai começar a ganhar músculos, pelos no corpo, sua voz vai engrossar...

Meu corpo me angustiava. Eu conhecia bem a puberdade em teoria e sentia que havia algo errado. Eu não estava "atrasado", estava mudando, mas na direção contrária! Sempre fui magro, esguio, mas minha bunda estava ficando maior e mais empinada, meu pauzinho não crescia e até parecia ficar menor... Sentia os mamilos pontudos e cada vez mais sensíveis... Parecia que eu estava virando uma garota! Sem conseguir me explicar direito e com muita vergonha, falei sobre isso à tia Eulália e ela, para me acalmar, sugeriu que fôssemos a um médico.

Vivíamos numa cidade pequena do interior paulista, o nosso médico era um parente que acompanhava a família há anos e nos fins de semana vinha jogar canastra com meus avós. Eu não me sentiria nem um pouco à vontade para falar com ele. Titia então, optou pela nossa única outra alternativa: a sua ginecologista.

A consulta foi uma das situações mais constrangedoras da minha vida. Na sala de espera, onde só havia mulheres e garotas, rezei para que nenhuma conhecida me visse. Ninguém estranhou minha presença ali e então percebi que todas estavam me confundindo com uma garota. Tive a certeza quando a secretária chamou:

- Dona Eulália, pode passar com sua sobrinha...

Minha orelhas pegaram fogo, mas fiquei em silêncio. No corredor, titia se desculpou, dizendo que achou menos constrangedor para mim não explicar publicamente a situação, mas apenas para a doutora. E, efetivamente, foi necessário explicar, pois Dra. Laura não desconfiou, em princípio, que eu fosse homem. Ficou claramente surpresa com aquela consulta inusitada, mas pediu que eu falasse sobre minhas dúvidas.

Tomei coragem e expliquei o que eu sentia. Ela, após tentar me tranquilizar com o mesmo discurso de titia, me conduziu à maca para exame. Foi a primeira vez que eu me despi para uma mulher e quase morri de vergonha. Dra. Flávia começou examinando meus "seios", depois, gentilmente, arredou minhas mãos que cobriam a genitália e se pôs examinar tudo lá embaixo.

- Bom - disse ela já de volta à sua mesa -, eu notei algo que chamamos de "ginecomastia", um inchaço ao redor dos mamilos que não é incomum em garotos da sua idade. O seu pênis realmente está um pouco abaixo do tamanho esperado para essa fase, considerando que já há sinais claros de puberdade, como os pelos pubianos, mas não tem uma regra rígida para isso... você ainda é jovem e o seu pênis vai crescer. Quanto aos testículos, não sou nenhuma especialista, mas me parece que eles estão "retidos", também não é nada tão incomum assim. De qualquer forma, vou pedir alguns exames e, se vocês entenderem ser necessário, posso recomendar um especialista.

Voltamos ao consultório quando o resultado dos exames saíram. Dra. Flávia os examinou, séria (para minha preocupação), depois disse que indicaram um desequilíbrio hormonal e que seria necessário buscar um endocrinologista. Nas últimas semanas, eu vinha sentindo um crescente desconforto no ventre e, secretamente, temia que tivesse relação com o fato de ter sido penetrado pelo Marcel. Não sei se por experiência ou intuição, a médica solicitou para falar a sós comigo. Após tia Eulália sair, Dra. Flávia me olhou nos olhos:

- Gian, você sabe que nada do que você me disser vai sair daqui. Você pode confiar em mim e, pro seu próprio bem, não deve me esconder nada, tá bom?

Eu concordei com a cabeça e ela seguiu:

- Tem mais alguma coisa que você queira me dizer, algo que você esteja sentindo? Não só fisicamente... mas emocionalmente?

Eu tremia... a vergonha de confessar e o medo de esconder algo que pudesse ser prejudicial... então fui falando hesitante:

- Eu... to sentindo... uma dorzinha... é mais um desconforto...

- Onde?

- Lá... lá embaixo... - disse, corando.

- No seu pênis?

- Não... mais pra "dentro"...

Ela me olhou, tentando decifrar o que eu deixava de dizer.

- Você pode se abrir comigo... Aconteceu alguma coisa? Você levou alguma batida, ou se feriu de alguma outra forma...

- N-não! - neguei, sem confiança. Ela respirou fundo, chegou mais perto e perguntou num tom mais cúmplice:

- Posso te fazer uma pergunta íntima? Você se masturba?

- Não... não ultimamente... - desde a transa com Marcel que eu não me atrevia a me entregar aos meus desejos.

- Não sente vontade?

- Às vezes... mas nem sempre eu consigo... chegar ao fim...

- Olha, é supernormal e até necessário se masturbar... em todas as idades, mas principalmente na sua... Talvez esse desconforto que você sente tem a ver com isso...

- Doutora... posso lhe fazer uma pergunta... quer dizer... se eu lhe perguntar algo, minha tia não vai saber? - não sabia como avançar, mas o medo falou mais alto que a vergonha.

- Gian, eu pedi para ela sair pra que a gente tenha liberdade... pode confiar em mim. - Ela fez a volta na mesa e sentou ao meu lado no sofá, segurando minha mão. Eu sentia o calor do seu corpo e o seu hálito no meu rosto. Respirei fundo e me abri:

- Bom, é que, talvez, possa ter machucado algo "lá dentro"...

- Você quer dizer no seu ânus?

- Sim... - confessei com a voz sumindo.

- Você introduziu algum objeto? Algo contundente, algo que poderia te machucar?

Escondi o rosto nas mãos. Não poderia voltar atrás agora.

- Mais ou menos... não foi um "objeto"... eu... eu fui... quer dizer... ele... ele me... - não consegui mais falar. Mas não foi mais necessário, pois Dra. Flávia já tinha entendido tudo.

- Gian - disse ela, num tom suave e carinhoso - você está me dizendo que foi penetrado? Que você foi passivo numa relação sexual, é isso?

Confirmei, sem conseguir olhar pra ela.

- Calma, meu bem, você não precisa ficar assim. Me conta, essa relação foi consentida ou um homem forçou você?

- N-não... ele não me forçou...

- Você gosta dele?

- Ele é meu amigo...

- E você... sentiu vontade na hora?

- S-sim...

- Então tá tudo bem... dificilmente foi isso que te machucou. Mas eu posso te examinar novamente, tá bom. Vai até a maca e tira sua roupa, tá?

Eu estava leve após a confissão. Ainda estava envergonhado, porém me sentia melhor por ter dito a verdade. Tirei a roupa e sentei na maca, mas Dra. Flávia pediu que eu me virasse e me deitasse de bruços sobre almofadas que ela ajeitou. Fiquei na posição em que o Marcel havia me comido e essa lembrança me causou, além de vergonha, um estranho friozinho na espinha e um formigamento nos mamilos.

- Eu vou te tocar, tá bom? Peço que você seja paciente, pois não tenho muita experiência nesse exame, talvez demore um pouco. - Disse ela, calçando luvas e espalhando um creme lubrificante no meu rego. - Agora, fica bem relaxado, tá bom?

O dedo da doutora começou a massagear vagorosamente meu períneo, vindo até meu cuzinho, lambuzando tudo com o lubrificante. Ela fazia movimentos suaves, aumentando aos poucos a pressão, até que a pontinha começou a me penetrar. Eu gemi involuntariamente e me retraí.

- Tá tudo bem, Gian. Relaxa, tá... deixa eu te tocar... - ela falava carinhosamente, quase dengosa...

Então enfiou o dedo numa estocada e manteve lá dentro, fazendo movimentos bem suaves até eu acostumar... depois foi tirando lentamente e meteu de novo, repetindo isso algumas vezes... a penetração estava ficando mais fácil e ela chegava mais fundo, explorando o meu íntimo.

- Seu amigo foi gentil assim com você ou ele foi bruto? - perguntou baixinho, falando com a boca colada no meu ouvido, me fazendo arrepiar.

- E-le... f-foi... gen... til... hmmmmmmm - eu tentava falar, mas os movimentos dela dentro de mim me faziam gemer.

- Tá tudo bem sentir prazer, Gian... Como você sentiu quando ele te comeu...

Ela foi mais agressiva nessa frase e a sublinhou introduzindo mais um dedo no meu cu. Não consegui mais falar... Dra. Flávia me tocava fundo, meu corpo fugia ao meu controle... ela acelerou os movimentos e continuava falando coisas no meu ouvido...

- Deixa, vai... deixa eu meter... se entrega, como você se entregou pro macho...

Não consegui mais suportar, gemi forte meu corpo se sacudiu, senti algo explodindo dentro de mim e logo me vi lambuzado, perdendo as forças, quase desfalecendo... ela tinha me feito gozar... e à medida em que fui relaxando, aquela pressão, aquele desconforto que sentia, foi sumindo...

Me despedi da Dra, Flávia, que tinha voltado a ser a médica superprofissional de sempre, ainda sem coragem de encará-la.

- Se precisar, não hesita em voltar aqui, Gian. - disse no último aperto de mão.

Nunca contei a ninguém sobre o "tratamento" que recebi na ginecologista. Tia Eulália, que nem desconfiou de nada, estava se ocupando de outra coisa: eu deveria, agora, procurar um endocrinologista e, para isso, o melhor seria ligar para minha mãe, que morava em Campinas, uma cidade maior. Ela, que tinha engravidado muito nova, não havia me criado, pois saiu para estudar e, depois, ficou trabalhando na "cidade grande". Nos víamos poucas vezes por ano e não tínhamos intimidade nenhuma. Ela parecia uma prima distante que me dava presentes de criança no natal. Não imaginava que, de agora em diante, ela seria a pessoa mais importante da minha vida.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Giana 2 - A ginecologista

Codigo do conto:
244016

Categoria:
Bissexual

Data da Publicação:
05/10/2025

Quant.de Votos:
6

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