Eu morava no Tatuapé; ela, na Vila Mariana. No caminho, senti um nervosismo diferente, intenso. Não sabia se seria um encontro cuidadoso, daqueles que caminham devagar, ou se havia ali uma urgência mútua, ainda não dita.
Quando ela abriu a porta, o ar mudou. Alta, quase 1,80, usando um vestido leve que desenhava seu corpo sem esforço. Curvas evidentes, cabelos volumosos e ondulados, um sorriso contido, quase nervoso. Havia tensão — não insegurança, mas expectativa. Ao me receber, ela se inclinou e tocou a lateral da minha boca com um beijo breve, como quem testa algo.
Ficamos segundos parados, meio bobos, os olhares se desejando. De impulso, fui beijá-la e fui surpreendido por ela, que enfiou a língua na minha garganta. Meu corpo respondeu de imediato. Passeei a mão por suas costas macias, pelos ombros, sentindo seu calor e respiração cada vez mais profunda. Quando a coxa dela se encaixou na minha, não foi provocação — foi vontade pura. Segurei sua bunda firme e senti o corpo dela ceder sem resistência. Beijei seu colo, o pescoço. Suas mãos apertaram minha nuca, bagunçando meu cabelo, e ela me conduziu até o quarto.
Nossa química era clara. Tudo nela me deixava atento: o cheiro da pele, o gosto do suor, os gemidos contidos. Naquele momento, meu universo se resumia a ela.
Em pé diante da cama, nos beijávamos com sede, enquanto minhas mãos exploravam devagar. Ela parecia anestesiada, apenas sentindo, a respiração ficando cada vez mais profunda. Quando tirei o vestido e a deitei, precisei pausar. A Ma tinha um corpo que pedia tempo: pele sedosa, tatuagens florais coloridas espalhadas pelo corpo, como se contassem histórias que eu ainda não conhecia. Um mulherão em todos os sentidos. Fiquei ali, olhando, até ela perguntar se estava tudo bem. Respondi que era impossível estar melhor — e deixei claro o quanto a desejava.
Continuamos nos tocando, nus, até que ela me colocou por baixo e desceu de uma vez. Não houve ensaio. A boca dela veio com fome, como quem precisava daquilo. O tempo desapareceu enquanto ela se concentrava no que tinha nos lábios, entregando-se à própria vontade. Quando não aguentei mais, com a mesma volúpia, a puxei para cima e a fiz sentar.
Ela estava molhada demais. As coxas escorriam, e quando tudo entrou de uma vez, o som que soltou foi curto, abafado, bonito — mistura de alívio e surpresa. O corpo dela reagiu inteiro. Segurei sua cintura, marquei a bunda e as coxas com a mão, sentindo como ela acompanhava o ritmo.
Ela subia e descia, a boca aberta, o rosto entregue, eu era todo dela, estava ali para ela. O quarto estava quente, nossos corpos pingando. Ela gozou duas vezes seguidas, pernas tremendo, sem parar, como se o prazer fosse maior do que o cansaço. Continuou sentando, e senti minha virilha ensopada pelo êxtase dela.
Quando a coloquei de quatro, o corpo dela respondeu de novo. Beijando suas costas e segurando firme sua nuca, alternei força e lentidão, profundidade e pausa. Ela já não tinha muito fôlego, mas continuava ali como quem precisava. Cansada, encharcada, marcada pelas minhas mãos, gemia baixo, tremendo ao se render mais uma vez.
Paramos por um instante, ainda colados, suados, apaixonados um pelo outro. Não resisti, precisava chupá-la. Ela hesitou, disse que não se sentia à vontade. Respeitei. Descansamos. Não demorou muito até começar a beijar cada centímetro do corpo dela, sem pressa, sentindo-a se abrir de novo — desta vez, sem interrupções.
Gosto de chupar porque gosto de escutar o corpo. A Ma falava inteira. A respiração quebrada, o clitóris duro na minha boca, o quadril se movendo sem perceber. Gemidos que viravam pedidos, mãos segurando minha cabeça. Em poucos minutos, ela se desfez. As pernas tremiam quando me pediu para parar, ainda atordoada, dizendo que nunca tinha sentido aquilo, que não sabia quantas vezes tinha gozado.
Ficamos ali, respirando juntos. Transamos de novo depois, com ela por cima, tempo suficiente para o quarto ficar impregnado pelo nosso cheiro. Ela não chegou ao clímax outra vez. Eu também não gozei — às vezes acontece — mas saí satisfeito de um jeito raro, por saber que tinha dado prazer e, pelo menos naquele momento, marcado aquele corpo.
Cochilamos juntos. Quando acordamos, já era noite. Nos abrimos um pouco e ela contou do namoro que tinha acabado na pandemia, das poucas experiências, da intuição que a fez dar match comigo. Rimos das minhas fotos ruins no aplicativo.
Ela tomou um café, me ofereceu um chá e me acompanhou até o metrô, levando o cachorro para passear. A cidade parecia outra, assim como ela.
Depois disso, houve silêncio. Um longo ghosting. Quase um ano depois, veio uma mensagem: desculpas, explicações, reconhecimento. Li cada palavra e sorri, lembrando do corpo dela se rendendo ao meu toque, da entrega e dos gemidos que até hoje ecoam na memória.