REDESCOBERTA - PARTE 4



A madrugada parecia não ter fim.

Guida não dormira. Nem por um instante. Apenas jazia sobre os lençóis, imóvel, os olhos cravados no teto como se buscassem uma resposta escrita ali. Mas não havia nada. Só um silêncio duro, pesado. Cheio de culpa.

Já tinha tomado dois banhos. Um mais escaldante que o outro. Esfregara a pele com força, até arder. Ainda assim, o cheiro persistia. O cheiro doce e másculo de Célinho. Estava em sua pele, em suas narinas, entre as coxas. O que só aumentava a vergonha.

“Que merda que eu fiz… Minha Nossa Senhora…”

A pensamento quase escorria entre os lábios como uma oração torta, um pedido quase desesperado de salvação. Mas não parecia que salvação nenhuma viria.

Era um menino. Deus… Um menino. Grande, bonito... Que se mostrou mais viril do que muito macho crescido que ela já teve... Mas ainda assim um menino. Um que ela vira crescer, que ajudara a cuidar... E ela tinha se entregado a ele... Como uma amante... Como uma puta safada.

— A Dona Lívia vai me matar se souber disso…

E não era o que merecia? Traíra a única pessoa que sempre a tratara com respeito, com carinho. A sua melhor amiga na vida toda, como costumava dizer com orgulho. Mas não era só a traição. Célinho tinha apenas 17. Era menor de idade. Ela era uma senhora de quase 50... Até onde ela entendia, isso dava cadeia.

Ela se viu, num vislumbre nauseante, sendo arrastada algemada pela porta da frente. Os vizinhos olhando e escarneando dela. As câmeras piscando. A casa onde era tratada com dignidade se transformando em tribunal. E ela, caricatura de criminoso vulgar, jogada dentro de um camburão, igual tanto viu acontecer com os vagabundos no lugar onde cresceu.

Levantou-se sem querer. As pernas bambas e uma sensação de enjoo. Vestiu-se sem nem pensar, com uma camiseta branca e o costumeiro shorts legging. Não lavou o rosto, nem escovou os dentes.

Na cozinha, o ritual do café parecia um teatro grotesco. As mãos tremiam enquanto segurava o filtro. O aroma do pó subindo no ar, que em outros dias a acalmava, hoje lhe parecia incômodo. Sentia aquela náusea apreensiva. Cada pequeno ruído vindo da casa a fazia estremecer.

“Como é que vou olhar na cara dele? O que vou falar?”

Sentia o choro represado nos olhos, nos músculos da face, no fundo da garganta. As lembranças voltavam sem parar, cobrando de maneira implacável.

O modo como se vestiu... Como se ofereceu...
Ela se abriu inteira e tocou uma siririca do lado do menino... Ela sabia muito bem que ele não ia resistir. Nenhum homem resiste.

“Foi minha culpa... Devia ter pensado… Me trancado no meu quarto... Ter ido embora...”

Mas não foi. Aconteceu. Ela deu pro Célinho. E agora? Como consertar uma coisa dessas?

Foi quando o barulho da cadeira arrastando no piso fez Guida estremecer como se levasse um choque. O susto quase a fez deixar cair a colher que segurava. Virou-se de supetão.

Ali estava ele.

Sentado à mesa, os braços apoiados com aquela naturalidade corriqueira de quem espera o café — como fazia todos os dias. Mas havia algo diferente. Algo nos olhos. Um silêncio atrás do olhar que desviava dela, tentando fingir normalidade. Mas era tarde demais pra fingimentos.

Guida virou-se de volta para a pia, o coração disparado. Tentou respirar fundo, mas o ar não vinha inteiro. Pousou a garrafa na mesa com um gesto tenso, automático. Os olhos, que ela insistia em abaixar, se cruzavam com os dele a cada instante — curtos, rápidos, embaraçados. E cada vez que isso acontecia, o peso aumentava.

— Bom dia, Célinho. — disse enfim, tentando enterrar a angústia sob o tom casual. Fracassou.

— Bom dia. — respondeu ele, voz baixa, olhos grudados no pão, como se aquilo fosse o único lugar seguro da cozinha.

— Quer manteiga?

— Não precisa, não...

Ela se sentou em frente a ele. O cheiro do café recém-passado e do pão quente envolvia a cozinha, mas não trazia conforto. O silêncio era opressivo, espesso como névoa. Guida serviu as xícaras — a dela primeiro, depois a dele — e tentou não tremer demais. Sorveu um gole. Fez careta. Amargo. Tinha esquecido o açúcar. Deixou a xícara cair no pires com um estalo seco.

Respirou fundo. Sabia que tinha que falar. Era sua responsabilidade. Era a adulta. Ou pelo menos, era pra ser.

— Célinho...

— Oi? — respondeu de imediato, olhos arregalados, o pedaço de torrada ainda meio mastigado, como se estivesse à beira do susto desde que sentara.

— A gente precisa conversar. Sobre ontem.

Ele engoliu seco. Literalmente. O bolo de pão desceu com dificuldade. Assentiu com um movimento leve de cabeça, ainda tentando manter o olhar. A vergonha tremia no canto dos olhos, mas ele a enfrentava.

— Aquilo foi… culpa minha. — ela começou, sem floreios, mas com o nó na garganta. — Eu perdi a cabeça. Um monte de coisa misturada… Eu errei. Foi eu.

Ele abriu a boca, fazendo parecer que queria falar, mas ela continuou, cortando-o:

— Eu sou a responsável. A responsável por vocês. Devia ter tido juízo. Ter parado antes. Não tenho desculpas, só posso te pedir perdão… E… Tentar de algum jeito concertar isso.

Ela o observou por um instante. Aquele rapazão. Lindo. Forte. Mas os olhos — ah, os olhos ainda eram de menino. Aqueles olhos que pediam aprovação, mesmo quando queriam parecer ousados.

— Célinho, eu…

— Eu gostei. — interrompeu, num rompante quase heróico, como se precisasse rasgar o silêncio com a coragem que ainda estava aprendendo a ter. As bochechas ficaram vermelhas. O corpo inteiro parecia ruborizado. Mas ele não baixou o olhar. Não dessa vez.

Guida congelou, surpresa. Encarou-o sem saber o que dizer. Gaguejou.

— Tá… Mas mesmo assim foi errado, Célinho.

— Você não gostou?

De novo, o silêncio. Uma pausa que pesava toneladas. É claro que tinha gostado. Talvez mais do que qualquer outra vez. Se entregara com uma fome que nem lembrava que ainda existia. Quente. Carnal. Real.

E esse era o problema.

— Isso não importa. — respondeu, a voz baixa, vacilante. — Foi errado. Você é um menino… Eu sou muito velha pra você.

Ele apertou os lábios, os olhos acesos por uma chama inesperada. Ainda era o rapaz tímido de sempre, mas havia algo novo brotando ali — um homem em gestação.

— Eu não sou mais criança. E você não é tão velha assim.

— Eu tenho quase cinquenta, Célinho.

— Mas ainda é muito linda.

O elogio a atingiu como um sopro morno nas costas. Claro que ela não tinha ilusões. Sabia o que ele queria dizer na verdade. Nunca foi bonita e não era agora que tinha ficado. Mas mesmo com aquela idade, com as rugas, as gordurinhas, os seios já meio caídos... Mesmo assim ainda tinha um corpo que fazia todos os homens salivarem de desejo. Até mesmo novinhos como ele. ele sentia isso. Muito mais do que deveria.

Mas Guida sacudiu a cabeça, tentando se puxar de volta da divagação e retomar o controle da conversa.

— Célinho... Era pra sua primeira vez ter acontecido com uma menina da sua idade. Linda como você. Não com uma velha...

Ele a encarou com mais firmeza do que ela imaginava que ele fosse capaz. O menino dava lugar ao homem — ainda hesitante, mas decidido.

— Pára de ficar falando que você é velha! Eu nunca quis meninas da minha idade. Eu… sempre quis você.

Guida parou. O tempo parou. A xícara ficou suspensa entre as mãos. O café esfriava.

— O quê?

— Desde os doze anos… — disse ele, os olhos voltando a baixar, mas ainda com a coragem firme na voz. — Eu só penso em você.

O coração dela deu um salto. Um medo surdo, vertiginoso, subiu-lhe pelas entranhas como um calafrio. Mas não era só medo. Havia algo mais... Algo escuro e incandescente. Um perigo íntimo, latejando sob a pele, pronto para reacender. Vieram à mente, como um raio, as lembranças das espiadas... As fotos escondidas... Aquela punheta flagrada...

Claro. Deviam ter havido muitas outras. Mas desde os doze? O menino batia punheta pensando nela desde os doze anos? Como é que ela nunca percebeu isso antes?

— Que papo é esse, Célinho? — disse, mas a voz vacilou, sem o peso que queria. E aquilo certamente não era uma bronca. Era tentativa de manter intacta a linha tênue entre o que era certo e o que, por um instante perigoso, parecia absurdamente tentador. Uma tentativa de impedir que o lisonjeiro suplantasse a razão que ela precisava manter.

Ele não respondeu de imediato. Só ficava ali, entre abaixar os olhos e tentar encará-la, como se quisesse vestir o papel de homem feito — mas falhava no olhar, onde ainda morava o menino.

— Eu gostei. — disse enfim, quase num sussurro, mas com uma firmeza que não se aprendia nos livros. — Foi a melhor noite da minha vida… E eu queria que acontecesse de novo.

Guida congelou.

As palavras dele caíram como um raio no meio da cozinha, e ela ficou paralisada. Era exatamente o que não devia acontecer. Exatamente o que não podia ser dito. Mas estava dito. E ela não fazia ideia do que responder.

Nada disse.

Apenas afastou a cadeira, se levantou num gesto contido e saiu da cozinha sem olhar pra trás. Célio a seguiu com os olhos — os mesmos olhos de vergonha, de desejo, de susto. Não teve coragem de se mover. Ficou ali, com a expressão de quem sabia que tinha falado algo errado, mas ainda não sabia por quê.

Guida entrou na edícula, fechou a porta, trancou a chave com um estalo seco e se jogou sobre a cama. O colchão rangeu, mas ela nem notou. A cabeça era um vendaval.

— Que merda eu fiz...? — sussurrou, encarando o teto manchado, que não lhe oferecia resposta alguma.

Fechou os olhos, na esperança de escapar de si mesma. Mas ele estava lá.

O rosto de Célio — contorcido de prazer, os lábios entreabertos, o corpo trêmulo, tentando conter os gemidos e falhando, sempre falhando.

Abriu os olhos de novo. A boca seca. O coração descompassado. E a cabeça… um campo minado de pensamentos desalinhados:

Célinho... Dezessete... Menor de Idade... Dona Lívia... Cadeia... Culpa... Tesão...

O corpo não esquecia. O corpo lembrava muito bem. Lembrava do toque, da firmeza das mãos dele segurando seus quadris, do vai e vem cravado, do peso do corpo sobre o dela, do gosto salgado do suor na língua.

— Por que caralhos teve que ser tão bom?

A culpa latejou no peito. Mas junto com ela, uma outra coisa… mais quente, mais funda.

Ele podia ter qualquer menininha. Podia de verdade. Célio era lindo. Alto, forte, desajeitado do jeito que encantava. Tinha aquele charme torto dos meninos bonitos que ainda não perceberam o próprio poder.

E mesmo assim, ele só tinha tesão nela... Na sua Guida. Desde os doze aninhos.

Como foi que ela nunca tinha percebido? E agora que se lembrava das tantas vezes em que esteve com ele de maiô ou biquíni na piscina, das roupas curtas e shorts apertados que usava no calor. Limpando a casa, se abaixando, ficando de quatro, suada...

“Nossa... Quanto punheta esse menino deve ter batido pra mim.”

Ela soltou um riso nervoso e quase chorou logo em seguida.

— Que loucura da porra... – soltou quase dando uma gargalhada. E um pensamento apareceu. Inesperado. Cruelmente honesto:

“Quando foi a última vez que eu gozei daquele jeito?”

Não lembrava. Nem com Antônio, nem com nenhum outro homem. Sempre fora bom. Mas nunca daquele jeito. Aquilo foi outra coisa. Foi animal. Foi entrega. Foi fogo.

“Um moleque de 17 anos... Oh meu Pai, eu tava igual uma égua no cio.”

Outra gargalhada escapou, mais longa. Um misto de prazer envergonhado e glória silenciosa.

— Foi a melhor noite da vida dele... — murmurou pra si mesma. — Sua cachorra safada!

O coração disparava. E ela ria. E pensava em Dona Lívia outra vez. Mas, desta vez, sem remorso.

Eles só voltariam dentro de uma semana. E Priscila voltaria do sítio da tia no domingo. Daqui a dois dias. Dois dias... Sozinhos.

“Foi a melhor noite da vida dele...”

Célio era um bom rapaz. Inteligente. Respeitoso.

“Ele queria que acontecesse de novo...”

E não era mentira. Ela sentiu isso no olhar dele. No jeito contido, mas determinado. Aquilo a assustava. Mas também a excitava. De um jeito que fazia tempo que não sentia. Viva, desejada e plena. Como era antigamente. Antes do casamento. Antes da traição. Da humilhação.

Ela passou muito tempo deprimida. Depois de tanto tempo se arrastando, merecia sentir prazer de novo. E Célinho, mais do que ninguém, merecia ter os seus desejos atendidos. Por alguém que com certeza se preocuparia com o bem estar dele, com o prazer dele. Alguém que sabia cuidar dele.

“Ninguém mais precisa saber.”

O diabinho voltou a aparecer de novo. E ela não discutiu. Só sorriu.

Guida levantou da cama devagar. Os olhos firmes. A respiração calma.

Quando voltou à cozinha, Célio não estava mais lá.

A mesa havia sido limpa. Os pratos empilhados na pia. Tudo em ordem, como se nada tivesse acontecido — ou como se ele quisesse desesperadamente que parecesse assim.

Guida se aproximou da escada. A garganta seca. O corpo inteiro vibrando de ansiedade. Subiu devagar, como quem caminha na beirada de um penhasco, cada degrau um passo rumo ao abismo.

No fim do corredor, a porta do quarto dele estava entreaberta. O coração dela disparou.

Ao se aproximar, quase bateu antes de entrar — costume antigo, quase maternal —, mas parou a mão no ar. Respirou fundo. Entrou em silêncio.

O som do chuveiro vinha do banheiro, abafado mas constante. O vapor escapava pela fresta da porta.

Ele estava lá.

Guida ficou parada por alguns segundos, os dedos apertando a palma da mão com tanta força que ficaram brancos. A coragem ainda precisava ser convocada.

Olhou em volta e viu a toalha — jogada em cima da cama, junto das roupas dele. Pegou-a. Respirou fundo outra vez.

E entrou.

O banheiro estava úmido, morno. A porta do box, transparente, deixava tudo à mostra. O vapor já se dissipava, revelando o corpo de Célio — em todo seu esplendor juvenil.

Ele estava de costas, a água escorrendo pelas costas largas, descendo pelas omoplatas definidas, pelas linhas do corpo másculo que ainda carregava certa timidez de crescimento recente. Guida sentiu uma fisgada no baixo ventre.

Quando ele se virou, levou um susto. Parou ao vê-la ali, segurando a toalha com aquele mesmo olhar de ontem — o olhar da noite do filme.

— Cê deixou a toalha na cama… — disse ela, soltando um sorrisinho enviesado, meio sem graça, meio malicioso.

Célio ficou imóvel. Surpreso. Não tentou se cobrir. Não recuou. Apenas a olhava, nervoso, mas firme. Havia algo de desarmado e desafiador ao mesmo tempo naquela nudez tão exposta.

Guida hesitou por uma fração de segundo. Depois abriu a porta de correr do box. O vapor morno se misturou ao ar entre eles.

Ele fez menção de pegar a toalha, mas ela simplesmente a soltou. Deixou cair no chão.

— Escuta aqui, moleque… — disse, se aproximando, a voz grave, carregada de um desejo irreprimível. — Se você contar pra alguém, eu juro que te mato. Entendeu?

Célio assentiu com um aceno tímido, os olhos arregalados, como se aquele aviso — mesmo ameaçador — tivesse mais gosto de promessa do que de ameaça.

— Quando a Priscila voltar, acabou. Entendeu? A gente enterra isso. Nunca mais vai acontecer. Nunca mais se fala nisso.

Outro aceno, mudo. Obediente. Quase reverente.

Ela então o olhou, de cima abaixo. Demoradamente.

Ele já estava duro.

O pau dele apontava pra cima, espesso, latejante, e ela sentiu uma eletricidade quente subir pelas pernas. Entrou no box sem dizer mais nada, empurrando-o de leve com a mão no peito. O beijo veio na sequência, feroz, molhado, com a mesma fome da noite anterior.

As línguas se buscaram num embate úmido, descontrolado. A respiração entrecortada, os lábios famintos. E enquanto isso, a mão de Guida já o agarrava — com firmeza, com intenção. Aquele mastro pulsante era como um segredo vivo entre os dedos dela.

Célio gemeu, contido. Apoiou uma mão na parede e outra no vidro do box, tentando se manter em pé, enquanto o corpo tremia com a sensação.

Guida começou devagar. O movimento da mão era quase carinhoso. Um gesto que fingia apenas ajudar, apenas aliviar. Mas ela sabia muito bem o que fazia. E ele também.

Sua camiseta foi se colando ao corpo, encharcada pela água do chuveiro que ainda pingava das paredes. Os mamilos ficaram visíveis, duros, marcando o tecido como pequenos gritos de desejo.

A mão dela acelerava suavemente. Ritmada. Quase cruel. A pele quente do pau de Célio inchava ainda mais entre os dedos dela. O prepúcio deslizava sobre a glande como seda sobre mármore. A cabeça já babava, lubrificada pelo desejo, deixando a palma dela escorregadia — e deliciosamente melecada.

— Tá gostoso assim? — sussurrou, a boca colada na dele, ainda com a respiração quente se misturando à dele.

— Hã-ram... — gemeu ele, os olhos fechados, o corpo todo em transe.

Ela aumentou o ritmo. Agora a palma da mão fazia pressão calculada sobre a glande. Os dedos brincavam com o freio — aquele ponto sensível que arrancava tremores involuntários. O corpo dele se arqueava. Os músculos do abdômen saltavam com cada movimento. Guida sentia a pulsação daquele pau no fundo da mão, como se escutasse o coração dele por dentro.

"Eita... Ele tá gemendo muito... Será que já vai gozar?"

O pensamento de Guida veio como uma fagulha dentro do furacão. Ela sentia o corpo dele tremer sob o domínio de sua mão, e aquele gemido — abafado, rouco, quase implorando — soava como música aos seus ouvidos. Seu punho deslizava com firmeza e técnica, como se cada movimento soubesse exatamente o que arrancar dele: o prazer, a entrega, a rendição.

Aquela pica era uma coisa sensiente — quente, pulsante, latejando em sua palma como se tivesse vida própria. As veias marcadas, a pele escorregadia de lubrificação e desejo, o freio sensível que ela provocava com o polegar em círculos preguiçosos... Tudo nele respondia a ela como um animal domesticado por mãos maduras e experientes.

Guida tinha o dom. Sabia disso. E era assim que ela gostava de fazer. Ver os homens se acabando, totalmente entregues na palma da sua mão. Ali estava o seu poder: entre os dedos, no sorriso sacana que escapava dos lábios enquanto sentia aquele menino gostoso cada vez mais perto do limite.

Célio era só mais daqueles que se desarmaram sob seu toque. E, ao mesmo tempo, era único. Por causa dele, ela se sentia viva de novo. Linda. Desejada. Perigosa.

Guida olhou pra ele com um sorriso quase maléfico no rosto. Satisfeita em vê-lo e sentí-lo agonizar por causa do seu toque. Célio permanecia de olhos fechados, com a boca aberta, como que tentando soltar um gemido que não vinha. Ela perguntou com a voz de veludo, sussurando:

— Vai gozar já, Célinho?

— Hã... Hã-ram... — ele gemeu num sussurro entrecortado, olhos fechados, rosto contraído.

De repente, Guida parou. Apertou com força a base do pau, como quem fecha uma torneira prestes a jorrar. Célio arqueou o corpo num espasmo frustrado, arfando como um animal contido.

— Célinho?

— O quê...? — murmurou, sem entender, tonto de tesão.

— Cê quer me comer de novo?

— Quero... Quero sim, Guida. — respondeu sem hesitação, com os olhos vidrados naquela deusa madura.

Ela se virou lentamente, ainda segurando o pau dele como uma rédea. Soltou. Abaixou o short molhado e totalmente colado, junto com a calcinha, até metade das coxas. O box era pequeno, mas o espaço se dobrava ao desejo. Empinou a bunda com deliberada crueldade, roçando contra ele, sentindo a glande escorregadia roçar entre os lábios da buceta já melada.

— Aqui... Vem cá! — comandou, sem meias palavras, segurando no pau dele e encaixando na entrada.

Célio hesitou um instante, hipnotizado por aquele bunda espetacular. Mas Guida não queria adoração. Queria ação. E se jogou pra trás, encaixando-se com precisão — devorando o pau dele num golpe só, profundo, quente, molhado. Ambos gemeram como feridos de prazer.

— Isso... — ela arfou, os olhos fechados, puxando os braços dele por trás para que a abraçasse. Queria tudo de novo. E mais. Queria sentir cada centímetro daquela rola fodendo suas entranhas como na primeira vez, talvez até melhor.

E assim que ele entrou por completo, ela começou a rebolar com fúria. As nádegas batiam contra o púbis dele com sons indecentes — o estalo da carne contra carne, aquele som que só existe quando a luxúria está no comando.

— Ai, Célinho... Que pica é essa, menino?! — gritou entre gemidos, a voz rouca, vibrando entre o êxtase e o espanto.

Inspirado pelos sons dela — selvagens, musicais, quase religiosos —, Célio encontrou o ritmo. Apertou firme sua cintura com as duas mãos, como quem segura algo precioso e ao mesmo tempo perigoso, e começou a socar com uma força bruta, determinada.

— Aí! Aí! Caralho, Célinho! — gritou Guida, surpresa com a intensidade das estocadas. A dor era boa, uma ardência deliciosa que a fazia perder o controle. Ele a segurava com uma fome que beirava a violência — e aquilo só a excitava mais.

Naquele êxtase luxurioso, ela teve a certeza: O pau daquele moleque foi mesmo feito sob medida pra buceta dela. Cada entrada atingia um ponto exato, profundo, sagrado. E ela não aguentou.

Começou a gozar.

As pernas tremiam, o corpo perdia o compasso, os músculos retesados buscavam apoio em vão. Gritou — alto, desafinada, como uma nota que explodiu da garganta sem aviso:

— AIIIIIII!!! SEU FILHO DA PUTA!!!

Nunca, em todos os seus anos de putaria bem vivida, um homem a tinha feito tremer daquele jeito. E era esse pirralho, esse virgem até outro dia, quem estava ali, quebrando ela no meio.

O orgasmo foi tão forte que o corpo tombou pra frente. A cabeça bateu na parede. Mas os braços de Célio, firmes, a seguraram. E ele não parou. Continuou metendo com força, sem trégua, como um bate-estaca.

Pah! Pah! Pah!

O som das estocadas ecoava no banheiro como tambores de guerra, misturado aos gritos dela e aos grunhidos dele.

E então, num movimento perdido no furor, o pau escapou — saiu de dentro dela e bateu com força nos lábios vaginais. Guida gritou de dor e curvou o corpo, tentando se afastar.

— Aii! Peraí... — disse, tentando recuperar o fôlego.

Mas ele não esperou. Como se estivesse possuído, segurou firme na cintura dela e se encaixou de novo, entrando até o talo, com um gemido de fera.

Ela gritou mais uma vez, as unhas cravadas nos braços dele. Ele a mantinha ali, presa, fodida, entregue.

A velocidade aumentou. O som ficou descompassado. Os corpos perdiam o ritmo, dançavam no caos do prazer prestes a explodir.

— Aiii... Péra, caralho! — tentou dizer, mas já não tinha controle. A dor misturada com o prazer formava uma névoa quente na mente. O orgasmo veio de novo, mais avassalador ainda. Misturado com um descontrole desesperado.

— AHHHHHHHHHH... CARALHO!!!!!

E bem no meio do êxtase dela, Célio urrou. Um som profundo, animal. E ela sentiu o calor dentro dela. Os jorros espessos preenchendo seu ventre.

Ficou imóvel, sem forças. O corpo tremia, as pernas bambas, os olhos fechados. Sentia cada esguicho volumoso dele lá dentro, inundando aquela buceta. Não tinha mais força pra nada além de se entregar completamente àquela sensação.

Quando tudo finalmente cessou, permaneceram juntos. Suados. Silenciosos. O pau dele ainda enterrado nela. O rosto colado em sua nuca, o hálito quente.

O mundo, ali, parava de girar.

Depois de um tempo, separaram-se com lentidão. O membro dele escorregou, semi-flácido, e uma trilha espessa começou a escorrer pelas coxas de Guida. Branca, quente. Um líquido proibido, nojento e delicioso ao mesmo tempo.

— Caralho, menino... Cê gozou dentro... — disse ela, arfando, os olhos fixos no chão molhado do box.

— Desculpa... — murmurou ele, sem fôlego.

Ela não respondeu. Nem se preocupou. Não seria nessa altura de sua vida, aos 49 anos, que uma gozada dentro surtiria algum efeito inesperado.

Tirou o resto da roupa, jogou no chão molhado, e ligou o chuveiro de novo.

Começou a se lavar em silêncio. As mãos passavam pelo corpo com calma. A mistura de suor e sêmen escorria ralo abaixo. Lavava tudo — o cheiro, o pecado, o medo.

Célio a observava. Hipnotizado.

Aquela mulher. Aquele corpo. Aquela nega madura tesuda.

— Que foi? — perguntou ela, sem se virar, a voz já mansa.

— Você é gostosa demais... — disse ele, quase como uma prece.

Guida parou. Virou o rosto devagar. Os olhos se encontraram.

Ela sorriu.

— Obrigada... E você é lindo.

O silêncio voltou, mas era outro agora. Um silêncio quente. Cúmplice.

Ela estendeu a mão.

— Vem cá, debaixo. Se lava de novo.

Ele se aproximou. Obedeceu.

Ela ensaboou as mãos, começou a lavar o corpo dele. Os dedos deslizavam com cuidado, com carinho. Havia uma ternura ali. Uma nostalgia.

— Lembra quando eu te dava banho? — perguntou, com um sorriso suave.

Célio sorriu, ruborizado.

— Lembro.

Ela riu baixinho. A ironia da vida pulsava ali, como um segredo quente entre eles. A água caía, levando embora o que pudesse ser culpa. Medo. Racionalidade.

Ali, só existiam dois corpos. Duas vontades.

E, por mais dois dias, o mundo seria só isso.


FINALIZA NA PARTE 5...

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Comentários


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deopaiva Comentou em 25/06/2025

Olá. Se você leu, por favor deixe um comentário. Só assim vou saber se vocês es estão gostando e fico inspirada pra escrever mais.😊




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Ficha do conto

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Nome do conto:
REDESCOBERTA - PARTE 4

Codigo do conto:
237062

Categoria:
Coroas

Data da Publicação:
25/06/2025

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