Sentado no banco oposto, Marcus, com seus 50 anos, observava-a com uma quietude que só o tempo podia esculpir. Seu corpo, marcado não pela juventude, mas pela maturidade, parecia em completa paz. Ele não a olhava com a curiosidade invasiva dos homens mais jovens, mas com a serenidade de quem já viu e viveu o suficiente para não precisar de mais nada. O silêncio entre eles era quase palpável, um espaço sagrado onde as palavras não precisavam existir.
Elara fechou os olhos, inalando o cheiro amadeirado. Quando os abriu, seus olhos encontraram os de Marcus. Não havia vergonha, nem desejo, apenas uma troca muda de reconhecimento. Ela se sentiu estranhamente à vontade com aquele homem, como se ele fosse uma versão mais antiga e sábia de si mesma.
"É o silêncio que a gente vem buscar, não é?", a voz de Marcus, grave e calma, quebrou a quietude.
Elara sorriu, um leve movimento nos lábios. "Também o calor. É bom sentir o corpo derreter, deixar tudo que a gente carrega escorrer junto com o suor."
Marcus assentiu, pensativo. "As saunas são lugares para a gente se despir, não só das roupas, mas das máscaras. Aqui, somos só nós mesmos, com a nossa pele e os nossos pensamentos."
A conversa fluía com uma naturalidade surpreendente, saltando entre reflexões sobre o tempo, a solidão das grandes cidades e a busca por um propósito. Elara falava de suas incertezas, da ânsia de viver tudo ao mesmo tempo. Marcus, por sua vez, compartilhava a tranquilidade de quem já navegou por essas águas turbulentas. Ele falava de uma sabedoria adquirida com as cicatrizes, de uma paz que vem depois de muitos anos de luta.
A diferença de idade entre eles não era um abismo, mas uma ponte. Ele a via não como uma garota, mas como uma alma madura em busca de si mesma. Ela o via não como um homem velho, mas como um guia, um porto seguro de experiências. A atração que surgiu entre eles não era superficial, mas profunda, enraizada na admiração mútua, na conexão de duas almas que, por um momento, se encontraram no meio do vapor e do calor.
Quando o alarme da sauna soou, sinalizando o fim da sessão, eles se levantaram. O mundo exterior parecia ter desaparecido, e só existia aquele pequeno espaço, preenchido com a intimidade que eles haviam construído.
Do lado de fora, no frio do corredor, o contraste era forte. O vapor que os unia havia se dissipado, mas a conexão que ele havia forjado permaneceu. Elara e Marcus não trocaram telefones, nem promessas de se reencontrar. O que aconteceu ali, naquele breve e intenso encontro, foi o suficiente. Um momento de pura honestidade, de vulnerabilidade e de beleza.
Eles se despediram com um sorriso, um agradecimento mudo pelo tempo que dividiram. Elara seguiu seu caminho, sentindo a leveza de quem deixou algo para trás. Naquela sauna, ela não apenas suou as toxinas do corpo, mas também lavou a alma. E a serenidade de Marcus a acompanharia por muito tempo, um lembrete de que a vida, com o passar dos anos, pode se tornar menos uma corrida e mais uma dança.
acho que vem putaria por ai