Você quer sua mulher sentando em outro! - 2° Ato



O ar entre eles parecia vibrar, o silêncio da sala interrompido apenas pelo zumbido do ventilador. Daniel sabia que, naquela noite, cada palavra que dissesse – ou que escolhesse não dizer – poderia mudar o curso de tudo. Ele respirou fundo, tentando organizar os pensamentos, mas a presença de Clara, tão confiante, tão provocadora, tornava impossível pensar com clareza.
"Eu não sei se consigo decidir isso agora," ele finalmente disse, a voz quase um sussurro, os olhos fixos nos dela. "É... é demais."
Clara inclinou a cabeça, o sorriso suavizando, mas sem perder a intensidade. Ela se levantou do sofá, o vestido caindo suavemente sobre as coxas, e caminhou até ele, parando entre as pernas dele. Ela se abaixou, os rostos quase se tocando, as mãos apoiadas nos ombros dele. "Tá bom, Dani," ela disse, a voz agora um murmúrio íntimo. "Você não precisa decidir hoje. Mas sabe o que eu vou fazer?"
Ele a olhou, o coração disparado, incapaz de desviar o olhar. "O quê?"
"Vou te deixar pensando nisso," ela respondeu, os lábios roçando os dele, mas sem beijá-lo. "Vou te deixar imaginando cada detalhe, cada toque, cada gemido. E quando você estiver pronto pra me dizer o que quer de verdade, eu vou estar aqui. Pronta pra te dar exatamente o que você sonha... ou mais."
Ela se endireitou, o movimento deliberadamente lento, deixando-o com a visão do contorno do corpo dela contra a luz suave da sala. "Mas não demora muito, amor," ela acrescentou, virando-se para caminhar em direção ao quarto, o quadril balançando de leve. "Porque eu também tenho minhas fantasias... e talvez eu comece a colocá-las em prática."
Daniel ficou parado, a cerveja morna na mão, o coração batendo tão alto que parecia ecoar na sala. Ele sabia que aquela conversa não terminava ali. Era apenas o começo de algo que poderia consumi-los – ou uni-los de uma forma que ele nunca imaginou. A porta do quarto se fechou com um clique suave, e o silêncio que ficou era mais alto do que qualquer palavra que eles haviam trocado naquela noite.
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Os dias que se seguiram foram uma dança de olhares e silêncios carregados. Daniel não conseguia tirar as palavras de Clara da cabeça. Cada vez que a via – na cozinha preparando café, no banho com a porta entreaberta, ou mesmo quando ela passava por ele com um sorriso enigmático – a imagem dela com outro homem voltava, tão vívida que era quase palpável. Ele tentava se concentrar no trabalho, nas conversas banais do dia a dia, mas a fantasia o perseguia, misturada com um ciúme que ardia e, ao mesmo tempo, o excitava.
Na sexta-feira à noite, uma semana após aquela conversa, Clara apareceu na sala vestida para sair. O vestido preto era justo, com um decote que deixava pouco para a imaginação, e os cabelos soltos caíam em ondas sobre os ombros. Daniel, que estava no sofá com o celular na mão, ergueu os olhos e sentiu o ar ficar preso na garganta.
"Vai sair?" – perguntou, tentando soar casual, mas a voz saiu tensa.
Clara se virou, pegando a bolsa no canto da sala, e lançou um olhar por cima do ombro. "Vou. As meninas marcaram um happy hour, e eu disse que aparecia. Por quê? Quer vir junto?"
Ele hesitou, a mente disparando. "Não, eu... só achei que a gente podia ficar em casa hoje."
Ela sorriu, caminhando até ele com passos lentos, os saltos ecoando no chão de madeira. "Relaxa, amor. É só um drink com as meninas." Ela parou na frente dele, inclinando-se ligeiramente, o perfume dela invadindo os sentidos de Daniel. "A menos que você queira que eu faça algo mais... interessante."
Daniel engoliu em seco, o coração acelerando. "Como assim?"
Clara riu, o som leve, mas com aquele tom provocador que ele conhecia tão bem. "Você sabe como, Dani. Talvez eu encontre alguém lá no bar. Alguém que me olhe do jeito que você tava imaginando na outra noite." Ela se endireitou, ajustando a bolsa no ombro. "Mas não se preocupa. Eu não faço nada que você não queira. Pelo menos... não sem você me dizer primeiro."
Ele abriu a boca para responder, mas as palavras não vieram. Clara se inclinou, depositando um beijo rápido nos lábios dele, o batom deixando um leve traço vermelho. "Pensa no que você quer, amor," ela sussurrou antes de se virar e sair, a porta da casa fechando atrás dela com um clique que ecoou como um desafio.
Daniel ficou sozinho na sala, o silêncio agora mais opressivo do que nunca. Ele pegou o celular, pensando em mandar uma mensagem, mas desistiu. Em vez disso, abriu o grupo de amigos no WhatsApp e viu que Lucas, o colega que ele mencionara na conversa com Clara, estava online. Sem pensar muito, ele digitou: "Tá no bar hoje? Qual?" A resposta veio rápido: "No Veloso, com uns amigos. Tô com a galera do trampo. Vem aí?"
Ele digitou uma resposta rápida: "Talvez eu passe aí." Levantou-se do sofá, pegou as chaves e a carteira, o coração batendo forte. Não sabia ao certo o que faria quando chegasse ao bar, mas uma coisa era certa: a noite estava longe de terminar, e o jogo que Clara começara ainda tinha muitas jogadas a serem feitas.
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O bar Veloso estava lotado, o som de risadas e conversas misturando-se com a música alta que vinha dos alto-falantes. Daniel entrou, os olhos varrendo o ambiente em busca de Clara. O lugar cheirava a cerveja e perfume, as luzes coloridas dançando sobre as mesas cheias. Ele avistou Lucas primeiro, sentado em um canto com um grupo de colegas do trabalho, uma cerveja na mão, rindo de algo que alguém dissera. Então, ele viu Clara.
Ela estava na pista de dança, cercada por suas amigas, mas claramente o centro das atenções. O vestido preto brilhava sob as luzes, e seus movimentos eram fluidos, confiantes, como se ela soubesse exatamente o efeito que causava. Daniel sentiu o estômago apertar quando notou que Lucas também a observava, os olhos fixos nela, um sorriso sutil nos lábios.
Clara pareceu senti-lo antes mesmo de vê-lo. Ela virou a cabeça, e seus olhos encontraram os de Daniel através da multidão. O sorriso dela era puro desafio, como se dissesse: E agora, amor? Vai jogar ou vai correr? Ela continuou dançando, mas agora seus movimentos pareciam mais deliberados, cada giro e cada balanço das ancas uma provocação direcionada a ele.
Daniel se aproximou do bar, pedindo uma cerveja para ganhar tempo. Enquanto o garçom servia, ele sentiu uma presença ao seu lado. Era Lucas, que se aproximou com um aceno casual. "E aí, cara! Veio curtir a noite?" – perguntou, a voz amigável, mas com um tom que Daniel não conseguia decifrar completamente.
"É, resolvi dar uma passada," Daniel respondeu, forçando um sorriso. Ele tomou um gole da cerveja, os olhos voltando para Clara, que agora ria com uma amiga, mas ainda lançava olhares na direção dele.
Lucas seguiu o olhar de Daniel e riu. "Sua mulher tá arrasando lá, hein? Não dá pra tirar os olhos dela."
Daniel sentiu um calor subir pelo pescoço, uma mistura de orgulho e ciúmes. "É, ela sabe o que faz," ele murmurou, sem saber ao certo como continuar a conversa.
Lucas deu um tapinha no ombro dele, inclinando-se um pouco mais perto. "Sabe, Dani, ela sempre chama atenção. Mas, cara, você é sortudo. Ela só tem olhos pra você." Ele fez uma pausa, o sorriso ficando um pouco mais afiado. "Ou... será que não?"
O comentário acertou Daniel como um soco. Ele olhou para Lucas, tentando ler a intenção por trás das palavras. Era uma brincadeira? Uma provocação? Ou algo mais? Antes que pudesse responder, Clara apareceu ao lado deles, o rosto corado da dança, o sorriso tão magnético que era impossível ignorá-la.
"Oi, amor," ela disse, a voz doce, mas com aquele tom provocador que Daniel conhecia tão bem. Ela se inclinou, beijando-o rapidamente na bochecha, mas o olhar dela passou por Lucas por uma fração de segundo, o suficiente para fazer o coração de Daniel disparar. "Oi, Lucas. Tô vendo que vocês já tão se entendendo."
Lucas riu, levantando a cerveja como se fizesse um brinde. "Só elogiando o casal mais bonito da noite," ele disse, o tom leve, mas os olhos demorando-se um pouco demais em Clara.
Ela sorriu, inclinando a cabeça. "É bom saber que tenho plateia," ela respondeu, e então se virou para Daniel, a mão roçando de leve o braço dele. "Quer dançar comigo, amor? Ou prefere ficar aqui... observando?"
Daniel engoliu em seco, sentindo todos os olhos sobre ele – os de Clara, os de Lucas, e até os de alguns estranhos que pareciam captar a tensão no ar. Ele sabia que estava em um momento decisivo, onde cada escolha poderia levar a um caminho sem volta. "Vamos dançar," ele disse finalmente, a voz firme, apesar do turbilhão dentro dele.
Clara sorriu, pegando a mão dele e puxando-o para a pista. Enquanto se moviam juntos, os corpos próximos, ela sussurrou no ouvido dele: "Você tá gostando disso, né? De saber que ele tá olhando, querendo o que é seu. Mas eu sou sua, Dani. A menos que você queira dividir... só um pouquinho."
Ele apertou a cintura dela, o calor do corpo dela contra o dele intensificando tudo. "Clara," ele murmurou, a voz rouca, "você tá me matando."
Ela riu, os lábios roçando o pescoço dele. "Então me diz o que você quer, amor. Porque essa noite... ela pode ser exatamente o que você sonhou."
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A música pulsava, os corpos se movendo em sincronia na pista lotada, mas para Daniel, o mundo parecia se resumir ao calor do corpo de Clara contra o dele. Cada movimento dela era uma provocação, cada olhar um convite para mergulhar mais fundo naquele jogo perigoso que eles haviam começado. Ele podia sentir os olhos de Lucas do outro lado do bar, um peso que tornava cada toque de Clara ainda mais elétrico.
Clara se virou, pressionando as costas contra o peito dele, os quadris balançando ao ritmo da música. Ela inclinou a cabeça para trás, os lábios roçando a orelha dele enquanto sussurrava: "Olha pra ele, Dani. Ele tá te observando, querendo estar no seu lugar. Tá imaginando o que você tá sentindo agora, com minhas mãos em você, meu corpo tão pertinho."
Daniel engoliu em seco, as mãos apertando a cintura dela com mais força. "Você tá fazendo isso de propósito," ele murmurou, a voz quase se perdendo na música.
"Claro que tô," ela respondeu, girando nos braços dele para encará-lo, os olhos brilhando com malícia. "Quero te deixar louco, amor. Quero que você sinta cada segundo disso." Ela deslizou uma mão pelo peito dele, descendo lentamente, parando logo acima da cintura da calça. "E quero que você me diga o que tá imaginando agora. Porque eu sei que você tá pensando em mais."
Ele respirou fundo, o coração batendo tão rápido que parecia que ia explodir. "Clara... isso é perigoso," ele disse, mas sua voz traía o desejo que ele não conseguia esconder.
"Perigoso é o que torna tudo mais gostoso," ela retrucou, o sorriso predatório voltando. Ela se aproximou ainda mais, os lábios quase tocando os dele. "Você já imaginou, né? Eu e ele, bem ali, enquanto você assiste. Cada detalhe, cada toque. Me diz, Dani, o que você tá vendo na sua cabeça agora?"
Daniel fechou os olhos por um instante, as imagens invadindo sua mente sem permissão. Ele a imaginou com Lucas, os corpos entrelaçados, os gemidos dela ecoando, e o ciúme misturado com o desejo o deixou sem ar. "Você tá me destruindo," ele conseguiu dizer, a voz rouca.
Clara riu, um som baixo e sensual, e puxou-o para fora da pista, em direção a um canto mais escuro do bar, onde as luzes mal alcançavam. Ela o encostou contra a parede, o corpo pressionado contra o dele, o rosto tão perto que ele podia sentir o calor da respiração dela. "Então deixa eu te destruir de vez," ela sussurrou. "Você me quer assim, de quatro pra ele? Vou deixar ele gozar dentro de mim. Depois você vai me comer! Arrombada!"
As palavras acertaram Daniel como um raio, o choque misturado com uma onda de calor que o fez estremecer. Ele a encarou, os olhos arregalados, incapaz de responder, enquanto Clara mantinha o olhar fixo, desafiador, como se estivesse esperando ele dar o próximo passo. O bar, a música, as pessoas – tudo parecia desvanecer, deixando apenas os dois, presos naquele momento onde cada escolha parecia irreversível.
"Clara..." ele começou, a voz falhando, mas ela colocou um dedo nos lábios dele, silenciando-o.
"Shh. Não precisa dizer nada agora, amor," ela murmurou, os lábios roçando os dele. "Mas quando você estiver pronto, me diz. Porque eu sei que você quer isso. E eu... eu posso te dar tudo." Ela se afastou lentamente, o sorriso ainda nos lábios, e voltou para a pista, deixando Daniel contra a parede, o coração disparado, a mente girando com as possibilidades que ela havia plantado.
A noite terminou com eles voltando para casa em silêncio, o ar entre eles carregado de promessas não ditas. Daniel sabia que o jogo de Clara não tinha acabado – na verdade, estava apenas começando. E, enquanto se deitavam na cama, o corpo dela aninhado contra o dele, ele percebeu que a decisão que tomasse mudaria tudo. Mas, por enquanto, ele se deixou levar pelo calor dela, pelo peso das palavras que ainda ecoavam, sabendo que a próxima jogada seria dele.


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Comentários


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fabriciocorno Comentou em 27/08/2025

Essa continuação conseguiu ser ainda melhor do que o primeiro conto... e olha que o primeiro foi espetacular!

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edu aventureiro Comentou em 27/08/2025

Amando todo esse processo.. parabéns pelo conto.

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coroa55bh Comentou em 27/08/2025

Tesão, sedução...perigoso mais gostoso!!!




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Você quer sua mulher sentando em outro! - 2° Ato

Codigo do conto:
240995

Categoria:
Traição/Corno

Data da Publicação:
27/08/2025

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7

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