GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ ~ [58] ~ UMA GRANDE TEMPESTADE



Dizem que após a bonança, a tempestade se ergue com fúria redobrada. O mar, que antes espelhava o céu em sua serenidade, transforma-se num monstro faminto, engolindo navios e sonhos com a mesma voracidade. Minha vida navegava em águas aparentemente tranquilas há dois meses - uma calmaria enganosa que deveria ter me alertado sobre os ventos sombrios que se aproximavam no horizonte.
Durante esse período de falsa paz, tudo parecia perfeito demais para ser real. A correria do primeiro período de educação física me mantinha ocupado, meu relacionamento com Carlos florescia como um jardim em primavera, e nenhuma nuvem escura manchava o azul do meu céu particular. Até mesmo a crescente presença de Camille em minha casa passou despercebida. Mas este capítulo não é sobre a bonança. É sobre o momento em que os ventos mudaram de direção e o mar revolto começou a engolir tudo o que eu acreditava ser sólido e verdadeiro.
Como havia mencionado, dois meses se passaram numa sucessão de dias dourados. Meu namoro com Carlos navegava em águas serenas, e toda aquela desconfiança que carregava como uma pedra no peito foi sendo lentamente dissolvida pelas ondas do tempo. Aprendi - ou assim pensei - que a confiança era o farol que guiava qualquer relacionamento saudável. Então confiei. Enterrei minha intuição no fundo do oceano e deixei que as correntes da esperança me levassem.
Que tolo eu fui.
Para mim, Raul não havia passado de uma tempestade de verão - intensa, mas passageira. Um lance que ficara no passado como pegadas na areia que a maré apaga. Mas meu mundo desabou numa tarde de domingo qualquer, quando menos esperava que os céus se abririam em fúria sobre minha cabeça.
Estávamos na casa de praia do Carlos, apenas nós dois, aproveitando um final de semana que prometia ser perfeito. Havíamos planejado tudo: muito amor, beijos que sabiam a eternidade, carícias que pareciam escrever promessas na nossa pele. O paraíso estava ali, ao alcance das nossas mãos.
Até que a serpente mostrou sua verdadeira face.
Carlos havia saído para buscar alguma coisa - comida, acredito - e deixou seu celular sobre a cama. Eu estava entretido com videogame quando fui ao banheiro. Foi ao passar pelo quarto que vi: uma luz piscando na tela escura do aparelho. Uma notificação que mudaria tudo.
Nunca havia violado a privacidade dele. Nunca tive motivos para duvidar. Mas naquele momento, sozinho naquele quarto que cheirava a nós dois, uma força inexplicável me compeliu a olhar. Eu conhecia a senha - havia visto Carlos digitá-la várias vezes sem malícia.
O nome na notificação fez meu sangue congelar nas veias: Raul.
"Vai dar certo se ver hoje?"
Meu coração parou. Por um instante eterno, o mundo cessou de girar. Senti como se alguém tivesse arrancado o chão debaixo dos meus pés e eu caísse em queda livre no abismo da traição.
Pela primeira vez senti raiva - raiva verdadeira, visceral, que queimava como ácido nas minhas entranhas. Raiva do Carlos. Raiva de mim mesmo por ter sido tão cego. Com mãos trêmulas e o coração aos saltos, desbloqueei o telefone.
O que vi nas mensagens foi como receber mil punhaladas ao mesmo tempo:
"Deixo o Lu e vou te buscar"
Meus olhos arderam. Como ele ousava me reduzir a uma sigla enquanto planejava seus encontros clandestinos?
"Foi muito bom hoje, antes da sua aula"
A bile subiu pela minha garganta. Quantas vezes ele havia mentido sobre onde estava?
"Saudades do seu pau"
Minhas mãos começaram a tremer incontrolavelmente. Enquanto eu dormia tranquilo acreditando em nossas juras de amor, ele suspirava pelo toque de outro.
"Quero você" "Não paro de pensar em você" "Preciso dar pra vc de novo"
Cada palavra era uma lâmina afiada cortando minha alma em pedaços. Rolei a conversa para cima com desespero, tentando entender a extensão da traição, as datas, a frequência. Era um caso consolidado, não um deslize. Era uma segunda vida que Carlos mantinha nas sombras enquanto eu vivia na luz da ilusão.
Fiquei completamente paralisado, como um náufrago que acaba de perceber que seu navio está afundando. Como Carlos havia sido capaz daquilo? Não era apenas traição - era algo podre, nojento, que contaminava tudo o que vivemos juntos. Ele estava tendo um caso paralelo com Raul debaixo do meu nariz, me fazendo de palhaço enquanto eu acreditava que nossa história era única e verdadeira.
Que tipo de monstro era aquele homem que dividia a cama comigo? Onde estava o Carlos que me sussurrava juras de amor no ouvido? O que passeava com meu cachorro como se fosse seu próprio filho? O que me dava presentes escolhidos com carinho e arrancava de mim os sorrisos mais genuínos?
Será que todo esse tempo fui apenas um boneco nas mãos de um manipulador? Todo aquele discurso apaixonado não passou de uma encenação digna de Oscar? Por que ele não havia aberto o jogo para mim? Se estava interessado em Raul, por que me manteve como idiota útil na sua vida?
As perguntas explodiam na minha mente como fogos de artifício, cada uma mais dolorosa que a anterior. A raiva havia sumido momentaneamente para dar lugar a uma dor surda que se alastrava pelo meu peito como veneno.
E, como minha vida sempre teve o timing cruel de uma novela mexicana, foi exatamente nesse momento que Carlos apareceu.

— Voltei, amor! — gritou da sala, e sua voz alegre soou como um insulto aos meus ouvidos. — Pedi uma comidinha gostosa para a gente terminar nosso final de semana perfeito!
Perfeito. A palavra ecoou na minha mente como uma piada cruel.
Ele entrou no quarto sorrindo, carregando sacolas de comida, ainda alheio ao terremoto que havia devastado meu mundo nos últimos minutos.
— QUE PORRA É ISSO AQUI, CARLOS? — explodi, arremessando o celular contra seu peito com toda a força que consegui reunir.
O aparelho ricocheteou e caiu no chão com um barulho seco. Carlos olhou para mim como se eu tivesse enlouquecido, as sacolas escorregando de suas mãos.
— O que foi, amor? — perguntou, genuinamente confuso, e essa inocência falsa me deixou ainda mais enfurecido.
— AMOR O CARALHO! — berrei, sentindo as lágrimas queimarem meus olhos. — QUE MERDA É ESSA DE VOCÊ ESTAR TENDO UM CASO COM O RAUL? SÉRIO MESMO, COM O RAUL? MEU COLEGA DE CLASSE, MEU AMIGO?
Minha voz rachou na última palavra. A traição doía, mas a escolha do Raul era uma humilhação extra, um tapa na cara que ecoava através de todos os momentos que havíamos compartilhado os três.
— DESSA VEZ VOCÊ JOGOU MUITO SUJO, CARLOS! ESTOU COM NOJO DE VOCÊ! — gritei, e antes que pudesse me controlar, comecei a bater nele.
Não eram socos calculados - eram golpes desesperados de quem acabara de descobrir que sua vida inteira era uma mentira. Bati no seu peito, nos seus braços, enquanto as lágrimas corriam desenfreadas pelo meu rosto.
— Para! Assim você vai me machucar! — ele protestou, tentando segurar meus punhos. — Eu posso explicar!
— EXPLICAR O QUÊ, CARLOS? — berrei, me debatendo em seus braços. — QUE VOCÊ É UM MENTIROSO? QUE VOCÊ ME FEZ DE IDIOTA ESSE TEMPO TODO?
— Lucas, por favor, me escuta...
— NÃO! — o interrompi, empurrando-o com força. — NÃO QUERO OUVIR SUAS MENTIRAS! VI TUDO! "FOI MUITO BOM HOJE", "SAUDADES DO SEU PAU"! VOCÊ ESTAVA TRANSANDO COM ELE ENQUANTO EU ACREDITAVA QUE ÉRAMOS FELIZES!
Carlos recuou, o rosto pálido, finalmente entendendo a dimensão da situação.
— Lucas, não é o que você está pensando...
— NÃO É O QUE EU ESTOU PENSANDO? — ri com amargura, limpando o rosto com as costas da mão. — ENTÃO ME EXPLICA O QUE É! EXPLICA POR QUE VOCÊ ESTAVA MARCANDO ENCONTRO COM ELE HOJE! EXPLICA POR QUE VOCÊ DISSE QUE NÃO PARA DE PENSAR NELE!
— Eu... — Carlos gaguejou, e pela primeira vez desde que o conhecia, o vi sem palavras.
— FALA, CARLOS! FALA! — gritei, socando o ar entre nós. — OU VAI FICAR AÍ IGUAL UM MUDO DEPOIS DE DESTRUIR TUDO O QUE CONSTRUÍMOS?
— Não era para ser assim! — explodiu finalmente. — Era só... era só diversão no começo!
— DIVERSÃO? — minha voz saiu tão aguda que quase não a reconheci. — VOCÊ CHAMA DE DIVERSÃO ME ENGANAR, ME HUMILHAR?
— Não! Você não entende! Com você é sério, sempre foi sério!
— MENTIROSO! — berrei, sentindo como se meu peito fosse explodir. — SE FOSSE SÉRIO, VOCÊ NÃO ESTARIA DANDO SEU CÚ PARA OUTRO!
— Lucas, para de gritar! Os vizinhos vão ouvir!
— QUE SE FODAM OS VIZINHOS! QUERO QUE TODO MUNDO SAIBA QUE TIPO DE PESSOA VOCÊ É! — chorei, e senti como se cada lágrima carregasse um pedaço da minha alma. — EU CONFIEI EM VOCÊ! EU ACREDITEI EM VOCÊ!
— E pode continuar acreditando! Isso com o Raul... vai acabar. Eu termino com ele!
— VAI ACABAR? — ri de forma histérica. — VOCÊ FALA COMO SE FOSSE UMA OPÇÃO! COMO SE EU FOSSE ACEITAR DIVIDIR VOCÊ COM ALGUÉM!
— Não é dividir! É complicado, Lucas!
— COMPLICADO É O CARALHO! — explodi novamente, chutando a cômoda. — SIMPLES ERA VOCÊ TER SIDO HONESTO COMIGO DESDE O COMEÇO!
Carlos tentou se aproximar, mas recuei como se ele fosse um animal peçonhento.
— Não encosta em mim! Não me toca com essas mãos nojentas que tocaram ele!
— Lucas, você está sendo dramático...
— DRAMÁTICO? — a palavra saiu como um rugido. — EU ESTOU SENDO DRAMÁTICO POR DESCOBRIR QUE MEU NAMORADO ME TRAI COM MEU AMIGO?
— Não é traição se...
— SE O QUÊ, CARLOS? SE O QUÊ? — berrei, sentindo que ia desmaiar de tanto chorar. — SE EU NÃO SOUBESSE? SE VOCÊ CONTINUASSE ME ENGANANDO?
O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Carlos me olhava com uma expressão que não consegui decifrar - culpa, irritação, cansaço. Talvez todas ao mesmo tempo.
— Sabe de uma coisa, Lucas? — disse finalmente, e seu tom havia mudado completamente. Não havia mais súplicas ou tentativas de explicação. — Talvez seja melhor você saber mesmo.
— O que você quer dizer com isso?
— Eu estou começando a gostar para valer do Raul. — As palavras saíram como balas, cada uma acertando em cheio no meu coração já destroçado. — Com ele é... diferente. Mais intenso.
O mundo parou. Literalmente parou.
Senti como se ele tivesse enfiado uma faca no meu peito e a torcido lentamente. Não eram mais apenas mensagens no celular - era a confirmação de que eu havia perdido. Que nossa história havia sido apenas um aquecimento para o que ele realmente queria.
— Diferente? — sussurrei, minha voz quebrada. — Mais intenso?
— Lucas, eu não queria que fosse assim, mas...
Não o deixei terminar. Não conseguia mais ouvir uma palavra que saísse daquela boca que havia me beijado com tanto carinho e agora cuspia veneno na minha alma.
Corri para o guarda-roupa e comecei a jogar minhas coisas na mochila com desespero. Roupas, carregador, coisas de higiene, livros da faculdade- tudo voando de qualquer jeito para dentro da bagagem.
— O que você está fazendo?
— VOCÊS DOIS MERECEM UM AO OUTRO! — gritei, fechando a mochila com violência. — ESPERO QUE SEJAM MUITO FELIZES!
— Lucas, não vai embora assim! Como você vai voltar? !
— NÃO É PROBLEMA SEU! — respondi, pegando minhas chaves e minha carteira. — VOCÊ QUE SE PREOCUPE COM SEU RAUL AGORA!
— Lucas, por favor! Vamos conversar como adultos!
Parei na porta e me virei para ele uma última vez. Carlos estava ali, com o rosto vermelho, os cabelos desalinhados, parecendo pequeno e patético no meio daquele quarto que cheirava a nós dois.
— Sabe o que mais dói, Carlos? — falei, e minha voz saiu surpreendentemente calma. — Não é nem você estar com ele. É você ter me feito acreditar que éramos especiais. Que o que tínhamos era único. Você me fez de idiota e ainda teve a cara de pau de dizer que ele é mais intenso.
— Lucas...
— Tchau, Carlos. Espero nunca mais ver sua cara na minha frente.
E saí batendo a porta com tanta força que o eco reverberou por toda a casa.
Caminhei pela areia da praia sem destino, as lágrimas secaram no vento salgado, mas a dor no peito permaneceu - crua, pulsante, lembrando-me a cada batida do coração que eu havia perdido tudo.
O mar estava revolto naquela tarde, as ondas quebrando com fúria contra as pedras. Era como se a natureza estivesse espelhando a tempestade que havia devastado minha vida.
E eu, náufrago da minha própria história, caminhei sozinho em direção ao horizonte incerto, sem saber para onde ir, mas sabendo que qualquer lugar seria melhor do que ali, onde meus sonhos haviam naufragado sem deixar rastros.
Parei alguns metros adiante, me sentando na areia fofa. Minhas pernas tremiam - não sabia se de cansaço, frio ou puro choque emocional. O mar se estendia infinito à minha frente, suas ondas furiosas espelhando a tempestade que devastava meu interior.
Sentei-me na areia ainda morna do sol que se punha, abraçando os joelhos contra o peito numa tentativa patética de me proteger da dor que me consumia por dentro. As palavras de Carlos ecoavam na minha mente como um disco arranhado que se recusa a parar: "Eu estava começando a gostar para valer do Raul".
Até onde Carlos queria ir com essa confissão cruel? Será que ele planejava me enganar indefinidamente, mantendo-me como um fantoche em suas mãos enquanto construía uma vida real com Raul? Ou será que estava apenas esperando o momento certo para me descartar como um brinquedo quebrado, substituível e esquecível?
Mas sabe de uma coisa? Não sei qual situação seria menos dolorosa. A verdade nua e crua era que eu estava despedaçado, completamente destroçado por dentro. Era uma dor diferente de tudo que já havia sentido - não era apenas tristeza, era como se alguém tivesse arrancado uma parte essencial de mim e deixado um buraco sangrento no lugar. Uma dor que me fez despencar no fundo do poço mais escuro da minha alma.
Como eu já havia revelado nos capítulos anteriores, eu estava completamente apaixonado por Carlos. Perdidamente, estupidamente, cegamente apaixonado. E foi exatamente essa cegueira que me tornou o idiota perfeito enquanto ele e Raul teciam sua teia de traição bem debaixo do meu nariz.
As memórias começaram a se reorganizar na minha mente como peças de um quebra-cabeça macabro. Quantas vezes Raul não me olhara com aquele ar de superioridade mal disfarçada? Quantas vezes não captei aquele brilho triunfante em seus olhos, como se ele guardasse um segredo delicioso que eu era incapaz de decifrar?
Agora tudo fazia sentido. O jeito que ele me observava durante as aulas, aquele sorriso de canto que eu ingenuamente interpretava como amizade. Era como se ele estivesse gritando silenciosamente: "Dormi com seu namorado, seu troxa! Você é um completo idiota! Você não me quer, mas seu namorado.. ele me quer!"
Como pude ser tão ingênuo? Tão patéticamente cego? As pistas estavam todas lá, espalhadas como migalhas de pão numa trilha que eu me recusei a seguir. Os olhares cúmplices que fingia não ver, as conversas que cessavam abruptamente quando eu chegava, a forma como Carlos às vezes parecia distante após as aulas - momentos em que provavelmente estava revivendo seus encontros secretos.
Eu havia escolhido viver na negação porque era mais confortável do que enfrentar a possibilidade de que minha história de amor fosse apenas uma ilusão bem construída.
O som estridente do meu telefone cortou o ar salgado como uma lâmina. Carlos. Claro que era Carlos. Provavelmente ligando para tentar "explicar" novamente, para me convencer de que eu havia entendido tudo errado, que havia uma justificativa romântica para sua traição.
Vi as notificações de mensagem acumulando na tela, mas não tive coragem de abrir. Não queria ler suas desculpas esfarrapadas, suas tentativas de minimizar o que havia feito, suas promessas vazias de que mudaria. Algumas feridas são profundas demais para serem curadas com palavras, e a minha alma estava sangrando tanto que temia morrer ali mesmo, naquela praia que testemunhara o fim da minha inocência.
Desliguei o telefone com mãos trêmulas e abri o aplicativo do Uber. Precisava sair dali. Precisava ir para casa, para o único lugar no mundo onde ainda me sentia minimamente seguro.
Durante os quarenta minutos de viagem, permaneci em silêncio absoluto. O motorista tentou puxar conversa algumas vezes, mas deve ter percebido pelo meu rosto inchado e olhos vermelhos que eu não estava em condições de civilidade básica. O trajeto passou como um borrão de luzes e sombras, enquanto eu me afundava cada vez mais no abismo da minha própria dor.
Quando finalmente cheguei em casa. Meu pai não estava - pelo menos isso. Não teria forças para explicar por que havia voltado mais cedo do meu "final de semana romântico".
Tranquei-me no meu quarto e deixei meu corpo desabar na cama que ainda cheirava ao perfume que Carlos havia me dado no nosso primeiro mês de namoro. Até o aroma conspirava contra mim, lembrando-me de momentos que agora pareciam contaminados pela mentira.
Naquela noite, meu quarto se transformou no meu refúgio - as quatro paredes que me conheciam no último ano e que agora testemunhariam minha primeira grande desilusão amorosa. Não queria falar com ninguém, não queria explicações, não queria conselhos bem-intencionados ou abraços de consolo.
Queria apenas chorar.
E chorei. Chorei como uma criança que acabara de descobrir que o mundo não é o lugar seguro e previsível que imaginava. Chorei pela ingenuidade perdida, pelo amor desperdiçado, pela confiança pisoteada. Chorei pela versão de mim mesmo que havia morrido naquela casa de praia, deixando em seu lugar um jovem ferido e desconfiado que eu ainda não sabia como ser.
O travesseiro absorveu minhas lágrimas como um confessor silencioso, guardando os segredos da minha dor enquanto eu me entregava completamente ao luto pelo que havíamos sido - ou pelo que eu pensara que éramos.
Naquela noite escura da alma, com apenas a lua como testemunha da minha agonia, comecei a entender que algumas tempestades não apenas passam por nós - elas nos transformam para sempre, deixando cicatrizes que nunca desaparecem completamente.
E assim, no silêncio sepulcral do meu quarto, iniciei o longo e doloroso processo de me recolher dos destroços do que um dia foi o grande amor da minha vida.


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Nome do conto:
GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ ~ [58] ~ UMA GRANDE TEMPESTADE

Codigo do conto:
241015

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
27/08/2025

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