GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ ~ [65] ~ A CRUZ E A ESPADA




Aquela pequena discussão com o Haroldo me deixou totalmente sem paciência, principalmente a maneira que o Guto me tratou e tratou o Haroldo. Era como se ele passasse pano ou coisa do tipo para um cara que era ex-marido dele. Tudo bem que eu era novo na época, mas como já disse, eu estava em processo de amadurecimento. A forma como Guto se posicionou naquela situação me incomodou profundamente, ele tentou minimizar as ofensas do Haroldo, como se fosse algo normal, aceitável. Eu me senti desrespeitado, diminuído diante de todos ali.
Durante alguns minutos fechei a minha cara, fiquei de cara feia. O Guto tentava falar comigo, mas eu respondia pontualmente: sim ou não, quero, não quero. A verdade é que eu estava de saco cheio. Não queria mais estar ali, cercado por pessoas que eu mal conhecia, fingindo que estava tudo bem quando na verdade eu me sentia como um acessório na vida do Guto, o garotinho novo que ele levava para impressionar os amigos.
— Lucas, para com essa cara feia, vem cá — disse o Guto se aproximando de mim.
— Não tenho cara feia, só não estou a fim de fingir que está tudo bem — respondi secamente.
— Que isso, amor, o Haroldo não quis ofender, ele só...
— Ele só o quê, Guto? Só me chamou de pirralho interesseiro? Só disse que basta estalar os dedos e você tá feito um cachorrinho? — minha voz saiu mais alta do que eu queria.
E foi então que tomei minha decisão. Falei pro Guto que estava indo embora.
— Você já vai embora? Tá cedo, não foi esse o combinado — disse o Guto com um tom de surpresa.
— Não tô a fim de ficar aqui, e eu vou embora. Não gostei do que você fez.
— Me desculpa, eu não falei aquilo por mal, perdão por favor — disse o Guto, com os olhos já demonstrando preocupação.
— Guto, não tô a fim. Vai aproveitar a festa da sua amiga, que o melhor que eu faço é ir embora.
— Não quero que você vá embora, Lucas. Fica por favor, quero dormir com você.
— Mas eu não quero dormir com você. Tô chateado, depois a gente se fala.
E então friamente fui embora sem me despedir de ninguém. Afinal, não era um ambiente que eu conhecia todo mundo, só estava ali para fazer companhia para o Guto que passou a semana falando nessa festa, e não queria ter que cruzar com o Haroldo novamente. Quando eu estava no Uber resolvi mandar uma mensagem para o Luke. Era uma boa oportunidade para fugir da rotina, então mandei "de bobeira?" e alguns segundos ele respondeu "tô no barzinho com uns amigos da faculdade, mas vou já pra casa!" Então respondi "a fim?" e ele então respondeu "sim, chego na minha casa em 20 min".
E então mudei o destino do Uber, e lá estava eu indo ao encontro do Luke.
Quero explicar uma coisa que talvez não tenha ficado clara: eu estava me relacionando com o Guto e com o Luke ao mesmo tempo. Eram pessoas totalmente distintas uma da outra. De um lado Guto, um médico formado de 43 anos que pagava tudo pra mim. Não que eu fosse uma pessoa interesseira, nunca me importei com dinheiro, mas era uma situação nova, ter alguém bancando viagens, jantares, diversão, comida. Esse era um papel no qual eu nunca tinha estado, apesar de que o Carlos pagava muita coisa também, mas não era algo tão explícito como era com o Guto.
E com o Luke, apesar dele ser muito rico, ele não era o tipo que pagava as coisas para mim ou nem dava bons presentes. Era algo mais neutro. E voltando à diferença entre Luke e Guto: se de um lado o Guto tinha 43, do outro tinha o Luke com 18, começando a vida igual a mim. E quando eu falo começar a vida, não era necessariamente estar numa faculdade, era começar a ter problemas e responsabilidades.
Hoje, olhando tudo isso e fazendo essa análise, eu vejo que o futuro com o Guto sempre iria ser uma coisa que não iria dar certo a longo prazo. Talvez funcionasse ali, com a nossa química, nossos desejos um pelo outro, mas tínhamos cabeças bem diferentes. Era como aqueles filmes onde você vê dois protagonistas claramente incompatíveis tentando forçar algo que não vai fluir naturalmente, tipo "Como Perder um Homem em 10 Dias", só que na vida real, sem o final feliz hollywoodiano.
Com o Guto, eu me sentia numa dinâmica estranha. Ele queria me mostrar o mundo dele, me incluir no círculo social dele, mas eu não pertencia àquele lugar. Eu era o garoto de 18 anos tentando se encaixar num ambiente de adultos de 40 e poucos anos, com suas conversas sobre carreira consolidada, investimentos, relacionamentos passados que duraram anos. Era como se eu fosse um peixe fora d'água, e eventos como aquela festa só evidenciavam isso.
Como eu disse, eu estava num triângulo. Eu ficava com o Guto e ele não suspeitava que eu estava com o Luke também, e assim era a mesma coisa com o Luke. A gente não firmou uma volta de namoro, era algo carnal também. Eu mandava mensagem chamando ele pra transar, e ele me atendia. Às vezes ele mandava mensagem e eu ia, mas normalmente era eu quem procurava o Luke. Apesar de sempre acabar em alguma discussão, na maioria das vezes era o Luke que me satisfazia 100% na cama.
Como vocês sabem, eu era somente ativo com o Guto, e eu estava me descobrindo uma pessoa dominante, mas muitas vezes eu fazia as coisas com o Guto como eu gostaria que fizessem comigo. E isso me lembrava o Carlos, a maneira que ele transava comigo, forte e com pegada. Algumas memórias daquela intensidade ainda me assombravam, principalmente nos momentos mais íntimos. Carlos tinha uma forma de me tocar que fazia meu corpo inteiro vibrar, uma maneira de sussurrar no meu ouvido que me deixava completamente entregue.
Enfim, eu estava num verdadeiro dilema e eu queria aproveitar o máximo. Não estava nos meus planos assumir um namoro com o Guto, assim como também não estava nos meus planos assumir novamente um namoro com o Luke. Ali no meu auge dos 18 anos eu queria diversão, eu queria curtir a vida. Era minha fase de experimentação, de descobrir quem eu era sem compromissos sérios, sem ter que me preocupar em agradar ninguém além de mim mesmo.
Depois que cheguei no prédio do Luke, ainda demorou alguns minutos e logo ele saltou do Uber. Olhei para ele e ele estava lindo como sempre. Nos cumprimentamos como dois amigos normais, e então subimos para o seu apartamento. E assim que a porta se fechou, a coisa pegou fogo.
Luke estava claramente alterado pelo álcool, seus olhos tinham aquele brilho característico e seus movimentos eram ligeiramente mais lentos, mais sensuais. Ele se aproximou de mim devagar, com um sorriso malicioso nos lábios.
— Saudades da minha pica? — ele perguntou, passando os dedos pela minha camisa.
— Sim, saudades da sua pica grande e grossa — respondi, já sentindo meu corpo reagir à proximidade dele.
Luke riu baixinho e se afastou, caminhando até a cozinha para pegar uma água. Eu o segui, hipnotizado pela forma como ele se movia. Quando ele se virou, nossos olhos se encontraram e a tensão no ar era palpável.
— Você tem sede de quê, Lucas? — ele perguntou, com aquele tom provocativo que eu conhecia bem.
— Você sabe muito bem — respondi, me aproximando dele.
Mas Luke recuou um passo, ainda sorrindo. Ele estava claramente se divertindo em me provocar.
— Sei de nada. Você vai ter que me falar — ele sussurrou, passando a língua pelos lábios.
Minha respiração ficou mais pesada. Luke sabia exatamente como me deixar louco de desejo.
— Luke, para com essa provocação — eu disse, tentando puxá-lo para perto.
— Que provocação? — ele fingiu inocência, colocando as mãos no meu peito e me empurrando gentilmente contra a parede da cozinha. — Eu só quero saber o que você quer.
Seus dedos brincavam com os botões da minha camisa enquanto ele falava, e eu podia sentir seu hálito com leve cheiro de cerveja perto do meu rosto.
— Eu quero você — respondi, minha voz saindo mais rouca do que eu esperava.
— Quer como? — ele continuou provocando, beijando levemente meu pescoço. — Tem que ser mais específico.
Luke estava claramente se divertindo com meu desespero crescente. Cada beijo que ele dava no meu pescoço era seguido de um afastamento, cada toque era calculado para me deixar querendo mais.
— Luke, pelo amor de Deus — eu praticamente implorei.
— Pelo amor de Deus o quê? — ele riu contra minha pele, fazendo um arrepio percorrer toda minha espinha.
Suas mãos desceram até minha cintura, me puxando contra ele, e eu pude sentir que ele estava tão excitado quanto eu. Mas mesmo assim ele continuou com aquela tortura doce.
— Me beija — eu pedi, já sem qualquer orgulho.
— Pediu tão bonitinho — ele sussurrou no meu ouvido, mordiscando levemente o lóbulo da minha orelha.
Quando nossos lábios finalmente se encontraram, foi como uma explosão. Luke beijava devagar, saboreando cada momento, fazendo questão de me deixar completamente entregue antes de intensificar. Suas mãos exploravam meu corpo por cima da roupa, e cada toque era uma promessa do que estava por vir.
— Seu quarto — eu consegui dizer entre um beijo e outro.
— Com pressa? — ele provocou mais uma vez, mas já me puxava pelo corredor.
No quarto, Luke continuou com aquela deliciosa tortura. Ele me despia devagar, beijando cada pedaço de pele que ficava exposto. Quando eu tentava acelerar as coisas, ele segurava minhas mãos e balançava a cabeça.
— Calma, Lucas. A gente tem a noite toda — ele dizia, mesmo sabendo que eu estava quase subindo pelas paredes de tanto desejo.
E foi exatamente assim que transcorreram as próximas horas - Luke me levando ao limite da loucura com seus toques calculados, seus beijos estratégicos, suas provocações sussurradas no meu ouvido. Era uma dança sensual onde ele claramente dominava o ritmo, e eu me entregava completamente àquela experiência intensa e avassaladora, só eu sei o quanto eu gostava de ter meu rabo sendo fodido pelo Luke, além do amor que eu sentia por ele, sem dúvidas eu tinha um amor de pica muito grande pelo Luke.
O Luke estava tomando banho, então peguei meu celular. Tinha várias mensagens e ligações do Guto: "onde você tá?!" "por que não me atende" "venha pra minha casa" "vou pedir seu Uber!" "me desculpa pfvr". A verdade era que eu estava de saco cheio e um pouco saturado de tudo. Apesar de o Luke ter sido incrível comigo, eu estava totalmente sem forças e tesão para estender ou até mesmo encontrar com o Guto.
Então, assim que o Luke saiu do banho, eu já estava pronto e vestido. Disse a ele que tinha que ir embora. A gente trocou um beijo e então fui embora. Talvez até algumas pessoas me achem um tanto frio como eu tratei o Luke depois de "usar" ele, mas aquele era o meu novo eu. Eu não queria qualquer laço emocional com ninguém, e eu sabia que eu teria uma forte tendência de ter esse laço com o Luke. Não sei se ele se sentia machucado com essa minha atitude de mudar completamente após o sexo, mas aquele era o meu eu naquela época.
Quando cheguei em casa, já tarde da noite, tive uma surpresa. Carlos estava lá, sozinho no meu quarto, brincando com Thanos. Olhei assustado e disse:
— O que você tá fazendo aqui?
— Vim ver o Thanos, tava com saudades dele. E seu irmão deixou eu esperar aqui, não sabia se você ia demorar ou não. Espero que não tenha nenhum problema.
— Já estou aqui, pode ir embora — falei friamente.
— Lucas, vem cá por favor, vamos conversar.
— Não tenho nada pra conversar com você, Carlos. Cadê seu namoradinho, seu grande amor da sua vida?
— Lucas, por favor... — falou Carlos com um olhar que parecia que tinha atravessado a minha alma.
Naquele momento, olhando para ele ali no meu quarto, com Thanos deitado aos seus pés como se fosse a coisa mais natural do mundo, eu senti meu estômago dar um nó. Carlos estava diferente, mais maduro, mais bonito até. Seus olhos tinham a mesma intensidade de sempre, mas havia algo novo ali, uma vulnerabilidade que eu não estava acostumado a ver.
— Não, Carlos. Não vou cair nessa de novo — eu disse, tentando manter a firmeza na voz, mas por dentro eu já sentia minhas defesas se desmoronando.
Ele se levantou devagar, e Thanos o seguiu com o rabo balançando. Até meu próprio cachorro parecia ter traído, demonstrando claramente que sentia falta dele.
— Eu quero conversar com você, sinto sua falta — ele disse, simplesmente.
— Não temos nada do que conversar, tudo já foi resolvido! — consegui responder, fingindo indiferença.
— E daí que eu cometi o maior erro da minha vida, Lucas… E daí que não passa um dia que eu não pense em você, no que a gente tinha, no que eu joguei fora.
Meu coração começou a bater mais rápido. Era exatamente isso que eu não queria ouvir. Eram exatamente essas palavras que eu havia sonhado escutar durante meses após nosso término. Mas agora... agora eu estava numa situação completamente diferente, numa fase diferente da minha vida.
E lá estava eu mais uma vez entre a cruz e a espada. Não bastasse o meu triângulo amoroso que eu estava vivendo com o Luke e o Guto, será que eu iria me render aos charmes do Carlos mais uma vez?


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Comentários


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morsolix Comentou em 11/09/2025

Essa história nunca termina? Acho que já deu




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Nome do conto:
GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ ~ [65] ~ A CRUZ E A ESPADA

Codigo do conto:
242199

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
11/09/2025

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