Depois daquele dia, eu não pensava em outra coisa. Estava sempre tentando encontrar uma brecha para reviver aquela sensação proibida. Perguntava para minha mãe a que horas ela sairia, se o Bruno viria, se dormiria em casa. Chegava mais cedo da escola só para ter uma chance de espiar algo diferente. Até de madrugada eu já havia me levantado, em silêncio, só para ver se ouvia algum ruído suspeito. Mas nada parecia acontecer.
Até que, numa tarde, voltando da casa do meu pai por volta das seis, fui direto ao quarto da minha mãe. No banheiro, o detalhe me paralisou: dentro do lixo havia duas camisinhas. Uma, já aberta, mostrava claramente sinais de ter sido usada — ainda úmida, com o líquido esbranquiçado escorrendo. A outra estava amarrada, inchada, guardando dentro de si aquele gozo quente e pulsante. Peguei-a na mão e percebi: ainda estava morna, exalando um cheiro forte e recente.
O coração disparou. Fechei a porta com cuidado, trazendo a camisinha para mais perto do rosto, quase hipnotizada pela cena que tinha diante de mim. Foi quando ouvi a voz da minha mãe chamando:
— Cris!
Assustada, respondi rápido:
— Já tô indo, tô terminando aqui!
Guardei às pressas a camisinha comigo e saí do banheiro. Ao passar pelo quarto, notei que a cama ainda estava desarrumada, lençóis embolados, marcas de suor e um cheiro denso no ar, como se o ato tivesse acontecido minutos antes.
Na sala, tentei disfarçar, mas logo a porta se abriu. Bruno chegou tranquilo, carregando um refrigerante na mão. Minha mãe sorriu e disse com naturalidade:
— Hoje o Bruno vai dormir aqui com a gente...