O banheiro era minúsculo, apertado. Mal conseguimos fechar a porta atrás de nós. O espaço cheirava a desinfetante e mistério. Ela me empurrou contra a parede, seu corpo moldando-se ao meu no espaço confinado.
"Agora ninguém vai nos perturbar," disse ela, seus lábios encontrando os meus em um beijo que era pura urgência.
Nas sombras tremulas do banheiro em movimento, nossas mãos exploravam o que antes só podia ser admirado à distância. Seu vestido azul subiu até sua cintura, minha mão descansando em sua coxa nua. O barulho do ônibus cobria nossos sussurros, nossos gemidos abafados.
Cada solavanco na estrada nos aproximava, esfregava nossos corpos um no outro de maneira irresistível. Era proibido, era perigoso, era delicioso. E naqueles minutos roubados, enquanto o mundo passava lá fora, nós éramos os únicos habitantes de um universo particular, movendo-nos ao ritmo secreto da estrada e do desejo.
O ônibus acelerou em uma curva mais fechada, e o movimento nos jogou ainda mais juntos no espaço exíguo do banheiro. Meu corpo pressionou o dela contra a pia, e um gemido abafado escapou de seus lábios. O barulho dos pneus no asfalto e o ronco constante do motor eram nossa cortina de som perfeita.
Ela deslizou as mãos por baixo da minha camisa, suas unhas traçando linhas de fogo pelas minhas costas. "Estávamos esperando por isso desde que você sentou ao meu lado, não estávamos?" sussurrei contra seu pescoço, sentindo o pulso acelerado sob sua pele.
Em resposta, ela agarrou a nuca da minha camisa e puxou-me para outro beijo, mais profundo, mais devorador. Suas mãos trabalharam rápido, desabotoando meu jeans com uma urgência que me fez perder o fôlego. O barulho do zíper abrindo se perdeu no rangido do ônibus.
De minhas calças caídas, peguei a caixinha de preservativo que tinha na carteira. Nossos olhos se encontraram por um segundo - um silêncio carregado de consentimento e desejo. Ela assentiu quase imperceptivelmente, seus olhos escuros prometendo tudo e nada ao mesmo tempo.
A ajudou a subir no pequeno lavatório, afastando seu vestido. O ônibus balançava como um barco no mar, e cada movimento era um convite, uma provocação. Quando a penetrei, foi ao som de um suspiro roubado que se perdeu no ruído da estrada. Seus dedos agarravam meus ombros, suas pernas se apertavam em torno de minha cintura.
O movimento constante do veículo ditava nosso ritmo - às vezes suave e ondulante, outras vezes abrupto e urgente. Seus gemidos eram abafados contra meu ombro, seus dentes mordendo o tecido da minha camisa para silenciar os sons mais altos. Eu sussurrava coisas em seu ouvido - palavras sujas, elogios, promessas que sabíamos não poderíamos cumprir.
Em um ponto, o ônibus freou mais bruscamente, e o movimento nos empurrou juntos com uma força que fez seus olhos se arregalarem por um segundo antes de fecharem em êxtase. Suas unhas cravavam em minhas costas através da camisa, marcando o ritmo de nossos corpos em sincronia.
Quando senti seus músculos se contraírem ao meu redor, cobri sua boca com minha mão para abafar seu grito. Seu corpo tremia violentamente contra o meu, e foi o suficiente para me levar ao limite. Enterrei o rosto em seu pescoço, mordendo suavemente sua pele enquanto encontrava meu próprio release.
Ficamos assim por um longo minuto, ofegantes, nossos corpos ainda unidos, tentando recuperar o fôlego naquele cubículo abafado. O som da estrada era o único testemunho do que havia acontecido.
Ela desceu do lavatório com pernas trêmulas, arrumando seu vestido. Nosso silêncio era mais eloquente que qualquer palavra. Quando saímos do banheiro, o ônibus continuava sua jornada noturna, indiferente. Ela voltou para seu assento, eu para o meu. Nossos olhares se cruzaram uma última vez - um segredo que ficaria para sempre entre nós, na escuridão da estrada entre Minas e São Paulo.
Amigo, que bela viagem. S2 Betto o admirador do que é belo S2