Meu nome é Rosa. Tenho 38 anos, baixinha, com quadris largos e curvas que já não olho no espelho com a mesma admiração de antes. Sou casada há quase quinze anos, mas há muito aprendi a me acostumar com o silêncio que se instalou entre meu marido e eu. O toque, os sorrisos cúmplices, a conversa que faz o tempo voar… tudo parece ter se esvanecido.
O trabalho sempre foi um refúgio. Na empresa onde atuo há quase sete anos, organizo, coordeno, cuido de prazos e detalhes que parecem pequenos para os outros, mas que me dão uma sensação de propósito. Até que Anderson apareceu.
Ele é o encarregado da minha equipe: alto, firme, com uma calma que, de alguma forma, sempre me desarma. E há algo em seu jeito de olhar, de perceber pequenas coisas, que me faz sentir… vista.
Hoje, como todos os dias, ele passou pelo meu setor com aquele sorriso discreto, oferecendo ajuda em algo que eu provavelmente conseguiria sozinha. Mas não consegui recusar.
— Rosa, quer que eu cuide disso? — perguntou, sem pressa, como se o mundo pudesse esperar.
Sorri, meio sem jeito. E ali, naquela frase simples, senti meu coração acelerar. Não era só simpatia ou gentileza; havia algo mais, silencioso, quase imperceptível, mas impossível de ignorar.
Nos dias seguintes, percebi que minha atenção se desviava facilmente para ele. Não era apenas física; era algo mais profundo. Cada palavra sua ficava comigo, cada gesto, cada olhar. Meu casamento, por outro lado, parecia se dissolver mais a cada noite silenciosa. Meu marido chegava, cumprimentava, e o resto do tempo era preenchido por rotina e hábitos que antes me davam conforto, mas agora me sentia apenas vazia.
Anderson, no entanto, não tinha pressa. Ele perguntava sobre minha família, comentava pequenas coisas sobre o dia a dia, mas sempre com respeito. Aquela atenção, simples e sincera, era como uma brisa leve num verão sufocante.
E eu me sentia viva novamente.
– Proximidade Silenciosa
Certa tarde, estávamos organizando uma entrega importante. Ele se inclinou para me mostrar algo no computador, e senti seu braço quase encostar no meu. Meu coração disparou. Por um instante, meus pensamentos foram um turbilhão: “Não posso me deixar levar. Sou casada.” Mas a sensação de ser valorizada, de ser notada, era irresistível.
Ele percebeu meu nervosismo, e apenas sorriu. Não disse nada, mas naquele sorriso havia compreensão e algo que eu não conseguia nomear. Algo que me fez desejar permanecer ali, naquele instante, ainda que por alguns segundos.
Em casa, à noite, sentada na cama enquanto meu marido dormia ao meu lado, eu pensava nele. Anderson não fazia nada de errado, não me pedia nada além do que a gentileza natural de quem se importa. E, mesmo assim, me sentia culpada por sentir tanto.
Comecei a escrever em segredo. Palavras que nunca disseram nada além de rotina começaram a se transformar em sentimentos que eu não ousava pronunciar. Escrevia para mim mesma, confessando minha solidão, minha necessidade de atenção e o quanto sentir-se desejada, mesmo que de forma silenciosa, era poderoso.
Com o tempo, percebi que não se tratava apenas de Anderson. Ele foi o catalisador, mas o que realmente despertava era a mim mesma. O desejo de me sentir viva, de me valorizar, de me permitir pequenas alegrias e olhares que aquecem a alma.
E assim, cada gesto, cada sorriso e cada conversa com ele se tornou uma forma de redescobrir quem eu sou. Não precisei transgredir; bastou abrir meu coração para sentir novamente, para viver o simples prazer de ser vista, compreendida e apreciada.
Meu coração sempre foi cauteloso, mas com Anderson tudo parecia diferente. Não era apenas sua atenção; era a forma como ele olhava, como seu sorriso chegava aos olhos e parecia aquecer minha pele.
No dia seguinte, enquanto organizávamos papéis em seu escritório, nossas mãos se tocaram por acaso. Um simples encostar de dedos e algo explodiu dentro de mim. Ele olhou para mim, demorou um instante, e então sorriu. logo em seguida saiu pra resolver umas coisas em outro departamento e já não nos vimos mais até então.
A tarde todos já haviam ido embora e aproveitei para terminar a organização nas prateleiras, o Anderson chegou que nem vi, e quando percebi, tomei um baita susto!
— Você está nervosa, Rosa? — perguntou, com aquela voz calma que sempre me desarmava.
Antes que eu pudesse responder, ele inclinou-se e meus lábios se encontraram com os dele. Não foi um beijo rápido; foi ardente, cheio de desejo contido, mas também de cuidado. Um abraço se seguiu, apertado, como se o mundo pudesse desaparecer ao nosso redor.
Desde aquele dia, nossos encontros no trabalho mudaram. Cada proximidade era carregada de tensão e expectativa. Um toque de braço ao passar, mãos que se encontravam nos papéis, risos que escapavam sem querer — tudo carregava uma eletricidade que eu não conseguia ignorar.
Um dia, ele se aproximou por trás enquanto eu organizava algumas caixas. Encostou a mão em minha cintura, e meu corpo respondeu automaticamente. Me virei, e nossos lábios se encontraram de novo. O beijo foi mais profundo, mais urgente, mas ainda assim cheio de cuidado. Cada abraço durava segundos preciosos, mas parecia uma eternidade.
Não precisamos falar nada. Às vezes, nossos olhares dizem tudo. No fim do expediente, Anderson segurava minha mão por alguns segundos a mais do que o necessário. O toque quente, o aperto firme, eram pequenos gestos que me faziam sentir viva.
Nos corredores, nos elevadores, nos papéis e reuniões… cada momento se transformava em oportunidade de proximidade. O mundo podia estar observando, mas dentro daquele espaço compartilhado, éramos apenas nós dois.
Finalmente, ele me convidou para um café. Sentamos em uma uma mesa bem no fundo de uma pequena cafeteria, e a conversa fluiu como nunca antes. Rimos, compartilhamos histórias de vida, e a tensão do dia a dia se dissolveu.
Antes de nos levantarmos para ir embora, Anderson me segurou pela cintura, aproximando-me de si. O beijo que se seguiu foi intenso e ardente. Me envolveu em seus braços, e senti o calor dele me envolver completamente. Eu estava segura, desejada e viva, e ficamos ali por alguns minutos , querendo que o tempo passasse bem devagar
Os dias seguintes foram preenchidos por pequenos encontros — beijos roubados nos corredores, abraços que duravam segundos eternos, e o calor da presença um do outro sempre próximo. Cada toque carregava a promessa de mais, cada olhar era um convite silencioso.
E quando finalmente nos deixávamos levar, o mundo desaparecia. Abraços apertados, mãos entrelaçadas, e beijos que queimavam, mas sempre respeitosos, sempre carinhosos. Não era sobre pressa; era sobre sentir e aproveitar cada momento juntos.
Eu nunca imaginei que amor pudesse ser tão silencioso e, ao mesmo tempo, tão forte. Não houve promessas, nem palavras grandes — apenas olhares que diziam tudo o que o coração escondia há tanto tempo. Naquele dia ele me convidou para uma café, e disse que não seria na cafeteria, mas que faria pessoalmente um café pra nós dois em sua casa. eu estava completamente a merce daquele homem, e apenas balancei a cabeça positivamente.
Naquela noite, o céu parecia em paz. O vento leve entrava pela janela, e eu podia ouvir meu próprio coração batendo, acelerado, quando Anderson segurou minha mão. O toque era firme, mas cheio de cuidado, como se pedisse permissão para estar ali — não apenas comigo, mas dentro da minha história.
Olhei em seus olhos e vi o reflexo da mulher que eu voltava a ser. Sem medo, sem pressa, sem o peso do passado. Ele me abraçou, e naquele abraço havia o mundo inteiro: carinho, respeito e desejo de um amor verdadeiro.
Quando nossos rostos se aproximaram, o beijo veio calmo, profundo, cheio de sentimento. Era como se cada respiração dissesse “você está segura”. E eu estava. Pela primeira vez, não senti culpa nem vazio — apenas paz.
As horas se tornaram leves. O tempo, suspenso. E ali, naquele espaço entre o agora e o sempre, eu me entreguei — não apenas a ele, mas a mim mesma. Entreguei o medo, a solidão, a ausência. Entreguei a mulher que esperava ser amada de novo. Aquele homem que eu desejava tanto, me seduziu, eu sentia sua mão pesadas, mas carinhosas, me pegando de todas as formas. Ele me preencheu completamente de todas as formas, e num m misto de paixão e loucura, cheguei ao extase, gemendo bano ouvido dele, foi magico! Eu estava viva!
E quando tudo silenciou, restaram apenas dois corações batendo no mesmo compasso.
Anderson passou a mão em meu cabelo e sussurrou meu nome como quem guarda um segredo bonito. Sorri, com lágrimas nos olhos, e percebi: não era apenas o começo de um romance, era o renascimento de tudo o que eu havia esquecido sentir.
Saímos e ele me deixou a dois quarteirões da minha casa. Desci do carro e fui caminhando , pensando no quanto eu estava feliz, e realizada! continua......