No trampo, a Michele tá diferente. Ela é minha colega, senta do meu lado. Chega com cara de preocupada, e fica o tempo todo no celular checando se o marido respondeu.
A gota d’água foi quando ela me puxou no corredor, perto da impressora.
“Diego, preciso desabafar”, ela falou, com a voz embargada. “O Alisson tá impossível. Chega tarde todo dia, diz que é hora extra. Terça-feira chegou às 23h, jantou e caiu direto na cama. Nem me beijou direito.”
Meu estômago embrulhou. Na terça, a Vivi tinha “ido jantar com ex-colegas da faculdade” justo no horário que o Alisson tava “fazendo hora extra”.
“Ah, Michele”, eu falei, tentando soar natural, “ele tá se matando de trabalhar, e você duvidando do cara? Te liga, né? É fase. Logo isso passa.”
Ela balançou a cabeça, conformada. “É, você tem razão. Tô sendo dramática. É que… às vezes ele fica grosseiro comigo. Mas deve ser cansaço, né?”
“Com certeza”, eu disse, enquanto por dentro eu tava gritando.
Naquele mesmo dia, à noite, a Vivi chegou mais tarde ainda.
“Amor, fiquei na casa da Ana e perdi a hora. Nem imagina o trânsito!”
Ela se aproximou de mim com um ar desconfiado, aquele cheiro de sabonete barato de motel pairando no ar. Deu um beijo de lado e tentou ir direto pro banheiro.
Mas algo em mim estalou.
Antes que ela entrasse no banheiro, puxei ela pelo braço, mais bruto do que devia. “Vem cá.”
Ela arregalou os olhos, mas não resistiu. Levei ela pro quarto e empurrei na cama.
“Fica de quatro”, ordenei, com a voz grossa.
Ela obedeceu, de joelhos na cama, aquele quadril largo que sempre me deixou louco agora parecendo um território invadido.
Mas eu não entrei. Não dessa vez.
Caí de joelhos atrás dela e abri aquela bunda com as mãos. A boceta dela ainda estava inchada, vermelha, com aquele brilho de quem já tinha transado há poucas horas. Dava pra ver que tinha sido bom. Que ele tinha sido bom.
E então eu mergulhei.
Minha língua foi direto no ponto – naquele grelinho inchado que ainda pulsava, na entrada da xereca que escorria um melzinho transparente. Era o gosto dele misturado com ela. Um gosto salgado, ácido, deliciosamente nojento.
“Ai, Diego… assim…”, ela gemeu, jogando a bunda pra trás, na minha cara.
Eu chupava com uma fome que assustaria um leão. Lambia tudo, bebia tudo, tentando sugar cada gota de porra que ele tinha deixado dentro dela. Minha língua entrava fundo, procurando o rastro dele nas paredes quentes da boceta dela.
“Você tá uma fera hoje!”, ela gritou, gozando na minha boca.
E eu não parei. Continuei chupando, lambendo, comendo aquela buceta como se minha vida dependesse disso. Queria limpar ela dele com minha boca. Queria ser o último gosto que ela sentisse.
Quando me levantei, precisei penetrá-la, mesmo isso não me excitando nem um pouco. O que o lado mais obscuro dos meus desejos queria, eu já tinha conseguido: o sabor incrivelmente delicioso de Alisson! Esse sentimento me deu o fogo que precisava para metê-la — uma boceta arregacada, que meu pau pequeno e fino não dava conta de preencher.
No fim, gozei, virei de costas e fui tomar banho com o gosto deles ainda na boca.
Aquele sabor não era de derrota. Era de vitória. Podia ser amargo, afinal, outro homem tinha estado ali primeiro.
Mas, estranhamente, eu me sentia realizado.
