A porta da sala de reuniões deslizou sem ruído ao ser empurrada. O cheiro de couro novo e cera de mobília misturava-se a algo mais sutil: o aroma adocicado de suor nervoso e loção corporal masculina, algo cítrico, quase imperceptível. Mas ele estava ali. Exatamente como havia sido ordenado.
Ajoelhado sobre o tapete persa, as mãos apoiadas nas coxas nuas — a calça social aberta no zíper, revelando a cueca boxer preta esticada sobre uma ereção já evidente — Daniel, 28 anos, mantinha a cabeça baixa, a coluna arqueada em uma curva perfeita de submissão. Os cabelos castanho-escuros, normalmente penteados para trás, caíam desalinhados sobre a testa, úmidos de suor. A camisa social branca, amassada nas costas pela posição, adería à pele levemente brilhante de excitação. Ele não se mexeu ao ouvir a porta abrir, mas os dedos afundaram um pouco mais na própria carne, as unhas marcando meias-luas pálidas nas coxas.
— Bom garoto — a voz de Carlos foi baixa, arrastada, como mel derramado sobre brasas. Ele deixou a porta fechar-se atrás de si com um clique suave, o som ecoando no espaço vazio. A sala de reuniões, normalmente fria e impessoal com sua mesa de vidro e cadeiras de designer, havia sido transformada em um altar particular de prazer e obediência.
Carlos avançou com passos medidos, os sapatos de couro italiano rangendo quase imperceptivelmente. A caixa de mogno que carregava — uma peça envernizada, com fechos de latão que brilhavam sob a luz indireta — foi depositada sobre a mesa com um baque surdo. O som fez Daniel estremecer, os ombros tensionando-se por um segundo antes que ele se forçasse a relaxar. Respirar. Aguardar. Servir.
— Levante-se — a ordem foi seca, mas não rude. Uma afirmação, não um pedido.
Daniel obedeceu com movimentos fluidos, como se cada músculo tivesse sido treinado para aquiescer. Os joelhos doíram levemente ao se desdobrarem, mas ele ignorou a sensação, erguendo-se até ficar de pé, as costas retas, os braços soltos ao lado do corpo. Não se virou. Não ousou. Sabia que os olhos do homem atrás de si estavam queimando cada centímetro de sua postura — a maneira como a camisa se colava às omoplatas, o tecido da calça esticado sobre as nádegas, a respiração ofegante que fazia as costas subirem e descerem em um ritmo acelerado.
Carlos não tocou nele. Não ainda. Em vez disso, abriu a caixa com um gesto lento, quase ceremonial. Dentro, organizados sobre veludo preto, estavam os instrumentos de sua diversão: um chicote de couro trançado, flexível e macio ao toque, mas capaz de deixar marcas vermelhas que durariam dias; um plug anal de silicone, grosso e curvo, com uma base em forma de joia que piscava discretamente ao ser ligado; um par de algemas de couro; uma máscara de latex preta, com aberturas apenas para a boca e o nariz. Seus dedos passearam sobre cada peça, como um maestro escolhendo qual instrumento usaria para compor sua sinfonia.
— Hoje você vai aprender o que é ser usado direito — murmurou, mais para si mesmo do que para o assistente. Pegou o chicote, passando o polegar sobre as tranças de couro, sentindo a textura sedosa. Depois, o plug. O controle remoto era pequeno, cabia perfeitamente em sua palma. Um botão deslizante, marcando intensidades de 1 a 10.
Daniel ouviu o estalo suave do lubrificante sendo aberto. O som o fez engolir em seco, a garganta seca. Ele sabia o que viria. Desejava o que viria. Mas isso não impedia o coração de bater tão forte que podia sentir o sangue latejando nas têmporas.
— Vire-se de costas. Mãos na mesa — a voz de Carlos era um comando hipnótico. Não havia espaço para hesitação.
Daniel girou sobre os calcanhares, os dedos tremendo levemente ao apoiarem-se na superfície fria do vidro. A posição o forçou a arquear as costas ainda mais, empurrando a bunda para trás, oferecendo-se. A cueca, agora úmida na frente, colava-se à pele, delineando cada detalhe de sua excitação. Ele podia sentir o olha de Carlos queimando-o, avaliando-o, como se estivesse medindo o valor de um objeto precioso antes de comprá-lo.
O primeiro toque foi o chicote, deslizando como uma serpente pelas suas costas. Daniel arquejou, os músculos contraindo-se involuntariamente. O couro era frio, quase metálico, mas a promessa de calor — de dor — estava lá, latente.
— Respire — Carlos ordenou, a ponta do chicote traçando um caminho até a cintura de Daniel, onde se deteve, pressionando levemente contra a pele. — Você vai gozar quando eu mandar. Não antes.
— Sim, senhor — a resposta saiu abafada, os dedos de Daniel se crispando sobre o vidro.
Então veio o plug.
Carlos não se apressou. Primeiro, desceu o zíper da calça de Daniel com um gesto lento, deixando o tecido cair até os tornozelos. A cueca foi puxada para baixo com um estalo, liberando a ereção latejante, o saco pesado e contraído de desejo. Daniel mordeu o lábio inferior, contendo um gemido, quando os dedos de Carlos — frios, precisos — espalharam uma generosa quantidade de lubrificante entre suas nádegas.
— Abra para mim — a ordem foi acompanhada por uma pressionada seca do chicote contra a coxa interna, bem próximo aos testículos. Daniel obedeceu imediatamente, afastando as pernas, expondo-se completamente. O ar condicionado da sala fez arrepiarem os pelos finos ao redor do ânus, já úmido e tremendo em antecipação.
O plug foi inserido sem pressa, mas sem gentileza. Carlos girou a ponta arredondada contra o músculo tenso, forçando a entrada com uma pressão firme, implacável. Daniel gemeu, os dedos arranhando o vidro, as pernas tremendo. A sensação de estar sendo esticado, preenchido, era quase insuportável — e exatamente o que ele queria.
— Isso — Carlos sussurrou, empurrando o plug até a base, onde a joia de silicone repousou contra as nádegas de Daniel, piscando em um tom azulado. — Perfeito.
O controle remoto emitiu um bip quase inaudível quando foi ligado. A vibração começou baixa, um zumbido sutil que fez Daniel estremecer, os joelhos fraquejando. Era como se algo vivo estivesse se movendo dentro dele, massajeando, provocando.
— Você está pronto para mais, meu brinquedo? — Carlos passou o chicote pelas costas de Daniel novamente, desta vez com mais pressão, deixando uma linha vermelha que ardia deliciosamente. A outra mão seguiu o controle, o polegar pairando sobre o botão de intensidade.
Daniel respirou fundo, os olhos fechados, os lábios entreabertos. Cada batida do plug dentro dele enviava ondas de prazer direto para a sua pica, que pulsava dolorosamente, desesperada por alívio.
— Sim, senhor — conseguiu dizer, a voz rouca de desejo.
Carlos sorriu. Um sorriso lento, predatório, que nunca chegava aos olhos. Eles permaneciam frios, calculistas, enquanto os dedos apertavam o botão do controle, aumentando a vibração para cinco.
Daniel gritou.
Não foi um som de dor, mas de prazer tão intenso que beirava o insuportável. O plug parecia ter dobrado de tamanho, vibrando contra suas paredes internas, atingindo um ponto que o fez ver estrelas. As pernas tremeram, os quadris empurrando-se para trás, como se ele pudesse tomar mais, mesmo que isso o destruísse.
— Assim — Carlos murmurou, observando o corpo de Daniel se contorcer. Os músculos das costas tensionavam-se, as nádegas contraindo-se ao redor do plug, como se tentassem sugar ainda mais fundo algo que já o preenchia completamente. — Você é tão putinho gostoso quando está assim. Desesperado. Precisando.
O chicote estalou no ar antes de descer, cortando a carne das costas de Daniel com um crack seco. A dor foi aguda, branca, mas durou apenas um segundo antes de se transformar em calor, espalhando-se como lava sob sua pele. Ele gritou novamente, desta vez um som gutural, animal, enquanto o plug continuava a vibrar sem piedade.
— Quantas vezes você se tocou hoje, pensando nisso? — Carlos perguntou, a voz um rosnado baixo enquanto o chicote descia novamente, desta vez nas coxas. Daniel estremeceu, as lágrimas escorrendo pelos cantos dos olhos fechados.
— Três — confessou, a palavra saindo como um soluço. — Três vezes, senhor. Mas não gozei. Não sem permissão.
— Bom garoto — Carlos aprovou, o chicote agora traçando círculos ao redor dos testículos de Daniel, sem tocar, apenas ameaçando. — Você merece uma recompensa.
O controle remoto foi ajustado para sete.
Daniel não aguentou. As pernas cedera, e ele teria caído se não fosse a mesa sustentando-o. O plug parecia estar fodendo ele por dentro, a vibração tão intensa que cada batida do coração enviava novas ondas de prazer pela sua espinha. Sua pica doía, o pré-gozo escorrendo em fios grossos sobre o vidro, formando uma poça translúcida que refletia a luz do teto.
— Por favor — implorou, a voz quebrada. Não sabia mais pelo que estava pedindo. Por mais. Por menos. Por permissão para gozar, para desmoronar, para ser usado até não sobrar nada.
Carlos observou, o chicote pendurado frouxamente em sua mão, o controle remoto entre os dedos. Ele poderia aumentar a intensidade. Poderia ordenar que Daniel se virasse e chupasse sua pica até engasgar. Podia fazê-lo ajoelhar-se novamente e lamber o próprio gozo do chão.
Ou podia simplesmente deixá-lo assim. À beira. Tremendo. Precisando.
O sorriso que se formou em seus lábios era puro sadismo.
— Ano que vem — disse, a voz um murmúrio quase carinhoso enquanto desligava o plug com um clique — você vai me pedir para te foder no meu escritório, durante uma reunião com os acionistas.
Daniel arfou, o corpo ainda tremendo com os ecos da vibração, a mente girando com a promessa obscena.
— Sim, senhor — respondeu, sem hesitar.
Carlos guardou o chicote e o controle na caixa, fechando-a com um estalo final. Quando se virou para sair, Daniel permaneceu onde estava, as costas marcadas por linhas vermelhas, o plug ainda latejando dentro dele, a pica dolorida de necessidade.
— Limpe a mesa antes de ir embora — foi a última ordem, lançada por sobre o ombro. — E não se atreva a gozar.
A porta deslizou, fechando-se com um clique suave.
Daniel ficou ali, sozinho no silêncio, o corpo ardendo, a mente uma névoa de desejo e obediência.
E soube, com uma certeza que queimava mais do que qualquer chicote, que isso estava apenas começando.

celo25