A marca no pulso começou a aquecer, lenta, profunda… um calor que subia pelo braço e espalhava-se pelo corpo como se tivesse vontade própria.
E então ele surgiu.
Não com violência, mas com uma elegância perigosa, como uma chama que sabe exatamente até onde pode queimar.
— Você me chamou sem palavras, — ele murmurou, caminhando até ela.
— Eu não consegui evitar — Amandinha respondeu, a voz baixa. — O corpo pediu antes da mente.
Ele sorriu de um jeito que parecia entender tudo o que ela não disse.
A sombra atrás dele se moveu, como se respirasse.
O calor entre eles cresceu sem sequer um toque.
— E agora? — ele perguntou, chegando tão perto que a respiração dele roçou o pescoço dela. — O que seu corpo pede agora?
O ar ficou pesado demais.
Amandinha não precisava responder — ele viu nos olhos dela.
A mão dele se aproximou do rosto dela, mas não tocou.
Apenas ficou ali, a poucos milímetros da pele, irradiando um calor que descia pelo corpo dela como um convite proibido.
Amandinha fechou os olhos por um instante, sentindo o não-toque que queimava mais do que um toque real.
— Você treme, — ele sussurrou, aproximando a boca do ouvido dela, sem encostar. — E eu ainda nem comecei.
As sombras envolveram sua cintura, como dedos que exploravam sem tocar de verdade.
Era só energia… mas a sensação era intensa demais para ser negada.
Amandinha prendeu a respiração.
Ele sorriu ao perceber.
— Então vamos ver até onde você aguenta apenas… isso.
E o “isso” era a proximidade, o calor, a presença que parecia acariciar cada pedaço dela sem nunca ultrapassar o limite físico.
O desejo ficou no ar, suspenso, vibrante, tão denso que parecia uma terceira pele entre eles.
Amandinha abriu os olhos devagar.
— Você está me provocando.
Ele inclinou o rosto, aproximando os lábios do canto da boca dela sem tocar.
— Não, Amandinha…
A voz dele desceu como um feitiço.
— Eu estou despertando você.
E o corpo dela respondeu antes da mente — do jeito que ele queria.
