A Aula Particular

Eu estava deitada no sofá, "navegando" no celular, mas na verdade, esperando. A Bia tinha me avisado: "Tenho uma aula particular extra hoje. O Professor Carlos quer revisar a matéria antes da prova."

Eu sorri, um sorriso lento e sabichão. O Professor Carlos... com seus óculos de aro fino, cabelo grisalho e reputação de ser um intelectual austero. A figura de autoridade perfeita para a fantasia.

O encontro era no escritório particular dele, um lugar de paredes forradas de livros, cheiro de papel antigo e silêncio.
Quando Bia chegou, ele a recebeu com a formalidade de sempre, mas o olhar dele demorou um pouco mais no decote da blusa que ela escolhera. A porta se fechou.

O professor começou a falar sobre a teoria de não sei o que, mas Bia sabia que a verdadeira lição não estava nos livros. Ela se levantou para pegar um café e, ao passar por ele, a mão dela "acidentalmente" roçou a dele. Aquele pequeno contato quebrou a barreira.
"Professora Bia," ele disse, a voz baixa e rouca, tirando os óculos e pondo-os na mesa. "Eu tenho que ser honesto. Não consigo me concentrar na matéria hoje."

A Bia sorriu, uma vitória silenciosa. "Eu sei, Professor. E confesso que também não consigo."

O que se seguiu não foi uma aula, mas uma lição de ousadia e transgressão. O professor, que antes parecia intocável, agora mostrava uma paixão reprimida, explorando cada centímetro da Bia sobre a mesa de carvalho do escritório, entre pilhas de artigos e teses. A formalidade daquele ambiente, cheio de conhecimento e regras, só aumentava a intensidade do momento proibido.
A Bia me contou que, em um momento de total entrega, ela olhou para uma prateleira cheia de livros sobre moral e ética. E foi nesse exato instante que ela pensou no meu marido cuckold em casa. A ideia de que eu estava esperando por ela, excitado com a traição consensual dela, a fez gemer. O prazer era duplo: o dela no ato e o nosso na cumplicidade.

Quando ela voltou, algumas horas depois, ela estava com o cabelo impecável, a roupa arrumada, e um livro na mão, como se nada tivesse acontecido.

Mas o olhar dela me entregou. Ela sentou-se ao meu lado, tirou o livro, e disse:

"O Professor Carlos me deu a nota máxima na matéria hoje, amor. Mas a lição de verdade, eu só vou te dar agora, nos mínimos detalhes."