Relato da minha sub. Eu organizo minha semana em torno desses minutos roubados. Conto os dias com uma precisão que não uso para mais nada. Sou funcional, educada, correta — mas por dentro, tudo em mim espera. Espera a ordem, o gesto, o olhar que me coloca no lugar exato onde eu consigo respirar. Quinze minutos. Sempre quinze. O tempo exato para eu atravessar aquela fronteira invisível entre quem eu sou no mundo e quem eu sou para ele. Assim que ele abriu a porta e entrou no carro, meu corpo já sabia o lugar que ocupava. A cabeça baixa não era um gesto ensaiado — era reflexo do que sou para ele, sua Submissa. Luiz não precisa tocar muito para me desmontar. Ele sabe. Sempre soube. Meu corpo responde com uma lealdade que assusta, como se tivesse sido treinado para isso desde sempre. Há algo de obscenamente confortável em ser reduzida ao essencial: sentir, obedecer, suportar, lembrar. O choque breve, inesperado, me faz arder — e eu sinto o prazer vir junto, misturado, indecente. Não é dor. É marca. É aviso. Meu corpo se entrega inteiro a esse comando silencioso, reagindo antes que eu consiga respirar direito. O mundo lá fora desaparece. Só existe o espaço entre nós e a urgência que me atravessa. Ele me conduz sem esforço. Eu sigo. Sempre sigo. O proibido se infiltra em tudo. No silêncio que mantemos. Na rapidez dos encontros. Na ausência de mensagens carinhosas depois. Nada é meu — nem ele, nem o que acontece entre nós. E ainda assim, é ali que eu me reconheço. Eu carrego as marcas invisíveis por horas, às vezes dias. Não são sinais que alguém veja. São memórias corporais, avisos internos. Cada incômodo é uma reafirmação: eu estive ali. Fui dele. E isso me mantém inteira de um jeito torto. No fim, quando ele se afasta, não há carinho nem despedida. Só a sensação crua de ter sido usada exatamente como eu precisava ser. O rosto quente, o olhar ainda baixo, o corpo marcado por dentro. Saio do carro com as pernas trêmulas e o coração estranhamente calmo. Quinze minutos foram suficientes para me lembrar quem manda - E quem se entrega. O mais perigoso não é o que fazemos. É o quanto nós precisamos disso para nos sentirmos vivos. Quando tudo termina e eu volto à minha vida oficial, sinto uma falta quase física. Um vazio inquieto. Como se eu tivesse sido devolvida a um mundo grande demais, onde ninguém me contém, ninguém me exige, ninguém me define. E então eu espero de novo. Porque sei que vou voltar. Sempre volto.
Faca o seu login para poder votar neste conto.
Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.
Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.
Denunciar esse conto
Utilize o formulario abaixo para DENUNCIAR ao administrador do contoseroticos.com se esse conto contem conteúdo ilegal.
Importante:Seus dados não serão fornecidos para o autor do conto denunciado.