Helena não olhava para ele. Estava de costas, de joelhos sobre o sofá, apoiada nos braços, com as costas arqueadas e o quadril empinado, pronta. O corpo dela era uma provocação viva, como se cada curva gritasse por transgressão.
Ele tirou o cinto devagar, os olhos fixos nela. A camisa saiu rápido, a calça foi puxada sem cuidado. Não havia tempo para delicadeza — ela não tinha pedido por isso.
Se aproximou e segurou os quadris dela com força. Helena gemeu baixo, quase como um desafio. Ele encostou o corpo no dela, quente, firme. A respiração dos dois era descompassada, animalesca.
— Era isso que você queria? — perguntou, roçando a boca na nuca dela.
— Não — ela respondeu com a voz rouca. — Eu quero mais. Me faz esquecer que eu sou casada. Me faz esquecer que você é também.
Ele entrou nela de uma vez, sem aviso, com um gemido preso no peito. O corpo dela o recebeu quente e molhado, como se estivesse esperando há horas. Helena jogou a cabeça pra trás, os cabelos desarrumados tocando as costas dele.
O som de pele contra pele encheu a sala. Gemidos contidos, abafados contra almofadas. Marcelo segurava forte, marcando os quadris dela com os dedos. Cada estocada era uma confissão silenciosa de tudo que os dois queriam negar.
O sofá rangia. A mesa de reuniões parecia longe agora, como parte de outra vida. Ali, só existia o agora — sujo, urgente, inevitável.
Helena olhou por cima do ombro, os olhos brilhando.
— Gozar com você dentro de mim. Agora.
Marcelo apertou os dentes, segurou firme e a puxou ainda mais para si. Os dois chegaram juntos, tremendo, arfando, enquanto o mundo lá fora continuava a girar sem saber do que tinha acabado de acontecer naquela sala fechada.
Silêncio.
Só os corpos ofegantes e o cheiro de sexo no ar.
Ela se virou devagar, nua e satisfeita, pegou as roupas do chão e disse:
— Amanhã temos reunião às dez. Não se atrasa.
Sorriu e saiu.
E Marcelo ficou ali, ainda nu, tentando lembrar quem ele era antes dela.