Sexo com os batuques dos tambores da Ilha de São Luís




Chegada à Cidade dos Azulejos

O calor úmido de São Luís grudou na pele de Leo assim que entrou no Uber. Avançava pela Avenida Beira-Mar, onde o ar salgado carregava o aroma de camarão seco torrado nas barracas do Mercado Central. Mulheres com turbantes coloridos vendiam cuxá em cuias de cabaça, gritando “quente, quente!” para os turistas. Ele passou a mão na camisa colada ao peito — 34ºC às 16h — e lembrou da última vez que Lucy o recebeu: nua, de joelhos na areia da Praia do Calhau, lambendo seu umbigo enquanto as ondas batiam em seus seios dourados.

Mas dessa vez, viera por outro motivo. Uma rica viúva, Dona Joana, de fazendeiro dono de posses, participações em indústrias e muitas contas em banco, contratara-o para resolver um processo de inventário. O marido morrera deixando muitos bens, herdeiros e muitos filhos ilegítimos. A herança era um campo minado.

Encontro na Faculdade de Serviço Social da Universidade

Lucy saía da sala de aula quando ele chegou. Vestia um vestido estampado de tambor de crioula, justo nos seios e solto nas ancas. As alunas riam de algo que ela dissera — “Professora é a melhor!”, ouvira ele no corredor.

— Doutor Leo. Veio auditar minha aula ou meu corpo? — Ela sorriu, os dentes brancos brilhando contra a pele âmbar.

Leo segurou sua cintura, fingindo ajustar o colar de sementes que ela usava.

— Vim cobrar dívidas. Lembra do que fez comigo naquele elevador de Barcelona?

Ela aproximou os lábios do seu ouvido, o perfume de murici e desejo:

— Lembro que você chorou quando eu te deixei de pau duro no Sagrada Família.

Audiência no Fórum

Leo ajustava a gravata no banheiro do fórum. Dona Joana, com olhos inchados, esperava sentada na antessala.

— Doutor, aquele safado deixou filho bastardo de tudo que é canto...

— Vamos pedir sobrepartilha e contestar a paternidade presumida. A senhora vai sair disso com muitos bens.

Lucy apareceu, de óculos e blusa de botão, fingindo ser estagiária.

— Veio me provocar?

— Vim ver se você ainda lembra como ser sério. Mas pelo visto, tá mais duro que liminar de juiz em férias.

Cartório no Centro Histórico

O prédio antigo respirava mofo, calor e burocracia. Leo, de paletó amarrotado, tentava manter a postura profissional enquanto assinava os documentos sobre o balcão gasto. Ao lado, Lucy fingia ler uma certidão de óbito, mas sua mão escorregava sutilmente por debaixo do balcão, explorando a coxa dele com as unhas curtas.

— Você tem certeza de que precisa me acompanhar até aqui? — ele sussurrou entre os dentes, tentando manter a caligrafia firme.

— Vai que você assina algo me tornando sua herdeira universal — respondeu ela, baixinho, com aquele sorrisinho de canto que fazia as pernas dele tremerem.

— Você não tem direito a nada.

— Ainda não. Mas posso conquistar. Com argumentos... orais.

Leo bufou, assinando mais um papel. A mão dela subiu perigosamente.

— Você vai me fazer assinar uma confissão em vez de uma escritura.

— Melhor confissão é aquela feita de olhos fechados, sussurrando “me perdoa por gozar tão rápido”, lembra?

O atendente do cartório pigarreou alto, visivelmente incomodado com a tensão sexual no ar.

— Assina aqui... e aqui também. Por favor. Rápido.

Lucy mordeu o lábio. Leo assinou.

— E onde é que assina pra parar com esse tormento? — ele resmungou, recolhendo os papéis.

— Só no meu corpo, doutor. Com língua.

Escritório de Advocacia de Leo no Calhau

O escritório percorria todo o 12.º andar do refinado prédio. A sala era silenciosa como uma missa de sétimo dia. Pastas empilhadas e arrumadas em um vistoso armário, persiana fechada e o som abafado do ar-condicionado central. Na mesa de reunião, Dra. Marília, de olhar clínico, analisava os documentos com uma caneta vermelha em punho.

— A petição está sólida. Argumentação correta. Mas... — ela virou lentamente uma das páginas, os olhos se estreitando — ...essa escritura de 1993 tem cheiro de forjada. Selos genéricos, data apagada, firma sem autenticação. Tá esquisito.

Leo se inclinou para olhar, mas Lucy o interrompeu do canto da sala:

— Igual o pau dele ontem. Firme, mas enganador.

A advogada arqueou uma sobrancelha, sem levantar os olhos.

— Eu espero que isso não comprometa sua credibilidade profissional, doutor.

Leo pigarreou, ajeitando o colarinho.

— Podemos focar no documento, por favor?

— Claro — Lucy disse, cruzando as pernas lentamente — Mas que a senhora saiba: ele pode enganar nos registros, mas na cama... ele é jurisprudência.

Marília bateu com a caneta sobre a mesa.

— Se quiserem tratar de preliminares, podem usar a recepção. Aqui é sobrepartilha.

Lucy riu baixinho. Leo desejou um incêndio imediato.

Apartamento de Lucy no Calhau

Assim que a porta se fechou, Lucy encostou Leo contra ela, os olhos famintos. A respiração dela estava pesada, quase tribal.

— Tá com medo de mim ainda, espanhol? — perguntou, puxando o cinto dele com força, como quem arranca segredos.

— Medo? — ele respondeu, apertando sua cintura. — Só do estrago que essa buceta vai causar na minha concentração.

Ela riu, girando de costas e empinando. O vestido subiu, revelando a calcinha fio dental vermelha, enterrada como provocação.

— Então para de falar como advogado e me julga com esse pau.

Caíram sobre o sofá primeiro, depois na cama. Lucy montou nele de costas, as mãos apoiadas na parede. O som dos tambores de um ensaio de Bumba ecoava pelas janelas abertas.

— Essa buceta tá mais apertada que o cerco da Balaiada — gemeu ele, segurando seus quadris com força.

— E você tá mais perdido que ribeirinho sem Google Maps — retrucou ela, rindo entre gemidos.

Os dois suavam como se lutassem. E, de certo modo, era isso mesmo: uma guerra sem armistício.

Festa do Bumba-Meu-Boi — na Vila Palmeira

A noite era um redemoinho de zabumbas, pandeiros e tiquira. Lucy dançava no meio da multidão, sem calcinha sob a saia de chita, rebolando como se o mundo fosse acabar.

Leo a observava encostado numa barraca de mingau de milho, os olhos queimando de desejo. Quando ela passou por ele, puxou-o pela camisa:

— Ainda tá com energia, doutor?

— Só se for pra gastar dentro de você.

Ela o arrastou pelos bastidores do palco do Boi da Maioba, onde bandeirolas tremulavam. Subiu num caixote, abriu as pernas e o guiou com as mãos.

— Cuidado com o Capitão do Mato.

— Essa buceta é mais quente que o auto do boi em chamas!

Ela gemeu com gosto:

— Goza junto com o urso, Leo... ou não goza nunca mais!

Quando ele gozou, um boi estilizado passava no fundo da cena. A tiquira derramou. E o suor misturou-se ao cheiro de pólvora e desejo.

Visita à mansão da Viúva no Calhau

A casa de Dona Joana era ampla, cheia de móveis de época e silêncio. Leo vistoriava cristaleiras, quadros, uma biblioteca de lombadas douradas. A viúva o guiava com calma, vestida num robe de seda preta.

— Essa cama é madeira de lei. Herdada do pai dele. Dormiram nela três gerações. — disse, encostando os dedos no dossel.

— Vai entrar no processo? — perguntou Leo.

— Claro. Tem valor histórico e emocional.

Nesse instante, Lucy entrou sem bater, os olhos passeando pelo quarto como quem fareja adultério.

— Tem testamento emocional também? Vejo traição impregnada nesse colchão.

Dona Joana se virou, surpresa:

— Quem é essa?

— Pesquisadora de campo — Leo respondeu, sem hesitar. — Estuda relações conjugais... pós-morte.

Lucy assentiu com ar sério:

— A energia desse colchão diz muito. Pelos gemidos, essa herança ainda vai render muito grito.

Biblioteca Benedito Leite

A penumbra entre as estantes abafava qualquer som. O ar cheirava a papel antigo, resina de madeira e segredos. Lucy encostou-se a uma prateleira de obras raras e sussurrou:

— Aqui já treparam o Canaã inteiro. E agora chegou a tua vez.

Leo não respondeu. Apenas a prensou contra a lombada de “Os Tambores de São Luís”, o azulejo gelado roçando nas costas dela.

— Vou te foder igual Cabo Campos: sem perdão.

Ela riu e mordeu o ombro dele.

— Só se conseguir me calar. A bibliotecária tá vindo…

Leo abaixou a calcinha dela com uma mão e com a outra tapou sua boca. Ela gemeu contra seus dedos. O corredor inteiro cheirava a tesão e risco de flagrante.

O processo da herança podia esperar. O verdadeiro inventário ele já havia feito: cada curva, cada gozo, cada tambor.

Continua...


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Ficha do conto

Foto Perfil fernandocarvalho
fernandocarvalho

Nome do conto:
Sexo com os batuques dos tambores da Ilha de São Luís

Codigo do conto:
235983

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
20/05/2025

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