Conheço o Claudio desde sempre. Crescemos na mesma rua, numa cidadezinha do interior onde os dias passavam devagar e as amizades duravam mais que as estações. Brincávamos juntos — bola, bicicleta, tardes de chuva embaixo de varandas — e ele sempre foi meu melhor amigo. Não daqueles de conveniência, mas de alma.
Quando decidimos nos mudar para tentar a vida na cidade grande, foi como dar um salto no escuro. Estudo, trabalho, um futuro incerto — mas juntos. E, por um tempo, tudo fluiu bem.
Mesmo quando Claudio me disse que tinha perdido o emprego, não me preocupei de verdade.
— Não liga, Marcelo. Vou receber um bom dinheiro da rescisão, minha parte do aluguel tá garantida.
Mas isso foi há mais de um ano. E ele ainda não conseguiu outro emprego.
***
— Você está muito quieto.
A voz de Amanda veio junto com o toque quente dos seus dedos, descendo pela minha coluna até pousar com firmeza na minha bunda nua. Eu tinha acabado de acordar.
— Qual o problema, querido?
Ela não costumava dormir aqui. Nossa relação era puro sexo, sem laços. Mas depois da noite anterior — uma mistura de suor, mordidas, mãos apertando tudo, pernas trêmulas e gemidos abafados até as quatro da manhã —, mandar ela embora teria sido crueldade.
Ter Amanda na minha cama logo cedo me deixava em alerta. Ela aceitava o jogo, mas queria mais do que ele oferecia. Isso estava nos olhos, no jeito como me tocava, no suspiro demorado após o orgasmo. Eu sabia. E ela também.
— Marcelo?
Contei sobre o Claudio.
— Quanto tempo faz que ele não ajuda nas despesas?
— Sei lá, só uns dois meses, acho. Mas esse não é o problema. Ele tá pra baixo, Amanda. Se sentindo um lixo.
— Você o mima demais.
Ela me calou com um beijo. Um beijo quente, colado. Subiu sobre mim e se encaixou no meu quadril, os seios roçando meu peito, a boca sugando meu pescoço.
Amanda sentou em mim devagar, sem pressa, afundando até me engolir por completo. Gemidos roucos escapavam dela enquanto rebolava, os olhos fechados e as mãos firmes no meu peito. Eu a segurava pela cintura, guiando seus movimentos, sentindo o calor da sua boceta me envolver por inteiro.
Amanda começou a cavalgar com movimentos firmes, descendo até a base. Arfava contra o meu pescoço, gemia baixo, se esfregava. Me agarrava pelos ombros como se me quisesse colado à pele dela.
Ela gozou gemendo rouco, jogando o quadril para frente. Eu gozei logo depois, sentindo o corpo todo estremecer com o impacto.
Nada mal para começar o dia.
Silêncio. Respiração pesada. E aquele instante breve em que tudo parece calmo.
Mais tarde, Amanda se foi. Encontrei Claudio na cozinha, já acordado.
— Bom dia, Celo.
— E aí. Comprou pão? — perguntei, surpreso.
— Comprei. Não consegui dormir. Saí cedo, andei um pouco, fui ao banco também. Minha parte da grana tá ali na bancada.
Tomei o café em silêncio. Depois, olhei o envelope.
— Claudio, que grana é essa?
— Ainda não é todo o atrasado, mas já ajuda, né?
— Não, cara... de onde saiu isso?
— Hum... pedi emprestado pro meu pai.
Fiquei quieto. Sabia que a relação entre eles era péssima. Se ele recorreu ao pai, é porque tava realmente no fundo do poço.
— Tá tudo certo mesmo? — perguntei, olhando para ele.
— Claro. — Ele sorriu, mas o sorriso morreu rápido demais.
— Você sabe que pode falar comigo, né?
— Eu sei. Você sempre esteve aqui.
Nos olhamos, e por um segundo, pensei em dizer mais. Mas engoli o que senti.
— Ah, hoje vou sair com a Marina.
A Marina era sua namorada. Uma garota legal, discreta, que ele via com frequência.
Os dias foram passando. Claudio continuava pagando o aluguel, mesmo sem trabalhar. Meu "não-relacionamento" com Amanda chegou ao fim. Ela começou a cobrar o que eu nunca prometi. Queria laços, rotina, aliança. E eu não.
Na sexta-feira, chamei o Claudio para sair, sabia que ele não ia ficar com a Marina, mas ele preferiu ficar em casa. Tinha se trancado no quarto novamente. Nas últimas semanas, passava cada vez mais tempo lá dentro. Comecei a desconfiar de depressão, embora, curiosamente, parecesse mais disposto.
Fui a um bar próximo. Amanda estava lá. Me ignorou. Depois de algumas cervejas, conheci uma loira — Esther — que me olhou de um jeito que não permitia recusa.
Fomos para minha casa. Estava tudo em silêncio. A luz do quarto do Claudio ainda acesa, a porta fechada.
Esther segurava minha mão. A puxei para perto, beijei sua boca com fome. Encostei-a contra a parede, tirei sua blusa, chupei seus seios ainda dentro do sutiã, mordendo levemente.
Ajoelhei. Afastei sua calcinha e lambi sua buceta com a língua ávida. Ela era quente e salgada, gemia alto, apertava minha cabeça entre as pernas.
Quando me levantei, ela tirou minha calça e engoliu meu pau com a boca quente e molhada, chupando com força e experiência. Me fazia perder o fôlego com cada movimento.
Mas me controlei. Peguei-a pela mão e levei para o quarto.
Lá, abri a gaveta, peguei uma camisinha e a vesti em silêncio. Ela me olhava com olhos famintos, deitada com as pernas abertas, dedos roçando o próprio clitóris.
Voltei para entre as pernas dela. Dei uma lambida rápida e empurrei meu pau até o fim. Ela gemeu alto, cravou as unhas nas minhas costas.
Metia com força, com vontade, enquanto ela me chamava de safado, de porra gostosa. Ela me puxava pela bunda, tentando me fazer ir ainda mais fundo.
Ela gozou primeiro, com o corpo arqueado. Eu continuei até gozar também, enterrado até o fim.
Fodemos mais duas vezes. Depois ela foi embora. Sem telefone. Sem história. Uma boa foda de uma noite só.
Olhei o celular. Tinha várias mensagens da Amanda. Xingamentos, sarcasmo, ataques. Fui rolando, ignorando uma a uma. Até a última:
"Descobriu de onde vem o dinheiro do seu amiguinho? Claro que não. Você é tããão cego."
Franzi a testa. O que ela queria dizer com aquilo? A última mensagem tinha apenas um link. Pensei em ignorar, mas algo me mordeu por dentro.
Cliquei.
Demorou alguns segundos para carregar. Meu coração disparou. A tela iluminou meu rosto.
Na tela, um homem nu, usando uma máscara de lobo, mostrava o corpo com orgulho. A câmera focalizava seu pau — grosso, duro, latejante — enquanto ele se masturbava diante do público anônimo.
Mas não era a máscara, nem o corpo, que me chocava.
Era o quarto. Era o olhar atrás da máscara.
Claudio nunca pediu dinheiro ao pai.
Claudio estava se exibindo na web.
CONTINUA...
Coloquei o conto no Wattpad, de uma olhada
wattpad: F_Liannn