Nove da noite. Tia Maria já tinha preparado o quarto de visitas e estava dormindo em sua cama. Tio Maurício informou ao sobrinho que o local de banho era a bica da grota, descendo o chiqueiro dos porcos, e deu-lhe uma lanterna. Sujos de poeira, Rafael e a filha encararam a escuridão da trilha que dava acesso à grota trazendo na mão uma lanterna, uma toalha, um sabonete e pares de roupas. Chegando lá, Rafael alumiou a biqueira de água caindo da calha feita de coqueiro, alumiou poção e encontrou o batedor de roupas. Embora fossem gente de hábito simples, aquela era uma experiência completamente nova. Cláudia colocou a roupa limpa e a toalha no batedor e Rafael desligou o farol para descobrir a real escuridão do local, espontaneamente sugerindo:
__você se banha primeiro, filha?
__ai pai tá escuro... eu não tenho coragem de entrar na água sozinha...
Rafael compreendeu a filha, sentiu era natural que ela não tivesse coragem mesmo e deixou escapar sem malícia alguma:
__então a gente vai ter que tomar banho juntos...
__tá bom.
A resposta de Cláudia deixou Rafael impressionado: não tinha pensado na proposta que fizera; e feita a proposta, não pensou que a filha fosse levar a sério, muito menos que concordasse em tomar banho com ele. Contudo, o consentimento da filha despertou o fetiche do pai, que, embora pensasse na falha moral, ficou ávido de não perder aquela oportunidade. Não sentiu medo da transgressão, mas da inocência da filha, que poderia, de forma ingênua, revelar que tinham tomado banho juntos.
__pois é, filha, mas você sabe, né? A gente não pode sair falando que a gente banhou junto, né? Até sua mãe... se ela souber, não vai gostar disso.
__eu sei... não sou doida... não vou contar pra ninguém não...
Rafael tirou a camisa, colocou no batedor e ficou pensando nas implicações de tirar a calça: não podia tomar banho com ela, mas também não podia, simplesmente, tirá-la perto da filha, por mais que estivesse um breu naquele momento. Cláudia também estava confusa, sem saber se deveria tirar o vestido ou tomar banho com ele.
__pai... é pra tirar o vestido?
A pergunta de Cláudia foi um alívio para as segundas intenções de Rafael.
__uai, filha, como você vai se banhar de roupa?
Rafael continuou na dúvida de tirar a calça. Já Cláudia, sem malícia alguma, acatou a ordem paterna: agarrou na bainha do vestido, encolheu o tecido nas mãos e começou a subir com o vestido. Primeiro expôs suas coxas e ancas, depois a barriga e os seios cobertos pelo sutiã. Ao contornar o busto, ela precisou inclinar a cabeça para frente. O tecido passou roçando seu rosto e cabelos soltos e deslizou as mangas de ambos os braços até sair pelas mãos.
__pai, onde eu coloco ele?
Rafael roçou o braço no escuro, apanhou o braço da filha e tomou o vestido de suas mãos e colocou no batedor junto com as outras coisas. A brisa noturna envolveu o corpo seminu de Cláudia, e embora se sentisse pelada, a escuridão a deixou segura. O fato de a filha ter tirado o vestido primeiro encorajou Rafael a tirar a calça. A filha observou o movimento do pai tirando a calça e por um instante pensou que ele tivesse tirado toda roupa, então, espontaneamente perguntou:
__é pra tirar o sutiã também? Porque eu não trouxe outro.
Ao ouvir a pergunta, Rafael pensara logo em dizer não, mas ao ouvir que a filha não tinha outro sutiã, acabou por se convencer de que a filha precisava se despir dele.
__melhor você tirar, você não pode ficar sem sutiã amanhã...
Cláudia agarrou na parte debaixo do sutiã de elástico que tão fortemente prendia seus seios, puxou ele para cima tirando-o pela cabeça e segurando na mão, disse:
__onde eu coloco meu sutiã?
Rafael roçou o braço no escuro, alcançou o braço da filha, tomou o sutiã e guardou em cima do batedor. Ao tomar o sutiã na mão, Rafael teve uma ereção instantânea e a malícia dominou seu coração.
__já tirou a calcinha também?
Cláudia ficou confusa com a pergunta do pai.
__é pra tirar a calcinha também?
__é filha... melhor a gente não molhar nada... além disso, se a gente molhar, a gente não vai ter que tirar depois? Além disso, tá escuro que não dá para ver nada.
De fato, estava muito escuro, mas pelo tempo que tinha apagado a lanterna e que estavam naquele breu já dava pra perceber minimamente o que havia ao redor. Rafael já tinha percebido o contorno dos pequenos seios da filha. Cláudia, ignorando a malícia do pai, levou a mão à cintura, agarrou no elástico da calcinha de algodão e empurrou-a para baixo, iniciando a descida. O tecido deslizou facilmente pelo osso ilíaco e pelos quadris; mais facilmente ainda deslizou pelas coxas, pelos joelhos e pelos tornozelos. Por fim, Cláudia puxou a calcinha pelos pés e denunciou-se ao pai:
__tirei...
Ainda sem acreditar na ousadia da filha, Rafael pegou a calcinha da mão dela, colocou sobre o batedor arquitetando um plano para ligar o farol para espiar a filha.
__ai filha, acho que perdi o sabonete...
Para não gerar desconfianças, Rafael ligou o farol de forma brusca. Assustada com o flash, instintivamente Cláudia correu a mão sobre a vagina e os seios e cobriu como pôde. O coração de Cláudia quase parou, já o coração de Rafael batia dobrado. Ele pegou o sabonete sem conseguir enxergar a filha com nitidez; mas o flash foi suficiente para que ele confirmasse, com o canto do olho, a pele clara da filha, o seu corpo esguio e baixinho, completamente pelado. Então, disfarçando a malandragem, disse:
__achei o sabonete... vamos!
Instintivamente Cláudia perguntou:
__mas o senhor já está pelado?
Com o flash, Cláudia vira surgir na escuridão o corpo magro e longo do pai e enxergou o vulto da cueca. Rafael estava de coração muito acelerado e o nervosismo à flor da pele, tanto que por um momento se esquecera de tirar a cueca, na realidade, chegou a pensar que não precisaria fazer isso: seu foco tinha sido despir a filha para o banho, mas não pensou que seria obrigado a se despir também. A cobrança da filha o fez lembrar que a ideia de tomar banho pelados e juntos tinha sido dele. Considerou a cobrança da filha uma ingenuidade e sentiu receio de tirar a cueca perto dela, de ela tagarelar uma coisa dessas. Mas, por mais que fosse arriscado o que iria fazer, sentiu que não podia decepcionar a filha.
__vou tirar a cueca mas você não pode contar pra ninguém não, viu Cláudia!?
__eu sei, pai. eu não sou doida não...
Com ímpeto, Rafael tirou a cueca e colocou em cima do batedor, junto com o farol e as demais roupas, alisou o pênis ereto ajeitando o prepúcio e depois levou a mão em direção a filha:
__vamos entrar!?
O pai pegou na mão da filha e saiu puxando-a com cuidado por entre as pedras da poça de água, indo em direção à biqueira. À medida que caminhavam, a lua tardia começou a despontar sobre a montanha e atrás das densas nuvens. Seus raios, mesmo ofuscados, bastaram para abrandar a escuridão da grota e o pequeno espelho da água amplificou a claridade consideravelmente.
Assim, em meio à escuridão, o corpo comprido e magro de Rafael surgiu aos olhos da filha, oferecendo-lhe uma visão perturbadora: o volume do pênis ereto balançando na escuridão, que, embora estivesse ofuscado pela escuridão, revelava-se evidente no tamanho teso. O coração de Cláudia bateu acelerado. Rafael se deu conta de que seu membro estava visível e olhou para a filha para ver se ela mirava suas partes íntimas. Mas a escuridão cobria os olhos dela, de modo que ele não conseguiu enxergar os olhos dela. De fato, naquele momento, Cláudia espiava o membro imenso e balançante, lutando contra a escuridão para enxergar o bicho com alguma clareza. O pai, por sua vez, enxergou o volume e contorno dos pequenos seios da filha e seu corpo esguio se destacando na escuridão.
Atormentada, Cláudia chegou entrando na biqueira. A água envolveu sua pele desnuda e a fez acender um brilho misterioso e escuro que delineava todo seu corpo em meio à escuridão. Inevitavelmente a visão atraiu os olhos do pai, inflamado pelo pecado. Assim que ela saiu da biqueira, Rafael inclinou-se por debaixo do fio de água e molhou também seu corpo. Naquele exato momento, por cerca de vinte segundos, as nuvens se abriram na frente da lua e a luz deixou a grota numa claridade inesperada e perturbadora e a diferença de altura deu visão desconcertante aos dois: o pai olhando de cima para baixo contemplou os seios da filha; e a filha contemplou o pênis dele bem próximo de seus olhos, e ela contemplou o bicho cheia de curiosidade, pois nunca tinha visto um pênis ereto. Rafael terminou de se ensaboar e entregou o sabonete à filha, para que ela também se ensaboasse, embora seu desejo fosse ensaboá-la. Cláudia se ensaboou e, na escuridão, espreitou seu pai se enxaguando, numa tentativa vã de enxergar qualquer coisa. Depois de ensaboar-se, ela entregou-lhe o sabonete e entrou na bica. O pai, cheio de tentação, procurava uma desculpa para tocar o corpo da filha.
__deixa o pai passar sabonete nas suas costas...
Cláudia não respondeu, mas concordou. Assim, Rafael esfregou as costas da filha e suas mãos ásperas exploraram a pele macia das costas dela, da cintura até a nuca, enchendo o coração dele de tentação de desejo de avançar para além destes limites. Rafael se perdia na maciez sedosa da pele, enquanto Cláudia entregava-se à pressão firme das mãos dele. A lua escondida atrás das nuvens tinha mergulhado a grota na escuridão novamente, e o pai audacioso sentiu que a escuridão podia ser culpada de ele não ver para onde se dirigiam suas mãos. Então, ele deslizou as mãos por baixo dos braços dela e apalpou ambos os seios. Cláudia se arrepiou dos pés à cabeça e Rafael sentiu a pele eriçada. Ela não exprimiu nenhum descontentamento, o silêncio era consentimento. Entusiasmado com o sucesso, ele voltou a repetir o toque outras três vezes. Ao quarto toque, Cláudia exprimiu um gemido involuntário que assustou a intrepidez do pai. Assustado, ele se conteve e se afastou dela. Ela, igualmente assustada com a súbita intimidade, mas dissimulando o toque inapropriado dele, disse:
__o senhor tava ensaboando minha barriga...
Rafael ficou desconcertado com a jogada dela, pela naturalidade com que ela exprimiu uma mentira inventada às pressas para proteger ambos. Mas apesar da dissimulação dela, ele permaneceu apostando na inocência, jogando a culpa na escuridão.
__tá escuro... eu nem vi onde estava esfregando...
__mas o senhor pode esfregar minha barriga também!
Rafael se surpreendeu com o consentimento dela e, mais ainda, com a esperteza dela. A tática dela era audaciosa: ao rebatizar o toque íntimo nos seios como um mero “esfregar a barriga”, Cláudia estava lhe dando licença para que ele a tocasse novamente. Então, valendo-se do convite dela, ele pousou a mão no meio da barriga dela, e disse:
__se eu passar do seu umbigo, me avisa, porque tá escuro e não tô vendo nada.
Cláudia respondeu um “sim” baixinho, e Rafael prontamente passou os dedos por baixo do umbigo dela para testar o consentimento dela:
__cheguei no umbigo?
Os dedos já estavam perigosamente baixos, quase na linha da púbis, mas Cláudia, ofegante sustentou a mentira:
__não.
Com o desejo à flor da pele, Rafael fez os dedos deslizarem, esperando encontrar vestígios dos pelinhos pubianos, onde esperava conter seu desejo desenfreado. Mas em vez de vestígios dos pelinhos, seus dedos cruzaram a testinha macia e saliente e, sem aviso algum, atingiram a racha quente da vagina dela. Ela exprimiu um gemido tímido e ele testou a reação dela:
__peguei no seu umbigo?
__não!... é que...
Ele, receoso, suspendendo a mão, perguntou:
__que foi?
__é que o senhor tava debaixo do meu umbigo!
__mas posso esfregar debaixo do umbigo?
__pode...
Inflamado pelo consentimento dela, ele agiu rápido: pegou na mão dela e guiou diretamente sobre a ereção pulsante de seu pênis. Ela teve um sobressalto, um breve ímpeto de recuo, que ele dominou suavemente, mas com firmeza, prendendo a mão dela. Cláudia, rendendo-se ao toque audacioso, deixou que ele posicionasse a palma aberta de sua mão sobre a pressão firme do membro. Os corações de ambos batiam acelerados. Rafael media as consequências, mas não conseguia resistir à tentação da filha. Assim que ela consentiu que sua mão ficasse ali, ele a forçou, lentamente, a fechar os dedos até envolver seu pênis. A ideia de resistir passou pela cabeça de Cláudia, mas a curiosidade e o impulso da mão do pai frearam a intenção. Depois queria agarrar o pênis dele, apertar e matar a curiosidade, mas faltou coragem, então contentou-se em segurar de leve. Mas, enquanto ela segurava delicadamente, ele soltou o sabonete na água, correu a outra mão sobre seu baixo ventre e alcançou novamente a vagina dela. Assim, que os dedos dele tocaram sua racha quente, Cláudia agarrou o pênis dele com força e gemeu:
__aiiin!
O gemido de Cláudia soou quase imperceptível diante do som contínuo da água da bica caindo no poço. Sentindo a entrega da filha, Rafael se concentrou em duas coisas: com uma mão dominou o corpo dela, correndo os dedos dos seios até a racha úmida, concentrando-se principalmente em dedilhar os lábios virgens; a outra mão dele a guiou com firmeza, ensinando-a, centímetro a centímetro, a envolver e massagear sua ereção pulsante. Ele tentou soltar a mão dela, mas ela não sabia dominar o membro dele, então ele retomou a mão dela, e ela deixou que sua mão passiva executasse o serviço, executando a ordem que a levaria ao limite do que ela jamais havia ousado imaginar. A respiração de Cláudia se tornou um gemido rouco e involuntário, motivando Rafael a insistir naquele pecado. Rafael, com o corpo arqueado para alcançar a vagina da filha, tentava manter os limites da virgindade dela, esbarrando a ponta dos dedos no hímen intocado enquanto forçava a outra mão dela a dar-lhe o prazer proibido; Cláudia ouvindo a respiração do pai ofegante e sentindo o toque macio na vagina, ergueu uma das pernas, tentando deixar a vagina livre para ele. Mas, Rafael, sentindo o prazer crescer, respirando mais fundo e preocupado em manter a virgindade da filha intacta, tirou os dedos da vagina dela. Depois, tentando recuar, soltou a mão dela. Mas o ato estava internalizado e a respiração dele foi o fio condutor da curiosidade faminta dela, impulsionada a continuar a candência ensinada, sentindo a pele esticar-se e a pulsação tornar-se frenética sob a sua palma conforme o seu domínio. Quando ela dominou o pênis, ele gemeu alto, soltando um som rouco e incontrolável, mais alto que o barulho contínuo da água da bica. Então, entregando-se à filha, a mão que antes dominava o sexo dela agarrou em seu ombro com uma firmeza quase dolorosa. Diante da falta de controle do pai, Cláudia agiu por instinto. Ela tomou as rédeas e, sem que soubesse da necessidade, acelerou o toque, encontrando a cadência perfeita que o corpo dele exigia. Quanto mais ela acelerava, mais forte sentia o músculo dele endurecer e mais alto ouvia ele gemer, até que um jato quente e espesso irrompeu contra a sua barriga, bem próximo ao umbigo. Ela tentou continuar a masturbação, mas o bicho começou a vomitar o leite em suas mãos, fazendo com que ela perdesse o controle do membro liso, exato momento em que o homem, estremecido e cambaleante, tentava se desvencilhar das mãos potentes dela. Ele se encostou no tronco da bica e Cláudia permaneceu imóvel em seu lugar. Ao cheiro forte de sêmen, ela só conseguia sentir o choque cru daquele ato consumado, sentindo sua mão completamente imunda de sêmen e o jato quente acima do umbigo começando a escorrer em direção à virilha. Ofegante, Rafael relembrou o que tinham ido fazer ali:
__vamos se enxaguar, filha, tá na hora da gente subir.
Cláudia colocou a mão no fio de água que caía da bica, mas a viscosidade persistiu grudada em sua mão; ao contrário, a água parecia apenas espalhá-la, fazendo-a sentir sua mão mais grudenta e suja, de modo que ela percebeu que não tiraria aquilo da mão sem a ajuda do sabonete.
__pai, quero o sabonete...
Rafael foi buscar a lanterna, pois o sabonete estava em algum lugar dentro da água. Nesse interim, Cláudia passou a mão na virilha para aparar o sêmen que descia de perto do umbigo. Quando a luz da lanterna irrompeu na escuridão, Cláudia permaneceu esfregando a mão, com a punica preocupação de limpá-la. A nudez, antes motivo de pudor – a ponto de ter coberto os seios e a vagina com as mãos – agora a deixava fria e indiferente. A ousadia nascida daquele ato consumado havia dissipado sua vergonha e sua moralidade. Enquanto procurava o sabonete na água, inevitavelmente Rafael contemplou o corpo nu e esguio da filha. A urgência do momento não o impediu de apreciar o corpo dela, naquela que ele considerava a primeira e última vez.
Por fim, ele encontrou o sabonete e, sem apagar a lanterna, entregou nas mãos dela. Dessa forma, ele conseguiu enxergar o desenho perfeito de seus seios enrijecidos, agora exibidos sem qualquer pudor, com a total conveniência dela. Não esperava que a filha pedisse para apagar a lanterna, mas também não esperava naturalidade dela ao comentar:
__esse trem é grudento!
Satisfeito com a ousadia, Rafael hesitou. Seu desejo era continuar alumiando, de modo que pudesse apreciar a nudez despudorada da filha. Mas, dominando a insensatez, apagou a lanterna. A luz sumiu, e Cláudia aproveitou para esfregar o sêmen espalhado do baixo ventre até a virilha. Por motivo que nem ela própria sabia, não queria que ele soubesse que o sêmen também tinha se espirrado nela. Cláudia limpou-se e Rafael esperou a filha para saírem juntos da água.
Junto ao batedor, Rafael não se conteve diante da oportunidade de ver a nudez da filha pela última vez. Então acendeu a lanterna novamente, sob a desculpa de procurar a roupa. Cláudia continuou agindo com promiscuidade, ignorando a luz que alumiava sua nudez. Longe de sentir pudor, a filha se sentia íntima do pai, e agora sua nudez era exibida não por descuido, mas como um ato de desinteresse ativo. Mais do que isso, ela aproveitou a luz para matar sua própria curiosidade. Enquanto Rafael recolhia as roupas do batedor, Cláudia espreitou quanto pôde o pênis dele em estado de meia-ereção. Depois de tomar a roupa, ambos se vestiram.
Dez da noite. Subindo a grota em direção à casa do tio, Rafael não pensou em pedir segredo à filha, embora a tivesse por inocente, sabia que ela não era ingênua a ponto de revelar tamanha transgressão. Em silêncio, pois tio Maurício e tia Maria dormiam, ambos se dirigiram ao quarto de visita, cada qual se deitando em uma cama e, enfim, apagaram a última luz acesa na casa. Com a luz apagada, Cláudia tirou o sutiã e enfiou por baixo do travesseiro. Não gostava de dormir de sutiã.
Onze da noite. Cláudia ainda ouve o pai se remexendo na cama; e ele, por sua vez, percebe que ela também andava acordada. Havia um peso, uma mancha vívida na consciência dos dois; a mente martelava o erro, o sentimento de culpa afastava o sono.
Onze e meia. Apesar daquelas últimas horas de arrependimento, Rafael começou a alisar o pênis. Do outro lado, um instinto inexplicável fez Cláudia tomar a decisão de dormir sem calcinha. O calor a incomodava e a noite lhe parecia longa; assim, cuidadosamente, tirou o shortinho junto com a calcinha; em seguida, vestiu o short e escondeu a calcinha junto ao sutiã. O remexer inquieto da filha reativou as memórias recentes: a naturalidade desconcertante com que ela expôs o corpo, o domínio inesperado daquelas mãos delicadas e aquela passividade perturbadora no final do ato pecaminoso trouxeram vida nova ao pênis. Queria repudiar a lembrança. A confusão era um nó na garganta. Alguns minutos depois, não se conteve, levantou da cama e se aproximou da dela. Parou ao lado do colchão, tateou-a no escuro até encontrá-la. Neste exato momento, Cláudia se sentia inquieta: era estranho estar sem calcinha, devia vesti-la de novo. Não teve tempo. Ao ser tocada, Cláudia deu logo sinais de estar acordada, voltando-se para o pai, e ele cochichando, perguntou:
__tá sem sono?
__tô!
__quer vir deitar com o pai?
Onze e quarenta e cinco. Não houve palavra nem hesitação. Cláudia simplesmente se levantou e acompanhou-o na escuridão até a outra cama.
(alguma sugestão do que acontece a seguir? Em breve: "Uma noite no sítio 2: Não foi sonho")