Primeira vez a 3

A porta do quarto do motel se fechou atrás de nós três, um clique que ecoou como o prenúncio de algo inédito. Aquele cheiro peculiar de motel, uma mistura de limpeza e algo indefinidamente sensual, impregnou minhas narinas.

Meus olhos percorreram o quarto, a cama de casal no centro, o espelho no teto que já atiçava a imaginação, e então pararam nela. Minha esposa, ali, tão familiar e ao mesmo tempo tão diferente sob aquela luz avermelhada. Havia uma excitação palpável no ar quando ele começou a tocá-la. Meus olhos seguiram cada movimento das mãos dele em sua pele, a forma como ela se arrepiava sob seu toque.

Senti um nó na garganta, uma mistura de curiosidade e um tesão que começava a me dominar. Participei dos primeiros momentos, meus toques se unindo aos dele, nossos olhares se cruzando com um entendimento silencioso. O corpo dela respondia, a pele ficando quente, os suspiros escapando cada vez mais frequentes.

Mas logo a intensidade me atingiu de uma forma avassaladora. O prazer me invadiu com força total, me fazendo ofegar e cerrar os dentes. Precisei me afastar, mas não queria perder nada daquele momento único.

A água quente da banheira me acolheu, o vapor embaçando o espelho à minha frente. Mas meus olhos estavam fixos na porta entreaberta. Dali, eu podia vê-la na cama, agora entregue aos movimentos dele. Meus olhos devoravam cada curva do seu corpo, a forma como ele a preenchia.

Os gemidos dela... Ah, aqueles sons! Eram a trilha sonora da minha excitação crescente. Cada arqueada do corpo dela, cada suspiro mais forte, incendiava meu desejo. Minha mão começou a se mover, um ritmo involuntário acompanhando o vai e vem na cama.

Meus olhos não perdiam nenhum detalhe. A maneira como a luz brincava em sua pele suada, a tensão nos músculos de suas costas, o abandono em seus lábios entreabertos. Era como se eu estivesse ali, dentro daquele momento íntimo, vivenciando cada sensação através dos meus olhos.

Apesar da falta de dotação dele que ela havia comentado antes, naquele instante, a intensidade parecia suprir qualquer falta. Ela gemia alto, o corpo tremendo em espasmos de prazer, e meus olhos eram testemunhas privilegiadas da sua entrega. Na penumbra do banheiro, a mão pulsava forte, a excitação me consumindo enquanto eu a via se render ao prazer. Era uma experiência crua, intensa, gravada a ferro e fogo na minha memória.

Foi assim que meus olhos viram aquela primeira vez no motel, um turbilhão de sensações que jamais vou esquecer.