Aquilo me pegou desprevenido. Não esperava. Mas algo no jeito como ela falou, com os olhos baixos e o corpo querendo ser tocado, me fez dizer sim.
Pegamos o carro e saímos pela cidade, como dois predadores noturnos à caça de desejo. Paramos em um lugar suspeito, um clube que encontramos pela internet. Entramos, demos uma volta rápida. O ambiente era estranho, desconfortável. Casais mal encarados, ar pesado. Nem tentamos nada. Saímos dali com mais vontade de resolver de verdade a noite do que quando começamos.
Foi aí que lembramos da Enigma Club.
Sabíamos que era uma casa de swing diferente, mais elegante, cheia de possibilidades. Nunca tivemos coragem de ir antes, mas naquela noite, com o sangue fervendo e os desejos embaralhados, parecia a escolha certa. E foi.
Chegamos e fomos recebidos por uma atendente simpática, que nos reconheceu como novatos de cara. Quando dissemos que era nossa primeira vez, ela abriu um sorriso acolhedor e nos convidou para conhecer a casa. Nos mostrou os ambientes: pista de dança, bar, dark room, labirinto, quartos coletivos e privativos. Tudo limpo, com iluminação baixa, trilha sonora sensual e uma atmosfera que gritava: “liberdade”.
Pedimos duas bebidas no bar e sentamos para observar. Os casais eram variados, de todos os estilos, idades, tipos de corpos. E o mais curioso: todos pareciam relaxados, confiantes. Não havia tensão nem julgamento. Só desejo e consentimento.
Aos poucos, a casa foi enchendo. A música aumentou, os toques começaram, os olhares se intensificaram.
Depois de mais uns drinks, minha mulher se levantou e disse: “Vamos ver como é o dark room?” Eu assenti, já com o pau começando a ficar duro só de imaginar.
Entramos.
A escuridão era quase total, com apenas pequenos focos de luz vermelha em pontos estratégicos. O ar era carregado de gemidos, suspiros, e o som abafado de corpos se tocando. Mal demos os primeiros passos e já sentimos mãos nos tocando. Eu, por reflexo, peguei na cintura de uma mulher que passou por mim, e ela não recuou. Minha esposa teve o mesmo contato — um homem a tocou por trás, sutil, e ela apenas sorriu. Em pouco tempo, estávamos cercados de mãos, toques, sensações.
Ela se encostou na parede, uma mulher se aproximou e começou a acariciá-la. Eu vi a mão da minha esposa deslizar por aquele corpo feminino, até alcançar os seios. A mulher gemeu baixo. Outro homem se aproximou dela e passou a mão por cima da saia. Eu assistia com o coração acelerado.
Saímos dali ofegantes, com os corpos quentes. Ela me puxou pela mão até um canto onde havia um glory hole. A curiosidade dela era explícita. Olhou o buraco, olhou pra mim, riu. Enfiou a mão e do outro lado encontrou pele. Apalpou. Uma mulher, primeiro. Pegou nos seios dela, passou os dedos pelos mamilos. Depois, uma surpresa: sentiu algo duro. Quando apertou, puxou a mão de volta assustada — era uma rola enorme. Ela me olhou com os olhos arregalados, excitada e um pouco chocada com o tamanho. “Puta que pariu”, ela sussurrou, mordendo o lábio.
Nos perdemos pelo labirinto. Aquele corredor apertado, úmido, parecia ter sido desenhado para encontros inevitáveis. Um casal passou por nós, os dois nus, se comendo no meio do caminho. Logo em seguida, minha esposa parou diante de um homem. Olharam-se. Ela encostou nele, ele não hesitou. As mãos se encontraram. Ela o beijou. Lento, primeiro. Depois mais profundo, enquanto suas mãos desciam pelo peito dele. Do meu lado, uma mulher me puxou pelo cinto e me beijou sem aviso. Nossos corpos se colaram ali, contra a parede. Era desejo puro, selvagem. Uma troca crua de energia.
Voltamos para o dark room mais uma vez. Ela já não era mais a mesma. Estava entregue, com os cabelos bagunçados, as pernas trêmulas e os olhos famintos. Foi direto em direção a duas mulheres que dançavam encostadas. Beijou uma delas. Pegou nos peitos. A outra passou a mão por dentro da saia dela. Ela se entregava como se estivesse sonhando acordada. A essa altura, eu estava completamente duro, minha mente rodava entre excitação, posse e puro tesão.
Então subimos.
Escolhemos o quarto coletivo. Entramos. Algumas camas já estavam ocupadas. Casais fodendo de lado, em pé, de quatro. Não havia vergonha, só entrega. Ela se despiu sem cerimônia. Eu fiquei de cueca por alguns segundos, observando o corpo dela, suado, marcado pelas mãos de outros. Ela deitou de quatro, virada para o casal ao lado, que já transava. A mulher olhou para ela e sorriu. Minha esposa se aproximou, suas mãos se tocaram, seus corpos se roçaram enquanto eu entrava nela por trás.
A sensação era indescritível. Eu metia com força, enquanto ela se alisava com a mulher, gemendo, arrepiada. Os gemidos dela se misturavam com os do casal ao lado. Cada estocada minha fazia seu corpo estremecer. Ela pedia mais. Eu segurava seus cabelos, batia com a palma da mão em sua bunda, marcando o ritmo. Ali, diante de todos, ela era só minha — e ao mesmo tempo, de ninguém.
Ficamos ali por um bom tempo, trocando posições, trocando olhares com outros casais, quase participando de uma orgia não planejada. Até que paramos. Ofegantes, exaustos. Vestimos nossas roupas lentamente, com os corpos ainda em brasa. Descemos, tomamos uma água, e fomos embora.
No carro, ela colocou a mão na minha perna. Subiu até meu pau, que ainda pulsava. Assim que chegamos em casa, ela tirou a roupa no meio da sala e me puxou para o chão. Ali mesmo, no tapete, fodemos de novo. Como animais. Como se a noite ainda não tivesse acabado.
Foi a primeira vez que fomos numa casa de swing. E ali, entre olhares, toques e gemidos desconhecidos, descobrimos uma nova camada do nosso prazer. E sabíamos, no fundo, que estávamos apenas começando.