A cidade já começava a se apagar, as luzes dos prédios refletindo no vidro enquanto Leo subia até o 18º andar. Ele tinha acabado de sair da academia, o corpo ainda quente e o cheiro leve de suor misturado com o desodorante fresco. A camiseta colada deixava evidente o contorno dos músculos.
O elevador parou no décimo andar. Entrou um homem mais velho, de uns 40 e poucos, camisa social dobrada até os cotovelos, barba bem feita, cabelo grisalho nas laterais. Olhou para Leo por apenas um segundo, mas aquele olhar foi suficiente. Era um olhar direto, firme, carregado de intenção.
O silêncio ali dentro parecia mais pesado que o ar. O espaço era pequeno, e os dois estavam próximos o bastante pra Leo sentir o perfume amadeirado dele.
De repente, o elevador deu um leve tranco. Parou entre os andares. As luzes piscaram.
— Sério? — Leo disse, rindo nervoso.
O homem apenas sorriu de canto, tirou o celular do bolso, mas… Sem sinal. Ambos tentaram ligar o botão de emergência, mas parecia que o sistema estava fora também.
— Ótima hora pra um apagão — disse o homem, com a voz grave.
O silêncio voltou, só interrompido pelo som da respiração de ambos. Leo sentiu a tensão crescer. Fingiu mexer no celular, mas desviava o olhar pro corpo do outro: os braços fortes, as veias aparentes nas mãos, a abertura da camisa deixando à mostra um pouco do peitoral.
— Você treina aqui no prédio? — o homem perguntou, quebrando o silêncio.
— Treino… e você? Mora aqui?
— Moro… sozinho.
A resposta veio com um sorriso lento, como quem lança uma isca.
Leo engoliu seco. O clima estava pesado de um jeito bom. Ele encostou na parede do elevador, cruzou os braços, mas o olhar não desgrudava mais. O homem deu um passo na direção dele. O espaço entre os dois era quase inexistente agora.
— Você parece tenso… — disse o homem, com a voz mais baixa, quase num sussurro.
Leo não respondeu. Apenas mordeu o lábio, e foi o suficiente. Num impulso rápido, o homem o puxou pela cintura e encostou os lábios nos dele. O beijo começou urgente, como se os dois já esperassem por aquilo há muito tempo. Mãos explorando costas, nuca, o corpo de Leo reagindo de imediato.
As mãos do mais velho deslizaram por baixo da camiseta dele, sentindo a pele quente. Leo deixou escapar um gemido baixo, enquanto retribuía o toque, puxando a camisa social para fora da calça.
O elevador continuava parado… e naquele momento, os dois não estavam mais preocupados com isso.
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Delícia