O cheiro de café fresco invadiu o quarto antes mesmo de Leo abrir os olhos de novo. A luz já estava mais forte agora, o relógio marcava quase nove da manhã. Ele se espreguiçou, com o corpo ainda dolorido — mas de um jeito bom.
Levantou da cama só com a cueca, caminhou até a porta do quarto. Quando olhou em direção à cozinha, viu Ricardo de costas, só com uma bermuda de moletom caída nos quadris, o torso nu, os músculos das costas se movendo a cada mexida que ele dava na frigideira.
A cena era quase cinematográfica. Leo ficou ali parado só observando por uns segundos.
— Vai ficar só olhando? — Ricardo perguntou, sem nem se virar, como se já soubesse que estava sendo vigiado.
Leo riu, caminhando até ele e abraçando-o por trás, encostando o rosto nas costas largas.
— Assim fica difícil não olhar… — disse, com a voz ainda rouca de sono.
Ricardo virou de leve o rosto, dando um selinho rápido em Leo.
— Fiz café… e ovos mexidos. Não é um café da manhã de hotel, mas dá pro gasto.
— Depois da noite que eu tive… você podia me dar só um copo d’água e eu já ia estar feliz.
Os dois riram. Leo se sentou no balcão da cozinha, observando enquanto Ricardo colocava tudo na mesa.
— Então… — Ricardo começou, servindo o café nas canecas. — Agora que a gente sabe os nomes… você vai fingir que nada disso aconteceu, ou vai me dar o prazer de te ver mais vezes?
Leo sorriu, pegando a xícara e tomando um gole antes de responder.
— Depende… o elevador vai quebrar de novo?
— Se não quebrar, eu mesmo desligo a energia do prédio — Ricardo respondeu, rindo com aquela expressão de homem seguro e malicioso que Leo já estava começando a adorar.
O clima ficou leve, íntimo… como se aquilo já fosse rotina entre os dois.
Depois do café, Leo foi até o banheiro, se olhou no espelho… algumas marcas de mordidas ainda estavam visíveis no pescoço e nos ombros. Sorriu de canto.
Enquanto se vestia, Ricardo apareceu na porta do quarto, encostado no batente, só observando.
— Vai embora já?
— Por enquanto… — Leo respondeu, pegando o celular do chão e os tênis. — Mas… se você quiser, posso voltar hoje à noite.
— A porta vai estar aberta…
Leo saiu, mas antes de ir pro elevador, voltou, deu um beijo rápido nele e disse:
— E da próxima vez… a gente tenta a sala, o sofá… ou o box do banheiro.
Ricardo apenas mordeu o lábio, segurando o riso.
Leo entrou no elevador, com um sorriso bobo no rosto e o corpo ainda lembrando de cada detalhe daquela noite.
Mal podia esperar pela próxima vez.
O acaso que rende momentos inesquecíveis. Delicioso sequencia.