Tem um bar karaoke na Bela Vista que quem é de SP talvez já tenha ouvido falar a respeito. Tem 3 espaços divididos: um no piso alto para karaokê, um principal onde toca música do povão, e um no subsolo que costumava tocar funk, hoje serve de fumódromo. Os estilos diferentes acabou aproximando públicos diferentes, como gays e héteros, e acabou que o lugar virou um ambiente quase místico, onde gays vão tentar viver fantasias com héteros (crias, nordestinos, ou ainda melhor: crias nordestinos), e os héteros vão pegar mulheres, mas provocando gays, olhando de rabo de olho, mijando largado no banheiro, propositalmente se expondo...
Comecei a ir pelo karaokê, mas hoje isso virou só um pretexto. Não vivi muitas aventuras reais, mas as poucas valeram a pena a espera. Inclusive com o cara mais bonito que apareceu lá, parecendo o Pedro Pascal, mas mais jovem, mais alto, loiro, olho azul, estilo playboy de academia, que demorou tanto para me mamar que tive que colocar para ajoelhar, dar uns tapas na cara e beijar violentamente no banheiro.
Último sábado fui lá matar a saudade. Chego sempre antes das 23h. O karaokê já está bombando, mas o bar, embaixo, tá sempre vazio nesse horário, começando a encher a partir da meia-noite.
Fico no karaokê, canto minhas músicas, papo rápido com outros "cantores", e sempre olhando pela porta de vidro para ver o movimento lá embaixo.
Aos poucos vão chegando os caras, todos com cara de que puxam trabalho pesado, novinhos, jovens, coroas, buscando as mulheres que vão seminuas, prontas para aprontar. E quando já está fervendo, vez ou outra desço para o bar e dou uma circulada para sentir a atmosfera.
Depois de cantar minhas músicas, não parecia que iria acontecer muita coisa, pois não estava tão cheio quanto de costume. Mas assim que desci para a pista de baixo, uma olhada já me chamou atenção. O cara tinha cara de ter uns 40 anos, embora tivesse 34, não era um gato, mas não assustaria acordando no dia seguinte na cama, mas o mais importante, supostamente hétero, jeito nordestino, calça jeans, gola polo escura, e esse ia ser o discurso dele em toda interação que tivemos lá.
Ele estava sozinho em pé numa mesa bistrô e muito elétrico. Não parecia ter usado nada além de álcool. Acho que era o jeito dele de olhar para meu pau marcando ma calça moletom preta, e ele fez muitas vezes. Parei atrás dele, de frente para o palco onde o cantor misturava piseiro com outros ritmos do nordeste, e ele não se continha. Olhava para atrás, bebia, dançava, e dava um passinho para olhar meu pau disfarçadamente.
A tensão sexual masculina nesse lugar é forte, mas raramente um se entrega. Eles sabem que tem homens querendo outros homens, reagem de formas diversas a essa tensão, uns se fecham, ficam na defensiva, uns tentam disfarçar, mas ficam mirando outros machos, outros provocam de um jeito safado, mas nunca avançam, toque "acidental", várias vezes, pele na pele no lugar apertado, mas no final, quase sempre escolhem as mulheres para não descerem da personagem.
De início, achei que esse cara, cujo nome nem perguntei, estaria a fim abertamente, já que disfarçava muito mal as olhadas no meu pau. Por isso dei umas coçadas para tentar prender a atenção dele, mas, quando o intuito era nítido, ele sempre se fechava. Tinha que ser no silêncio, no escuro, não no silêncio ou escuro físicos, mas no silêncio da heterossexualidade. O tesão só podia se manifestar nas atitudes estritamente masculinas que rolassem da interação. E ele manifestou primeiro. Perguntou se eu não estava bebendo.
"Só caipirinha. Desconfio que a cerveja daqui seja batizada".
Ele debochou da minha observação, deu risada, insistiu...
Ele tinha um sorriso muito espontâneo, sincero... Aquele riso com o olho, que o deixava muito charmoso. Acabei cedendo ao pedido quando vi que ele estava bebendo bem rápido, e imaginei que estava "diminuindo a responsabilidade" pelo que estava provavel e inconsequente sentindo, então entrei no jogo, mas não sabia como ia investir, pois estava claro que a abordagem direta me afastava dois passos para trás no meu objetivo.
Coloquei um pouco de cerveja no copo, ele debochou de novo, dessa vez da quantidade. Bebi e fiz cara feia.
"Tá muito ruim. Certeza que não é verdadeira".
Ele fez cara de "foda-se" e continuou bebendo.
Eu tentava me aproximar, encostar nele. Se fosse um dia normal, seria fácil. O local normalmente enche tanto e fica tão apertado que a gente se esfrega em todo mundo mesmo sem querer.
A gente conversava no ouvido um do outro, falando besteiras, falando de bebida, falando das mulheres. Mas a regra era não se tocar. Toque é coisa de viado.
Em um momento ele pede para tomar conta da cerveja que iria ao banheiro (em vez de me chamar para ir junto, rs...). Falo "tá seguro".
Fico perturbado. Ele parecia estar falando sério, mas na cabeça de quem está sentindo tesão, a lógica é outra.
Depois de uns minutos resolvi ir ao banheiro. As cabines estavam todas ocupadas e quem estava em um dos mictórios? Ele. Já cheguei colocando o pau para fora para mijar bem largo e sem pudor, ele percebeu assustado que eu estava lá e olhou mais para meu pau do que para meu rosto.
"Ow, deixou a cerveja lá?!", perguntou alto, exclamativo e com um sorriso constrangido".
"Relaxa, ninguém mexe", respondi, expondo bastante meu pau e olhando para a parede.
"Rapaz, não deixa lá só não!", falou desviando instintivamente o rosto da direção do meu pau, jocoso, mas talvez um pouco constrangido.
Ele lava a mão. Antes de sair, ainda reclama das meninas que não estavam muito bonitas no dia. Num ato de loucura respondo "eu nem gosto", indo para a pia no mesmo momento em que ele abria a porta. Eu termino meu serviço, lavo também e saio.
Volto para a pista do bar e ele está lá dançando só. Fico um pouco distante para ver se ele me mira, mas também eu mesmo mirando outros boys. Sempre vai carinhas muito gostosos lá, mas apesar da tensão sexual, eles nunca avançam. Um deles mesmo, bonito, jeitão de favela, nem vacilou em me analisar. Fixou os olhos em mim. Mas logo disfarçava, com os amigos por perto. Amigos com indícios de serem héteros, então, mesmo que quisesse, ele nunca iria ceder.
Meu nordestino estava sozinho, não só era minha melhor esperança, como eu já tava ficando obcecado pelo jogo.
Encostei mais uma vez nele, conversamos e percebo que ele não ouviu, ou não entendeu, ou não quiser entender o que falei no banheiro. Fazíamos piadas, ríamos, e comecei a esbarrar um pouco mais nele, buscando contato físico. Ele cedia ao impulso rápido de evitar, mas ao mesmo tempo evitava de forma muito desastrada, então os corpos se esbarravam com muita frequência, até que fui me posicionando estrategicamente para esbarrar meu pau nele, o que aconteceu no início de forma tímida, mas depois foi ficando ousado. Eu não estava satisfeito entretanto.
Ficamos nessa um tempo, e ele pediu mais uma vez para ao banheiro. Dessa vez eu entendi que não tinha que ir atrás dele. Fiquei curtindo o show, tentando canalizar meu tesão, e não demora muito ele volta.
Ele nota as meninas em volta e começa a comentar, foi quando passei a ousar ainda mais. Me pergunta se me interessei pela gordinha 3 metros à nossa direita. Puxo-o para perto de mim pelo antebraço, já que tínhamos que falar no ouvido graças ao som do palco. Levo meu corpo para frente e nem preciso me esforçar muito, pois ele não mostra resistência enquanto puxo o braço dele para perto do meu corpo de forma que as costas da mão dele encosta em cheio, gulosamente, no meu pau.
"Prefiro a amiga dela, a preta do lado dela. Tá vendo?"
Ele se inclina para ver, ainda com a mão encostada no meu pau. Eu não sabia se ele estava nervoso, pois o jeito elétrico e tenso parecia fazer parte dele desde o início. Mas ele também não coloca resistência na mão.
"Ela é mais bonita. Ela eu pegaria. Você gosta de preta?", digo a ele.
"É bonita, mas gostei mais da gordinha", ele responde.
Daí em diante me senti em casa. Embora ele ainda não tivesse demonstrado qualquer abertura, vacilo ou fraqueza desde o momento em que o encontrei, ele agora estava à minha disposição. Ele não avançava, mal olhava, nem mesmo deixava a vontade transparecer. Mas tampouco recuava quando eu puxava a mão dele para meu pau.
Ele começou a mandar beijo para outro gordinha, um pouco mais distante, linda. No começo ela sorriu. Mas depois começou a ficar de saco cheio da insistência dele. Ele não parecia querer aceitar que ela o estava rejeitando, e nessa hora realmente se passou por qualquer hétero sem noção. Eu aproveitando a movimentação para dar umas encoxadas mais nervosas, na bunda mesmo, sobre a calça jeans, e esbarrar meu pau mão dele. Cheguei a puxar de novo pelo braço para falar que a mina tinha recuado. Ele não queria entender.
Em dado momento, mostrei a menina que eu tinha achado gostosa, uma baixinha de saia preta, e falei para ele.
"Gostei da baixinha ali, mas será que ela aguenta? Pequena assim?"
Ele: "aguenta".
Saquei o celular, coloquei uma foto bem nítida do meu pau.
"Aguenta mesmo?", e mostrei a ele.
Ele riu virando a cara. Não dava mesmo para saber se tinha gostado, se estava de molecagem, se estava com vergonha... Eu só ri e guardei o celular, meio envergonhado também, mas realizado.
Ele foi de novo ao banheiro.
Sério, enquanto ele estava ausente, eu colocava as costas da minha mão sobre meu pau para tentar entender se ele não estava percebendo mesmo, e NÃO. NÃO TINHA COMO NÃO PERCEBER MEU PAU ESFREGANDO NA MÃO. Fiz de frente, de lado, de costas, era nítido que tinha uma rola ali, ainda mais quando estava meia bomba. Não tinha como ser joelho, quadril, celular, homem sabe qual o formato, temperatura, textura de uma rola, mesmo sob o moletom.
Ao voltar, ele passou pela gordinha, que, logicamente, resistiu à investida dele. Meio sem noção, tentava abraçá-la, e ela se mostrava nitidamente constrangida. Depois de poucos minutos ele desistiu e voltou para a mesa. Não gastou muito tempo se explicando, e só me limitei a dizer que tinha que virar a página e procurar outras. Ele foi comprar mais cerveja, e eu sentindo um gigolô tomando cerveja de graça.
Continuávamos dançando e falando das meninas, e fui ficando cada vez mais à vontade. Encostava o pau nele sem rodeios, meia bomba, mole, às vezes ficava com receio, mas o tesão era maior, ao ponto de encostar com força o pau duraço na mão dele e estacionar lá, parado e pressionando o pau por uns bons segundos nele, que dançava e olhava para o resto do salão. Fiz o mesmo na bunda dele. Encostava na calça jeans com força e sentia meu pau duro afundar a bunda macia dele.
Em uns três momentos, para ter certeza de que ele estava sentindo de verdade, e que não era inocente, esfregava o pau duro de um lado para o outro, sem disfarçar, de forma que qualquer um teria que saber que aquilo se tratava de uma rola dura, e nada mais. Eu já estava louco de tesão, mas ao mesmo tempo com medo de alguém mais estar percebendo, afinal, para todos os efeitos, ainda era um ambiente hétero.
Do nada ele começa a reclamar do moleque do lado esquerdo dele, usando uma linguagem agressiva, dizendo que o moleque era viado, que não curtia essa galera. No começo me assustei, achei que a homofobia fosse comigo, haha. Perguntei quem e ele apontou o moleque, dizendo que estava encarando ele. Falei, com o pau na mão dele, óbvio, "fica de boa, se dá dando em cima é porque você é bonito.
Ele riu timidamente, mas continuou por uns segundos com uma expressão hostil. Daí falei "não vou mentir, já comi uns no tesão. Não tinha mulher, foi viado mesmo". Hahaha.
Ele riu para não contrariar, mas depois continuou sério.
Nossa brincadeira continuou, mas ficou por isso mesmo. Em dado momento ele falou que a coroa atrás parecia interessante, e eu notei que ela olhava para ele de vez em quando. Ele ainda tentou achar alguma novinha que correspondesse, mas vendo que poderia acabar a noite na mão, não graças a mim, foi se apresentar à coroa, e ficaram conversando. Eu fiquei curtindo o show sozinho uma meia hora ainda, depois o cara sumiu e deixou o balde lá. Procurei no banheiro, no fumódromo, não tive coragem de perguntar à coroa que tava com ele.
Estava tarde e fui para casa. Acabei mamando um cara no caminho para casa, mas esse caso foi tão surreal que nem sei se consigo transformar conto.