Lembro-me como se fosse ontem – embora tenha sido 2014. "Namorada patricinha no show sertanejo" não foi apenas um conto; foi um capítulo vívido da minha vida. Naquela noite, e nas que se seguiram, vivi o ápice de uma dinâmica que me definia: o prazer de ser o voyeur encantado, o corno consentido que se deleitava em preparar sua obra-prima para o mundo. Lara, minha patricinha, era minha musa e meu troféu. Cada evento era um ritual: a escolha meticulosa da calça jeans que moldava seu corpo como uma segunda pele, realçando cada curva; a calcinha fio dental preta, quase um símbolo de sua disponibilidade oculta; o salto alto que a elevava acima do comum; a blusa – ora decotada, ora transparente de tule, exibindo o sutiã com ousadia calculada. Prepará-la para a faculdade noturna, para uma balada, ou simplesmente para sair com um colega "estudar", era um ato de adoração antecipada. Eu a via partir, sabendo que poderia voltar marcada por outro homem, e nesse conhecimento ardia meu tesão. As vezes eram explícitas: a noite em que fiquei sozinho em casa enquanto ela dormia – e namorava – na casa de meu amigo; no dia seguinte, fui buscá-la lá, esperando do lado de fora do prédio enquanto ela descia, talvez ainda com o cheiro dele impregnado na pele. Cada episódio reforçava meu papel: o guardião do desejo alheio, o cultuador da beleza cobiçada. O relacionamento com Lara findou por razões alheias a esse jogo. Anos depois casei-me. Construí uma vida aparentemente convencional. Mas a semente, entranhada no mais profundo do meu ser, nunca morreu. Apenas adormeceu. E o tesão… ah, o tesão voltou a crescer, mas agora direcionado à minha esposa. Ver minha mulher bem produzida, ouvir seus relatos sobre cantadas, sobre o interesse explícito de outros homens – tudo isso reacendeu a chama. Nossa intimidade se fortaleceu nessas confissões. Ela se sentia desejada, eu me sentia… vivo. Mas secretamente, algo novo começou a germinar dentro de mim, um espinho que cutucava os bastidores da alma com uma insistência doce e dolorosa. O desejo de ver minha esposa cobiçada, de ser o "corno" no centro daquele calor, começou a se ampliar. Uma curiosidade insidiosa tomou forma: Como seria sentir na própria pele aquele calor? Não apenas como observador, mas como… objeto. A obsessão pela imagem que eu tanto cultivava em minhas parceiras virou-se para mim mesmo. A calça jeans – como seria vesti-la? Sentir o tecido justo modelando minhas formas, arrebitando meu bumbum de uma forma tão sutilmente feminina? E a calcinha fio dental preta… o fio fino roçando, a sensação de vulnerabilidade e exposição que ela conferia? O salto alto – o peso, o equilíbrio, a maneira como forçava a postura, alongando as pernas e mudando completamente a silhueta? O jeans Colcci tornou-se um fetiche silencioso. Passava horas online, olhando modelos, imaginando o caimento. Escondia no fundo do meu armário, entre camisas e ternos, uma pequena coleção proibida: uma calça jeans feminina da marca, comprada em tamanho difícil, justa demais para ser minha; um par de saltos altos pretos, simples; e, claro, a calcinha fio dental preta. Eram minhas relíquias secretas, meu portal para outra realidade. O ponto de virada veio numa tarde em que minha esposa saiu. A casa estava silenciosa. O espinho cutucava mais forte. Fui até o armário. Tirei as peças. O ritual começou. Vesti a calcinha. O tecido fino ajustou-se, estranho e excitante. Depois, a calça jeans. Lutar para fechar o zíper, sentir o denim apertar coxas e quadris de uma forma que nunca senti. Olhei no espelho do quarto. A imagem me golpeou. Não era mais eu, o empresário discreto. Era outra pessoa. Uma silhueta mais curvilínea, mais… feminina. O bumbum, de fato, parecia mais empinado sob o tecido rígido do jeans. Por fim, os saltos. Me equilibrei com dificuldade, sentindo a altura, a mudança no meu centro de gravidade. A postura se alterou, os ombros para trás, o peito ligeiramente para frente. No espelho, via uma figura desconhecida, uma segunda identidade tomando forma. E com essa identidade, vieram as ideias ardentes, as vontades não vividas que queimavam como fogo sob a pele. Será que todo corno também é viado? A pergunta ecoou naquele quarto silencioso, diante da minha reflexão alterada. Com Lara, eu era o corno. Agora, olhando para mim mesmo vestido de mulher, sentindo um estranho e poderoso frisson, a resposta parecia clara: Sim, eu certamente sou. Não só viado, mas buscando uma fluidez sexual que me assustava e excitava igualmente. O desejo de ser possuído, de ser usado, tomou forma concreta naquele instante. Como seria sentir a força de um homem me dominando? A pulsação quente e dura de um pênis entrando em mim, preenchendo um espaço que nunca imaginei sentir? A pressão intensa, quase dolorosa, da ejaculação masculina explodindo dentro do meu esfincter, marcando-me por dentro? Eram fantasias brutais, primitivas, que brotavam daquela imagem no espelho. Fechei os olhos, respirando fundo. O cheiro do denim novo, o leve aroma do perfume que borrifara no pulso, a sensação constritora e libertadora das roupas femininas. Quando os abri, a figura no espelho ainda estava lá, olhando para mim com um misto de surpresa, desejo e um medo delicioso. Era eu. E era outra pessoa. Uma pessoa cheia de segredos, de fomes não saciadas, de um desejo que agora tinha um rosto – meu rosto, transformado. O espinho havia brotado, e era uma flor de fogo, de gênero fluido e de um tesão que apontava para dentro, para o desconhecido e irresistível território de ser penetrado, de ser possuído, de finalmente sentir na própria pele o calor que antes apenas observava e cultivava nos outros. As roupas voltaram para o fundo do armário, mas a imagem no espelho, e as ideias ardentes que ela trazia, ficaram. Eram a nova semente, plantada em terra fértil, pronta para crescer.
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